A aposta na queda do dólar

Atualizado às 13h59

Por foo

do Wall Street Journal

Wall Street Journal: Investidores apostam contra o dólar

NEW YORK (Dow Jones) – Investidores ao redor do mundo continuam a apostar que o dólar continuará a cair, segurando $36.1 bilhões em posições vendidas (NT: “in net short bets”) contra a combalida moeda, de acordo com dados da Commodity Futures Trading Commission. Este é o maior valor desde janeiro de 2007, um aumento de 27% desde a semana passada.

“A única coisa que vem à cabeça é a idéia de jogar a toalha”, diz David Watt, estrategista senior da RBC Capital Markets. Investidores assustados parecem estar pensando que “em algum ponto o dólar vai encontrar estabilidade, mas obviamente não é agora, e eu não vou segurá-lo do jeito que está”, afirmou.

Apostas contra o dólar, em agregado, ultrapassaram 200 mil nas últimas 13 semanas seguidas — um recorde, afirma Watt, citando análises da RBC. Investidores apostam contra o dólar em praticamente todas as moedas, exceto o yen.

Investidores são mais otimistas com relação ao euro, segurando apostas de $18.4 bilhões em apostas de valorização com relação ao dólar.

http://online.wsj.com/article/BT-CO-20110506-714663.html

Nesse cenário, como o Brasil poderia segurar a queda do dólar? E se a queda é inevitável, o que podemos fazer?

Por André LB

 O que podemos fazer? Uma série de coisas, cada qual de acordo com o momento.

1) A bolha de commodities atingiu seu pico. Veremos nas próximas semanas ou mesmo nos próximos dias o tamanho e consistência do estouro de manada;

2) o FED não renovará a rodada de distribuição de dinheiro barato. Por mais paradoxal que pareça, pode haver uma fuga para a (atualmente duvidosa) qualidade do dólar;

3) Haverá saída de dólares de alguns emergentes (entre eles o Brasil), com subida do valor da moeda norteamericana. Neste momento o “mercado” mudará um pouco o discurso, dizendo que a subida de juros (SELIC) é necessária para conter a fuga de divisas, não mais apenas para controlar a inflação;

4) Diante do tamanho das reservas brasileiras, teremos a oportunidade de lentamente baixar juros, uma vez que a queda da inflação anualizada possibilitará uma desvalorização cambial controlada – diferentemente de quando tínhamos reservas artificialmente baixas e/ou artificialmente caras pela política de juros então vigente;

5) Como válvulas de controle, ainda se abre a opção de zerar o IOF com a mão esquerda para que se permitam maiores manobras com juros com a mão direita;

6) Depois de uma queda de preços que não durará mais que poucos meses, o valor das commodities se estabilizará ou conhecerá pequena alta, fechando a janela de oportunidade. 

Se uns dizem que não há espaço para queda dos juros no momento, é possível dizer que não há nem haverá espaço para continuidade da subida dos juros. A pequena chance a ser explorada pela oposição ocorrerá com um forte movimento de queda no valor das commodities, o que pessoalmente não creio que vá ocorrer, A MENOS que o FED dê uma pirueta e suba fortemente os juros dos títulos americanos, a exemplo do que aconteceu no fim dos anos 70. É minúscula a possibilidade no momento, apesar de eu acreditar que se iniciou um movimento nesse sentido pelos rentistas americanos, mas por enquanto não há espaço político para isso nos EUA. Deve ocorrer (sempre na minha opinião) após as eleições presidenciais do ano que vem, quando os EUA necessitarão de novo pacote econômico, provavelmente envolvendo mais juros e novos cortes no orçamento de lá.

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador