Umberto Eco: A morte e a “legião de imbecis” nas redes sociais, por Leonardo Sakamoto

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

do Blog do Sakamoto

Umberto Eco: A morte e a “legião de imbecis” nas redes sociais

por Leonardo Sakamoto

Não, você não é obrigado a conhecer Umberto Eco.

Talvez o único contato direto que tenha tido com uma obra do recém falecido escritor italiano seja aquele filme estranho… como é mesmo o nome?… tinha flor no título, não?… passou um tempo atrás no Corujão… com o cara que fazia o 007… sim! o Sean Connery… e tinha um monte de monge… enfim. Digo contato direto porque sua produção influenciou o pensamento no século 20 e, portanto, a minha e a sua vida indiretamente.

Mas não sendo obrigado a conhecer Umberto Eco, saiba que você também é obrigado a postar besteiras nas redes sociais sobre alguém que não conhece só para ser o diferentão no momento em que muita gente está chateada com o seu falecimento nesta sexta (19).

Não sei nem porque estou me lamuriando. Eu tinha certeza que quando desse meu mergulho matinal nas redes sociais, teria vontade de arrancar meus olhos após ver certas coisas. Para entenderem o que quero dizer, chegou ao ponto de chamarem o homem de “petralha”.

E por quê? Porque uma pessoa com pensamento de esquerda elogiou o escritor. E para muitos que não têm conteúdo e não almejam tê-lo, basta saber que se seu “inimigo” (que mundo é este em que o diferente é inimigo!) admira alguém, esse alguém é um bosta. E, imediatamente, atribuir a ele uma série de opiniões que pertencem ao seu “inimigo” e não ao escritor por ele admirado. As pessoas deixam de ser o que elas são e passam a ser “o que eu acho que elas devam ser” baseado em uma imagem incompleta e parcial que tenho de quem os admira.

Se a qualidade de alguém fosse guiada pela análise de seus seguidores, poderíamos dizer que Abraão, Jesus e Maomé não são grandes coisas, tendo em vista o perfil tosco, fundamentalista e violento de parte das pessoas que se dizem suas seguidoras.

Quando Umberto Eco disse que as redes sociais davam acesso à palavra a uma “legião de imbecis”, que tiverem suas conversas – antes restritas à mesa de bar – transportadas ao mundo todo, elevando o vazio à categoria de ganhador de Prêmio Nobel, nunca teria imaginado que alguns desses imbecis postariam bizarrices sobre sua própria morte sem ter ideia de quem era ele. Ou teria imaginado, rido disso, imaginado o quanto o debate público está pobre e depois refletido que nós realmente caminhamos em direção à nossa autodestruição. Vem, meteoro, vem.

Creio que Umberto Eco não morreu. Ele simplesmente se cansou e se foi. Este mundo de possibilidades infinitas que vão se desdobrando à nossa frente também guarda uma série de desgostos para alguém que confiava no papel central do conhecimento, e não da opinião sem fundamento, no desenvolvimento da humanidade.

Conhecimento que nunca foi tão importante e, ao mesmo tempo, tão desprezado.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

31 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Nunca esquecerei nos vários

    Nunca esquecerei nos vários terapeutas que frequentei.

      A entrevista começava como toda entrevista. E aí vinha a pergunta :

              ”Vc leu o livro ”Em Nome da Rosa ” ?

                     Li.

              ”E vc chegou ao final ”?

                Demorerei MUITO tempo pra entender o que isso significava.

                Só pra constar : Li o livro até o final.

           ‘

  2. ótimo,.sakamoto…;.
    pretendo

    ótimo,.sakamoto…;.

    pretendo sair da categoria imbecil pára o de  …ecil,

    aprofundando-me mais na obra do insubstituível eco….

    mas a obra número zero, pelo que entendi dá uma certa razão  aos

    que criticam a operação mãos limpas e a lava-jato.

    a ver e rever….

    e o nome da rosa, mesmo no filme, dá uma boa visão da concentração de

    poder na igreja, mosteiros, como hoje ocorre  com a concentração

    de poder financeirizador, da banca,

     da bolsa, walll street, verdadeiro símbolo do capitaslismo

     capela sistina  –

    SESTINA –

    – do capitalismo…

  3. vc não entendeu que o

    vc não entendeu que o terapeuta queria dizer –

    que o liberalismo, anarquistas sérios e o próprio terapeuta de

    araque são a capela SESTINA do capitalismo….

    1. Sério, É.

      Não posso deixar de complementar que, se o GGN-SUS passasse a cobrar por sessão de certos frequentadores como usuários de terapia virtual, uns e outros perderiam a seriedade e assumiriam de vez a insanidade, livre, leve, solta, ampla, geral e irrestrita.

       

  4. eco sintetizaria a idade

    eco sintetizaria a idade média numa obra de arte irrefutável – a capela sistina…

    dada sua extrema elegancia de estilo, jamais sintetizaria esses

    nossos tempos com suas infames wall streets e bancas,

     in juri osas, idades mídias –   

    jamais sintetizaria essa época com  esse nome vlasfemo de 

    capela SESTINA

     

  5. A IRREALIDADE DO COTIDIANO

    A rede social tambem é testemunha do Livro do ECO, As Irrealidades do Cotidiano.

    Quando lí o Nome da Rosa, na época,  já pressentia a força da Globo.

  6. Acho que o último lampejo do

    Acho que o último lampejo do gênio de Umberto Eco não foi seu último livro, mas na afirmação certeira de que as redes sociais deram voz a uma “legião de imbecis”.  Claro, é uma afirmação que qualquer um que pensa um pouco não tem a menor dificuldade de constatar. Mas dito por um cara com tamanha enfergadura intelectual foi uma contribuição de rara felicidade.

  7. Comentário sobre o Sakamoto.

    Teria perdido o tempo de forma mais salutar escrevendo algo sobre a obra do Umberto Eco, não é mesmo, seu Sakamoto?

    Da próxima vez, conto aquela triste história da EDITORA que fez uma má resenha sobre uma publicação dela, simplesmente pois seu pessoal parece não ter lido algo do Umberto Eco.

    1. A internet deu voz ao idiota da aldeia global.

      Mas graças a ela, você, Antônio, pode sanar a falha do Sakamoto e escrever algo sobre a obra de Umberto Eco.

  8. Umberto Eco

    Eco deveria ter previsto a óbvia emergência da “legião de imbecis” proporcionada pela Internet.

    (Logo ele, tão crítico em relação ao megassucesso Rita Pavone e conterrâneo de Berlusconi.)

    Quando todo mundo tem voz, há de sair muita besteira – assim caminha a desumanidade.

    Aliás, no tempo do monopólio dos jornais e dos intelectuais já saia muita bobagem – não obstante, floreada e bem escrita.

    Vivo fosse, Guy Debord talvez dissesse: ”Esquenta não, Umberto. É a pontinha espetacular do iceberg”.

    Outro dia, me deparei com a frase: “A imbecilidade pode não ser homogênea, mas é certamente hegemônica.”

    É isso.

    ………………………..

    Umberto Eco deixou-nos uma maldição: depois que ele deliciosamente escancarou a estrutura da novela policial em O NOME DA ROSA, o gênero parece ter virado uma praga.

    Mas bem que ele podia ter vivido um pouquinho mais.

    Inteligência crítica é artigo cada vez mais raro.

  9. O cara frequentava meios

    O cara frequentava meios acadêmicos e ao mesmo tempo como ”jornal” tipo Datena ou Rezende.

       Tinha um palavreado própio pra cada ocasião.

               E se fazia entender. Em qualquer classe social.

                    UM MONUMENTO !

       

           

  10. Vou retirar o último

    Vou retirar o último parágrafo do texto pra não parecer política,

       RUY CASTRO:

    Os sem-celular

    RIO DE JANEIRO – O ex-presidente Lula, segundo o Instituto idem, não tem celular. Eu também não. Nunca tive e, juro, nunca me fez falta. Mas sei bem das maravilhas que proporciona e às vezes me pergunto como posso ser tão feliz sem ele.

