A diplomacia do álcool

Coluna Econômica – 13/03/2007

Para analisar os resultados do encontro entre George W. Bush e Lula, é necessário entender um pouco a lógica diplomática e comercial norte-americana.

O grande avanço possível é o acordo para transformar o etanol em “commodity” – ou seja, em produto padronizado. Conquista-se esse status padronizando o produto. Conquistado esse status, há desdobramentos relevantes, o principal dos quais a criação de um mercado internacional de etanol, com a produção mundial obedecendo às especificações.

Esse é o ganho líquido e certo. O restante são hipóteses. E aí entra a grande volatilidade que marca a diplomacia comercial americana, da qual o Brasil foi beneficiário e vítima dos anos 40 aos anos 70.

No início dos anos 40, Franklin Delano Roosevelt, estimulado por seus assessores Sumner Welles e Nelson Rockefeller, acertou um projeto de desenvolvimento para o Brasil. Compromisso firme e garantido… enquanto Roosevelt viveu. Foi relevante, permitindo a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Esse clima de boa vontade foi essencial para que grandes amigos do Brasil, como o embaixador Adolfo Berle Jr ajudassem a bloquear as ações da Standard Oil, visando impedir a implantação de refinarias no país.

***

Morto Roosevelt, substituído por Truman, os compromissos mudaram. Em vez de financiar o desenvolvimento, sucessivas missões foram incumbidas de “ensinar” o Brasil a buscar fontes internas de financiamento para seus projetos.

Foi assim com o Plano de Reaparelhamento Econômico, as Missões Cooke (42-43), Abbink (1948) e o Plano Salte (1946-1950) até desaguar no chamado Plano Lafer e na Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, passando por dois encontros diplomáticos decisivos, a III Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, e a IV Reunião, já nos anos 50.

Esse é o acervo de iniciativas que permitem deslindar o período, um tempo em que o Brasil aprendeu a identificar seus pontos críticos, a planejar seus projetos e a política econômica a ganhar foco. Mas, recurso que é bom, entrou muito pouco.

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Nos anos 40, a prioridade no Brasil durou o período exato da Segunda Guerra. Terminado o conflito, a Europa tornou-se prioritária, sendo beneficiada pelo Plano Marshall.

No final da década, houve outra ação decisiva, em cima da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos. Foram definidos projetos em que os EUA entrariam com recursos, atrelados à contrapartida de recursos brasileiros.

As intenções esbarram em dois problemas. Do lado brasileiro, a inclusão de muitos projetos acima da capacidade do país de entrar com contrapartidas. Do lado americano, a eclosão da Guerra da Coréia, que inverteu novamente as prioridades do Império.

Mais tarde, a ajuda foi retomada com John Kennedy, tendo o mesmo Berle Jr como inspirador. Morto Kennedy, morreu a prioridade.

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Depois disso, já no governo Geisel as relações entre ambos os países entraram na geladeira. Houve aproximação entre Fernando Henrique Cardoso e Clinton; e agora entre Bush e Lula. Mas o interesse de Bush parece muito mais o de contentar o eleitorado hispânico dos EUA do que tratar o Brasil como parceiro prioritário.

Para incluir na lista Coluna Econômica

Luis Nassif

20 Comentários

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  1. A lembrar a influência que a
    A lembrar a influência que a revolução castrista de 1959 teve na politica do Departamento de Estado em relação à AL. O temor do espraiamento do castrismo orientou boa parte da ação da Subsecretaria para Assunstos Latino Americanos de 60 a 80 e explica boa parte do apoio americano aos regimes militares dessa época.
    Tambem relevante a ação do Presidente JK ao agulhar o Governo Americano e através de uma ação diplomática concentrada, a Operação Panamericana, conseguir extrair a forceps o BID-Banco Interamericano de Desenvolvimento, uma idéia do Brasil, criado em 1960 por inspiração direta de JK. Na realidade a politica do Departamento de Estado com relação ao Brasil sempre foi especifica e não se confundiu com àquela dirigida aos paises de fala espanhola.
    O Brasil, pela sua dimensão e peso internacional, não deve agir diplomàticamente como Estado-cliente, que depende do que os EUA farão. Não precia dos EUA rigorosamente para nada e nem os EUA tem dado qualquer coisa ao Brasil, ao contrário, é um dos países que tem maiores problemas alfandegários com os EUA, no açucar, etanol, suco de laranja e aço, todos sobretaxados.
    Portanto o atual patamar das relações Brasil-EUA é bem diferente até dos tempos de JK. Hoje o Brasil não precisa e não espera nada dos EUA, cada qual que defenda seus interesses e faça seus acordos, é esse o degrau onde se encontram de uma forma ou de outra os grandes emergentes: Brasil, Russia, India e China. O México, apesar de seu PIB, é um caso separado, depende muito mais dos EUA e tem graves e especificos problemas com seu vizinho.

