A lógica do investimento externo

Qual a utilidade do capital financeiro externo para a economia brasileira? Trata-se de questão amplamente discutida, pouco conclusiva devido aos interesses envolvidos.

Imagine uma economia fechada com uma taxa de investimento doméstico equivalente a 20% do PIB, mantido exclusivamente com poupança doméstica. Agora, abre-se a economia. Entram, digamos, 5% do PIB em investimento? Há três maneiras desses recursos serem tratados:

1. O Banco Central não adquire os dólares, há um excedente que provoca uma apreciação do real.

2. O BC adquire os dólares excedentes, injeta dinheiro na economia, mas esteriliza através da colocação de títulos públicos.

3. O BC adquire os dólares excedentes, mas esteriliza apenas parte da moeda emitida.

Os efeitos serão os seguintes:

Repare que, em todas essas alternativas, o livre ingresso de dólares pelo mercado financeiro ou é negativo, ou neutro. Em apenas uma hipótese pode ser positivo: quando o BC deixa de esterilizar todos os reais emitidos para a compra de dólares, e melhora o nível de atividade, pelo aumento da liquidez na economia.

Mas esse movimento independe da entrada de dólares. Corresponde a um aumento de emissão monetária, que pode ser feito por qualquer política monetária autônoma, sem necessariamente ser utilizado para a compra de dólares. Mesmo se houvesse uma economia fechada, o BC poderia obter o mesmo resultado através de emissão de reais.

Confira que, nos três casos apresentados, o investimento financeiro externo só aumentou a poupança externa no caso de aumento da emissão monetária – que pode ser feito independentemente de entrada ou não de dólares.

Em todos os demais casos, a economia doméstica, as empresas que dependem apenas do crédito interno, tiveram que pagar a conta:

1. Pelo efeito-substituição: cada dólar que entra ocupa espaço do real disponível, com a compra de dólares pelo BC e a posterior esterilização de moeda.

2. A compra de dólares aumenta o custo fiscal, obrigando a um pagamento maior de impostos ou redução maior de investimentos públicos.

Então, para quê efetivamente servem esses dólares que entram através do mercado financeiro?

Objetivamente, servem para colocar liquidez nas mãos de determinados grupos, que conseguem entrar, ocupar lugar da poupança doméstica, e aplicar em títulos públicos ou então em operações de Bolsa.

Um dos argumentos dos ortodoxos competentes do mercado, é que esse investimento externo está provocando uma baixa nos juros, obrigando o BC a, mais cedo ou mais tarde, render-se aos fatos e reduzir a Selic.

Como isso ocorre?

O investidor estrangeiro compara a rentabilidade dos títulos brasileiros no exterior com a aplicação interna.

Há dois componentes de rentabilidade quando internaliza os dólares: a taxa Selic e a apreciação do câmbio.

Por exemplo, se a taxa Selic está em 12,5% e há uma perspectiva de apreciação cambial de 10%, a remuneração esperada do investidor é de 25% (grosso modo).

Então ele vai tratar de trazer dólares à vontade para lá. Ele irá aceitar comprar dólares até que a cotação caia para níveis em que comece a trazer de volta o fantasma da desvalorização, ou seja, que zere a conta da balança comercial. Hoje em dia o mercado trabalha com uma taxa de câmbio de equilíbrio de R$ 1,80, para zerar a balança comercial.

Qual a taxa de câmbio de equilíbrio para zerar a balança comercial: estimam que é R$ 1,80. Qual a taxa de juros interna? 12,5%. Teoricamente, o risco seria minimizado até um câmbio de R$ 1,60.

Veja bem, taxa de câmbio de equilíbrio não é necessariamente a melhor taxa para a economia. Se a taxa de equilíbrio significa matar as exportações de manufaturados, para compensar o “boom” das commodities, obviamente é uma taxa maléfica.

Quando BC fala que quer controlar apenas os juros, perde controle sobre cambio

Argumentam esses analistas que a pressão externa dos mercados obrigará, mais cedo ou mais tarde, o BC a retomar a racionalidade e a reduzir os juros.

Ora, é uma vantagem, mas apenas para um BC esdrúxulo. No início, terceirizou-se a política monetária para os mercados, como antídoto à ação dos políticos. Cada medida populista seria “castigada”: pelos mercados. Agora, passa a ser antídoto contra a ação do BC?