    Aliás, sei, sim. Basta continuar vivendo como em 1990, quando ele não existia. Se vou à rua, antes de sair dou todos os telefonemas de que preciso –não deixo nada pendente. Se me ligarem e eu estiver fora, e se for algo importante, ligarão de novo. Se ocorrer um imprevisto que me obrigue a telefonar de onde estiver –nunca ocorre–, há sempre um telefone em algum canto, pronto para ser usado. Em último caso, posso recorrer ao português do botequim.

    Tenho consciência de que, em breve, vou me tornar inviável. Enquanto o mundo dispara SMSs e WhatsApps para se comunicar, ainda deixo mensagens de voz em secretárias eletrônicas, mesmo sabendo que já não são escutadas.

    Para espiar as horas, continuo usando relógio de pulso. Se, de repente, tiver uma ânsia irresistível de escrever alguma coisa ou precisar anotar um endereço ou número de telefone, tiro do bolso um lápis, cuja ponta lambo, e uma cadernetinha. Se preciso chamar um táxi, não apelo para o EasyTaxi ou 99 –saio e estico o dedo. Se o Flamengo for jogar e eu quiser acompanhar, levo um radinho de pilha sintonizado no José Carlos Araújo. E não há hipótese de eu dar as costas a um monumento, seja o Taj Mahal ou a Kim Kardashian, para tirar uma “selfie” –prefiro contemplá-los e guardá-los nas fatigadas retinas. Enfim, a falta de um celular me obriga a uma série de contorcionismos para continuar minimamente funcional.

        ( ……………………………………)

  11. Sem medo de errar:
      Na minha

    Sem medo de errar:

      Na minha idade adulta foi o ÚNICO esctitor que convivi com ele.

     Antes dele, muito antes, quando adolescsente foi o fugaz Sidney Sheldon.

             O resto, uma montanha, foi com  autores mortos.

                 Nota: Nunca gostei de Jorge Amado.E menos ainda de sua ”patroa”. 

                 Desnecessário dizer de Paulo Coelho– o farsante.

  12. Aquele filme..
    … que tinha muitos monges, adiantava um comportamento atual.
    O conhecimento traz quebra de paradigmas, mudanças e transformacoes. No contexto, conhecimento através do humor foi combatido através de um dogma textual que Jesus chorou e não riu.
    Temos visto isso todos os dias. Quem lê, pensa. Quem se instrui pelas redes sociais nos brindam com pérolas de imbecilidades e ódio.

  13. Será que a GloboNews vai reprisar?

    Lembro da entrevista que ele deu na GloboNews para a competente Ilze Scamparini e ela, meio constrangida, pergunta sobre o último livro (o excelente Número Zero) onde ele expoõe as entranhas do jornalismo enquanto ela tenta limpar a barra “global”. Foi ótimo quando ela comenta de sua polêmica delcaração sobre os “imbecis da interntet” e ele responde:  “polêmcia para quem? Só ser for para os imbecis….?” Coitada, fiquei com dó dela, me parece uma boa jornalista.  Teve também  o momeno em que  ela insiste que haja jornal confiável e ele dizendo: “o único jornal confiável é o de sindicato ou partido, pois você sabe claramente qual a linha editorial e a posição política…”   hilário.

  14. Pois é, as redes sociais têm

    Pois é, as redes sociais têm o lado negativo de transformarem “nulidades” em celebridades. Daí não surpreende porque a intolerância, a estupidez e a burrice se propagam como pestes medievais!

  15. Meus pêsames ao autor do

    Meus pêsames ao autor do artigo, onde fala que toda manhâ costuma navegar pelas “redes sociais”. 

    Se voce quer melhorar sempre, esqueça estas redes pois está infestada de analfabetos, inclusive políticos,

  16. Morte dos tipos Eco,
    Morte dos tipos Eco, Inteligência em processo acelerado de renúncia.
    E nosso tão preguiçoso suicídio, mais irrevogável que nunca nesta barbárie sem contra-vozes.

  17. Não se lamurie Sakamoto pelos

    Não se lamurie Sakamoto pelos impropérios da legião, eles não merecem seus lamentos, como o Eco disse em sua entrevista, são os “desorientados dirigidos” e gente desorientada não vai entender nada se você tentar explicar.