  2. http://www1.folha.uol.com.br/
    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1303200713.htm

    Ou seja,

    empresários brasileiros (sejam descendentes de portugueses, judeus, libaneses ou italianos) tem a grande chance de se reunir num consórcio e captar dinheiro privado e público (do BNDES) para montar e/ou incrementar a rede de pesquisa biotecnológica, tendo como gancho o etanol celulósico (já há algumas plantas produzindo em escala quase comercial no exterior).

    Mas perdem tempo, marcam touca.

    Acho que eu vou mandar um outro e-mail para a Unicamp para ver se dessa vez o professor me atende…

  3. Luis,

    eu gostaria de
    Luis,

    eu gostaria de entender por que o nosso presidente não comanda o nosso país com a mesma garra que ele demonstra nos palanques,
    que em meu entender se porta como um leão e na hora de agir, principalmente na política externa se porta como um ratinho, vide caso da Bolívia e agora com os EUA.
    Sinseramente espero não estarmos num barco furado.

  4. Para os USA o Brasil não
    Para os USA o Brasil não passa de um Pais pobre, sub-desenvolvido que tem um povo semi- nalfabeto e não faz porte do contesto mundial, os USA não levam a sério o Brasil.Por isso nossos governantes deveriam focar mais nossos problemas e dar prioridades ao nosso Pais pelo muito que se há de fazer por aqui.

  5. É por aí sim. Mas o Geisel
    É por aí sim. Mas o Geisel promoveu um distanciamento dos EUA. O ajuste de Campos e Bulhões foi no governo Castello, e acho que o apoio estava muito mais ligado aos interesses financeiros do grande capital, em ter uma economia mais estabilizada.

  6. Sanzio, tenho bons
    Sanzio, tenho bons depoimentos para meu livro, de pessoas da época que conviveram com o staff de Kennedy, de que a Aliança foi resultado da Operação Panamericana (deflagrada por JK) e da volta ao poder dos conselheiros de Roosevelt, que sempre buscaram aproximação com a América Latina.

  7. BUSH é um paranóico,
    BUSH é um paranóico, psicótico impedioso.Não gosta de ninguém, e muito menos de LULA. Já, CLINTON, além das afinidades que tinha com F H C,é mais ”humano”.
    Quando vc diz ”parece”, leia-se: é( e mais nada).A visão de CLINTON, é completamente antagônica a de BUSH. Não se esqueçamos, de BUSH governador, e suas penas de mortes sádicas.DE certa forma , esse sadismo panóico, estendeu-se , numa escala tremendamente superior, ao se tornar presidente.E pra isso, deveu-se a ALL GORe, que mesmo ganhando, em nome do país, assumiu a derrota.Talvez seja, um dos únicos casos da história, que teve concomitantemente duas personalidades tão distintas: A magnitude de ALL GORE, e a pequenês de BUSH. ENtão, NASSIF, esperar o que de BUSH? Qualquer avaliação que fizer a respeito do presidente dos EUA, não pode ser considerada.
    ps: Quando te assistia na tv cultura, notei claramente a sua singeleza, simplicidade e até uma certa ingenuidade.Ingenuidade para o bem, por acreditar nas pessoas, por ser lúdico, admirador de músicas, compositores e instrumentos antigos( ou pelo menos ,não tão usuais).
    E faços essas considerações, porque sou abalizado pra faze-las.É óbvio, que são apenas consideraçôes, precisaria de um contacto, que não possuo com nenhum dos citados. Mas, não está muito distante não….
    Abraços!!!

  8. Olha que texto bonitinho…
    Olha que texto bonitinho…

    Um consórcio para o etanol celulósico

    A recente vinda do Presidente Bush ao Brasil intensificou o debate sobre a produção de etanol e biocombustíveis em geral no País. É certo que com a escassez cada vez maior do petróleo, um crescente esforço será dirigido para o desenvolvimento de fontes de energia alternativas, e o etanol, assim como o biodiesel, figura entre as opções contempladas.

    Ocorre que os meios empresariais, científicos e governamentais do País, no que concerne ao etanol, vêm perdendo muito tempo. Perdem muito tempo focando exclusivamente no álcool combustível hoje produzido por meio da fermentação da sucrose (ou sacarose), na produção da qual a cana-de-açucar é o organismo biológico mais eficiente.

    Isso porque a alternativa do etanol da celulose oferece um potencial econômico muito maior ao País no médio e longo prazos no concernente à produção do biocombustível, assim como, no curto prazo, é uma oportunidade única para o desenvolvimento do nosse setor de pesquisa biotecnológica.

    A celulose é uma substância onipresente nas plantas, o que vale dizer que são inúmeros os organismos vegetais aptos a produzi-la, inclusive os que hoje utilizamos em parte para diretamente ou indiretamente nos alimentar. A viabilização da produção do etanol da celulose, portanto, já aí começa a mostrar o seu diferencial – pois a quantidade de cultivares, de plantas aptas a serem melhoradas geneticamente, aumenta vertiginosamente, assim como a possibilidade de co-produção de vários alimentos com a matéria celulósica. A própria cana-de-açucar passa a ser muito mais produtiva em etanol.

