Quadrinhas para teu deleite, 2

Por Antonio Francisco

A maré encheu, a maré vazou

Os cabelos da morena o riacho carregou

A maré encheu, a maré vazou

Os cabelos da morena o riacho carregou

 

Sete e sete são catorze, três vezes sete, vinte e um

Tenho sete namorados, só faço caso de um

Sete e sete são catorze, três vezes sete, vinte e um

Tenho sete namorados, só faço caso de um

Em cima daquela serra tem um velho gaioleiro

Quando vê moça bonita faz gaiola sem ponteiro

Em cima daquela serra tem um velho gaioleiro

Quando vê moça bonita faz gaiola sem ponteiro

 

 

 

Redação

2 Comentários

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  1. Ah, se estas quadrinhas fossem minhas…

    Antigamente, pelo menos nos interiores das Gerais,  quadrinhas eram cantadas onde quer que pessoas se agrupassem descontraidamente: em festinhas de aniversários, nas portas das casas, nos quintais, nas praças.

    Não importava a faixa etária, crianças cantavam junto com pessoas mais velhas, adolescentes faziam coro, instrumentos musicais (violão, viola, cavaquinho, caixas de fósforo, talheres, etc)  eram bem vindos, porém não indispensáveis.

    As quadrinhas eram de todo mundo, não tinha dono. Poesia, sim: a gente dizia, agora vou recitar  A Pátria, de Olavo Bilac.

    Quando o grupo era de adultos, até quadrinhas sem-vergonhas eram cantadas, em meio a gargalhadas: “Julieta”, “A Festa da Aurora”, e  outras.

    Eram tempos duros, tempos de decidir o que a gente ia ser quando crescesse, enquanto a escassês de meios nos rodeava.

    Mas eram tempos de agrupar-se e alegrar-se, cantar e bater palmas à luz da lua ou ao sol das manhãs e das tardes dos domingos.

     

  2. TRAVA-LÍNGUAS – Folclore Brasileiro

    Trata-se de uma modalidade de Parlenda. É uma arrumação de palavras sem acompanhamento de melodia, mas às vezes rimada, obedecendo a um ritmo que a própria metrificação lhe empresta. A finalidade é entreter a criança, ensinando-lhe algo. No interior, aí pela noitinha, naquela hora conhecida como “boca da noite”, as mulheres costumam brincar com seus filhos ensinando-lhes parlendas, brinquedos e trava-línguas. Uma das mais comuns é a elas ensinam aos filhos apontando-lhes os dedinhos da mão – Minguinho, seu vizinho, pai de todos, fura bolo e mata piolho.
    Cascudo (Literatura Oral no Brasil , 1984 ) incluiu o trava – língua nos contos acumulativos , seguindo a classificação de Antti Aarne / Stith Thompson , com o que não concorda Almeida ( Manual de coleta folclórica , 1965 ) , dizendo que os trava-línguas muitas vezes não são estórias , mas jogos de palavras difíceis de serem pronunciadas. São antes brincadeiras .
    Todos os trava-línguas são propostos por fórmulas tradicionais, como : ”fale bem depressa ”; ”repita três vezes ” ; ”diga correndo ”, e similares. O importante no trava-língua é que ele deve ser repetido de cor , várias vezes seguidas e tão depressa quanto possível . Lido, e devagar, perde a graça e a finalidade

    O peito do pé do pai do padre Pedro é preto.
    A babá boba bebeu o leite do bebê .
    O dedo do Dudu é duro
    A rua de paralelepípedo é toda paralelepipedada.
    Quem a paca cara compra , cara a paca pagará
    O Papa papa o papo do pato .
    Farofa feita com muita farinha fofa faz uma fofoca feia
    Norma nina o nenê da Neuza
    A chave do chefe Chaves está no chaveiro .
    Sabia que a mãe do sabiá sabia que sabiá sabia assobiar?
    Um limão , dois limões , meio limão .
    É muito socó para um socó só coçar!
    Nunca vi um doce tão doce como este doce de batata-doce!
    O padre pouca capa tem, pouca capa compra .
    Chega de cheiro de cera suja !
    É preto o prato do pato preto
    Bagre branco ; branco bagre
    Um tigre , dois tigres , três tigres.
    Três tristes tigres trigo comiam .

    Continua:

    http://www.brasilcultura.com.br/antropologia/trava-linguas-%E2%80%93-folclore-brasileiro
     

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