A análise de Paul Krugman sobre o Brasil

A economia brasileira  não enfrenta problemas graves. A opinião é de Paul Krugman, Prêmio Nobel da Economia, em palestra proferida no evento Diálogos Capitais, da revista Carta Capital.

Periodicamente, os mercados se apaixonaram por alguns grupos de países em desenvolvimento. Depois, desapaixonam.

Foi assim com os países da América Latina no final dos anos 70, com o México no início dos anos 90, com o sudeste da Ásia e a Argentina no final dos anos 90.

A boa notícia, segundo Krugman, é que o Brasil não é mais vulnerável há muito tempo.

Hoje em dia, é menor a exposição em relação ao câmbio, há uma estabilidade inflacionária consolidada e uma política fiscal mais responsável.

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O problema maior é o crescimento persistentemente fraco da economia mundial.

O mundo atravessou o segundo maior desastre da história da economia. O primeiro foi a Grande Depressão, de 1929. Comparando ambos os períodos,  Krugman observou que a que, nos primeiros anos, a queda do PIB per capita foi mais aguda na crise de 1929. A partir do quinto ano, no entanto, proporcionalmente o PIB per capita estava mais alto em 1929 do que em 2007. É certo que nos anos 30 houve a influência do armamentismo da Alemanha e da Itália.

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A maneira otimista com que as autoridades europeias e norte-americanas veem o mundo é paradoxal.

No inverno de 2012, a Europa parecia à beira de um colapso total. O próprio Krugman previu o caos. Ele não veio, graças à firme disposição do Banco Central Europeu de comprar títulos da dívida em qualquer circunstância. Esse comprometimento da União Europeia com a moeda única evitou o caos.

Se evitaram o caos, os bancos não demonstraram dispor de funding parta financiar a recuperação econômica geral.

Agora, a Comissão Europeia está triunfante, diz Krugman, acreditando que a Espanha irá crescer o dobro das previsões iniciais: em vez de 0,5%, um crescimento de 1%. Este é o sucesso, diz Krugman, obtido com custos sociais tremendos.

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A União Europeia anda de lado. Os Estados Unidos, um pouco melhor. O Japão tentando algo inovador, mas não se sabe ainda qual será o resultado.

Não se tem a fórmula do crescimento. Políticas monetárias heterodoxas não lograram trazer de volta o crescimento. Necessitariam da complementação de políticas fiscais, mas  esbarram em dificuldades enormes, na intransigência da Alemanha, na resistência das oposições, como o Partido Republicano nos Estados Unidos.

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E aí se entra na dúvida central.

Segundo Lawrence Summers, nos últimos vinte anos os Estados Unidos enfrentaram as duas maiores bolhas da história: a da tecnologia nos anos 90 e a das hipotecas. No auge das bolhas, havia pleno emprego e inflação controlada. Entre as duas bolhas, prosperidade mediana e, depois, estagnação.

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Na atual fase, as inovações tecnológicas não demandam nem muito emprego nem muito investimento. Quando Steve Jobs morreu, falou-se no grande criador de empregos. Mas ele empregava pouquíssimas pessoas, e nos Estados Unidos ninguém em chão de fábrica.

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Krugman recomenda ao Brasil tirar os olhos do FED e focá-los na China. No caso da Europa e Estados Unidos, acabaram os pesadelos de fim de mundo. Se houver alguma crise em alta velocidade, será na China.

Luis Nassif

38 Comentários

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  1. Ai, ai,o que ele falou foi

    Ai, ai,

    o que ele falou foi em confrontação evidente – ele é um ricardiano, antes de ser um keynesiano – com as “políticas” reacionárias que levaram à crise que ainda está aí pra todo mundo ver. O exemplo de Portugal não foi ocioso nem retórico.

    O Brasil tem que olhar mais pra dentro. O aumentão do emprego assim que o cambio deu uma chance é mais que evidência de que as pessoas estão vendo, sim, noticiário, mas têm o pé no chão e sabem que tem gente querendo comprar; que tem dinheiro na praça.

    Os amantes da desigualdade é que não sabem o que vai ser no dia seguinte.

    Você está ouvindo muito o Delfim, Nassif.

  2. os últimos resultados

    os últimos resultados econômicos – principalmente o aumento do emprego –  demonstram que a economia segue firme como seguiu nos últimos doze anos…pós-fhc,né….

    espero que siga assim até 2018, na volta do lula…

    piração,sonho ou esperar prá ver?

  3. FÓRMULAS

    Concentração de renda é bom prá quem cara pálida?

    distribuição de renda = aumento de consumo interno.

    distribuição de renda = programas sociais = bolsa família.