    Sendo muito maior a quantidade de cultivares, de plantas aptas para a produção de etanol, muito maior passa a ser, além da possibilidade de melhoramento genético, a área cultivável para a produção do biocombustível, pois a maior diversidade de plantas disponíveis torna igualmente mais diversos os climas e solos aptos para a produção de matéria prima.

    A produção do etanol com base na sacarose da cana sem dúvida oferece ainda um grande potencial. Mas esse potencial é limitado, considerada uma escala realmente relevante de produção, pela competição com a produção de alimentos e problemas ambientais. É possível antever uma grande pressão contra o crescimento das lavouras de cana, inclusive por regulação do Poder Público, a partir desse argumento.

    Neste ponto, torna-se importante discutir quais são as presentes limitações para a produção do etanol celulósico e quais os diferenciais do Brasil para uma atuação de destaque nesse setor.

    Quanto às atuais limitações à produção comercial do etanol da celulose, residem elas no fato de que essa substância, para servir de matéria prima do etanol, precisa ser antes “quebrada” numa molécula de açucar, por meio de um processo denominado “hidrólise enzimática”. O problema é que as enzimas hoje disponíveis para o processo são produzidas a um custo relativamente alto, e têm uma baixa produtividade.

    Daí a necessidade de pesquisa e desenvolvimento voltado para o barateamento e aumento de eficiência dessas enzimas e do aparato utilizado no processo, um esforço que hoje se mostra muita mais viável, graças ao grande progresso havido no setor biotecnológico.

    E onde entra o Brasil nisso ? Ora, o Brasil, se não é o primeiro, certamente é um dos países que oferece a maior extensão de terras com potencial agrícola no mundo. Isso sem derrubar nenhum quilômetro quadrado a mais de matas nativas. Parte dessa grande extensão de terras pode ser usada, de modo inteligente, para a captação de recursos voltados para a constituição de um consórcio voltado para a pesquisa e implementação da produção do etanol celulósico no País.

    Mais especificamente, o financiamento para as atividades desse consórcio viria de duas formas – por meio da iniciativa governamental, consubstanciada numa garantia de retorno mínimo ao empreendimento, a médio prazo, pelo BNDES (sem necessariamente o aporte de recursos imediato), combinada com uma captação de recursos junto à iniciativa privada.

    O valor da garantia seria diretamente proporcional ao ingresso de recursos privados no empreendimento, cujos ganhos seriam lastreados nas patentes eventualmente registradas pelo consórcio, bem como pela utilização direta ou indireta de direitos de arrendamento de áreas agrícolas para a produção do etanol, em caráter exclusivo ou em combinação com a produção de alimentos ou outras commodities agrícolas.

    E quem pode dar efetivo valor a esse “lastro” é o próprio governo brasileiro, principalmente por meio de uma legislação apropriada, que condicione a emissão e utilização desses direitos, ou a incentive, exigindo como contrapartida o aporte de recursos em iniciativas que ao mesmo tempo sejam voltadas para o esforço de pesquisa acima referido e tragam o aperfeiçoamento da infraestruta de pesquisa e produção biotecnológica do País.

    Portanto, os meios empresariais, científicos e o Poder Público brasileiros têm uma oportunidade única nas mãos, com um potencial imenso de atração de recursos internos e externos no aprimoramento do “agribusiness” e da infraestrutura de ciência e tecnologia nacionais.

    Mas é bom correr, pois no exterior não se faz “corpo mole”, e várias empresas tem capitalizado sobre a idéia do etanol celulósico, bastando dizer que já há unidades de produção em escala quase comercial nos Estados Unidos e no Canada, com bilhões de dólares em investimento público e privado envolvidos.

    É bom aproveitar enquanto o diferencial brasileiro ainda persiste.