  18. Tá certo, mas…

    Alguém de notável saber político, científico, social, etc. não consegue nunca aceitar que as ideias sejam discutidas em nível de saber diferente do seu, mesmo porque, quem conseguiu ser chamado de mestre, quer ser no mínimo alcançado. Por isso não aceita ideias subalternas, emanadas de quem, fazendo uso de um canal como a rede social e nela encontra guarida para ocultar sua identidade, e se acha no direito de falar o que quer,  seja ou não pertinente. 

    Ao mestre, ao culto, ao filósofo, cabe alavancar o conhecimento, por isso não aceita a mediocridade dos incultos. Não que não queira calçar a sandália franciscana, mas antes, quer elevar até sí o parco conhecimento emanado pela macarrônica plebe rude, que teve acesso a um canal poderosíssimo que está aos poucos substituindo a mídia formal. O poder dessa nova mídia decorre da democracia que representa. Todos, sem excessão tem acesso, falam, contrapõem, argumentam, digladiam, vociferam,  afinal, liberam sua moralidade e mais ainda, a sua imoralidade, encarapuçados que estão pela trincheira da nova mídia. A linguarem é popularesca e o alcance das idéias é limitado pelo horizonte do conhecimento. 

    Mas o lado bom é que a contraposição de idéias concorre para o crescimento do conhecimento. Mesmo que esse conhecimento não seja vislumbrado em uma geração, ou duas, o ser humano caminha para o pleno saber graças às redes sociais, cuja democracia tem levado a informação a todos.

    É a liberdade de expressão plena substituindo a velha malfadada mídia.

    Humberto Eco tem razão… mas nem tanto!

  19. se não fosse a legião de

    se não fosse a legião de imbecis nada na net teria qualquer visibilidade. Portanto, qualquer um que não tiver  sua própria legião de imbebis morrerá de fome.

  20. Os imbecis só podem ser excluídos de onde o saber é definitivo

     

    Leonardo Sakamoto,

    Antes de comentar deixo algumas referências a posts recentes aqui no blog de Luis Nassif repercutido a morte de Umberto Eco.  Primeiro para o post “Umberto Eco, sobre a memória” de domingo, 21/02/2016 às 13:37, em que por sugestão de Gilberto Cruvinel é apresentado um vídeo dirigido por Davide Ferraro em que Umberto Eco fala sobre a memória. O post “Umberto Eco, sobre a memória” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/gilberto-cruvinel/umberto-eco-sobre-a-memoria

    Um pouco antes houve o post “E lá se foi o Eco, por Orlando” de também domingo, 21/02/2016 às 11:46, publicado aqui no blog de Luis Nassif contendo uma charge em que alguém grita por Umberto e não se escuta o Eco de autoria de Orlando. O post “E lá se foi o Eco, por Orlando” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/e-la-se-foi-o-eco-por-orlando

    E há o post “Morre Umberto Eco” de sábado, 20/02/2016 às 07:12, com a notícia da morte de Umberto Eco com reprodução da matéria na Folha de S. Paulo com o título “Morre escritor italiano Umberto Eco, autor de ‘O Nome da Rosa’, aos 84”. O post “Morre Umberto Eco” e que traz ainda alguns comentários fazendo referência ao livro “Número Zero” lançado em 2015 e contendo uma crítica ao mau jornalismo e à manipulação dos fatos, pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/morre-umberto-eco

    E quanto ao seu texto eu diria que o Zé Chico, em comentário enviado sábado, 20/02/2016 às 21:13, já disse algo que eu queria dizer aqui neste post. Resumindo, Umberto Eco é autoridade, mas nem todo argumento de autoridade é correto, ou traz a verdade definitiva.

    Sobre isso trago um comentário meu enviado para o post “Livraço: “Relembrando o que escrevi”, de Fernando Henrique Cardoso” de 09/07/2010, no blog de Na Prática a Teoria é Outra, ou NPTO ou Celso Rocha de Barros. O blog de Na Prática a Teoria é Outra está em hibernação desde 2010, embora ainda se possa fazer comentários nos velhos posts do blog. O post “Livraço: “Relembrando o que escrevi”, de Fernando Henrique Cardoso” pode ser visto no seguinte endereço:

    http://napraticaateoriaeoutra.org/?p=6448#idc-cover

    E o comentário meu que eu gostaria de trazer aqui é o seguinte:

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    “Amiano (#22) (09/07/2010 às 06:15 pm),

    Há uma tese que a direita incorporou de bom grado que é a do filósofo Harry G. Frakfurt no livro “Sobre falar merda”. Para o filósofo, tudo que nós estamos falando sobre assunto que não entendemos é falar merda. E isso seria pior que a mentira (Para isso ele usa a taxonomia da mentira de Santo Agostinho filósofo da idade média).

    Eu prefiro Montaigne (En vérité, le mentir est un maudit vice. Nous ne sommes hommes et ne nous tenons les uns aux autres que par la parole. . . .), um filósofo mais próximo do meu tempo, pois ainda sou da antiga, mas não é o caso. O caso é que a direita aceitou essas idéias de Harry G. Frakfurt porque elas prestam aquilo que a direita sabe melhor fazer: interditar o debate. No meu comentário (#10) de 09/07/2010 às 02:59 am, eu remeto para o post “O adeus a Samuel Huntington” de 30/12/2008 às 05h03 no antigo blog do Pedro Doria em que eu transcrevo um trecho de um artigo de Marcelo Coelho publicada na Folha de S. Paulo de 05/04/2006 em que ele corrige a minha memória sobre um episódio envolvendo Cláudio Lembo, FHC e Samuel Huntington, exatamente porque FHC no episódio tenta interditar o debate. FHC não é da direita, mas tem essa índole como muitos na esquerda também têm de acreditar que o processo democrático pode ser apreendido no seu todo por especialistas e só esses poderiam falar sobre o processo.

    Enfim, não compreendem que a democracia é exatamente um processo executado por leigos e que não existe um ser superior ou um especialista que possa dizer para cada caso concreto qual o interesse maior da nação (Ou o interesse nacional de que FHC fala em um dos textos). Assim, todos estamos falando merda, mas que é evidentemente muito melhor do que mentir. Pelo menos na democracia. Em um modelo científico, talvez o falar merda fosse realmente errado.”

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    Então creio que onde não há o conceito definitivo emitido pela ciência, não se pode interditar o debate mesmo que ele seja feito por não especialistas. Aliás no mundo político o debate é feito basicamente por não especialistas.

    E aproveito também para deixar um link para o post “A solidão disfarçada das redes sociais” de quarta-feira, 07/01/2015 às 14:35, aqui no blog de Luis Nassif em que por sugestão de Nickname é trazido a entrevista de Dominique Wolton concedida ao repórter Marcos Flamínio Peres da Folha de S. Paulo. O endereço do post “A solidão disfarçada das redes sociais” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-solidao-disfarcada-das-redes-sociais

    Eu enviei um comentário para Nickname na quarta-feira, 07/01/20158 às 20:00, em que eu deixo outros links que abordam algumas características que a internet está adquirido. Venho de certo modo sempre polarizando e polemizando com as opiniões de Luis Nassif sobre a internet, pois vejo com muita crítica a grande expectativa que se põe na internet. De certo modo faço essa crítica também na expectativa que Luis Nassif punha nas manifestações de junho de 2013.

    A crítica que eu faço a internet não me impossibilita de também ter expectativas. Vejo sempre a possibilidade de se ter milhares de I. F. Stone, um jornalista americano que possuía um jornal semanal e que teve muito destaque nos Estados Unidos com reportagem investigativas de alta qualidade na década de 60 e 70. Talvez assim, os milhares de I. F. Stone possa ter uma participação mais intensa e mais difusa nas sociedades que eles aparecerem do que teve I. F. Stone quando fazia as reportagens investigativas dele naquela época.

    É claro que I. F. Stone não se compara com as legiões de imbecis de que fala Umberto Eco, mas ele também não seria o suprassumo do conhecimento, ou a opinião suprema da autoridade. Enquanto o conhecimento não for definitivo não há como, a menos pela ausência de lógica, desqualificar o argumento do imbecil.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 21/02/2016

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador