Cientistas brasileiros e japoneses vão mapear genoma do Peixe-Boi da Amazônia

 

Uma das espécies mais ameaçadas de extinção na região amazônica, o Peixe-Boi vai passar por um inédito processo de mapeamento genético com o objetivo de facilitar o diagnósticos de doenças e permitir maior entendimento dos hábitos alimentares e sociais do animal. Munidos de tais informações, os pesquisadores esperam contribuir para evitar o desaparecimento do mamífero, que sofre com a caça indiscriminada desde o início do Século XX.

O projeto será feito por cientistas brasileiros e japoneses, por meio de parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus – órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) –, e o Centro de Pesquisa de Vida Selvagem (WRC) da Universidade de Kyoto. A parceria entre os países para o sequenciamento genético da espécie foi firmada ano passado e, desde então, ocorre a troca de informações por meio de eventos e intercâmbios entre os pesquisadores.

O trabalho será feito com uso de equipamentos de sequenciamento de DNA da Universidade de Kyoto. A pesquisadora Vera Silva, da Coordenação de Biodiversidade (CBio) e do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), ambos do Inpa, explica que os procedimentos iniciais de coleta ocorreram em Manaus, no laboratório temático de genética do Inpa, onde cientistas japoneses extraíram o DNA que vai ser utilizado para sequenciar o genoma do peixe-boi.

De acordo com cientista, o sequenciamento tem o potencial de acelerar as pesquisas biológicas e biomédicas, permitindo uma completa análise do genoma. “Depois do mapeamento do genoma vamos conseguir ampliar ainda mais o nível de pesquisas e conhecimento sobre a biologia e ecologia do animal no seu ambiente natural, como por exemplo, identificar com mais facilidade doenças, ocorrência de parasitas, hábitos alimentares, entre outros”, afirma.

Vera Silva afirma ainda que outros projetos podem vir a surgir a partir da parceria firmada entre Brasil e Japão. “Temos em vista realizar um grande projeto na Amazônia, com a implementação do Museu Natural (Field Museum), nas áreas de reserva do Inpa, no âmbito de uma cooperação técnica entre o Inpa e a Universidade de Kyoto”.

Redação

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