  9. De maneira geral os
    De maneira geral os Democratas tem um relacionamento mais denso com a América Latina, com uma pauta maior que inclue áreas economicas, culturais e de direitos humanos. Já os Republicanos, tb de maneira geral, só tem interesse em temas estratégicos.
    Sintomática é a armadura usada na burocracia do State Dept. para lidar com a AL. O Subscretário do Hemisfério Ocidental, que trata
    da AL, Tom Shannon, veio do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, que só lida com estratégia, do mesmo lugar de onde veio sua chefa, Condy Rice.
    Como consequência, eles só tem interesses estratégicos, nada para economia e cultura e é nessa moldura que se insere a visita de Bush. O interesse estratégico é ter no banco de reserva da matriz energética o etanol disponível, para se livrar em parte da dependência de fornecedores instáveis de petroleo. Nada mais.
    O etanol nem precisa vir agora, basta preparar o terreno para uma futura suplementação ao petroleo. Pode demorar 20 anos, tempo do planejamento estratégico do Departamento de Energia. Importa é a direção e Bush veio aqui plantar a estratégia, jogar a isca.
    Quanto ao voto hispânico, existem duas vertentes : a classe média já absorvida, como os cubanos da Florida vota em geral nos Republicanos. Mas a maioria é de outro grupo, o dos imigantes mais recentes, que não votam mas influenciam o voto dos que podem votar. Esses estão sendo perseguidos e espezinhados pelo bushismo e seguramente votarão nos Democratas. Os pitbulls do Serviço de Imigração estão fazendo coisas antes nunca feitas com os imigrantes sem green-card, como prender e algemar no local de trabalho, de onde o infeliz é deportado sem poder falar com afamilia. Fizeram isso agora no frigorifico Swift em Illinois com 220 imigantes. Muitos hispânicos, mesmo já assimilados, estão indignados com essa humilhação, simbolizada pelo inacreditável muro na fronteira mexicana, e os Republicanos estão perdendo votos na vasta comunidade hispânica. O tema da imigração vai ser central na definição do voto hispânico nas próximas eleições. Todo imigante, documentado ou não, tem preocupação com o assunto, tem parentes que querem vir ou retornar ou tem amigos em situação de perigo. É mais um estrago que Bush fez e vai custar bem caro consertar.

  10. Nassif,

    É evidente que Bush
    Nassif,

    É evidente que Bush não está nem aí para o etanol. Ele é um capitalista do petróleo, onde fez sua fortuna. Há dois anos de se aposentar da política, e tendo refutado as questões ambientais, teria muita graça agora virar a casaca. Quanto ao etanol, não fará nada para baixar a triburação alfandegária, o que denota que o álcool do Brasil não é prioridade para sua economia. E essa história de tornar o etanol uma commodity é uma besteira. O Brasil tem toda condição de ditar quais as especificações que o produto deve ter, não os Estados Unidos. Nós temos mais de 30 anos de experiência e talvez a única condição de produção competitiva. Eles tem o quê? O marketing?

  11. Nassif,
    Não sou historiador
    Nassif,
    Não sou historiador nem tenho conhecimento suficiente para entrar nos detalhes do programa Aliança para o Progresso. O que eu tenho é uma lembrança muito forte das observações de meu pai sobre a dita cuja, além de alguma leitura posterior,
    Busquei no Google e encontrei um artigo interessante, de 12/8/2002, sob o título genérico EUA e o Impacto da Revolução Cubana, por Voltaire Schilling (não sei de quem se trata, vou pesquisar). Na verdade são 4 artigos, e num deles fica evidenciado o que eu disse em meu comentário anterior.
    Como o seu post fala em entender a lógica diplomática e comercial norte-americana, penso que os referidos artigos podem ser uma boa contribuição à discussão.

    O link para o site citado é:
    http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/indice.htm

    Abraços

  12. Esse é o tipo de conversa que
    Esse é o tipo de conversa que só se vê no Brasil…

    O Brasileiro é um ser incrível, uma das variedades de outro ser incrível, o latino-americano, que consegue politizar absolutamente qualquer assunto, para ir e voltar, ir e voltar, ir e voltar, e no final das contas não chegar a lugar nenhum…

    Ou então organizar comícios para criticar este ou aquele presidente dos EUA.

    Gente ridícula…

  13. Mas…tornando-se commoditie,
    Mas…tornando-se commoditie, certamente tornar-se-á suporte para manter o dólar moeda mundial, com suas nefastas e já conhecidas conseqüências?

  14. Nassif,permita-me contrariar
    Nassif,permita-me contrariar o companheiro de blog,Lucassone,que coloca o Presidente LULA numa situação que nada verdade não existe,pois o nosso Presidente hoje é um estadista admirado em todo o mundo,após tirar o Brasil do atoleiro em que se encontrava,e fazer o país ser admirado,até pela maior potencia ocidental,que não enxerga outro caminho,que não propor ao Brasil uma parceria,pra eles estratégica,no que concerne à dependencia dos produtores de petróleo,sejam árabes ou sulamericanos(leia-se Venezuela)que dependem muito de seus governantes,um tanto quanto incendiários,ao contrário do que acontece com o nosso democrático país.E ao contrário do que diz o leitor,o nosso Presidente não tem duas atitudes distintas,no seu comportamento político,e com os visinhos.E a prova maior de que ele age corretamente nas relações com outras nações,é que,nem bem um acôrdo começou a ser costurado,e este consórcio presidido pelo Philipe Reschitul,já amealhou nada mais nada menos que 2 bilhões de dólares, para aplicar nesta nova tecnologia,e isso é apenas o comêço do rio de dinheiro que entrará no país,na implantação de usinas e mais usinas;de aumento de produção de equipamentos que aquelas usinas precisarão para operar;de milhares de empregos diretos e indiretos que serão criados,beneficiando principalmente o homem do campo,que não precisará migrar para conseguir uma vida melhor,ficando em sua terra natal.Bastou que os E.U.A,ameaçasse associar-se ao nosso país,nesta empreitada,para alguns espertos e inteligentes empresários,sair da toca,e mostrar seu empreendorismo.Demorou!

