No final do ano passado, analisamos os indicadores que, supostamente, indicariam a recuperação da economia – segundo Guedes – e nenhum deles dava a menor indicação da reversão da crise. Mesmo assim, continua insistindo que a economia se recuperaria em V, não fosse a pandemia.
Agora, anuncia uma nova recuperação em V, contra todos os sinais.
Os nós que têm pela frente seriam desafios até para gente grande. Teria que administrar simultaneamente os seguintes problemas:
- A bomba do desemprego.
Com o fim do auxílio emergencial, haverá uma explosão maior no próximo ano, com a possibilidade da taxa de desemprego bater nos 20%.
- A recuperação econômica.
A volta da economia depende fundamentalmente do emprego – que não irá se recuperar. Guedes é incapaz de montar uma política ativa de crescimento. Seu repertório teórico ainda não conseguiu superar a miragem do choque fiscal anticíclico. É uma loucura de cabeças de planilha, que não resiste à menor análise.
- Investimentos são diretamente proporcionais à demanda.
- Se a economia está em qeuda e há um choque fiscal, amplia a queda da demanda, a capacidade ociosa.
- Mas, segundo a lógica guediana, se o investidor sentir firmeza nos cortes fiscais, será estimulado a investir.
A questão central é: investir para quê, se o retorno do investimento depende da demanda?
- Equilíbrio fiscal.
Tem-se, de um lado, o torniquete da Lei do Teto. Todas as estimativas revelam impossibilidade de montar um orçamento minimamente viável, que se enquadre nas restrições da Lei. Ao mesmo tempo, o rigor fiscal, em um quadro de economia em queda, acentua o movimento de queda e, com ele, a não recuperação das receitas fiscais.
- O aumento da inflação.
A incapacidade de Guedes de administrar estoques reguladores e criar amortecedores para a alta das commodities – influenciada pelo câmbio, pelas exportações e pelas cotações internacionais – promoveu uma pressão disseminada de preços.
A pressão dos preços
Vamos a um detalhamento do IPCA-15 de novembro.
Em novembro, a maior alta foi, novamente, de Alimentos e Bebidas, com 4,5%. O acumulado, desde fevereiro, é de 10,12%. A segunda alta foi de Artigos de Residência, com 2,83% em novembro e 3,88% desde fevereiro. A terceira alta foi em Transportes, com 2,35% desde fevereiro.
No gráfico abaixo, analisa-se o peso de cada item no índice final. Desde fevereiro, o IPCA-15 acumulado foi de 2,41%. Desse total, 2,05% se devem ao grupo Alimento e Bebidas.
Uma análise dos subgrupos de Alimentação, identifica facilmente a razão das altas: exportações excessivas e desvalorização cambial.
Desde fevereiro, as maiores altas foram em Cereais, Leguminosas e Oleaginosas (48,95%), Óleos e Gordura (46,79%).
Quando se analisa o peso de cada produto no índice final, derivados de oleaginosas, carne e laticínios puxam a fila.
Essas altas tem um componente de bomba relógio.
No Índice de Preços ao Produtor do IBGE aparecem nitidamente as pressões no atacado. Os últimos levantamentos do IBGE referem-se ao mês de setembro. Dps 23 setores acompanhados, 22 registraram altas.
A maior alta foi em Resinas e Elastômeros, largamente utilizados para material elétrico, garrafas, brinquedos e material de segurança.
Desde fevereiro, derivados de carne experimentaram alta de 41%, assim como laticínios, produtos siderúrgicos e químicos.
A alta nas matérias primas bateu direto no preço das manufaturas.
A quadratura do círculo
O nó está dado.
Dependendo exclusivamente da equipe da Economia, o cenário é previsível e dramático.
- Elevação da Selic, encarecendo o crédito e a dívida pública e atrasando ainda mais a recuperação.
- Cortes maiores de despesas e investimentos públicos, abortando qualquer possibilidade de recuperação econômica.
- Aumento do déficit fiscal, por conta do moto contínuo dos cortes: mais cortes -> menos atividade -> menos receita fiscal -> mais corte.
- Bomba relógio da explosão do desemprego e das tensões sociais.
O único ponto menos pessimista será a atuação do Congresso, impedindo a manutenção dessa caminhada para o desastre, desenhada por Guedes.
