O amigo americano do Brasil, por Motta Araujo

O amigo americano do Brasil

Por Motta Araujo

O AMIGO AMERICANO DO BRASIL – Livro de Antonio Pedro Tota – Companhia das Letras – Para quem quer reviver o Brasil dos anos 50 e 60, o livro é imperdível. É uma biografia de Nelson Rockefeller direcionada as suas especiais relações com o Brasil. Vice Presidente dos EUA e Governador de Nova York, Rockefeller foi um protagonista formidável das relações dos EUA e America Latina durante todo o período da Segunda Guerra. Inventou, fundou e dirigiu o Escritório de Assuntos Panamericanos que fica subordinado diretamente ao Presidente Roosevelt e não ao Departamento de Estado, para grande irritação deste, era um misto de agência de propaganda e relações públicas e serviço de inteligência. Foi esse escritório quem promoveu a estada de Carmen Miranda em Hollywood, a criação do personagem Zé Carioca por Walt Disney, incontáveis visitas de astros do cinema americano ao Brasil e de artistas brasileiros aos EUA, como Ary Barroso e Dorival Caymmi.

Depois da Guerra Nelson Rockefeller teve inúmeras iniciativas particulares ligadas ao Brasil. Introduziu várias tecnologias agrícolas em formas de sementes mais produtivas (Sementes Agroceres), introduziu o supermercado, a primeira administradora de fundos de investimento (Fundo Crescinco) de onde saiu a primeiro banco de investimento (Investbanco), entrou com capital em varias firmas brasileiras, sempre em setores inovadores, através da International Basic Economy Corporation, que também cuidava de seus muitos negócios na Venezuela, país onde introduziu gado de raço e outros negócios ligados a alimentos. No Brasil os Rockefellers tinham a Fazenda Bodoquena, grande propriedade no Estado de Mato Grosso, para criação de gado fino.

Os Rockefellers já tinham antigas ligações com o Brasil, o imponente prédio da Faculdade de Medicina, hoje da USP, foi doação da Fundação Rockefeller nos anos da Primeira Guerra. Uma sobrinha de Nelson, filha de David, Pat Donahue fez trabalho social por anos na Favela da Rocinha, morando na comunidade em várias temporadas de seis meses a um ano. Quando vem ao Brasil ainda fica na Rocinha onde tem muitos amigos e vai ao Centro do Rio de ônibus coletivo, fala português fluente, os passageiros do ônibus não imaginam que aquela moça (hoje senhora) é bisneta daquele que foi o homem mais rico do mundo, em 1900 John Rockefeller sênior tinha o equivalente hoje a 400 bilhões de dólares. Em 1945 deram de presente o prédio sede da ONU em Nova York.

Nelson tinha tudo para ter sido Presidente, mas alguns problemas familiares queimaram sua imagem e impediram esse papel. A família é hoje mais conhecida pela filantropia e realizações fora do campo econômico do que pela riqueza.

Muitos deles foram e são governadores e senadores, há cientistas, pesquisadores, uma família excepcional, uma das dinastias do poder americano no Século XX, não há nela nenhum gastador, tradição do velho Rockefeller.

Aqui, a matéria do Estadão sobre a biografia de Nelson Rockefeller

Redação

14 Comentários

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  1. Grande figura

    Quem dera tivéssemos no mundo ao menos uma centena de Rockfellers. Para alguns lunáticos de direita, fundações como a dele, de Bill Gates e algumas outros financiam a implantação do comunismo no mundo.

    Só rindo.

    1. Quase todos os museus,

      Quase todos os museus, orquestras filarmonicas, ballets, universidades, institutos de pesquisas dos EUA foram doações de ricos, dinheiro privado. Isso explica muito da natureza do Pais. O predio da ONU em Nova York foi doação dos Rockefellers. No Brasil é rarissimo um rico doas para a escola onde estudou ou para a maternidade onde nasceu.

      A maternidade São Paulo fechou por falta de verbas e lá nasceram milhares de paulistanos que depois ficaram ricos.

      1. Alias, é por isso que acho que Assis Chateaubriand

        por pior que tenha sido, foi um personagem muito mais importante na história do Brasil, só pela existência do MASP, que todos os Marinho e Civita reunidos.

      1. A exceção que confirma a

        A exceção que confirma a regra…toda família tem sempre uma ovelha negra.  Me lembro de um filho de uma família muito rica e famosa do interior de SP.  O filho, um eterno inconformado com “uns tantos outros nada” pulou do 10° andar do edifício que o pai construia….um verdadeiro terror.  Para os muito ricos, morar em favela nada mais é que uma idiossincracia.

        É famosa a ligação  das Fundações Ford e Rockfeller com a CIA e os investimentos ( dinheiro mesmo)que faziam  em jovens, atores, comunidades etc… na AL.  Entre esses jovens da época,  se encontrava um famoso presidente entreguista, mais conhecido pela alcunha de FHC (dizem que o montante recebido pode ter chego na casa do 1MM de dólares conforme livro Quem Pagou a Conta?) .

        Agora, sem dúvida que nossos milionários tem muito a aprender com os milionários lá fora.  Em lugares como EUA e Europa, é fácil encontrar um mecenas…aqui, conta-se pelos dedos de uma mão.  Lá fora é famosa a doação para universidades como Harvard, MIT, Cambridge, Oxford e por aí vai…aqui, nossos milionários estudam na USP e a grande maioria se não a intregalidade, é incapaz de doar um centavo que seja.  Lamentável….mas a culpa é dos pobres…gritam, os mais afortunados que agora vão às ruas, gritar, berrar,  por melhores condições de vida….a gente sempre consegue se surpreender!! 