  15. Sobre o álcool celulósico:
    1-
    Sobre o álcool celulósico:
    1- Existe uma grande potencialidade de se utilizar o bagaço de cana “in natura” para produção de energia, como é feito nas usinas de acúcar e álcool atualmente. Poder-se-ia fazer um esforço para a utilização das usinas termoelétricas que estão em operação normal nas usinas de acúcar e álcool, suas ampliações ou mesmo construção de unidades independentes, o que aumentaria substancialmente a energia elétrica disponível na época da seca, que coincide com a safra da cana na região sudeste (abril a novembro), sem grande demora ou custos maiores.
    2- Já existem linhas de pesquisas no Centro de Tecnologia Canavieira em Piracicaba e na Unicamp que tratam da utilização do bagaço para conversão em álcool, só que demandam um prazo de 10 a 15 anos para se chegar a custo de produção equivalentes ao do obtido pelo açúcar, a não ser que surjam fatos novos.
    3-Deve-se tratar o tema energia de forma global, e não só como combustível para veículos, o que temos é mudar o perfil do transporte no Brasil, que tal voltarmos a utilizar o trem movido a energia elétrica, em vez do diesel, melhorando o transporte público nas cidades e inter-cidades. Àquela vantagem de custo obtida do diesel, em detrimento da energia elétrica deve desaparecer se já não desapareceu, e deve agravar nos próximos anos.
    Portanto são temas abertos à discussão e que devem fazer parte do nosso cotidiano.
    Atenciosamente,
    Marcelo Duarte

  16. MESMO PASSADOS SÉCULOS DESDE
    MESMO PASSADOS SÉCULOS DESDE O DESCOBRIMENTO A ECONOMIA DE NOSSO PAÍS SUBSISTE ATRAVÉS DE CICLOS ECONOMICOS DE EXPLORAÇÃO DE PRODUTOS EXTRATIVISTAS E AGRÍCOLAS.EM 500 ANOS DE HISTÓRIA TEMOS COMO RESULTADO DESTES CICLOS ECONÔMICOS UMA DISPARIDADE SOCIAL PERVERSA,ALÉM DE UMA DEPENDÊNCIA ECONOMICA ,TECNOLÓGICA E CULTURAL EXTERNA IMENSA.UTILIZANDO DE FORMA DETURPADA O DISCURSO DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTALMENTE SUS´TENTÁVEL, MAIS UMA VEZ O ESTADO BRASILEIRO, ATRAVÉS DE POLÍTICAS ECONOMICAS ESTÁ SUJEITANDO NOSSA POPULAÇÃO E MEIO AMBIENTE A UM PROJETO DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO PERVERSO. AS PROPOSTAS DE PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO DE BIO-COMBUSTÍVEIS, COMO VEICULADAS PELE MÍDIA NOS ÚLTIMOS TEMPOS, LEMBRA MUITO O SISTEMA DE “PLANTATIONS”. ESTE SISTEMA SECULARMENTE IMPOSTO A PAÍSES COLONIAIS E PERIFÉRICOS, É VOLTADO PARA ATENDER MAIS A DEMANDA E INTERESSES EXTERNOS, E DE ALGUNS OLIGOPÓLIOS. A GANÂNCIA DE ALGUNS GOVERNANTES DEFENSORES DE INTERESSES OUTROS QUE OS DA NAÇÃO, DEFENDEM A PRODUÇÃO DE BIO-COMBUSTÍVEIS PARA A EXPORTAÇÃO. COM A DESCULPA DE AUMENTO DE DIVISAS DE EXPORTAÇÃO, PODE-SE LEVAR A CRIAÇÃO DE TODO UM CICLO ECONOMICO EM TORNO DA PRODUÇÃO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS PRÓPRIOS PARA A GERAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS. eSSA PRODUÇÃO ATENDERIA A INTERESSES ALIENÍGENAS, MESMO COM SEQUELAS PARA O MEIO AMBIENTE LOCAL. AINDA QUE ESTE TIPO DE COMBUSTÍVEL SEJA MENOS POLUENTES, NÃO SE JUSTIFICA O SACRIFICIO DAS DEMANDAS E INTERESSES INTERNOS DA NOSSA NAÇÃO, QUE INCLUEM A PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. SIM, INTERESSA A NOSSA NAÇÃO O DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, MAS SEM ESGOTAR E DEGRADAR OS NOSSOS RECUROS NATURAIS.
    AS QUESTÕES QUE ENVOLVEM A PRODUÇÃO DOS CHAMADOS BIO-COMBUSTÍVEIS ENVOLVEM INUMEROS PONTOS DE VISTA, PRÓS E CONTRA, MAS PARECEQUE A QUESTÃO AMBIENTAL É INTRINSÍCA A TODOS. A PRODUÇÃO EM ESCALA INDUSTRIAL DESTES BIO-COMBUSTÍVEIS PODEM AFETAR MUITO TODA A SOCIEDADE, NÃO SÓ PELO SEUS ASPECTOS ECONOMICOS, MAS PRINCIPALMENTE PELAS QUESTÕES RELACIONADAS AO MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS .
    UMA DAS PRINCIPAIS JUSTIFICATIVAS PARA A PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE BIO-COMBUSTÍVEIS É O ARGUMENTO DE QUE AS PLANTAS RECICLAM O CO2, QUE ESTARIA AFETANDO O CLIMA GLOBAL. NÃO É UM ARGUMENTO FORTE O BASTANTE PARA JUSTIFICAR A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL DA CRIAÇÃO DE TODA UMA INDÚSTRIA E ECONOMIA EM TORNO DA PRODUÇÃO DESTES TIPOS DE COMBUSTÍVEL. A PRODUÇÃO ÁGRÍCULA EM ESCALA INDUSTRIAL IMPLICA NUMA SÉRIE DE IMPACTOS AMBIENTAIS, ESPECIALMENTE SOBRE A BIODIVERSIDADE E A QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA. AO SE EXPORTAR PRODUTOS AGRÍCOLAS VAI JUNTO UM “TANTINHO” DOS NOSSOS MEIO AMBIENTE, ESPECILAMENTE RECUROS COMO A ÁGUA,QUE ESTÁ FICANDO ESCASSA E DEGRADADA. TAMBÉM, É IMPORTANTE SEJAM ESTUDADOS TODOS OS IMPACTOS DA CRIAÇÃO DE TODA UMA CADEIA DE RELAÇÕES SOCIAIS, ECONOMICAS, POLÍTICAS E ESPACIAIS, RELACIONADA A INDUSTRIA DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE BIO-COMBUSTÍVEIS.
    PARECE QUE O ESTADO BRASILEIRO NÃO ESTÁ FAZENDO UMA AVALIAÇÃO PROFUNDA,A LONGO PRAZO, SOBRE O ASSUNTO. SE CONSIDERARMOS AS CONSEQUENCIAS HISTÓRIACAS DE PROJETOS COMO O “PRO-ÁLCCOL”, DA DÉCADA DE 70 DO SÉCULO PASSADO, VEREMOS QUE O PASSÍVO AMBIENTAL CAUSADO PELA INDÚSTRIA SUCRO-ALCOOLEIRA É ENORME. INCLUSIVEL ISTO SE SÓ FOREM CONSIDERADOS OS ASPECTOS AMBIENTAIS, SEM CITAR-SE OS ASPECTOS SOCIAIS, ECONOMICOS, CULTURAIS E ESPACIAIS QUE FORAM AFETADOS PELA IMPLANTAÇÃO DE TODA A CADEIA RELACIONADA A INDUSTRIA SUCRO-ALCOOLEIRA. DESDE SEU INICIO.
    AO SE COGITAR OUTRAS CULTURAS AGRÍCOLAS PARA A PRODUÇÃO DE BIO-COMBUSTÍVEIS, TAIS COMO A SOJA, PODE-SE TEMER POR MAIS E MAIORES IMPACTOS AMBIENTAIS, COM CONSEQUENCIAS DESASTROSAS PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA. O AVANÇO DAS ÁREAS AGRÍCOLAS NECESSÁRIAS PARA A PRODUÇÃO EM ESCALA INDUSTRIAL, SEJA PARA USO INTERNO OU EXPORTAÇÃO DE BIO-COMBUSTÍVEIS ,CERTAMENTE, AUMENTARÁ O AVANÇO DA EXPLORAÇÃO DE ÁREAS DO TERRITÓRIO NACIONAL ONDE AINDA ESTÃO PRESERVADOS BIOMAS IMPORTANTES POUCO CONHECIDOS, TAIS COMO O CERRADO. PODE-SE EM NOME DE UM DESENVOLVIMENTO ECONOMICO DEGRADAR E DEVASTAR DE FORMA INTENSIVA E EXTENSIVA OS RECUROS NATURAIS DA NAÇÃO?
    MANTIDA A MESMA LOGICA DAS GRANDES “PLANTATIONS”, NO CASO DA PRODUÇÃO DOS BIO-COMBUSTÍVEIS, OS LUCROS SERÃO DISTRIBUIDO ENTRE ALGUNS POUCOS PRIVILEGIADOS E OS PREJUÍZOS, PRINCIPALMENTE AMBIENTAIS, CABERÃO A MAIORIA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA. QUEM TERÁ QUE CONVIVER COM O PASSIVO AMBIENTAL RESULTANTE DA IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO CICLO ECONOMICO QUE PREJUDIQUE E DETERIORE OS RECURSOS NATURAIS E O MEIO AMBIENTE?CABE AO ESTADO BRASILEIRO CRIAR MEIOS DE DESENVOLVIMENTO DE FATO AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL, E AOS GOVERNANTES CUIDAR DOS VERDADEIROS INTERESSES DA NAÇÃO. É NECESSÁRIA UMA DISCUSSÃO EPISTEOMOLÓGICA DOS DISCURSOS EQUIVOCADOS DE DESENVOLVIMENTO AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL. PARA TANTO, ANTES DE TUDO, DEVEM SER DEIXADOS CLAROS QUAIS OS INTERESSES ENVOLVIDOS NA IMPLANTAÇÃO DE UMA NOVA CADEIA PRODUTIVA DE BIO-COMBUSTÍVEIS, EVITANDO-SE QUE NO BRASIL SEJA IMPLANTADA UMA NOVA “PLANTATION”.

