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‘Raízes’: avenida Paulista já nasceu com ‘ciclofaixa’
Quando a avenida Paulista foi inaugurada, em 1891, havia três faixas: duas laterais, destinadas a bondes puxados a cavalo, e uma central, para carroças, carruagens e… bicicletas.
Com 12 metros de largura, era a primeira avenida planejada da capital. Foi um projeto inovador para uma São Paulo com cerca de 100 mil habitantes que já se firmava como grande polo de fábricas e centralizava a produção de café do país.
O caráter vanguardista da avenida continuou a se manifestar ao longo da história da cidade. Nas primeiras décadas, sob propriedade dos endinheirados da época, surgiram palacetes dos mais variados estilos -do neoclássico, com cúpulas e colunas, ao “art nouveau”, que usa linhas curvas inspiradas nas formas da natureza.
A mansão de estilo francês de 1935 hoje abriga o centro Casa das Rosas. Foto: Bruno Santos / Folhapress.
“Para a Paulista, mudaram-se inicialmente famílias ricas menos tradicionais, oriundas de diferentes nacionalidades. Cada um levava à arquitetura de suas casas referências de seus países”, explica o especialista em história da arquitetura, José Eduardo Lefèvre.
“Bizarras às vezes, sóbrias demais outras, apoteóticas, exageradas, suaves, confortáveis, as mansões refletiam fantasias e sonhos, de proprietários e arquitetos”, disse o escritor Ignácio de Loyola Brandão, no livro “Paulista Símbolo da Cidade”.
Algumas construções não residenciais se tornaram também importantes para marcar a arquitetura da avenida. O edifício atual do Colégio Rodrigues Alves, por exemplo, na esquina da rua Pamplona, é de 1919, projetado pelo escritório Ramos de Azevedo.
Pionerismo
A Paulista acumulou títulos ao longo dos anos: foi a primeira via asfaltada da capital, em 1909, com material importado da Alemanha, em uma época em que o calçamento era de paralelepípedos. A avenida também recebeu o primeiro hospital particular da cidade, em 1906, o Sanatório Santa Catarina.
Projetado pelo paisagista francês Paul Villon, o parque Trianon, inicialmente chamado de ‘Parque da Avenida’, foi composto por vegetação da Mata Atlântica original, até hoje intacta.
A substituição das mansões e palacetes das primeiras décadas pelos arranha-céus se dá principalmente a partir dos anos 1940. Em 1941, no trecho entre as avenidas Consolação e Angélica, foi erguido o Edifício Anchieta, ainda hoje lá.
Em 1955 é construído o Conjunto Nacional, um dos símbolos da avenida -prédio de uso misto (comercial e residencial), como propõe hoje o novo Plano Diretor.
Dois anos depois, foi erguido o Masp (Museu de Arte de São Paulo), com um projeto sofisticado de Lina Bo Bardi. O vão livre de 74 metros era o maior do mundo na época.
A verticalização, porém, cobrou seu preço. Da centena de antigos e elegantes casarões da avenida, atualmente restam apenas cinco exemplares. Um deles é o casarão do coronel Joaquim de Franco de Mello, que abrigará o Museu da Diversidade.
“Ainda há grandes projetos na Paulista, mas São Paulo é caótica, se reconstrói e a arquitetura da cidade é largamente definida pelo mercado, nem sempre pra melhor”, diz Lefèvre.
Antiga casa do Coronel Joaquim de Franco de Mello, de 1905. Foto: Jax Stumpes.
Veja mais curiosidades históricas sobre São Paulo.
Mazza abandonado
Escondido nos fundos de um estacionamento, está a casa onde nasceu Amácio Mazzaropi, em 1912. Sem nenhuma placa em memória do ator e cineasta, o sobrado pode ser encontrado na rua Vitorino Carmilo, na Santa Cecília. Ele viveu no local apenas até os dois anos de idade, quando se mudou para Taubaté, no interior de SP.
Canteiro aberto
Dentro da Vila Itororó, na Bela Vista, uma nascente do rio Itororó resiste à urbanização e à crise hídrica. “Temos água potável, mais limpa que a da torneira”, brinca o curador Benjamin Seroussi. A construção, que começou a ser edificada em 1922, já foi usada como clube de lazer e cortiço. Hoje, mesmo sem prazo para o fim da reforma, o local está aberto para visitação e recebe atividades culturais.
