Jornal GGN – Nesta sexta-feira (31), a Federação Interestadual de Sindicato dos Engenheiros (Fisenge) e o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) realizam o debate SOS Brasil Soberano, onde serão debatidas medidas de retomad do crescimento econômico e de geração de empregos.
Entre os especialista que participam das discussões, estão o economista Marcio Pochmann, o ex-ministro Roberto Amaral, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e o jornalista Luis Nassif.
É possível acompanhar o simpósio através da página do SOS Brasil Soberano no facebook.
Veja a programação completa abaixo:
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Perguntas.
1. Qual a política industrial de Temer?
2. Qual a política agrícola de Temer?
3. Qual a política de relações econômicas com os demais países de Temer?
4. Por qual motivo nenhum jornal e jornalista é claro, objetivo e explícito nestas questões?
São perguntas do melhor jeito criança, simples e que desconcertam (valeu, priminha, pela inspiração).
Empresariado nacional, vanguarda do atraso suicida
“A burguesia nacional é incapaz de identificar e defender os seus próprios interesses”, sustentava não me lembro que corrente de esquerda nos tempos da ditadura militar.
O Nassif escreveu algo semelhante, anteontem: os empresários brasileiros são organicamente incapazes de enxergar um palmo à frente do proprio nariz. Devido à sua ” lógica empresarial”, são reféns de um cálculo imediatista de ganho a curto prazo. Só que esse cálculo significa suicídio garantido para esse mesmo empresariado, a médio prazo:
“O foco central dos empresários é em sua empresa. Analisam decisões políticas, monetárias, cambiais, a partir dos reflexos sobre sua empresa. Faz parte da lógica empresarial.
Não adianta tentar convencê-los de que a melhoria geral dos salários ampliará o mercado de consumo como um todo. Ou que cortes orçamentários aumentarão sua insegurança e de sua família, pois implicará em jogar os mais pobres nos braços da criminalidade. Eles irão avaliar apenas o peso da folha e dos encargos sobre seu faturamento. Não os culpe. Seu papel é esse mesmo, não o de pensar o conjunto da economia.”
Em resumo: quem não deseja (ou não considera viável) a implantação do modelo norte-coreano no Brasil, reze para que um santo qualquer (Ciro Gomes? ou QUEM?) seja capaz de CATEQUIZAR a “burguesia nacional”, ajudando-a a superar o estágio de pré-história para atingir pelo menos o raciocínio de Ford nos EUA – aquele cara, super hiper mega capitalista, que, já na primeira metade do século XX, dizia ser vantajoso pagar bem a seus operários, para que eles pudessem COMPRAR OS CARROS QUE FABRICAVAM NA FORD.
A burguesia brasileira ainda não assimilou o trauma da abolição da escravatura. Aplaude a terceirização irrestrita, que significa na prática uma “flexibilização” da Lei Áurea – enquanto a burguesia inglesa, JÁ NO SECULO XIX, combatia a escravidão no mundo inteiro, a fim de assegurar mercado para os tecidos que produzia.
Nosso empresariado não enxerga a si mesmo como uma classe vendedora de produtos, mas como uma classe compradora – de insumos importados (“abaixo o protecionismo fiscal e cambial!”), de força de trabalho (“abaixo o paternalismo trabalhista!”), de bens de consumo suntuário (“nada de taxação de lucros, heranças, jatinhos e iates!”).
Longe de perceber que o Estado é o único agente indutor de uma economia periférica como a brasileira capaz de alavancar sua expansão, seu mercado e seus lucros, vê nele, Estado, o locus incurável de todo o mal, da corrupção à ineficiência. Adere então à tese do Estado Mínimo, privatização geral e irrestrita, uberização do trabalho etc. Adora a ideia de que a segurança pública seja irrestritamente entregue a milícias, que os pobres e favelados se exterminem entre si (ao invés de melhorar seu poder de compra de modo a consumir os produtos que eles, empresários, produzem), que o meio ambiente seja devastado (afinal, o sonho de todo burguês brasileiro é ir embora do Brasil, mesmo. Que isso aqui vire um deserto e/ou um lixão, que se f…)
É triste. Tem jeito?…