Obviamente há maneiras muito mais baratas de racionalizar a ação do BC: colocando uma diretoria competente, por exemplo.

Luis Nassif

23 Comentários

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  1. Creio que na questão da
    Creio que na questão da condução da Políitica Monetária no primeiro mandato do Governo do Presidente Lula havia mais do que a falta de credibilidade, havia uma grande desconfiança do mercado não só temendo uma renegociação da divida pública interna e externa como também dúvidas da capacidade técnica dos membros da equipe do Governo do Presidente Lula principalmente da equipe econômica.

    Obrigando aos condutores da Política Monetária a fazer os movimentos somente quando ela já estava totalmente absorvido pelo mercado.

    Mas agora passada as eleições e ficando claro que o Governo do Presidente Lula não representa risco ao Capital, não há mais necessidade dessa prudência, pelo
    contrário há enorme espaço para movimentos mais ousados na medida que o mercado mais do que considera a Política Monetária atual como ortodoxa e conservadora, como confia nos atuais condutores da Política Monetária.

  2. Não tem nada a ver. A falta
    Não tem nada a ver. A falta de reformas reduz a competitividade da economia, e isso tem a ver com câmbio. Nunca vi combater falta de competitividade com juros altos. Isso é invenção do mercado.

  3. Roberto, não há nenhum estudo
    Roberto, não há nenhum estudo que comprove que a abertura da conta capital aumenta o nível de investimento na economia, justamente por que tem um efeito substitutivo sobre a poupança doméstica.

  4. Nassif,

    Em uma economia dita
    Nassif,

    Em uma economia dita GLOBALIZADA só os juros não o foram. Evidencia clara de favorecimento à alguns Lobbies.
    Com custo PESADÍSSIMO para a nação (povo). E num momento de liquidez nunca visto antes. Surrealista !

    Por outro lado Nassif, se tenho entendido seu psicionamento, você defende que a taxa de cambio seja estabelecida : ou seja, um determinado grupo de pessoas (tipo COPOM), deveria se sentar e estabelecer periodicamente a taxa do cambio. Com benefício para todos setores exportadores da economia. É isso ? Nesse caso, aconteceria também o item 2 de seu POST ! Ou não ? Vc tem defendido veementemente uma taxa de CAMBIO DECRETADA. Será que poderia explicar o que aconteceria, passo a passo, analisando todas as consequencias possíveis ? Gostaria de dizer que respeitosamente não concordo com sua opinião quanto a taxa de cambio ser ADMINISTRADA. Pode ser que eu esteja obcecado com a questão do CAMBIO FLUTUANTE e não consiga ver os possíveis benefícios do CAMBIO DECRETADO, sendo apenas por isso que peço respeitosamente sua ANÁLISE de que aconteceria em tal cenário. Passo a passo. Todas consequencias possíveis. Benéficas e maléficas.

  5. Carlos, nenhum país racional
    Carlos, nenhum país racional deixa o câmbio se apreciar, como está se apreciando, vendo setores industriais desaparecerem. Ainda mais com o efeito-China deflacionando violentamente o mercado internacional. É suicídio.

  6. Sugiro que você critique meus
    Sugiro que você critique meus argumentos, mostre onde estão as premissas erradas. Aí a discussão pode melhorar.

  7. O principal problema para
    O principal problema para países como o Brasil é que o ativo “reservas” rende algo parecido com LIBOR e o endividamento interno custa SELIC. Portanto sai caro acumular reservas! Passa a existir um descasamento entre ativo e passivo! O Japonês acumula reserva recebendo LIBOR e se endivida pagando 0,5%(?) ao ano! E a China? Não sei…

    Assim, o nosso problema passa a ser porque a SELIC não cai? Se funcionasse a teoria que diz que a grana entraria no Brasil até que se igualasse o juro interno com o externo, não haveria problema em se acumular reservas! Portanto o nosso problema é: porque não cai a SELIC?

  8. Raí, o problema é que todas
    Raí, o problema é que todas as condições são para uma Selic de 10% ou menos e eles mantém nesse patamar. Essa diferença custa bilhões em aumento da dívida e reduçao do crescimento.

  9. Edson, a longo prazo câmbio
    Edson, a longo prazo câmbio tem efeito sobre o produto. E política monetária com juros elevados e abertura de conta capital é apreciação cambial na certa.

  10. Marco Antonio, a dívida foi
    Marco Antonio, a dívida foi criada justamente para preservar esse modelo da abertura da conta capital. O problema começa em 1994.

  11. Os juros podem cair agora,
    Os juros podem cair agora, sem nenhuma espécie de ewnxurrada. E uma enxurrada adicional joga o câmbio em 1,80, independentemente do nível das reservas.

  12. Curto e grosso: o que a conta
    Curto e grosso: o que a conta de capital traz é um investidor com perfil de risco bem diferente… o efeito: dar um fim na overdose de morfina de juros altos e liquidez diária que foi o dia-a-dia do investidor brasileiro por 15 anos! O rentista vai ter que correr atrás!

    Ruben

  13. Marco, no primeiro dia o
    Marco, no primeiro dia o dólar do Real caiu para 90 centavos. Pouco tempo depois para 80 centavos de real. A apreciação veio na partida.

  14. Nessa época o FHC nem era
    Nessa época o FHC nem era presidente, estou falando do periodo final de seu primeiro mandato, próximo a reeleição.
    Mais precisamente na gestão do Sr. Gustavo Franco na presidencia do BC e qdo o Armínio Fraga assumiu em 03/1999 e implantou o cambio flutuante.
    A dívida explodiu em 1999, logo após a reeleição do FHC.

  15. Com todo respeito a alguns
    Com todo respeito a alguns colegas, mas ficar apregoando que os problemas do país se resumem à ausência de “reformas” é dar demonstração de ser cordeiro da grande mídia.
    Alguns nem falam quais reformas seriam necessárias, apenas dizem que tudo de ruim se deve a ausência delas.
    Outros citam, genericamente, a reforma trabalhista e da previdência, mas vamos devagar aí !
    Já fizeram duas ou três reformas da previdência, a mudança nos cálculos de seus gastos demonstram claramente que o rombo imputado a ela se devia, na realidade, aos programas assistenciais mantidos pelo governo em consonância com as disposições constitucionais referentes ao assunto e ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, pilar de nossa República. Se há déficit, sua trajetória não é explosiva a curto prazo (fato que não justificaria um tremendo ajuste fiscal por causa da Previdência; o que detona nossas contas é o pagamento de juros, graças aos patriotas do BC).
    Ademais, se colocarem obrigações de mais e direitos de menos na relação entre cidadãos e o RGPS, não duvido que ele se tornará desinteressante ao ponto de as pessoas diminuírem os recolhimentos a ele devidos para priorizarem planos privados.
    Quanto a reforma trabalhista, eu só faço uma perguntinha : QUEM É QUE TEM A CARA DE PAU DE SUPRIMIR DIREITOS TRABALHISTAS ENQUANTO TIVERMOS OS MAIS ALTOS JUROS DO MUNDO E CÂMBIO DE R$ 2,06 ?

    Sou de Franca/SP, tenho assistido ao incessante fechamento de indústrias de calçados e me revolto quando falam em suprimir direitos de cidadãos comuns, a maioria de origem humilde, quando os nossos maiores problemas são mantidos pelo próprio governo para enriquecer banqueiros.
    O Estado existe para prover o bem comum e não para manter um capitalismo grotesco,onde até a livre iniciativa, em fartos setores da economia, é torturada para que os governos cumpram seu propósito (contrariando nossa CR): fazer milionários e bilionários cada vez mais ricos.

    Peço desculpas pelo comentário longo, não me contive.