Só rezando
O hospital Samaritano, em Higienópolis, foi construído em 1894 com verba chinesa, do imigrante José Achao. Ele decidiu financiar o primeiro hospital privado de São Paulo após ter seu tratamento de tuberculose negado na Santa Casa de Misericórdia. Na época, ele fora informado de que só seria atendido caso se convertesse ao cristianismo.
Tourada paulista
Antes dos cinemas chegarem ao centro de São Paulo, touradas e rodeios realizados em plena praça da República eram o divertimento da população. O local, então chamado ‘largo dos Curros’ recebia os espetáculos com frequência no final do século 19, e o público era grande: raras fotografias da época mostram as arquibancadas cheias.
Ismael Pfeifer
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GGN-NASSIF E A CONSOLIDAÇÃO DE POSTS
Atento à filosofia editorial do GGN-NASSIF na busca insana da consolidação de posts, estabeleço a consolidação (e uma suspeita impertinente) que vem a calhar entre dois posts pertinentes aqui agora, num só comments…
“Avenida Paulista já nasceu com espaço para bicicletas“
com
“Refugiados sírios vivem como sem-teto em SP“
e mais a suspeita obscura…
“Brimo Haddad ciclovia espaços da Avenida Paulista para valorizar imóveis dos patrícios queridos do peito…”
domínio do fato suspeito:
Sírios e Libaneses proprietários de residências na Av. Paulista, nos anos de 1917-1930:
Lotaif
Iazigi / Cutait
Camasmie
Buchain
Racy / Rizkallah
Moherdaui / Jorge
Mattar / Mahfuz
Salem
Bussab
Bussab / Soubhia
Abdalla
Dib
Mattar
Daher
Issa
Maluf
Calfat
Suriane / Buchain
Maluhi
Buchain / Calfat / Chohfi / Chohfi
Bacarat / Alasmar
Abdalla / Coury / Dib
Sayeg
Buchain / Buchain
Não foram só os sirio
Não foram só os sirio libaneses, os Matarazzo tambem estavam na Paulista, bem como os Bonfiglioli, assim como familias tradicionais como Horacio Sabino Coimbra, na quadra onde está hoje o Conjunto Nacional, os Thillier, Ernestro de Castro (Casa das Rosas), NUma de Olibeira (banqueiro), a Paulista era uma avenida eclética.
como sempre, AA querela com
como sempre, AA querela com muita propriedade, domínio do fato, fairplay, mas, o meu negócio à vista e com pechincha!
é com os patrícios do seu Nassif!
e a questão humanitária dos desolados desafortunados “brimos” sem-teto migrantes fugidos da guerra civil-religiosa síria e da circunvizinhança bélica sem fim…
Sírios na Avenida Paulista
JC Pompeu,
Meu nome é Luciana. Escrevo para o site spcity.com.br uma série semanal sobre os casarões da Avenida Paulista do início do século passado. Tenho a pretensão de transformar em livro essas histórias das mansões e famílias que moravam na Paulista neste período. Já escrevi sobre 32 casarões.
Estou pesquisando o palacete do Sr. Casmamie e cheguei até aqui. Como você fez uma lista extensa de Sírios e Libaneses proprietários de residências na Av. Paulista, nos anos de 1917-1930, gostaria de perguntar se poderia me fornecer fontes de pesquisa para chegar a informações desses casas?
Jà escrevi sobre Salem, Abdalla, Lotaif, Caltat, Andraus, e agora Camasmie…Todos os outros citados não tenho dados. Se quiser conhecer o que escrevo, segue link: https://spcity.com.br/categoria/sp-antigo-e-moderno/
Antecipadamente agradeço qualquer informação.
Luciana
Nada a ver. Isso foi antes do
Nada a ver. Isso foi antes do automovel, é do tempo dos tilburis e das carruagens, não tem nenhuma relação com hoje e nem serve de referencia a qualquer projeto atual.
Mentira:
O t[ítulo do post
Mentira:
O t[ítulo do post não condiz com realidade.
Talvez nos anos 1930,mas não agora.
Mesmo assim sou a favor da ciclovia, do fechamento do comércio na Paulista( não todos. Só o que prefeito proibiu) e tbm do obseleto e sem palavras Minhocão.
Belíssimo prefeito : Não voteivc. Mas t apoio com unhas e dentes.
Gosto de vc, cara.
Paulista x Teixeira da Silva
Se permitem um adendo: o Colégio Rodrigues Alves fica na esquina da Av. Paulista com a R. Teixeira da Silva.