A usina de energia solar em Juazeiro

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Desde o início do ano, dois empreendimentos de habitação popular, de Juazeiro (BA), têm funcionado como uma usina de energia solar. O feito se dá a partir da instalação de placas fotovoltaicas nos telhados das casas, produzindo 2,1 quilowatts de energia e garantindo uma renda extra para os moradores.

Os empreendimentos foram feitos com financiamento da Caixa Econômica Federal. De acordo com o gerente nacional de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental da Caixa, Jean Benevides, o projeto de Juazeiro “é a maior usina de energia solar do país”. Benevides apresentou o projeto em seminário, realizado no mês de agosto, “Políticas de Responsabilidade Socioambiental em Instituições Financeiras de Desenvolvimento”.

“Testamos essa inovação e vimos que este modelo dá certo, inclusive com o envolvimento da comunidade local”, disse ele, “a energia gerada é vendida no mercado livre e a receita é dividida com os moradores e com o condomínio”, completou.

O projeto de geração de renda e energia, financiado pelo Fundo Socioambiental Caixa, é apenas uma das ações apresentadas neste seminário pelo gerente da Caixa para o setor, que alia a preocupação com a sustentabilidade em várias áreas com a participação de inovações e negócios sustentáveis, trabalhando o tema da construção sustentável e criando linhas voltadas à eficiência energética e energias sustentáveis.

“Começamos com as compras das máquinas de ATM (caixa automático de autoatendimento e saque de dinheiro). Temos um critério de eficiência energética desses produtos e só ganha a licitação a empresa que fornecer o equipamento com esta preocupação”, explicou ele. E acrescenta que os equipamentos têm vida útil de oito anos cada.

De acordo com Benevides, a Caixa, em parceria com a Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), incentiva as indústrias a obterem licença ambiental. Neste projeto, o banco financia a regularização ambiental dos estabelecimentos comerciais.

As inovações sustentáveis são incentivadas pelo banco em seu setor Socioambiental, criado em 2010, com o objetivo de promover a cidadania e o desenvolvimento sustentável e que detém 2% do lucro líquido do banco.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

13 Comentários

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  1. Que belo projeto

    Fico imaginando se um dia essa energa solar será de fato acessível e comercializável no modelo proposto, isso transformaria absurdamente a condição social do sertão nordestino, seria o começo de outro Brasil, mas por enquanto é apenas algo germinado

  2. Num país com uma incidencia

    Num país com uma incidencia solar que beira os 90%, o uso de geração por placas seria o mais correto e o menos poluente além de ser menos invasivo. Se cada casa tivesse placas para a geração de 500W (cerca de 8 placas) teríamos cidades com geração próxima de uma Jirau!!

  3. A propósito, li um artigo no

    A propósito, li um artigo no 247 sobre Marina, em que ela havia dito que diminuiria o espaço da Caixa Econômica. Nada mais li, e fiquei curiosa para saber o que isso significaria. Se alguém souber dizer, agradeço.

  4. O projeto é interessante. Mas

    O projeto é interessante. Mas não vamos sair já desligando as hidrelétricas, por favor.

    Células fotovoltaicas são muito ineficientes. Normalmente, abaixo de 10%. Também não são baratas. E, obviamente, tem um “pequeno” defeito: só geram energia de dia, quando a iluminação artificial também é desnecessária. Para que a energia esteja disponível durante a noite é necessário utilizar baterias, que usam elementos altamente poluentes e que tem uma vida útil não muito longa, precisando ser substituídas, o que gera custo e envolve a reciclagem do material.

    O Brasil tem um grande potencial hidrelétrico, mas as possibilidades de construção de grandes usinas está chegando ao fim. Entretanto, ainda temos muito potencial para construção de usinas de pequeno porte.

    Eu vejo a geração através de paineis solares como algo complementar e particular, ou seja, que deve ser feito de forma distribuída, em cada casa, aproveitando o espaço disponível no telhado e que atualmente não serve para nada, complementando a energia recebida da rede elétrica e devolvendo energia excedente, quando ela existir.

    Não apostaria minhas fichas em grandes usinas solares. Não creio que sejam viáveis.

    Mesmo os paineis solares “caseiros” não servem para todo mundo. No nordeste, onde existe grande insolação, vale a pena. Na região sul, já nem tanto (e ainda existe o risco ocasionado pelo granizo).

    Também acho muito interessante o uso de coletores solares para aquecimento de água, o que está sendo feito nas casas do programa “Minha Casa, Minha Vida 2”. Não gera energia elétrica, mas ajuda a reduzir o consumo de energia do chuveiro e é bem mais barato e com manutenção bem mais simples.

     

  5. O chamado aquecedor solar

    pode ser visto na grande maioria das novas edificações em Belo Horizonte e também em Minas Gerais. Já existe inclusive na PUCMinas um Departamento especializado em calibrar e certificar os aquecedores solares, além de haver uma vasta indústria destes conjuntos em MG.

    A razão da sua popularidade em Minas é que a distribuição das chuvas favorece: o período mais frio, de maio até setembro é também o período mais seco. Outro motivo é que o maior naco de consumo de energia na conta de luz é causado por chuveiro elétrico / aquecimento de água e pela geladeira, podendo chegar a uma faixa de 30 a 40% da quantidade de energia.

    Imagine diminuindo este naco pela metade, o que pode economizar 15 a 20% da conta de luz!

    O aquecedor solar recebe água fria da caixa dágua e entrega num recipiente mais elevado uma água morna ou quente. Como a água esfria devagar, ainda pode sobrar água quente à noite. Como tem pouquíssimas peças móveis, praticamente não reqeuer manutenção. 