     

    Tudo o que os donos do capital não querem = distribuição de renda. 

     

    Representantes do capital no BRASIL = PSDB = DEM;

  4. Não falou o que esperavam dele…
    Este Economista renomado nao sabe o quanto lhe odiaram, por não tecer criticas ao governo do PT.

  5. A Velha Mídia e a catástrofe que bate à nossa porta

    Devo estar em outro mundo! Assistindo e lendo os noticiários da Velha Mídia tenho a impressão que não temos mais esperança de salvar a nossa economia. Estamos indo inexoravelmente para o buraco… Só o Neoliberalismo e seus patriotas banqueiros nos salvarão da bancarrota… Apoiemos sem restrições os Dudus traíras, Marinas e todos os Aécios e boquirrotos que aparecerem por aí! Com Dilma não teremos salvação… He! He! He!

  6. “Periodicamente, os mercados

    “Periodicamente, os mercados se apaixonaram por alguns grupos de países em desenvolvimento. Depois, desapaixonam.

    Foi assim com os países da América Latina no final dos anos 70, com o México no início dos anos 90, com o sudeste da Ásia e a Argentina no final dos anos 90″:

    Que coincidencia, na mesma epoca todos esses paises viraram fabricas de favelas, todos tiveram crises economicas horrendas, e todo mundo passou fome.

    1. O mercado é igual a um

      O mercado é igual a um vírus…

       

      Se apaixona por um grupo de países que começam a ficar saúdaveis para entar como um parasita e perder a paixão após sugar até a última gota, deixando esse grupo de países com todas as mazelas provocadas pela exploração.

       

      O mais incrível que tudo isso é amplamente aceitável, e aí de quem criticar!

       

       

  7. Contradições .

    Tudo bem , mas o Brasil precisa Explicar como consegue que , se Crie cada vez MAIS Empregos e o PIB não cresça , como a RENDA DO TRABALHADOR  aumenta se a Produtividade Não   porque a Inflação se estabiliza em 5,6% e não em Menos e porque a Dilma quer o PMDB  por mais tempo de TV se não sabe falar e quando fala ninguem entende ?.

  8. Poxa até que em fim alguém

    Poxa até que em fim alguém não disse que o Brasil é ex- 4a economia do mundo.

    Abra o jornal, a Exame, a É poca, o Valor , os programas da Globo de economia e os trocentos outros informantes e tenha a sensação de vivermos no pior país do mundo – o câmbio é uma M…, a inflação só não estourou por que a Dilama deu dinheiro para as distribuidoras de energia elétrica( mas em 2015, depois das eleições a inflação vai disparar…), o sistema eletrico está um caos , vai parar tudo ( por mais que os do setor digam ao contário há uns trés anos);  a Petrobras tá falida desde que o PT entrou no governo; a Petrobras é que banca o PAC por isso está falida…..blá bla’, blá…

    Até o Delfin,  consultor do governo, para ficar bem com os seus pares, politicamente manda críticas pontuais que estiimulam os do caos a manterem suas opiniões ácidas. Para acalmar e conclamar os empresários ( que só investiam na CHINA e no mercado financeiro) a voltarem a investir no POVO brasileitro, dentro da sua autoridade bem que poderia dizer que a economia está muito bem, sem senões significativos, que o mundo está confuso e que o Brasil vem ganhando o jogo e para continuar assim, todos nós, devemos jogar no mesmo time.

     

    Precisou um economista de fora para nos dizer o que todos falam da boca para fora: ‘não existem fórmulas prontas na economia”. O próprio conceito rígido que a inflação só existe por falta de produção é questionadíssima. Dias atrás um comentário do blog sugeria que os preços do combústível nos EUA não entram no cálculo da inflação e outros produtos com variações anormais rambém estão fora dos índices- por isso as ecomias americana e de outros países que seguem esta mmetodologia são baixos. 

    Por que os grandes economistas brasileiros não propõem uma metodologia semelhante? Que um ataque americano na Síria, por conta do petróleo, vai aumentar o pãozinho do brasileitro? Por que o tomate da Ana Braga, de tão caro para virar jóia de pescoço, vai contaminar os indíces econômicos e aumentar o preço do aluguel? Ou será que os economistas não querem isto, pois assim as rentabilidades das aplicações financeiras vão minguar ? E aí, seria melhor arregaçar as mangas e investir na produição e dar mais trabalho e grana para o povão ?