  17. é bem longo mas vale a
    é bem longo mas vale a pena.

    Unicamp conclui projeto de carro ‘limpo’

    Veículo movido a hidrogênio retirado do álcool foi desenvolvido nos últimos 14 anos e garante índice zero de poluição

    Gilson Rei

    Um carro silencioso, eficiente e que não polui o ar, com a vantagem adicional de utilizar o álcool como combustível e ser viável para a indústria automotiva. A tecnologia que permite essa façanha já está disponível no Laboratório de Hidrogênio da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e foi desenvolvida nos últimos 14 anos pela equipe do físico Ennio Peres da Silva, em parceria com o Centro Nacional de Referência em Energia do Hidrogênio (Ceneh), do Ministério das Minas e Energia.

    O desenvolvimento tecnológico, denominado Projeto Vega, mesmo com recursos modestos de R$ 400 mil, é semelhante a outros projetos milionários de carros futuristas feitos em outras partes do mundo com fontes alternativas de combustível. A vantagem da tecnologia desenvolvida pela Unicamp é que, além de ser genuinamente brasileira, garante índice zero de poluição e ainda usa matéria-prima nacional e renovável, o álcool (etanol) extraído da cana-de-açúcar.

    O professor Silva, que coordena o Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) da Unicamp, explica que o álcool é transformado em gás hidrogênio, que é utilizado como intermediário para produzir energia e mover um motor elétrico, com a mesma capacidade de um motor mecânico. Tudo isso, sem emitir dióxido de carbono (CO2), apontado como causador do efeito estufa e das mudanças na temperatura e no clima do planeta.

    O Projeto Vega é totalmente limpo. “A emissão é apenas de água, diferentemente dos outros processos utilizados nos veículos movidos à gasolina, diesel, gás natural veicular (GNV) e até nos carros atuais movidos a álcool”, diz o pesquisador. “Em todos esses casos, a energia para mover o motor é obtida pelo processo de combustão em altas temperaturas, próximas a mil graus centígrados, e isso gera a emissão de CO2 na atmosfera”, explica. “Com o uso do hidrogênio que existe no álcool, o veículo é movido apenas pela eletricidade. Não há combustão, nem queima alguma”, completa.

    Mercado

    A tecnologia poderá ser facilmente colocada em prática. Silva revela que há possibilidade de aplicação em até dois anos, se for incluída entre as prioridades do Programa Nacional de Células a Combustível (Procac), já existente no Ministério da Ciência e Tecnologia. “O Ministério também poderá auxiliar nesse processo, pois já conta com um roteiro de utilização do hidrogênio na economia nacional”, diz. “Com incentivos, o projeto será facilmente absorvido na sociedade”, acredita. Projetos para melhoria na qualidade de vida e do meio ambiente poderão juntar-se também ao Vega para cumprir, inclusive, o Protocolo de Kyoto, de redução de poluentes no planeta.

    O físico lembra também que o Projeto Vega poderá ser uma realidade próxima porque a Petrobras tem medidas avançadas nessa área e já prepara a instalação de pontos de distribuição de hidrogênio. “Os postos de combustíveis poderão incluir equipamentos para transformar o álcool em hidrogênio e veículos produzidos em montadoras, com motor elétrico e cilindros de hidrogênio, abastecerão sem causar dificuldades ou grandes investimentos na rede de indústrias automotivas”, afirma.

    Com isso, o motorista poderá chegar num posto de combustível com seu carro, que já virá de fábrica com um cilindro no porta-malas para armazenar gás hidrogênio. O posto vai estar preparado com um ponto de abastecimento de hidrogênio, onde vão estar instalados os equipamentos desenvolvidos na Unicamp, que transformam álcool em gás hidrogênio. O reservatório subterrâneo de álcool vai estar ligado a esses equipamentos e o abastecimento do gás no veículo vai ocorrer automaticamente. Ao acionar a ignição do veículo, o gás alimenta uma caixa pequena próxima ao motor do carro, denominada célula a combustível. Por meio de uma reação eletroquímica, essa caixa vai gerar eletricidade e fazer o veículo movimentar-se com o motor elétrico.

