Uma história em abismo dominada pelo relativismo crônico, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Por Fábio de Oliveira Ribeiro

No dia da eleição de Bolsonaro a realidade se tornou um pesadelo. Portanto, nossos próprios pesadelos noturnos já podem se tornar reais como literatura.

“Num mundo em que a realidade e a ficção se confundem ora sou personagem de uma história em quadrinho ora apenas o leitor do respectivo livro. Todas as vezes que tento saber o que vai ocorrer depois pulando algumas páginas do livro e volto a viver a história noto que os acontecimentos sofreram pequenas mutações. A história ocorre de outra maneira, os personagens se comportam de forma diferente e o resultado das ações deles são alterados. A vantagem que obtive lendo o futuro se torna irreal quando vivencio um futuro alternativo que eu ignorava. O livro também sofre mudanças, pois quando tento reler as páginas que havia lido elas simplesmente deixaram de existir. O livro não retrata mais aquele futuro que foi lido e deixou de existir e sim exatamente o que eu vivi ao voltar para a história. Pulo algumas outras páginas e o resultado não é diferente. Desperto.”

A vida cotidiana brasileira está mais e mais volátil. Nos últimos dias ela ficou parecida com a Física de Partículas, em que o ato de observar uma experiência pode alterar o seu resultado. O pesadelo estranho que tive essa noite pode, portanto, funciona como uma excelente crônica de domingo.

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

1 Comentário

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  1. Talvez o Brasil esteja

    Talvez o Brasil esteja atravessando um buraco de minhoca, que distorce e retorce a realidade, dissolvendo-a num líquido viscoso, onde não se distingue mais o aparato legal do Estado e o Governo: o STF é um quartel general, a constituição federal é uma metralhadora, Moro estampa a nota de 1 dólar e de sua boca sai a expressão “Deus salve a América,  Gilmar Mendes tem o bico de um tucano, Barroso comanda uma rede de puteiros chamada Edir Macedo e Bolsonaro está morto mas discursa na Onu como presidente do Brasil.

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