    O Brasil precisa de trabalho e não de dinheiro especulativo de bolsas, de Gáveas e Bachas,  não precisa de mercados futuros dos futuros e mais a frente – tudo isto está mais para jogo de pôquer, que só alguns mandrakes sabem jogar e ganham em cima dos otários que se acham os tais.

     

  9. A Folha, com sua manchete de

    A Folha, com sua manchete de capa de ontem “Arena que abre a Copa será entregue inacabada à Fifa” mostra o quanto está preocupada com o bem estar do povo brasileiro. Num dia em que a única manchete possível seria “Brasil cria em Fevereiro 266.000 novos empregos”, prefere provocar a turminha do “Não vai ter Copa” a continuar o barulho. Mas a insanidade da Folha não ficou na manchete principal… na mesma capa os outros destaques:

     

    – Governo Dilma ignora dívida de até R$ 15 bi com o setor elétrico

    – Promotoria quer presos do mensalão em presídio federal

    – PF prendeu réu do mensalão em ação contra lavar dinheiro

    Ah… e teve também uma notinha simpática ao nosso Governador do Estado de SP:

    – Água profunda do Cantareira pode abastecer SP por 4 meses

     

    Falar o que? É possível imaginar-se um jornalismo mais cretino do que esse? Até onde irá a insanidade do Dr. Otavinho na sua “missão” de afundar o PT e ressuscitar o PSDB em São Paulo? O que os (poucos) jornalistas que ainda habitam a redação deste agonizante Jornal pensam? Que tristeza…

    1. FOLHA

      EsSa do setor elétrico,  de que devemos PAGAR uma super-hidrelétrica (12 A 15 BILHÕES) por terem usado algum dias energia de termoelétricas,  se PREPARA PARA SER MAIS UM ASSALTO AOS COFRES PÚBLICOS.  E com apoio e assinatura da “justissa”.

       

  10. Sabe de nada, inocente !
    Quem

    Sabe de nada, inocente !

    Quem entende de economia brasileira é a Mirian Leitão, ordinária prêmio Globel de Economia Catastrófica.

     

  11. parabéns pela reportagem, até

    parabéns pela reportagem, até que enfim alguém mostra o que todos nós vemos no dia a dia.

    Temos pontos a melhorar economicamente, mas a economia está bem sim, esta reportagem junto com o anuncio do crescimento “supreendente” no 1º trimestre mais a “surpreendente” criação de 200 mil empregos mostram que a politica economica não está tão equivocada assim e que o arautos do “quanto pior melhor” estão tentando fazer um terror neste país! 

  12. ANÁLISE DE PAUL KRUGMAN

    Esse e outros economistas deviam sair às ruas das principais capitais do país para verem se o que vislumbram do país é procedente. O que vemos é filas de pessoas a procura de, ao menos, um sub-emprego; evasão escolar por falta de segurança nas ruas e bairros; vai e vem de doentes abarrotando hospitais, quando não morrem pelos corredores dos mesmos; NOSSA ECONOMIA É DE VIDRO! O governo criou uma legião de escravos do assistencialismo eleitoreiro. Esse país pode produzir muito e crescer mais ainda. Mas com essa maneira ganaciosa de governar não veremos isso.

  13.  
    Os urubólogos da imprensa

     

    Os urubólogos da imprensa brasileira devem estar horrorizados. Onde já se viu… Um Nobel de economia gringo ter a ousadia de vir ao Brasil desdizer tudo que eles tem dito. Ha, ha, ha… Estes analistas econômicos brasileiros não são apenas ridículos, são risíveis. 

  14. QUE PAIS ELE VIU?

    Descer do avião, ficar em hotel cinco estrelas, dar a palestra e ir embora é fácil. Manda ele visitar um hospital público, ir no supermercado, fazer um teste de conhecimento com os nossos estudandes de qualquer nível escolar, andar à noite pelas ruas, enfim, manda ele conhecer o verdadeiro Brasil que vivemos e depois pergunte o que ele achou.  Assim até eu…

    1. Brasil de HOJE

      Não sei onde você mora. Aqui no Brasil, ha DEZ anos atrás, esses problemas que você cita, ERAM DEZ ou VINTE vezes piores. Pergunte aos amigos e parentes, aos empresários, aos usuáriosdo SUS, e, principalmente ao POVO.

    2. Onde assino?

      Você escreveu o texto que eu queria escrever! Então, pergunto: Onde assino? // Outra coisa, a Carta Capital contrata o cara e queriam o quê? Que ele dissesse que o país não está bem? Francamente!!! Ah, tem gente que acha que nossa educação tá melhorando a qualidade? Onde? Continuamos na rabeira dos 50 e tantos países que que fazem o Pisa. Cadê a melhoria na qualidade???

      1.   Cuma??? O PAUL KRUGMAN fala

          Cuma??? O PAUL KRUGMAN fala bem do país só para defender uns tostões para a… Carta Capital?

          O mundo coxinha realmente é muito interessante. Parece que se nos EUA há o Tea Party, aqui há massa crítica para um Grupo do Café.

  15. De olho na China, sim!

    No comentário, diz-se para ficar de “olho na China”. Concordo plenamente! E, para isto, dou um testemunho próprio: busquei insumos para minha empresa, como “todo mundo”, no mercado chinês, pensando que só assim conseguiria sobreviver à concorrência. Após alguns meses e muita pesquisa, verifiquei que podia encontrar, como encontrei, todos os meus insumos aqui mesmo, no Brasil, a preços até abaixo da China, com vantagens imbatíveis: melhor qualidade, menor prazo de entrega, quantidade negociáveis, possibilidade de reclamar a qualidade no ato, com devolução e substituição em prazo curto, possibilidade de reclamação na justiça, rapidez na reprogramação de entrega, mudanças mais ágeis nos produtos, etc., etc., além dos evidentes benefícios de garantir empregos “aqui em casa”. Ou seja, a China, ao que que parece, está começando a perder terreno, pelo menos aqui dentro do Brasil. Se esta situação se configurar irreversível, muitos investidores verde-amarelos, que apostaram nos amarelos, podem ficar “amarelados”. Que esta situação seja um alerta para que qualquer crise que ocorra na China não venha a levar o Brasil junto. Se bem vigiada, uma possível crise na China pode até ser benéfica, pelo menos para alguns setores.

    1. Economida globidiotizada

      Também acho. A “turma” dos economistas “globidiotas” deve ficar se moendo por notarem sua imbecilidade.

       

  16. Apesar da segunda maior crise econômica do mundo…


    Conforme disse o Nobel de economia aí de cima, estamos vivendo a segunda maior crise econômica do mundo e, apesar disso, o Brasil tem seu desemprego no índice mais baixo da História recente; o trabalhador tem tido ganho salarial anualmente; os aposentados, como eu, não precisamos mais sair às ruas, sob sol escaldante, p/ implorar melhores condições de vida; milhares de jovens pobres estão indo p/ a universidade; a mortalidade infantil recuou a índices nunca dantes navegados;  a escolaridade básica vem aumentando muito em quantidade e qualidade; as prefeituras estão ganhando equipamentos, alguns dos quais, nunca puderam comprar antes, etc, etc, etc. Isso basta p/ revelar o que é essa “imprensa”, como sabemos, sempre a serviço da elite econômica egoísta e preconceituosa, brasileira ou não. 

    1. Vs. está satisfeito como

      Vs. está satisfeito como aposentado? Confesso que é a primeira vez que ouço tal comentário!

      O Lulla prometeu e não cumpriu uma melhora de proventos aos aposentados! A atual ditadora também prometeu e não cumpriu ( aliás, não cumpriu NADA do que prometeu, e o sr está satisfeito com tudo..) Francamente o sr. sofreu lavagem cerebral dos petralhas ou é um deles?

    2. Laurindo
      Planejar a vida é

      Laurindo

      Planejar a vida é muito importante

      Recebo do INSS, praticamente o teto, mesmo após 9 anos de aposentadoria.

      Muitos gostariam de ganhar mais. Mas as regras são claríssimas, mesmo considerando o fator previdenciário do FHC. Basta cumpri-las, para receber o teto de R$4.390,24.

      Os ganhos adicionais podem ser obtidos por aplicações, em VGBL, BGBL ou outro tipo de poupança durante sua fase laboral.

      Nada cai do céu neste nosso regime capitalista.

  17. Economistas globidiotas

    Realmente os “contratados ” da globo deves estar se moendo de raiva. Tanto trabalho diáriamente para “achar” problemas na economia Brasileira e aí vem um cara do país imperial e desmancha tudo. Sacanagem …

     

  18. Engraçado como a midia mostra
    Engraçado como a midia mostra o que lhe convém, esse Krugman preveu a crise das hipotecas nos EUA,e a midia americana deu pouca importancia na epoca,da mesma forma quando esse nobel de economia elogia o brasil e a globo e outras emissoras e jornais impressos nao mostram. Ridiculo

  19. Perfeita análise Nassif.
    Os

    Perfeita análise Nassif.

    Os que querem o caos culpam este governo pela centenária baixa qualidade em Saude, Educação e Transporte.

    E, num mundo onde 1% será ótimo para a Espanha, querem o Brasil crescendo 5 ou 6% mesmo se a China se apresentar em redução, como agora.

    Se continuar assim, em julho teremos muitos comentaristas chutando com a própria sombra!!!

     

     

     

     

  20. Até o que ele disse é fato ….o problema é ao longo prazo

    Concordo com tudo que ele disse , mas …e as contas publicas … a inflada folha de pagamento que só cresce , e engessa , e fica concretada , impossivel de ser tirada nos moldes democraticos no futuro …industria perdendo competividade cada vez mais … nao formamos mais mao de obras qualificadas , temos que importar , assim como os insumos os quais exportamos apenas as materias primas , há um preco … minimo , onde esta a vantagem competitiva ?? O Brasil era conhecido como donos das maiores reservas de agua …e ?? talvez nao tenha para a Copa …petroleo desde que me formei em Economia em 2003 eramos autosuficientes cerca de 92% e …hoje … nao deram sequencia…ficaram se gabando das noticias e nada fizeram , acho que o ponto claro é que toda acao politica , economica e fiscal , demoram no minimo uns 5 anos para serem percebidas ….sentidas entao…

  21. Aparentemente, poucos se

    Aparentemente, poucos se interessaram em desenhar cenários para uma “crise em alta velocidade” na China. Se a China quebrar, acredito que teremos “alguma” dificuldade. A médio prazo talvez ocorra uma oportunidade interna de reindustrialização. Contudo, o cenário Império Americano em crise cíclica, força secundária do sistema Comunidade Européia estagnada, Rússia administrando sua geopolítica, Império em formação China em crise, a mim sugere o desmonte do sistema Globalização. Estaríamos entrando em um refluxo, onde o local ganha maior importância?

  22. De fato Krugman está certo

    Não teremos o fim do mundo. E o Brasil, com a normalização da situação externa, deve crescer mais. O perigo é a redução do crescimento chinês. Aliás em 2013 o crescimento do PIB brasileiro comparado com economias similares (países de renda média) foi maior que a média.

    Porém isso não exime o governo Dilma do erros cometidos em 2011, que afetaram negativamente o crescimento em 2011 e 2012.

    O governo decidiu em 2011 fazer uma consolidação fiscal o que na prática se trasformou em redução do investimento.

    A lógica do governo era que esta consolidação permitiria ao banco central reduzir a taxa de juros e abriria espaço para uma série de desonerações. Com isso teríamos a correção de dois preços básicos da economia: o câmbio e o custo do capital. As desonerações e a consolidação impediriam que o ajuste do cambio se refletisse nos preços.

    A estratégia em teoria resultaria em crescimento com controle da inflação.

    A inflação de fato não saiu do controle mesmo considerando o represamento artificial dos preços da energia elétrica e dos combustíveis. 

    O crescimento por sua fez foi pífio. As demais economias de renda média mantiveram uma taxa de crescimento do PIB muito mais acelerada. O governo esperava que o crescimento da demanda através do crescimento da massa sarial puxasse o crescimento econômico pois a desvalorização e a redução de custos provocada pelas de desonerações deveriam dar o acesso desta demanda às empresas nacionais. E a redução do custo do capital mudaria a lógica da acumulação do capital desviando-os da lógica financista para uma lógica produtiva. O crescimento do PIB se refletiria na arrecadação pública e o governo poderia manter o crescimento das despesas correntes.

    Porém não foi isso que aconteceu.

    A desvalorição foi muito tímida. Enquanto o Brasil necessitava de uma desvalorização da ordem de 80% a 100%, o governo só pode entregar 40% a 50%. Além disso demora-se um tempo até que as empresas se reorganizem para lidarem com essa mudança de preços relativos. E o baixo crescimento externo provocado por uma série de problemas acirrou a competição pelos mercados mundiais. Com a consolidação fiscal, a unica força que puxava o crescimento do PIB foi retirada. Assim houve a falha do governo de alanvancar o crescimento.

    O governo tentou reagir a isso com uma agenda de concessões que deveria alanvancar o investimento em infraestrutura (com capital privado) e reduzir o custo Brasil.

    Porém a agenda de concessões atrasou devido a um imbróglio relacionado a tentativa do governo de manter a taxa de retorno dos projetos em um patamar muito baixo, uma vez que o próprio mercado não considerava que a redução do custo de capital fosse permamente.

