Futuros de água serão negociados em Wall Street assim como ouro e petróleo, diz Bloomberg

Os contratos serão lançados na Califórnia pelo CME Group, que assegura que esta medida ajudará usuários a administrar melhor a oferta e demanda do recurso.

A água está se juntando a outros ativos como ouro e petróleo, negociados em Wall Street, reforçando receios de que o recurso natural, essencial para a vida, se torne escasso no planeta.

Fazendeiros, municípios e fundos de investimento poderão competir pelo recurso na semana que vem, quando o CME Group Inc. lançar contratos de US$ 1 bilhão (R$ 5,15 bilhões) no estado norte-americano da Califórnia.

Segundo a companhia baseada em Chicago, a fórmula vai ajudar usuários a administrar melhor o risco, além de alinhar o fornecimento e a demanda.

Os contratos, primeiros do tipo nos EUA, foram anunciados em setembro, quando uma onda de calor e incêndios afetavam a costa oeste do país. O objetivo era servir tanto como proteção para os maiores consumidores de água no estado contra grandes aumentos de preço, quanto como indicador de escassez para investidores.

“A mudança climática, a seca, o crescimento populacional e a poluição podem transformar a escassez de água e precificação em assuntos em pauta nos próximos anos”, disse Deane Dray, diretor e analista da RBC Capital, conforme cita a agência Bloomberg. “Vamos certamente observar como estes futuros contratos de água se desenvolvem”.

Os contratos vão ser liquidados financeiramente, em vez da entrega física real da água, e vão se basear no Nasdaq Veles California Waters (NQH20), indicador de referência estabelecido para os preços do recurso no estado.

Protesto contra falta de água diante de árvores secas na Califórnia, EUA
© REUTERS / LUCY NICHOLSON Protesto contra falta de água diante de árvores secas na Califórnia, EUA

O CME Group não identificou possíveis participantes do mercado, porém, salientou que se registrou o interesse de produtores do setor agrícola da Califórnia, agências públicas de água e serviços públicos, assim como investidores institucionais como gestores de ativos e fundos de cobertura.

Redação

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