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É um panela de pressão cuja tampa chama-se Teto de Gastos. Se não tirarem a pressão e a tampa, ela sairá através duma explosão. Só que a mídia oficial é Teto Futebol Clube – como, aliás, era Câmbio Fixo futebol Clube até que, após a eleição de 98, ela explodiu, deixando um país totalmente sem nenhuma reserva em dólar – aliás, 13 anos de governo do PT deixou o país com 400 bi de dólares, o que impede que o Brasil já tenha se transformado economicamente numa Argentina hoje.
Nassif, o Guedes sabe que tem um mandato de 4 anos e fim.
Neste tempo ele está preocupado com algumas questões relacionadas ao bancos e só.
O resto é resto. Vai aos trancos e barrancos.
Autonomia do banco central, ajuda e privilégios aos bancos.
O que Guedes quer é justamente chegar na encruzilhada. Incluir o teto de gastos na constituição foi a solução da ekipecononica para eliminar gastos obrigatórios.
Agora, os gastos e o teto estão na construção. Qual dos dois obedecer?
E ainda tem o auxilio emergencial para piorar a situação.
Guedes quer o caos. Essa é a estratégia.
Eles já tem a solução para o problema: congelamento de salários para aposentados que ganham acima do mínimo.
Apelam sempre para os mais fracos.
Jamais tocam no assunto taxação de dividendos.
Acredito que nada fazem para combater a covid porque a esmagadora maioria dos mortos é de aposentados e pretos pobres.
Já pensaram se aparecesse um vírus que só fosse fatal para ocupantes de cargos públicos incompetentes?
A aprovação da PEC do Teto de Gastos foi um dos crimes perpetrados em conjunto pela camarilha golpista de 2016. Abrindo um parêntese, o verdadeiro golpe não consistiu no impeachment de Dilma sem crime de responsabilidade. Aquilo foi apenas a abertura da porteira para passar SEM VOTO a boiada ultraliberal. O golpe, ainda portanto em andamento, foi contra da democracia, representada pelo eleitorado que, em 2014, não aprovou o congelamento de despesas obrigatórias (teto), a usurpação dos direitos trabalhistas, o adiamento, com restrições de valor, das aposentadorias, a liquidação do patrimônio público EXISTENTE na bacia das almas, a subordinação a potência estrangeira etc. Voltando ao famigerado teto, enquanto ele não for derrubado, estaremos convivendo com um crime continuado, que tenta desviar o Estado das obrigações constitucionais mais importantes, em proveito dos interesses do mercado financeiro.
Oi Nassif: Obrigado por suas colocações e por sua incansável cruzada pelo povo brasileiro. Eu acredito que a sua boa alma não lhe permite enxergar que não é a incapacidade de Guedes que leva a essas politicas desastradas – pelo contrário elas são deçiberadas para destruir o Brasil, fazendo com que as pretendidas privatizações sejam aceitas. Não falos dos Correios ou mesmo da Eletrobrás – a pretensão é de do mercado se apossar de toda a riqueza do povo brasileiro: Petrobras, Caixa Federal, Banco do Brasil. Da big data das empresas de dados federais.
A politica “econômica” atual busca mais ainda: desencadear uma baita inflação, resolvendo os problemas de grande endividamento dos bancos e empresas (o dinheiro de helicóptero do bacen). Inflação alta> somem as dividas > baixam os salários: minimo sem reajuste, aposentadorias, funcionalismo. Ricos mais ricos e os pobres que se danem.
Veja que com juros altos (pela inflação), os dolares chegam e o seu valor baixa: isso resolve outro problema dos bancos e das grandes empresas com a cesso ao crédito no exterior: o grande endividamento em dólar, insustentável com a alta da moeda, mas que a pandemia e a paralização dos mercados está escondendo.
Vou mais longe, não sou economista mas acredito que um dos objetivos seja levar o Brasil ao FMI, e também o objetivo final de lançar mão das reservas acumuladas pelo Brasil nestes anos.
Isso explica a longevidade do Guedes: que está cumprindo os desígnios do mercado. sua esperança no Congresso é sonho: os deputados estão tranquilos com as vitórias de seus prefeitos e a garantia de reeleição em 2022! Nada farão em beneficio do povo. O grande partido da burguesia (multi legandado) está de volta.
A esperança pior ainda é a de quaqluer concessão de Biden: as coisas aqui vão piorar – veja quem foi nomeada para o tesouro. Mais austeridade!!
Espero estar errado, mas quem sobreviver verá!!