Possibilidade de racionamento de água preocupa a indústria paulista

Jornal GGN – Apesar de o governo de São Paulo descartar a possibilidade de um racionamento e garantir que os reservatórios vão durar até março de 2015, a indústria paulista demonstra preocupação com o risco de faltar água. Com a incerteza, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) começou a consultar as empresas para verificar se elas estão preparadas para um cenário de desabastecimento ou racionamento.

Os resultados da pesquisa não tranquilizam: 55% das empresas industriais do estado não possuem acesso a fontes alternativas de água. Entre as pequenas o número é ainda pior: 70% não dispõem de outros meios de abastecimento. Apenas as grandes indústrias estão mais bem preparadas e mesmo assim 23% delas não têm fontes alternativas.

Qualquer que seja o porte, a maioria das empresas (67,6%) está preocupada com a possibilidade de um racionamento. Essa afirmação é verdadeira para 68,1% das pequenas, 64,3% das médias e 75% das grandes. Além disso, 64,9% das companhias afirmam que um racionamento teria algum impacto no faturamento.

De acordo com Nelson Pereira dos Reis, diretor do departamento de meio ambiente e vice-presidente da FIESP, nas áreas mais afetadas – na região metropolitana de São Paulo, região do Alto Tietê, Campinas, Jundiaí, Paulínia e Piracicaba – a indústria já está sentindo os efeitos da falta d’água. “Nós já estamos ouvindo relatos de empresas com restrição de água que estão reduzindo a produção, cortando turnos e dispensando pessoal”, afirma.

O executivo explica que os setores mais dependentes de água são: o químico, de papel e celulose e o siderúrgico. Para esses segmentos, uma falta de água pode causar uma redução drástica na produção e até uma paralisação. “Os processos são mais complexos e eles podem levar meses para retomar a produção após uma paralisação. Por isso, nós queremos que no caso de um racionamento haja critérios que levem em conta as necessidades de cada setor”, diz.

Ele garante que na região metropolitana de São Paulo a indústria é responsável por apenas 11% da utilização de água e que nos últimos cinco anos os parques industriais da área conseguiram reduzir o consumo em 50%. “Havia uma defasagem tecnológica. A indústria se modernizou no gerenciamento do uso da água, adotou o reuso e a reciclagem e conseguiu reduzir o consumo”.

Mesmo assim, o vice-presidente da FIESP demonstra preocupação caso não comece a chover a partir de setembro ou outubro, “Precisa chover na época das chuvas, nas cabeceiras dos rios, senão o problema vai se repetir no ano que vem”.  Ele menciona a importância do estado de São Paulo para a indústria nacional, lembrando que o problema, no final das contas, não afeta apenas o Estado. “Na região metropolitana são 40 mil estabelecimentos industriais, na área de Campinas são mais 16 mil. São Paulo representa 40% do PIB industrial do Brasil”.

Opções para a redução do consumo

O diretor da SIAMFESP (Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo), Oduwaldo Álvaro, também vê com cautela a situação hídrica do Estado, mas para ele a crise é oportunidade.

Ele explica que há diversas alternativas que a indústria pode adotar para reduzir o consumo e que as principais são as mais fáceis de ser ignoradas: o uso da água no dia a dia dos funcionários.  

De acordo com Oduwaldo, medidas simples podem ter resultados expressivos. Ele dá como exemplo os chuveiros Pématic que para serem acionados precisam que o usuário fique em cima de um pedal. No momento que a pessoa sai, a água pára. O executivo diz que a economia pode chegar a 70%.

Além disso, ele também aposta na substituição das torneiras – por aquelas com acionamento automático e tempo determinado de fluxo– e das bacias das descargas – por modelos de seis litros, com opção de acionar meia caixa para resíduos líquidos – como maneiras de economizar. Ele também sugere a substituição dos registros por versões que permitam o controle de vazão e de pressão.

Para o executivo, devido à abundância, o Brasil desperdiça muito em todos os segmentos, inclusive o próprio setor de metais não ferrosos, “nós gastamos muita água no processo de cromação”, diz ele, “só recentemente aprendemos que, com o reuso, é possível economizar 90% da água do processo”, explica. “Para isso, a água tem que passar por filtros naturais – de pedra, areia e carvão ativado – e depois por processos químicos, mas vale a pena”, garante.

Redação

18 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Engraçado é que alguns deles

    Engraçado é que alguns deles disseram que se Lula ganhasse as eleições para presidente se mudariam do país.

    Não mudaram, continuaram em São Paulo,

    e agora estão arrumando as malas?

    1. Eu também já ia fazendo um

      Eu também já ia fazendo um comentário, perguntando em quem esses empresários iriam votar.