        1. OVELHA NEGRA? Ela é o orgulho

          OVELHA NEGRA? Ela é o orgulho da familia, doutora em Educação pela Universidade de Harvard, grande colaboradora da ONU em assuntos de educação para pobres, fundou o Instituto Synergos, de instrução basica na Africa,

          mantido por doações de 500 empresas, ela é uma personalidade mundialmente respeitada, faz parte do Board do Fundo Irmãos Rockefeller, que faz filantropias nos cinco continentes, de onde vc tirou que ela é ovelha negra, uma senhora  distinta e de excelente reputação, refinada e culta.

          Não é só ela, os Rockefellers em geral fazem esse tipo de vida, filantropia, intelectualidade, politica e pesquisa, há varias gerações deixaram de se preocupar com dinheiro, se ocupam de causas humanitarias.

    1. Por que corromper a frase?

      A célebre frase é “os EUA não têm amigos, têm interesses”, algum motivo especial para essa corruptela – mesmo que os Rockfeller não seja de forma alguma um “simples estadunidenses” e bem ou mau devem ter vários interesses ocultos?

  2. Louisiana

    A audácia histórica da compra da Louisiana

    Por 15 milhões de dólares, que dá cerca de três centavos o acre, esse tem sido chamado por muitos o maior negócio imobiliário da história dos Estados Unidos.

    O ex-território Francês Louisiana ocupa 22% dos os EUA

    Thomas Jefferson, autor da Declaração da Independência, não era lá grande fã da Constituição americana apresentada em 1787. Ele estava bastante preocupado com o fato de a Constituição ter dado poder demais ao novo governo nacional, e não ter dado poder suficiente para os Estados, um problema conhecido como big government. Jefferson somente concordou em apoiá-la, e com alguma relutância, quando seu amigo James Madison prometeu propor uma declaração de direitos e garantias após sua promulgação.

    Mas os receios de Jefferson sobre o big government não se dissiparam. Por exemplo, quando o Ministro da Fazenda, Alexander Hamilton, propôs um banco nacional em 1790, Jefferson sabia que não havia previsão na Constitução para permitir tal coisa.

    Hamilton veio com uma conversa fiada sobre poderes implícitos. É claro que isso não estava escrito na Constituição, mas a Constituição deixava implícito que era possível ser feito. Mas Jefferson não caiu nessa. Apesar de tudo, o banco foi criadop or Hamilton e pelo Presidente Washington.

    Quando Jefferson prestou juramento como Presidente em 1801, ele prometeu reduzir o tamanho e as competências do governo nacional. Mas obviamente as coisas não andaram exatamente como ele havia planejado.

    A Espanha transferiu secretamente o Território da Louisiana para a França bem debaixo do nariz de Jefferson. Quando o Congresso descobriu, eles mais do que depressa iniciaram entendimentos com a França para comprar parte do território ao largo do rio Mississippi por aproximadamente 2 milhões de dólares.

    No entanto, havia um pequeno problema: Jefferson sabia que não havia previsão constitucional para a compra de território estrangeiro. Assim, o que um constitucionalista convicto deveria fazer?

    Primeiro, ele tentou aprovar uma emenda à Constituição que expressamente permitisse a compra, mas o Congresso não estava querendo fazer isso. Então, sem permissão, os negociadores americanos na França rascunharam uma negociação para a compra do território todo pela bagatela de 15 milhões de dólares.

    Aquela nova terra dobrava o tamanho do país

    Aí Jefferson ficou realmente numa sinuca. Ele sabia que o território seria uma grande aquisição para o país, propiciando uma porção de novas terras para fazendeiros e outros colonos, mas como é que ele ia justificar isso constitucionalmente?

    No fim, Jefferson resolveu utilizar o argumento usado pelo seu antigo adversário Alexander Hamilton. Ele alegou que o poder para comprar o território estava subentendido no poder constitucional para assinar tratados.

    Este foi o exato argumento que ele tinha ridicularizado publicamente uma década antes. Assim, ter de usá-lo deve ter destruído seu orgulho, Mas, mais importante ainda, ele deve ter feito a maior jogada de big government de todos os tempos!

    Não é irônicoque um dos maiores opositores do big government tenha duplicado o tamanho do jovem pai sde forma claramente questionável constitucionalmente? Por 15 milhões de dólares, que dá cerca de três centavos o acre,esse tem sido chamado por muitos o maior negócio imobiliário da história dos Estados Unidos.

    [video:http://youtu.be/fUO1mhMf3i0 width:600 height:450]

    http://pt.allreadable.com/74b8nfA

  3. Tudo bem que ele fez obras

    Tudo bem que ele fez obras meritórias, mas não podemos esquecer que, por outro lado, ele agia em parceria com um governo que tudo fez para manter o Brasil no subdesenvolvimento, até mesmo apelando para uma cruel ditadura quando a coisa ameaçava sair do controle deles.

  4. Apologia !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Todos eles fazem doações, como a diminuirem suas consciências em terem acumulado fortunas às custas de infligirem graves danos sociais, não só à humanidade como também ao meio ambiente !!!

    Já disseram que ” … atrás de uma grande fortuna, sempre há  uma grande divida social”, que alguns podem saldar, já outros……….

    Cada vez mais acredito nisto, pois basta ver a criação de Fundações, para vermos que o que fazem ao ficarem rico é criar uma, que na maioria dos casos é simplesmente para abaterem no imposto de renda !!!!

    Com a clássica malandragem, diga-se !!!!!!!!!!!!!!

    Mas, se devolvem parte do que sonegam, exploram, saqueiam, o que para alguns viram heróis, que assim seja !!!!!!!!!!!!!.

     

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