     

    1. Porque Minas perde tempo com
      Porque Minas perde tempo com estas besteiras.
      Estão ao lado do Rio onde são queimados 2.5 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
      Entenda por queimados como jogados fora.

      Mas deixa pra lá. Minas acha que está bem. São o 10 estado mais rico do Brasil.

  6. Esse é o uso certo para

    Esse é o uso certo para tecnologia fotovoltaica. Uso descentralizado, terceirizando os custos de implantação e aproximando a geração do consumo (evita reduzir ainda mais o rendimento).

    Existem excelentes áreas para construção de usinas termossolares no sertão nordestino, inclusive funcionando como indutoras de desenvolvimento industrial.

    Pode haver espaço para  indústria fotovoltaica, mas com destinação ao consumidor residencial e comercial. Aliás, seria ótimo no Centro-Oeste tb, considerando o desenvolvimento agrícola da região e a estrutura de transmissão de energia.

     

     

     

  7. Postei outro dia, microgrids é tendência e IMHO solução

    Obsolêcencia veloz de certos debates

    https://jornalggn.com.br/noticia/brasilianasorg-discute-a-industria-de-aplicativos-no-pais#comment-420313

    Os microgrids, que por sinal caem como uma luva aqui no Brasil, estão na bica de revolucionar e colocar em xeque toda a industria elétrica, tanto na vertente da geração, como na distribuição.

    Vai um artigo sobre o tema do mercado financeiro, que não dorme de toca e sente o cheiro das inovações que irão mudar as empresas como os lobos e os ursos da natureza. O velho espírito animal para se livrar de micos e saborear sardinhas.

    Microgrids Are Coming, and They Could Change the World

    As the cost of solar energy falls and new technologies like energy storage, smart meters, and demand response advance, new opportunities open up, like microgrids, which can create a self contained energy ecosystem. If designed right, microgrids can produce more renewable energy, cause less strain on the grid, and even provide technology that could change energy around the world. 

    What’s a microgrid?
    A microgrid is an electric grid that is much smaller than a city, state, or national grid and contains both generating assets as well as energy demand sources.

    It may contain distributed solar on rooftops, ground mounted wind and solar generation, smart meters, energy storage, and even demand response. The main electric grid would then feed into a central point that would control all points of the system and communicate with the main grid, which would still provide a feed of energy to the microgrid. Below is a graphic from Siemens, a large grid supplier, that shows what a microgrid may look like.

    Source: Siemens. 

    From the grid’s perspective, microgrids could turn hundreds of points of demand (homes) into a single point of demand, simplifying operations and giving more control within the microgrid. In some locations, the microgrid could even operate independently of a central electric grid.

    Solving the grid’s main problem with rooftop solar
    One advantage is that microgrids would alleviate the major problem utilities say they have with rooftop or distributed solar’s intermittent supply to the grid. By dealing with one large point of contact, the microgrid could smooth out demand from the larger grid and even store excess energy produced within the microgrid for use during times when solar energy production may be high.

    If designed correctly, the microgrid could actually improve a utility’s cost structure by reducing the amount of spinning reserves required to pick up when intermittent energy sources, like wind and solar, reduce generation. 

    It may soon be possible to invest in the solar system on your neighbor’s roof. Source: SolarCity.

    So, how does this change the world?
    The revolution of the microgrid will be noticed here in the U.S., but it could also transform impoverished nations with little access to energy worldwide. There are currently 1.3 billion people worldwide who lack power, and most of them live in locations far from a traditional energy plant or electric grid. It’s also often infeasible to build a fossil fuel plant or run transmission lines from the central grid to these locations. So, creating a microgrid with local energy sources is a logical solution.  

    It just so happens that many of these communities in Africa and India are also home to tremendous solar energy potential. If these communities had the ability to build their own grids, produce energy, and store energy, they could improve life immensely. It’s possible the improving economics of solar energy, energy storage, and microgrids could improve the lives of billions of people. 

    Who will play in this market?
    So, who is going to be building microgrids and community energy assets?

    The first two companies I think of are SolarCity and SunPower  . SolarCity is the largest distributed solar installer in the U.S. and has invested in Off-Grid Electric, a Tanzania-based company that provides solar lighting in Africa. It is also developing energy storage to store energy for emergencies within the home that could be transferred to microgrids both here and abroad. 

    SunPower is working with 7 of the top 10 homebuilders in the country and is testing energy storage systems that would be valuable for microgrids as well. It’s also building utility-scale projects in Africa and the Middle East, building out capabilities in places where solar energy potential is highest. Below is a short explanation of SunPower’s energy storage vision. 

    SunPower’s plans for energy storage in the home. Source: SunPower.

    No doubt companies like Siemens and General Electric would be in this market as well, but microgrids would be more line extensions than new growth markets.

    The grid is changing
    As distributed energy becomes more common, and utilities adapt to the new normal, where homeowners can own power-generating assets, we’ll see new opportunities emerge in energy. One concept I think communities will see as attractive is the microgrid. If built properly, they will put the power in the community’s hands and give consumers more control over their energy choices. If that happens, it will be a positive development for the world of energy.

     

    Another energy transformation in the U.S.
    You already know record oil and natural gas production is changing the lives of millions of Americans.

     

  8. Alguem aqui tem dados SÉRIOS

    Alguem aqui tem dados SÉRIOS de qual o investimento energético para produzir placas fotovoltáicas ? O rendimento destas placas  durante a vida útil delas devolve, ao menos, o investimento energético e financeiro ? Ou, sofisticando as perguntas : Onde elas seriam uma alternativa proveitosa e vantajosa em relação ao modelo de produção centralizada ? 

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