  16. O presidente do banco central
    O presidente do banco central chinês declarou hoje que a China cansou de acumular dólares oriundos de exportações. Atualmente tem mais de um trilhão. Será criada uma agência que irá investir mais agressivamente este dinheiro. Estima-se que os investimentos atuais da China e de outros países asiáticos em “bonds” americanos reduziu os juros em dois pontos percentuaisn nos Estados Unidos:
    http://www.chinadaily.com.cn/china/2007-03/21/content_832848.htm

  17. A discussão é ótima agora que
    A discussão é ótima agora que até os mais empedernidos planilheiros e seus seguidores começam a reconhecer a inviabilidade de se acumular montanhas de reservas em moeda fraca (o dólar) a um custo fiscal absurdo (a selic). Além disso, a avalanche descontrolada de dólares pode piorar com o aumento de investimentos estrangeiros, especulativos ou não, os possíveis e vigorosos aumentos de receitas com etanol, milho e soja e o papo furado de “investment grade” para daqui a x anos…Cabe um parênteses… As gloriosas agências de risco estão se borrando para alterar a nota de risco de um país cuja dívida líquida é zero…Esses caras são geniais.

    O melhor uso para esses dólares seria a importação de máquinas e equipamentos para a produção de produtos de alta tecnologia e valor agregado, a liquidação das dívidas de curto prazo, melhorar a infra-estrutura e educação.

    A péssima idéia é escancarar o mercado para quinquilharias e bens de consumo, que tem muito miolo-mole propondo por aí.

    O supra-sumo da burrice…o país em frangalhos…sem estradas, sem aeroportos, sem educação, sem saúde, sem empregos, sem segurança pública…mas em compensação cheio de dólares nas reservas e montanhas do estado da arte em bugigangas variadas. O povo gosta…

  18. Boa noite Luiss
    Boa noite Luiss Nassif,
    Explendida interpretação dos atuais fatos pertinentes aos investimentos estrangeiros e seus efeitos em nossa economia. Conversando com alguns colegas recem formados em Economia, assim como eu, nos perguntamos até quando o Banco Central manterá essa âncora monetária na atividade econômica. Temos apenas duas hipóteses a testar: Ou a diretoria do Banco Central é muito míope, ruim mesmo, e somente consegue planejar política econômica para um prazo curtissímo, entre uma e outra reunião do Compom (a cada dois meses); ou existem interesses de terceiros forçando a atual situação para benefício próprio de alguns colarinhos brancos. Como eu acho muito difícil uma corrupção passiva no colegiado de diretores do Banco Central, acredito que seja incompetência pura mesmo.
    Será que é possível saber que nota os caríssimos possuiram em Economia Monetária e Macroeconomia?
    Abraços

  19. Não necessariamente em teoria
    Não necessariamente em teoria uma entrada de capital é negativa: se o capital financia investimentos reais, aumento de capacidade produtiva e nao è volátil. È uma discussão feita per exemplo recentemente a respeito dos private equity funds a nivel internacional.
    Mas os capitais especulativos som sempre perigosos pq destabilizam e na entrada e na saida. (Na teoria economica ideologica neoclassica com perfeita informacao, racionalidade e outras fantasias nao tem lugar pela especulacao assim o problema nao existe, é a realidade q esta errada nao acompanhando o modelo).
    A destruidora politica monetaria praticada no Brasil tem duas explicações: ela é conduzidas per incompetentes mas é uma incompetência q rende muito dinheiro pra a turminha no poder.
    Nenhum pais da Europa sozinho tia a possibilidade de contrastar a especulação. A introducao do euro foi tb uma forma de reduzir os efeitos negativos da especulacao.
    Centenas de triliões de dólares alimentam a especulacao no mundo atual: o mundo virou virtual, a realidade produtiva é refem da especulacao.
    A completa abertura dos mercados financeiros era essencial pela supremacia absoluta do dolar, e os americanos fizeram a coisa certa. O euro (hoje) nao passa q de um derivativo do dolar.
    A China tem um monte de dolares e nao sabe o q fazer. Eles nem som bom pra comprar empresas e tecnologia americanas.
    Se o dolar fica fraco ela compra ainda mais dolares pra manter baixa a moeda nacional (e reduz os salarios). Loucura do mundo virtual contemporâneo.
    Sem um sistema financeiro e monetario mundial, sem estabilidade dos fluxos dos capitais, sem uma moeda única internacional como o Mundell sugere, os vantagens da abertura devem ser comparados com os riscos e perigos. Paises pobres q ficam com divida externa nao vao ter nenhuma saida. Pobreza e mais pobreza. (manipulando o cambio e o pequeno mercado financeiro com entradas e saidas os especuladores acabam mandando em varios paises).
    O Brasil é potencialmente o pais mais rico do mundo, mas a turminha no poder sempre se recusou de desenvolver as forcas produtivas nacionais. Na novela da Record o Tortu tive q ser livrado pelos moradores: tb a nivel nacional a grande maioria da populacao, a sociedade civil deveria pressionar pra mudar. A eleicao de Lula ainda nao é suficiente, è um começar
    Combinação de juros elevados e cambio valorizado pela especulacao som um desastre (per quase todos).
    O problema é de escolha politica. Mas o governo nao escolhe: espera q aconteca o milagre do espetaculo do crescimento, enquanto o pais produz dolares de gracas (alias tirando o sangue dos pobres e destruindo as forcas produtivas) para os especuladores. Se os moradores do Tortu, mas é uma novela, tivessem esperado, ainda estariam sob o comando do trafico.

  20. Roberto, estou falando em
    Roberto, estou falando em investimento financeiro, esse capital de curto prazo que entra e sai, não em investimentos produtivos, transferência de tecnologia, compra de equipamentos.

  21. Creio que seja um ciclo
    Creio que seja um ciclo virtuoso para a queda da juros da taxa Selic. Esse movimento da conta capital nos últimos três anos tem permitido ajuste nas contas externas, a elevação das Reservas cambias de menos de 15 bilhões de dolares para mais de 100 Bilhões de dolares, aumentar a liquidez dos títulos públicos permitindo alongar tanto a dívida interna quanto a externa e hoje é segundo grande fator de pressão sobre os elevadíssimos juros da Selic.

    Em função dos atuais saldo da Balança Comercial e do aumento dos dos investimentos estrangeiro direto, creio que já podemos fazer alguns ajuste para ajustar a conta capital, uma delas é voltar aplicar impor o imposto de renda para o investimento estrangeiro de curto.
    prazo.

    O importante é sair do atual processo com a contas externas equilibradas, com as Reservas Cambias fortalecidas e principalmente com cambio devidamente ajustado de preferência pela banda máxima do Banco Central que parece ser 2,30 reais.

    O importante é conta Capital tem demonstrado ao mercado interno que os atuais juros da Selic são tão altos que tem muito Investidor estrangeiro vendendo dolar para aplicar em Real, coisa inimaginável a a apenas três anos..

  22. O SINAL – Sindicato Nacional
    O SINAL – Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central informa:

    a) nove meses atrás – desde a edição MPs que reestruturaram carreiras de servidores do Poder Executivo -, observou-se que os salários dos funcionários do Banco Central foram rebaixados à 19ª posição entre carreiras congêneres, de perfil e qualificação semelhantes, sem nenhuma justificativa técnica ou de qualquer outra natureza;

    b) desde então, o SINAL teve mais de dez encontros com autoridades, dentre elas o Ministro do Planejamento, o Ministro Presidente do Banco Central, os Diretores de Administração do BC (anterior e atual) e o Secretário de Recursos Humanos do MPOG, aos quais relatamos a defasagem salarial e apresentamos documentos e tabelas comparativas, tendo todas essas autoridades reconhecido referida distorção e se declarado dispostos a trabalhar para corrigi-la “no momento oportuno”;

    c) datam também de nove meses o primeiro alerta e pedido de providências, e constatamos nada haver sido feito no sentido de solucionar a grave pendência; assim, o SINAL convocou assembléias em todas as representações do BC para ouvir a categoria, que decidiu, realizar uma GREVE DE ADVERTÊNCIA de 24 horas em todo o país, no dia de hoje (28/03/2007);

    d) nessa GREVE NACIONAL DE ADVERTÊNCIA, os servidores do BC enviam as seguintes mensagens às autoridades (Diretoria do BC e Governo):

    1) não há mais o que esperar e não aceitamos mais protelações;

    2) não aceitamos o tratamento discriminatório imposto aos servidores do BC em relação a outras categorias do Serviço Público Federal;

    e) Ressaltamos, desde já, o caráter apartidário do nosso movimento, e o compromisso dos servidores do Banco Central com a missão confiada à Instituição pela sociedade brasileira; daí a necessidade de um BC forte, com profissionais valorizados, motivados e respeitados.

    David Falcão

    Presidente Nacional do SINAL

    F: (061) 81458202

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