      Será que eles acreditam que a culpa da falta d’água é de São Pedro?

      Aproveitando, saiu no Tijolaço mais essa “pérola”:

      General Alckmin prepara-se para a “Batalha do Itararé” hídrica. Pegou o Rio Jaguari errado

      Manchete de O Globo hoje, o anúncio de uma “guerra” entre São Paulo e Rio de Janeiro é como a famosa “Batalha de Itararé” de 1932.

      A batalha que não houve.

      Esta, agora, pode render papel pintado e honorários polpudos a advogados, mas água não rende.

      Porque a tal represa que Alckmin mandou deixar de comportas fechadas, a de Igaratá, no Rio Jaguari,  não abastece São Paulo.

      Alckmin pegou o Rio Jaguari errado.

      O rio Jaguari do sistema Cantareira é afluente do rio Piracicaba, enquanto que o rio Jaguari da represa de Igaratá é afluente do rio Paraíba do Sul, que só abastece diretamente de água a cidade de Santa Isabel, com 50 mil habitantes.

      Sua função, mais do que produzir eletricidade, é regular a vazão do Rio Paraíba do Sul.

      É verdade que Alckmin diz que vai levar as águas desta represa para o Atibainha – este, sim, abastece São Paulo – mas isso é duvidoso, complicado e, sobretudo, demorado.

      Porque as duas represas distam cerca de 20 km entre si e, pior, a de Igaratá, de onde Alckmin anuncia que vai tirar a água, fica “apenas” 160 metros acima do reservatório do Atibainha.

      Portanto, além de uma adutora imensa e de túneis sob rocha atravessando o relevo da serra, o General Alckmin precisa mobilizar um valente esquadrão de bombas, para percorrer esta distância a esta altura.

      Não é impossível tecnicamente. Tanto que se bombeia água para abastecer o Rio de Janeiro, na Usina de Santa Cecília, em Barra do Piraí, para cruzar a Serra das Araras. E também em São Paulo, onde as águas do Cantareira são elevadas em 120 metros, para chegarem à cidade.

      Mas, mesmo que fosse a saída técnica – e há imensas controvérsias sobre isso – a obra é para anos, não para meses.

      Além do mais, se Alckmin manda fechar a represa porque ela está muito baixa, como é que pretende tirar dela mais água para São Paulo?

      Vai matar o moribundo?

      Tudo o que Geraldo Alckmin faz nesta crise de água em São Paulo é factóide marqueteiro.

      A ele, algo tem de se reconhecer: é um dos maiores caras-de-pau que este país já conheceu.

      Resta menos  de um palmo de água no reservatório do Atibainha ( exatos 18 cm) antes que a água só possa sair dali pelas bombas de sucção.

      A “Gambiarra 2″ começa a trabalhar amanhã ou depois, enquanto a imprensa dá atenção à Batalha do Itararé.

      Ou da Batalha do Chuchu, como é melhor chamá-la.

      Não tem, como se diz na terra dos meus avós, a menor “sustança”.

      Link: http://tijolaco.com.br/blog/?p=19930

       

  2. A concentração industrial que

    A concentração industrial que até há alguns anos foi favorável, agora começa a mostrar o seu lado negativo. Concentra problemas  rrelacionados à escassez cada vez maior e mão-de-obra e aponta para uma disputa pelos meios de produção que tendem a se esgorar na região escolhida. São Paulo já mostra desde algum tempo ter atingido um nível de saturação bastante alto. Está na hora de algumas empresas de porte pensarem em se deslocar para regiões menos com mais chances de oferecerem vantagens competitivas adequadas aos novos tempos.

  3. Os industriais paulista deram

    Os industriais paulista deram dinheiro para todas as campanhas de Alckmin. Eles também defenderam o governador tucano com unhas e dentes sempre que foi necessário. Apesar disto (ou justamente por causa disto) eles receberam em troca um prejuízo considerável que aumentará bastante até começar o novo período de chuvas no fim do ano. BEM FEITO! Vou rir muito quando estes empresários começarem a falir em decorrência da seca produzida pelo choque de gestão do PSDB.

  4. Torço pela chuve e pelo fim

    Torço pela chuve e pelo fim da seca, os paulistas não merecem sofrer e correrem  o risco de perder os seus empregos (sustento) de sua familias. 

  5. É para acostumarem com a fartura TUCANA

    Onde houver governo do PSDB irresponsável vai fartar alguma coisa. Com FHC fartou luz, fartou emprego, fartou salário, fartou honestidade. Agora novamente a mesma sina. Fartou honestidade no metrô e vai fartar água. São realmente os reis da fartura!

