Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Relembrando Marilu

Hoje é dia de muita expectativa e devemos estar bem relaxados para aguentar a tensão de mais um jogo decisivo nessa Copa do Mundo 2014. Vamos então relembrar a excelente sambista MARILU, famosa no Brasil e Argentina na década de 1940, porém hoje praticamente esquecida.

O Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira traz excelentes dados artísticos sobre Marilu, razão pela qual a matéria será transcrita abaixo.

Bom jogo pra todo mundo. Lembro que paciência e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém!

“Embora bastante reconhecida nos anos iniciais da década de 1940, ficaria esquecida nos tempos posteriores, até pelo fato de morar fora do Brasil. Nascida no bairro carioca de Vila Izabel, lá conheceu o compositor Noel Rosa. Estreou como cantora em 1937, na Rádio Educadora em um programa de música portuguesa apresentado por Manoel Monteiro. Atuou como crooner da orquestra do Cassino de Petrópolis.

Estreou em disco em 1940 gravando pela Victor o samba-choro “Meu mulato e meu canário”, de Jardel Noronha. Foi uma das estrelas da Rádio Nacional e da gravadora RCA Victor. Não se dedicou no entanto a uma carreira radiofônica preferindo realizar excursões pelo país cantando em diferentes cassinos. Morou um tempo na Argentina, onde se apresentou na Boate Sagaró, na Rádio Splendid e no teatro Smart. Foi posteriormente contratada pela Rádio El Mundo, de Buenos Aires.

Em 1942, gravou na RCA Victor a marcha “Primavera”, de Darci de Oliveira, e o samba-batucada “O que é que ele tem?”, de Ari Monteiro e Juraci Araújo. Para o carnaval de 1943, gravou a marcha “Galinha verde”, apelido dado aos integralistas, versão brasileira dos nazistas, de José Gonçalves e André Gargalhada, e o samba “Procurando alguém”, de Ari Monteiro e Ari Follain. No mesmo ano, gravou o samba “Por que é”, de Roberto Martins e Mário Rossi, a valsa “Saudades de sinhazinha”, de Constantino Silva, e os choros “Júlia sapeca”, com o qual fez sucesso, e “Fiz um chorinho”, ambos de José Gonçalves. Também em 1943, lançou os sambas “Desta vez vou ser feliz”, de Amaro Silva e Djalma Mafra, “Anda nego”, de Vicente Paiva e Sá Róris, e “Reu primário”, de Amaro Silva e Djalma Mafra, além da marcha “Índia Paraguaçu”, de Max Bulhões e João Bastos Filho.

Para o carnaval de 1944, gravou os sambas “Tu bem sabes”, de Cyro Monteiro e Kid Pepe e “Ele já não te ama”, de Valfrido Silva e Sá Róris.

Em 1945, era considerada uma das campeãs de vendagem de discos. Entre seus sucessos estão “Por favor não vá”, de Vicente Paiva e Darcy de Oliveira e “Maria perigosa”, de Ari Monteiro e José Maria de Souza e Silva. Em 1946, retornou ao Brasil e realizou uma temporada na Rádio Globo. Nesse ano, gravou um disco pela Continental com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional interpretando os choros “Filas e mais filas”, de José Maria de Souza e Raul Marques, e “Viúva de quatro maridos”, de José Maria de Souza. Em 1947, realizou diversas apresentações em diferentes cidades do continente americano. Por essa época, passou a residir definitivamente em Buenos Aires. Sua opção de morar fora do Brasil acabou por a afastar da gravação de discos. Mesmo assim, em 1951, fez uma última gravação pelo selo Carnaval com as marchas “Aqui tá bom”, de Moacir Pontes, Jairo de Almeida e Marcos Alberto, e “Society”, de Caetano Mascarenhas. Gravou um total de nove discos com dezoito músicas pelas gravadoras Victor, Continental e Carnaval. O forte de sua carreira no entanto, eram a sapresentações ao vivo em clubes, cassinos e teatro.

Por LN

Intrometendo-me no post do amigo Luciano para acrescentar outras gravações de Marilu.

 

Luciano Hortencio

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4 Comentários

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  1. Inacreditável

    Como é que um talento desses pode ser esquecido? Só uma explicação: tinha como concorrente ninguém menos que a explosão que era Carmen Miranda.

  2. Ao amigo Gilberto!

    Em realidade, amigo Gilberto, o sol conseguia fazer brilhar e rebrilhar as duas grandes estrelas.  Acho que o problema mesmo, aém da contumaz falta de memória do brasileiro, na maioria das vezes por culpa da grande mídia, foi que Marilu afastou-se do Brasil e fez grande sucesso na Argentina. Gravou muito menos do que deveria pois dava prioridade a show e apresentações tanto no Brasil quanto na Argentina.

    Esses dois fatos, unidos à falta de memória e de interesse da mídia… Tem problema não: A gente, mesmo fazendo um trabalho de formiga, vai relembrando nossos maravilhosos talentos e colocando-os novamente em pauta.

    Abraço do luciano

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=rA3su5YWaks%5D

  3. Obrigado, amigo Nassif!

    Fico honrado com sua “intromissão”, muitíssimo bem vinda!

    Não conhecia e nem tenho MEU LIMÃO MEU LIMOEIRO. Bom demais!

    Vamos pegar os limões, o limoeiro e tudo o que for necessário e tomar uma gostosa limonada a partir das cinco da tarde, se Deus quiser!

    Abraço do luciano

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=pO7-tslvKvg%5D

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