    Custo

    Pelos cálculos do pesquisador, o veículo vindo de fábrica já com as adaptações necessárias deverá ter um custo inicial para o consumidor estimado em US$ 20 mil (R$ 43 mil pela cotação do dólar da última sexta-feira), que é o valor de um veículo médio nacional. “O preço do carro deverá cair alguns anos depois, caso haja produção em alta escala, que sempre acaba reduzindo o valor final”, avalia. “O valor poderá ser menor também se houver algum incentivo ou subsídio do governo”, pondera.

    Avanços na tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores do Projeto Vega já estão previstos. “A meta é reduzir ao máximo o tamanho do equipamento de conversão do álcool em hidrogênio. Com isso, o carro vai reunir a bordo todo o sistema. A medida possibilitará o abastecimento de álcool no veículo, que vai transformar o líquido em gás hidrogênio, ao ser acionado o motor de partida”, explica o físico.

    O veículo com essa tecnologia tem uma autonomia de 500 quilômetros com um cilindro, o equivalente a um tanque de álcool. O físico calcula que o preço do tanque de hidrogênio será o mesmo de um de álcool.

    Combustível está em teste em ônibus e na geração de energia

    O uso da tecnologia está sendo estudado também nos ônibus coletivos urbanos. O pesquisador Ennio Peres da Silva afirma que isso vai permitir a redução da emissão de poluentes na atmosfera e que alguns governos estaduais e o federal já estão interessados em aplicar nos próximos anos. O equipamento está sendo avaliado também para aplicação de outros nichos. “Uma das possibilidades é o atendimento de comunidades isoladas, que hoje não são servidas pela eletricidade, como ocorre na Amazônia e outros estados”, diz o físico. Equipamentos de conversão de álcool em hidrogênio poderão garantir energia elétrica para essas populações. “Isso atende, por exemplo, ao projeto de universalização do fornecimento de energia elétrica proposto pelo governo federal”, diz o pesquisador. (GR/AAN)

    ENTENDA – Conheça as características e o funcionamento do carro da Unicamp

    O QUE É E COMO FUNCIONA

    Um sistema integrado composto por um gerador de hidrogênio que utiliza o processo de reforma do álcool (etanol). Conta com uma unidade de purificação do gás, uma célula a combustível e um inversor que transforma a corrente elétrica contínua em alternada, que move um motor elétrico. Desses componentes, apenas a célula a combustível foi importada. O restante foi desenvolvido na Unicamp.

    A célula a combustível é um dispositivo eletroquímico que transforma energia química do combustível (no caso o hidrogênio) em eletricidade. Sua principal função é combinar o hidrogênio com o oxigênio, que pode ser retirado da atmosfera, para a produção de energia elétrica.

    A célula usada no protótipo da Unicamp tem o tamanho aproximado de um motor de veículo de passeio. Importado dos Estados Unidos, tem capacidade para fazer funcionar, em conjunto com as baterias, um carro de 25 kW. Essa potência equivale a um motor de 500 cilindradas, mas pode ser ampliada. Foi confirmado que um carro de passeio funciona normalmente com essa tecnologia com 10 kW (equivalente a energia de dois chuveiros). Um ônibus deverá trabalhar com 50 kW (equivalente a dez chuveiros).

    ABASTECIMENTO

    Há duas possibilidades de funcionamento do veículo movido a hidrogênio:

    1 – O motorista chega no posto de combustível com o carro que já virá de fábrica com um cilindro no porta-malas para armazenar gás hidrogênio. O posto estará preparado com um ponto de abastecimento de hidrogênio, onde vão estar instalados equipamentos que transformam álcool em gás hidrogênio. O reservatório subterrâneo de álcool do posto estará ligado a esses equipamentos e o abastecimento do gás no veículo ocorre automaticamente. Ao acionar a ignição do veículo, o gás alimenta uma célula a combustível (caixa pequena) existente no carro que, por meio de uma reação eletroquímica, gera eletricidade e faz o veículo, dotado de motor elétrico, movimentar-se.

    2 – O motorista chega no posto de combustível e abastece o carro com álcool, que vai ficar armazenado em um tanque comum. Ao acionar a ignição do veículo, o álcool não será injetado diretamente no motor a combustão, como ocorre convencionalmente. O álcool vai para um reator (cilindro pequeno), onde será transformado em gás hidrogênio. Em seguida, o gás alimenta uma célula a combustível (caixa pequena) existente no carro que, por meio de uma reação eletroquímica, gera eletricidade e faz o veículo, dotado de motor elétrico, movimentar-se. [Correio Popular]

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