A competitividade no mundo real

Enviado por: Lewis

Nassif

Estes caras analisam macro como se o país fosse uma empresa, usam conceitos micro, como se não houvessem várias empresas no mercado tomando decisões no âmbito micro, como não houvessem relações pessoais nos negócios.

Por outro lado eles nunca tiveram empresas, produção, não sabem a importância do comercial, do conhecimento de um negócio, tudo isto afeta a competitividade relativa e não se mede estas coisas facilmente por pesquisas. Uma metalúrgica com tornos coreanos, tudo eletrônico pode perder feio para uma empresa com centros de usinagem e tornos Romi do tempo do onça. Têm gráficas com rotativas de ponta que quebraram, outras estão em dificuldades, e gráficas com máquinas planas bem mais antigas, mas clientela cativa, estão indo bem.

Onde está a competitividade?

Depois, um dia destes teóricos resolvem empreender. Acontece. Compram uma franquia, baba para trabalhar e não dá outra, não teria como, mas muitas vezes quebram. Há muita história. É o caso de alguns ex-diretores de grandes empresas também, quando tocam uma franquia ficam no vermelho, são ótimos numa multinacional, mas não conseguem tocar uma biboca.

Queria falar da ironia. Passado um certo limite, ela ofende, mas no teu caso não tem como, tem que correr o risco, pois cala mais fundo, dá mais resultado. Estes conceitos arraigados, fixos, são demovidos mais com ironia do que com pensamento lógico. Pois se todo pensamento é ligado a um sentimento ou emoção, algo do sub-consciente, e penso que todo pensamento fixo é, tem que bater em baixo e em cima, para usar uma linguagem do boxe, tem que minar mesmo. Você está ajudando estas figuras, ofende um pouquinho agora, mas pode ajudá-los a se libertarem, pois são escravos de conceitos. A ironia na tua “operação” é essencial.

Luis Nassif

4 Comentários

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  1. Lewis e Nassif,

    Vou ilustrar
    Lewis e Nassif,

    Vou ilustrar com um exemplo clássico. A revistinha de letras cifradas Violão & Guitarra – o VIGU – como muitos conhecem e usaram para “tirar” canções há décadas. Não está mais nas bancas. Parou aos 30 e tantos anos, mas os editores pararam há mais tempo. Dependem da secretária para ler emails, que em atos nem tão falhos chamam de “fax”. Só um conhece os acordes básicos de violão, se montar um acorde fora do padrão, aponta como erro. Caminham para o fechamento, de 200 funcionários na virada dos anos 70 para 80, sobraram uns 20. Não que os 20 sejam habilidosos a ponto de valer por 10, a sua base é contratar o serviço de músicos a preço vil, e com rotatividade. Já lançaram revista de crochet, passatempo, tiveram loja de artigos para festa, restaurante, nada dá certo. Só uma loja de instrumentos que vende as revistas e alguns violões baratinhos para o interior do Brasil, por reembolso postal, e só nos 3 últimos anos estão na internet. A loja. A editora descobriu em 2006 o CD. Resolveram fazer CDs didáticos um quarto de século depois da invenção desta mídia. O diretor principal concentra em si todas as decisões: da escolha da gráfica à mudança de vírgulas nas revisões. Paga os funcionários em espécie nos finais de semana ou do dia, em envelopes retirados das agências bancárias com o timbre dos bancos. Já perderam o mercado para os sites de letras cifradas, agora perdem os métodos para o ensino de instrumentos para pequenas editoras informatizadas, que produzem DVDs e softwares interativos de ensino musical. Quando vamos acabar de vez com esses atravessadores de conhecimento?

  2. Prezado Lewis,

    Meus sinceros
    Prezado Lewis,

    Meus sinceros parabens pelo excelente artigo.
    Sei bem como são esses cabeças de planilha sabe tudo com diploma de MBA , que vc descreveu perfeitamente , são ótimos fazendo carreira a base de politica em multinacional , por conta própia quebram.
    Outros que pertencem a essa categoria são os garotos neo milionarios dos bancos de invetimento , tudo é facil e se voce passa por dificuldades no negócio o seu problema é de gestão , nunca do ambiente e das circunstancias extremamente adversas criadas pelo governo.
    Curiosamente porem , salvo algumas exceções , a grossa maioria perde dinheiro a rodo quando sai do mercado financeiro e passa para o setor produtivo.
    Sobre o pesamento lógico ,como maneira de convencimento , eu também já abri mão dele e comentei isso outro dia aqui no blog , as dscussões tendem ao passional e ninguem arreda pé de posição nenhuma , talvez a ironia seja um caminho ,tomara pois as vezes acho que não há nenhum.
    Para mim foi extremamente desanimador ver a quantidade de comentarios desses teóricos que vc cita, aqui nesse blog , dando receitas prontas e criticando 3 casos diferentes de dificuldades que o Nassif publicou , um menino cujo pai perdeu o emprego , um industrial moveleiro e outro que estava substituindo a produção por importação e cortando empregos.
    Parecia que eu estava no blog de economia da Veja , isso aqui , imagina o resto.

    abs,

  3. Fiz técnico de GPN – Gestão
    Fiz técnico de GPN – Gestão de Peq. Negócios, e agora faço faculdade de Administração…

    Quanta diferença!

    Na faculdade falamos de organograma, cargos e funções gerenciais, etc.
    Enquanto no ténico vi os reais problemas das Micro Empresas, desde a falta de planejamento até a dar acrécimo de 10% para dar desconto de 10% no final. rs

    Muitos ex-funcionários, inclusive esses executivos que ‘resolvem ter seu próprio negócio’, não tem a real noção do que é uma pequena empresa, de ter que cuidar do todo, ter que fazer funções operacionais (mas como? Isso é para o final do organograma!!).

    Não tema real noção de que os impostos e a burocracia do Estado esmagam qualquer empresa que queira trabalhar e gerar progresso decentemente.

    Muitos optam pelas franquias, que além do estrangulamento dos impostos também tem os Royalts.

    Se montar uma empresa no Brasil é um caso sério.

    Comentando sobre a falta de ‘adaptação’ ao mercado, adquirir competitividade/ flexibilidade, novas tecnologias, processos, etc., essa falta de competitividade está longe de ser liderada pelos brasileiros, está aí a Ford e a GM que não me deixam mentir, com uma tecnologia atrasada, elas perdem mercado para os Japoneses…

  4. É interessante a explosão de
    É interessante a explosão de fábricas regionais de material de higiene e limpeza, cadernos e agendas, bebidas, entre outras. Plantas modernas e enxutas, custos fixos menores e passam a fazer frente aos grandes.
    Mas o dólar barato tem outro efeito negativo para a economia que se fala pouco. Sonegação e contra-bando. Não tendo para onde fugir com a concorrência dos chineses e o acirramento da concorrência interna, partem para estes artifícios que passam a nortear o comportamento de setores inteiros, um circulo vicioso difícil de sair.

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