Startups Brasil: governança é ponto crítico

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do Convergência Digital

O governo Dilma está investindo pesado para apoiar as empresas empreendedoras, mas ainda terá um longo trabalho pela frente. Uma das aceleradoras credenciadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) a fazerem parte do programa federal Start Up Brasil, criado para apoiar companhias novatas de tecnologia no país, a Outsource Brazil divulgou nesta segunda-feira (22), uma pesquisa que revela o nível de amadurecimento das startups brasileiras para negócios, gestão e competividade internacional.

A Pesquisa sobre a Maturidade Empresarial das Empresas Brasileiras Nascentes (startups) teve como objetivo retratar o estágio atual de desenvolvimento empresarial em que elas se encontram. O resultado aponta que a maioria delas está amadurecendo, mas que ainda possui muito o que fazer, principalmente em relação à competividade internacional.

Foram ouvidos 105 empreendedores de 92 empresas, de 10 estados brasileiros, entre abril de 2012 e março deste ano, que responderam às questões especificas sobre o estágio de suas empresas nascentes. Foram dez perguntas alocadas nas três dimensões, e cada pergunta ofereceu quatro estágios possíveis de respostas. Cada respondente indicou a alternativa que mais correspondeu à sua visão sobre o atual desenvolvimento empresarial de sua startup.

O resultado geral apresenta um percentual satisfatório de amadurecimento empresarial em geral, como também indica separadamente, em cada dimensão, o grau de maturidade da empresa. Considerando que dentro do modelo de maturidade, uma empresa precisa apresentar um mínimo de 75% de aderência para ser considerada como tendo uma verdadeira tração de mercado e estar em ascensão, a média geral das empresas entrevistadas ficou abaixo, alcançando um total de 63,23 %, considerada uma faixa “em amadurecimento”  

Esta média, em torno de 65%, também se apresentou em cada uma das dimensões de mercado, negócios e pessoas, o que é positivo, pois as empresas brasileiras novatas demonstram que estão alinhadas com as oportunidades de mercado e conseguindo construir ofertas de valor aderentes.

Competividade Internacional

O capítulo da pesquisa sobre Competitividade Internacional das startups teve como objetivo diagnosticar o nível de competitividade internacional destas empresas e identificar em quais ações se deve focar para aumentar a sua capacidade de competir em cenários internacionais. A pesquisa foi aplicada ao mesmo tempo que a pesquisa de Maturidade Empresarial.

No aspecto da Competividade Internacional, a média geral dos entrevistados foi bem baixa, somente atingindo 29,82% do nível total possível de competitividade internacional. Enquanto que a média geral em geração de negócios alcançou 36,76%, a média geral em execução foi bem abaixo com um total de apenas 26 % do total. e a média geral das empresas para pessoas e competências atingiu 28 % do total possível.

Robert Janssen, CEO da Outsource Brazil, avalia que, ao mesmo tempo em que o Brasil vem se destacando no cenário global do empreendedorismo a partir do nível de qualidade e amadurecimento de suas empresas nascentes, fruto do esforço pela qualificação, busca de oportunidades e negócios, apoio de aceleradoras, entre outros fatores, quando o assunto é competividade internacional, elas se mostram ainda muito incipientes. 

“Um dos pontos mais marcantes da pesquisa é o fato de que a maioria das empresas, apesar de demonstrar boa tração de mercado, ainda está muito distante de nível mínimo de competitividade internacional, no qual menos de 30% das empresas apresentaram um modelo de negócio e governança pronto para combater a concorrência internacional ou competir em pé de igualdade em outros mercados”, comenta o executivo.

É certamente ponto de destaque o fato das dimensões Mercado e Negócio, ambas se encontram muito mais próximas da pontuação que as classifica como “em ascensão” do que da pontuação que as identifica como “ainda verdes”, portanto com probabilidades maiores de maturação. No quadro geral das dimensões, a pesquisa da Outsource Brazil apresenta os seguintes cenários:

Em Mercado, o que se destaca é percentual considerável, 65,7 % das empresas brasileiras informarem estar atuando em segmento em expansão, sem líderes consolidados e que conseguem ser competitivos desenvolvendo diferenciais de mercado. Entretanto, 20 % dos entrevistadas possuem processos de inovação estruturados e alinhados com a visão e a estratégia da empresa.

Em Negócio, metade das empresas respondeu que possui um conceito empresarial com aderência à demanda de mercado. E também que as empresas estão bem estruturadas e que seguem com seus planos de expansão por meio de estratégias de construção de canais de vendas e parceiros. Em Pessoas, aproximadamente 60% dos respondentes entendem que sua empresa está bem preparada para tracionar, e que conhece o “roadmap” de competências que serão necessárias para ter uma expansão bem sucedida.

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Lourdes Nassif

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