    Isso associado a uma série de decisões autocráticas do governo Dilma relacionados ao setor elétrico levou a uma descofiança cada vez maior do empresariado e, consequentemente, a uma maior percepção de risco. Isso associado a uma redução da receitas financeiras devido a redução das taxas de juros levou o empresariado nacional a utilizar as desonerações para aumentar sua margem de lucro e a adiar seus projetos de investimento.

    Com isso o crescimento continuou baixo.

     

    Isso levou a deterioração RELATIVA das contas públicas e a uma dificuldade crescente do governo de cumprir com as metas de superávit. Isso levou ao uso da chamada contabilidade criativa.

    O que levou a uma desconfiança ainda maior do mercado e a uma maior percepção de risco.

    Além disso a resilência para baixo da inflação (devido a uma inércia ainda significativa e a diversos choques de custos) também incomoda a sociedade.

    Essa conjuntura forçou o governo a mudar. A postura de enfrentamento do mercado abrandou e o banco central foi liberado para agir contra a inflação, que apesar de não ser de demanda, poderia ser controlada por ela. E o governo desistiu de reduzir a taxa de retorno dos projetos o que deslanchou as concessões.

    Além disso o governo tenta manter a disciplina fiscal sem afetar os gastos sociais.

    Essa estratégia irá funcionar? É possível que a taxa de crescimento brasileira aumente mas muito dificilmente passará de 3,5% na média nos próximos anos. Isso porque retornar a um padrão de política anterior não garante acesso a demanda doméstica às indústria nacionais. Sem crescimento indústrial não será possível acelerar o crescimento para níveis que permitam um cach-up efetivo.

    Uma estratégia de crecimento voltado para o crescimento industrial envolve uma maior desvalorização do cambio, uma flaxibilização da política monetária, uma política de salário mínimo que mantenha a atual proporção em relação ao salário médio e a uma mudança tributária que permita reduzir impostos indiretos (desonerando a produção) e aumentar impostos diretos para a camada mais rica da população (reduzindo a desigualdade).

    Em relação ao investimento em infraestrutura o governo pode continuar com as concessões mas estas não substituem o investimento direto do governo que deve ser viabilizado via uma política fiscal que reduza o crescimento dos gastos corrente e acelere o crescimento dos investimentos.

    É triste pensar que esse mesmo ajuste poderia ser feito a três anos atrás e não foi feito. E poderia ser feito hj e continua sem ser feito.

     

     

    1. Não teremos o fim do mundo. E

      Não teremos o fim do mundo. E o Brasil, com a normalização da situação externa, deve crescer mais. O perigo é a redução do crescimento chinês. Aliás em 2013 o crescimento do PIB brasileiro comparado com economias similares (países de renda média) foi maior que a média.

      ——————————

      Permita-me:

      Não teremos o estopim do fim de festa do mundo, todos estarão bêbedos e caídos. E o Brasil, com a linda normalista da situação do sisterna, deve soltar menos gazes. O perigo é a redução com refluxo aziático e a azia do endurecimento chinês. Aliás, em 2013, o crescimento do PIPí brasileiro, comparado com pipís similares, foi maior do que a média… ( e por aí vai…)

  23. BELEZA!

    “A boa notícia, segundo Krugman, é que o Brasil não é mais vulnerável há muito tempo.”

    Então fica combinado, se a China não espirrar, como somos invulneráveis, não teremos inflação e o nível de desemprego continuará baixo.Lembrando a guerra de Tróia, o nosso calcanhar de Aquiles é o grande país asiático.Para aqueles que  acreditam qiue a história não se repete , nenhuma flecha mortal nos atingirá.

  24. Paul Krugman analisa e vê com otimismo economia brasileira

    É certo que Krugman, bem fundamentado, desconstrói o chatíssimo discurso, que já pela manhã, para aqueles que se disponham, tem início com o Mau Dia Brasil;  um Chico Pinheiro, em sinecura fortificada, ladeado por uma repórter insossa e enquadradamente empostada. A Míriam – aquela mesma que garantira a seu patrão, à época ainda vivo, que FHC jamais desvalorizaria o REAL, sequer mencionou a intervenção do prêmio Nobel, mas constrangida, já percebe o chão lhe fugir sob os pés.  A seguir somos brindados com Alexandre Maluf Garcia e seus brilhantes comentários, que, jamais apontam o passado como aquele que constrói o presente, com todas as suas mazelas. Ele nunca cita os verdadeiros responsáveis. No plano internacional, a aparição de Renato Machado, nada favorável à W.Putin, intensifica-se quando êle chama a filha do Pedro Malan, puxando aquele S reconhecidamente carioca, para nos informar sobre o que se passa na Criméia e na Ucrânia, diretamente de Londres. Um jornalismo pra Ingles ver. Não vai aos acontecimentos. É postiço e distorcido, profundamente parcial. Vida que segue, bate o desespero, pois nada deterá a reeleição da Presidenta, que , então, terá legitimidade suficiente, para mais uma vez propor o que ela já o fizera mais sensatamente : através Plebiscito uma Constituinte exclusiva e Soberana para reformar profundamente nosso caduco e obsoleto sistema político eleitoral, vide agora mesmo Eduardo Cunha, regulado, então, por quarentena longa na vedação eleitoral àqueles que dela participarem. Aí, efetivamente, ela tem grandes chances de fazer reformas autênticas no sentido do aprimoramento daquilo que pode vir a se denominar Democracia. Em suma, nós , não importa o quanto demoremos a fazê-lo, devemos perseguir o Estado do Bem Estar Social, vigente ainda hoje nos países nórdicos, na escandinávia. Não é uma Utopia, é possível vencer o rentismo parasita e o Neoliberalismo insidioso e entreguista.  

  25. economia
    A Economia Brasileira Deve Estar Muito Bem Mesmo, Não à Toa Que Em Alguns Dias milhões De Reais Sao Arrecadados Para Pagar Multas De Bandidos Condemados.Só Gente Boa.

  26. Post bom assim falo de outras coisas

     

    Luis Nassif,

    Gosto muito de Paul Krugman e várias vezes vim até este post “A análise de Paul Krugman sobre o Brasil” de quarta-feira, 19/03/2014 às 00:00 para ver uma ou outra informação que eu pudesse trazer aqui. Seu post estava completo e escrito com atenção não havia nem mesmo pequenos equívocos que tão frequentemente tenho visto nos seus escritos.

    Bem, parodiando o lobo mau diante do cordeiro, não há equívocos neste, mas há em outros. E foi até pelo post ruim que você escreveu sobre um debate ocorrido entre Paul Krugman e Antônio Delfim Netto, em evento organizado pela Carta Capital, o motivo para eu deixar de lado este post “A análise de Paul Krugman sobre o Brasil” e mais focar no post “A guerra cambial, segundo Krugman e Delfim” de quarta-feira, 19/03/2014 às 09:43, aqui no seu blog com a descrição que você faz do debate entre Paul Krugman e Antonio Delfim Netto. O endereço do post “A guerra cambial, segundo Krugman e Delfim” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-guerra-cambial-segundo-krugman-e-delfim

    No post “A guerra cambial, segundo Krugman e Delfim” você transmite uma possível discussão entre Paul Krugman e Antonio Delfim Netto que me pareceu pouco verossímil. Os dois parágrafos em que você expõe a divergência são os seguintes:

    “Delfim atribuiu a recente crítica do FED (o Banco Central norte-americano) ao Brasil como represália pelo fato de Mantega ter exposto o que, segundo Delfim, seria uma estratégia oculta da política de redução do afrouxamento monetário dos EUA. Com menos dólares, o FED pretenderia aumentar os juros básicos da economia para atrair mais dólares e desvalorizar sua moeda, aumentando a competitividade da economia.

    Krugman rebateu, inicialmente, a tese de que o afrouxamento quantitativo da moeda teria sido uma estratégia deliberada para reduzir os juros. “A Europa não fez afrouxamento monetário nenhum, mesmo assim suas taxas de juros estão abaixo ainda que a dos EUA. Prova que juros baixos não são resultado da política monetária”, rebateu ele”.

    Bem, não creio que Antonio Delfim Netto tenha exposto o que em um parágrafo anterior você chamou de tese de Guido Mantega da forma como está no primeiro parágrafo transcrito. Nem creio que Antônio Delfim Netto tenha dito que “o FED pretenderia aumentar os juros básicos da economia para atrair mais dólares e desvalorizar sua moeda, aumentando a competitividade da economia”. Ora se o FED aumentar os juros, a moeda americana iria valorizar e não desvalorizar como você escrevera.

    Em razão dessa pouca verossimilhança do que Antonio Delfim Netto provavelmente falara e o que você escrevera eu fiz um comentário junto a um comentário do comentarista denominado Assustado e que fora enviado quinta-feira, 20/03/2014 às 15:14. Para Assustado, a discussão que você transmitira evidenciava um Antonio Delfim Netto gagá. Não especifiquei o que você dissera de modo equivocado, mas deixei claro que para mim houve mais falha sua ao descrever a discussão. E é uma pena porque não há nenhuma revisão de texto, nenhuma admissão de erro ou qualquer correção possível que ajudaria a tornar o blog como fonte de citação.

    No meu comentário para Assustado eu indico alguns links que podiam mostrar que seu texto estava um tanto incoerente com o que pensa um economista e com o que pensa este economista se ele for Antonio Delfim Netto. Deixo agora a indicação de duas matérias que também não trazem indícios de ter havido uma discussão como a que você fala. A primeira é a matéria disponível no site do jornal O Valor Econômico e publicada terça-feira, 18/03/2014 às 14p7 com o título de “Cenário energético ruim reduz disposição de investimento, diz Delfim”, de autoria de Flavia Lima e que pode ser vista no seguinte endereço:

    http://www.valor.com.br/brasil/3484108/cenario-energetico-ruim-reduz-disposicao-de-investimento-diz-delfim#ixzz2wzbckiY7

    A data da publicação da matéria é anterior a data do seu post “A guerra cambial, segundo Krugman e Delfim” o que não me dá garantia de que se trata da mesma discussão.

    E a segunda matéria, também com data de terça-feira, 18/03/2014 às 12:36, e portanto, anterior ao seu post, foi intitulada “Para Krugman e Delfim, Brasil não está tão vulnerável assim”, sendo de autoria de João Pedro Caleiro e pode ser vista no site da revista Exame no seguinte endereço:

    http://exame.abril.com.br/economia/noticias/para-krugman-e-delfim-brasil-nao-esta-tao-vulneravel

    No texto da matéria na revista exame “Para Krugman e Delfim, Brasil não está tão vulnerável assim” há a informação de que as declarações de Paul Krugman foram feitas no Fórum Brasil promovido pela revista Carta Capital em São Paulo.

    Bem, quanto a este post “A análise de Paul Krugman sobre o Brasil”, além dos links que eu já indiquei que, embora se refiram ao questionamento em relação ao seu post “A guerra cambial, segundo Krugman e Delfim”, são bastantes pertinentes aqui, faço indicação de links relacionados a duas referências sua na fala de Paul Krugman.

    Você fala no início que Paul Krugman previu o caos para a Europa e o caos não veio. Sobre a crise na Europa e as previsões de Paul Krugman, eu faço a indicação de dois posts no blog de Alexandre Schwartsman. Um post é “GOL contra” de quarta-feira, 05/06/2013, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://maovisivel.blogspot.com.br/2013/06/gol-contra.html

    Quase no final do post há um comentário enviado quinta-feira, 06/06/23013 às 23:46 para o comentarista João Paulo Rodrigues em que eu faço menção a uma crítica de Paul Krugman à política de campeões nacionais e além disso faço a indicação do post “Paladinos da estagflação” de quarta-feira, 22/05/2013, também no blog de Alexandre Schwartsman. O endereço do post “Paladinos da estagflação” é:

    http://maovisivel.blogspot.com.br/2013/05/paladinos-da-estagflacao.html

    E no post “Paladinos da estagflação” há um comentário meu enviado sexta-feira, 31/05/2013 às 15:38, em que faço indicações de discussões de Paul Krugman sobre o futuro do Euro tendo como referência uma indicação de um comentarista a uma crítica do economista português Miguel Beleza a Paul Krugman.

    Quanto a sua referência a fala de Paul Krugman sobre o risco para o Brasil que a China representa eu gostaria de indicar três posts no blog de Paul Krugman. O primeiro é “China’s Ponzi Bicycle Is Running Into A Brick Wall” de sexta-feira, 19/07/2013 às 09:26am e pode ser visto no seguinte endereço:

    http://krugman.blogs.nytimes.com/2013/07/19/chinas-ponzi-bicycle-is-running-into-a-brick-wall/

    O segundo post é “Red Spreads” de quarta-feira, 26/02/2014 às 08:21. A observar que Paul Krugman usa Red Spreads como analogia ao TED Spread (TED é um acrônimo de T-Bill (títulos do tesouro americano de curto prazo) e ED (simplificação de Contratos futuro com EuroDolar)). O post “Red Spreads” pode ser visto no seguinte endereço:

    http://krugman.blogs.nytimes.com/2014/02/26/red-spreads/

    E o terceiro post é “Chinese Debt Worries” am de  sexta-feira, 14/03/2014 às 07:56 e pode ser visto no seguinte endereço:

    http://krugman.blogs.nytimes.com/2014/03/14/chinese-debt-worries/

    Todos os três posts mostram uma preocupação ao meu ver excessiva de Paul Krugman com uma possível quebradeira na China. Disse que a preocupação dele me parecia excessiva porque ele a expressa com ares de profecia.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 25/03/2014

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