  6. E o pig caladinho

    E o pig caladinho. robson marinho, falta de agua na maior metropole do planeta, 300.000 de candidato a governador de um grande estado,aeroporto, só de vez em qjuando, trensalão, informes da suiça, etc, etc. 

    O pig destroi o…. psdb. Esta blindagem é catastrófica para um partido político, viu tse? Destroi o protegido e agrega a ele o mau carater do protetor, da imprensa bandida. Vide manchetometro. Não vê, tse?

    Ontem o aecio mostrou o despreparo de quem tinha 99% ( o um por cento tá preso) da imprensa apoiando, incondicionalmente,  bandidamente, e só mostrando o que ele deixava. Dá nisso. Deforma o político que até era promissor.

    O pig conseguiu destruir até a itatiaia!

  7.           Sempre que alguém

              Sempre que alguém metido a esclarecido resolve me questionar quando declaro voto na oposição em São Paulo e na situação no Brasil, meu primeiro argumento é o desempenho do governo no que se refere a políticas públicas à médio e longo prazo. Quem tem a maior responsabilidade nesta descalabro é a mesma corja midiática que faz escândalos e manchetes apocalípticas em cima da “possibilidade” de um apagão no setor elétrico, cuja responsabilidade é do governo federal, e simplesmente joga para debaixo do tapete toda a incompetência e o descaso do desgoverno tucano em São Paulo, deixando-o livre para ignorar todos os estudos que apontavam para um colapso no sistema de abastecimento na grande São Paulo desde 2004.

            O reflexo de tal descaso ainda irá aparecer: aguardem para observar o impacto disso não apenas na economia paulista, mas também brasileira. O sr. geraldo alckmin, produto do voto das viúvas do Sr. maluf e demais analfabetos políticos, entra definitivamente para a galeria dos “grandes” governadores do estado de São Paulo, junto com adhemar de barros, o próprio maluf, laudo natel, jânio quadros, quércia e outros ainda menos cotados.  

     

     

  8. receita de coxinha paulista

    pegue uma porção de empáfia e um monte de sentimento de elite,

    cole no seu carro branco um plástico com os dizeres: Fora Dilma e leve o PT junto.

    cultive o seu ódio lendo jabores, rola bosta, a nunes, e outras pigarias e despreze quem pensa diferente.

    leia a óia e descanse vendo o jornal nacional,

    ESTÁ PRONTO !

    agua? para que agua? para fazer coxinha não precisa de agua.

     

  9. 20 anos de empresários e não de governo…

    se considerarmos que 20 anos é tempo mais que suficiente para qualquer governo evitar ou contornar qualquer obstáculo, não resta dúvida alguma

  10. Efeito Cascata

    E o efeito cascata na indústria. Se houver shut-down em determinado segmento, os demais ficarão desabastecidos de produtos e param também. Sem contar a perda de empregos, consequentemente, salários e poder de compra. Vendendo menos, mais crise (des)regada (pois não há água) pela incompetência destes tucanos irresponsáveis.

  11. Ações

    Sr. Oduwaldo, não se esqueça que para fazer as economias que o senhor elenca, a empresa precisa colocar a mão no bolso e isto nem sempre é fácil ou o Sindicato irá subsidiar a compra de chuveiros e torneiras novas?

    O fato é que a irresponsabilidade tucana está estampada para todo o Brasil. Este país não pode mais conviver com políticos desta estirpe que visam unicamente sua auto-promoção e enriquecimento, esquecendo o primordial que é o bem estar da população.

  12. Obras

    Acabei de ler no UOL que uma obra na zona sul de SP deixa 1,2 milhão de pessoas sem água. A estratégia agora é essa. As obras é que estão prejudicando o abastecimento da população. PALHAÇADA

  13. Alckmin começa a abandonar a

    Alckmin começa a abandonar a ( im )postura do governante equilibrado e já se ouvem rosnados de ódio. As ameaças a segurança hídrica do Rio de Janeiro são sinais preocupantes …

  14. Estiagem ‘apressa’ demissão
    Estiagem ‘apressa’ demissão de 4 mil trabalhadores nos canaviais da região A safra deveria se estender até novembro, mas terminará em setembro.Produção cairá até 40% nas lavouras de Piracicaba e cidades vizinhas. http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2014/08/estiagem-apressa-demissao-de-4-mil-trabalhadores-nos-canaviais-da-regiao.html  Retenção de água em Jaguari já comprometeria 26 cidades http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2014/08/12/retencao-de-agua-em-jaguari-ja-comprometeria-26-cidades.htm   E a cana que virou a coqueluche agrícola, dá sinais de sua crise Cidade que vive da cana sente efeitos de crise no setor http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/08/1498540-cidade-que-vive-da-cana-sente-efeitos-de-crise-no-setor.shtml

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador