A sinuca americana

O plano Obama, de recuperação da economia americana, merece uma boa discussão por aqui.

Exponho alguns pontos:

1. Os investimentos em infraestrutura serão suficientes para gerar empregos em uma economia que, há muito, se baseia no setor de serviços? Qual o impacto efetivo na geração de empregos?

2. Os incentivos fiscais a empresas com prejuízo ameniza problemas de capitalização e capital de giro. Para pessoas físicas, ajudará a reduzir dívidas. Mas dificilmente virão para o consumo. A sensação de perda patrimonial das famílias americanas as induzirá a um processo de poupar o que der. Levará muito tempo para que o consumo volte a melhorar.

3. Segundo foi mostrado recentemente aqui, nos comentários, a maior parte das grandes corporações americanas estão capitalizadas. Acontece que, nos anos 90, houve um profundo processo de transferência da produção de manufatura para outros mercados. Pergunto: qual a probabilidade desses recursos serem investidos no próprio país?

4. O sistema financeiro norte-americano – peça central no novo desenho do país pós-anos 80 – implodiu. Começa agora a terceira onda, provocada pelo impacto da crise das empresas sobre a carteira de bancos já combalidos. Toda a ajuda prometida visa, no máximo, evitar novas quebras.

Luis Nassif

33 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. duvido que os americanos
    duvido que os americanos desempregados vão trabalhar nas frentes de trabalho, estradas, escolas etc. Será a mão de obra dos imigrantes (alguns ilegais) que farão essas obras. Vai ser difícil re-importar as manufaturas de novo para o chão da fábrica americana. E então, cómo vai ser???

  2. Nassif

    Recebi um e-mail
    Nassif

    Recebi um e-mail divertido estes dias sobre a economia americana:

    O autor se chama Marc Faber. Ele é analista de Investimentos e empresário. Em junho de 2008, quando o Governo Bush estudava lançar um projeto de ajuda à economia americana, ele encerrava seu boletim mensal com um comentário bem-humorado, não fosse trágico…

    O Governo Federal está concedendo a cada um de nós uma bolsa de U$ 600,00.

    Se gastarmos esse dinheiro no supermercado Wall-Mart, esse dinheiro vai para a China.

    Se gastarmos com gasolina, vai para os árabes.

    Se comprarmos um computador, vai para a Índia.

    Se comprarmos frutas e vegetais, irá para o México, Honduras e Guatemala.

    Se comprarmos um bom carro, irá para a Alemanha.

    Se comprarmos bugigangas, irá para Taiwan e nenhum centavo desse dinheiro ajudará a economia americana.

    O único meio de manter esse dinheiro na América é gastá-lo com prostitutas e cerveja, considerando que são os únicos bens ainda produzidos por aqui. Estou fazendo a minha parte…!

    Abraços.

  3. Nassif,

    Esse plano de Obama
    Nassif,

    Esse plano de Obama parece com as medidas de Bush para esquentar a economia; vinha uma crise e tome aumento de gastos públicos e corte de impostos. Funciona no curto prazo? Funciona. O problema é o impacto no médio prazo, principalmente com as quedas dos preços dos hidrocarbonetos e da desaceleração da economia chinesa que afeta justamente os maiores financiadores do déficit americano.

    Creio que a recuperação da economia americana passa pel crivo de uma desvalorização controlada do dólar, juros baixos (negativos?) e também por um programa de saneamento das contas públicas – talvez não fosse popular a uma primeira vista, mas atacaria justamente os déficits gêmeos.

  4. Nassif,
    Quanto ao comentário
    Nassif,
    Quanto ao comentário nº 2, pergunto, as famílias americanas não estavam gastando no consumo quantias insustentáveis de se manter?
    No geral, indago, e a enorme dívida dos EUA, com essas medidas não vai aumentar ainda mais? O FMI nunca se pronuncia quanto a esse assunto nem as agências de avaliação de risco o levam em consideração? E caso o resto do mundo chegue a conclusão que é temerário continuar a financiá-la, o que ocorreria?
    garto,

    Esse é o problema: estavam e agora não podem mais. Daí a recessão.

  5. Caríssimos Wagner P. e Marcos
    Caríssimos Wagner P. e Marcos Colorizador:

    Se gastarmos esse dinheiro no supermercado Wall-Mart, esse dinheiro vai para a Zona Franca de Manaus ou para a FIESP.

    Se gastarmos com gasolina, vai para os os cariocas e os santistas.

    Se comprarmos um computador, vai para Campinas, Ilhéus, ou Rio Grande do Sul.

    Se comprarmos frutas e vegetais, irá para o interior paulista, mineiro ou fluminense.

    Se comprarmos um bom carro, irá para São Paulo, Paraná, Minas, Goiás, Rio Grande do Sul ou Bahia.

    Se comprarmos bugigangas, irá para o Paraguai e o Lugo para de encher o saco.

    Ou seja, estaremos melhor na foto que os americanos do norte!!!

  6. “1. Os investimentos em
    “1. Os investimentos em infraestrutura serão suficientes para gerar empregos em uma economia que, há muito, se baseia no setor de serviços?”
    Como voce nota no item 3, grande parte da *producao* de bens foi exportada enquanto turmas de trabalhadores de construcao indocumentados se amontoavam em esquinas pra quem passasse contratar. (ja foram deportados e a coisa nao eh tao descarada como era.) Os investimentos seriam “suficientes” se tivesse havido menos perda salarial ou qualquer coisa alem do zero crescimento salarial dos anos 90. Agora tem se a enorme sensacao de perda que os salarios pararam la atraz e nao serao recuperados, e que o ninho da aposentadoria dos mais velhos se estourou. Nenhum governo do mundo esta militarmente preparado pra dizer a 400 milhonarios que eles teem mais dinheiro que 150 milhoes de pessoas do proprio pais -especialmente porque uma gigantesca estrutura de protecao aos ricos e de concentracao de renda nao se desmantela em 6 dias. E sem “investimento” daqueles 400 nada vai modificar, o dinheiro da populacao ainda esta preso, literalmente, e perdendo valor.

    “Qual o impacto efetivo na geração de empregos?”: nao haveria maneira de Obama *nao* gerar emprego. Nao gerar emprego e desaparecer com os existentes eh especialidade da direita continental.

    Tou muitissimo desconfiado. Como todo mundo ja sabe, e nao foi por timidez que eu so o disse 90 vezes antes, eu acho que Obama foi levado aa presidencia pra ser sabotado. A fracao de segundo que qualquer coisa der certo na economia ele vai ter seu merito roubado, igualzinho tentam fazer com Lula no Brasil. So que no Brasil nao deu certo e vai continuar nao dando certo… e note que no Brasil quem le a media esta muitissimo mais desinformado que nos EUA porque sao mentiras tao descaradas que todo mundo ja acordou. (esse eh, do comeco ao fim, um comentario estritamente economico, nao me venham com guerra esquerda-direita)

  7. Mas é justamente esse o
    Mas é justamente esse o problema, Nassif. Não há saída. E a razão também está no post: o sistema econômico-financeiro internacional que existia, não existe mais.

    Não sei se a gente deve continuar chamando o “setor de serviços” como tal e tradicionalmente se faz. Que tal setor de inovação? Setor criativo?

    A pergunta é: se é preciso recompor os ativos, os valores, os preços relativos, como fazer isso, se ainda não existe uma nova escala de valores cuidando do reordenamento econômico que está para se formar?

    Alguém sabe que tipo de trabalho terá valor? Maior ou menor? E que produtos? E quais serviços? E produzidos onde, por quem? E quais as variáveis ambientais, de escassez de recursos envolvidas em cada um? Se produzidos no Vietnã, na Suécia, no Paraguai ou no Brasil, nos EUA ou na China, na Inglaterra ou na Índia? Que coeficientes tecnológicos serão exigidos? Que relações trabalhistas e fiscais? Quais fatores monetários e de infraestrutra? Que riscos e instabilidades regionais e locais?

    Todas essas interrogações indicam que o problema não é apenas econômico, ele é também político e cultural, e mais do que isso, histórico, pois adentramos rápido demais em uma nova era, contudo, a rapidez é característica dela. Como compreender tudo isso? De onde nascerão as novas escalas de valores?

    Quer dizer que o setor financeiro, a moeda, não é mais o único centro gerador e gerenciador dos valores. Até que a relatividade das coisas seja reavaliada e provada nos novos sistemas de troca – no novo sistema internacional – haverá uma intensa atividade de composição de valores, de natureza muito prática mas também muito complexa.

    Preservada a experiência e o conhecimento, Restou para nós apenas o novo.

  8. Nassif, analisando friamente,
    Nassif, analisando friamente, creio que você está absolutamente correto em sua avaliação.

    Entendo que qualquer pacote que Obama venha a adotar irá, como você disse, no máximo, evitar mais quebradeira e as pessoas (físicas e jurídicas) usarão o dinheiro para pagar as suas dívidas e não para investir ou consumir. Assim, creio que será muito difícil para Obama tirar o país da crise apenas com tais pacotes de estímulo.

    Estou convencido de que os EUA deverão mergulhar num longo processo de estagnação econômica com taxas de crescimento próximas de zero, como aconteceu com o Japão após o estouro da bolha imobiliária em 1989, que deu início à mais longa crise econômica japonesa desde o final da 2a. Guerra Mundial.

    Aliás, Nassif, penso que seria interessante estudar o caso da estagnação econômica japonesa na década de 1990, pois acredito que os EUA têm tudo para repetí-la nos próximos 5 ou 10 anos, pelo menos.

    A estagnação japonesa dos anos 1990 também começou com o estouro da bolha imobiliária que jogou o mercado acionário no chão e também arrebentou com o sistema financeiro do país.

    E o que o governo japonês fez na época? Pacotes e mais pacotes de estímulo econômico e de ajuda substancial aos bancos falidos. E no que isso resultou? Em uma década de estagnação econômica.

    Acredito que existe uma imensa possibilidade de que algo semelhante venha a acontecer com os EUA, agora.

    O economista Lester Thurow chegou a dizer, num dos seus livros, que a área na qual se localizava o Palácio do Imperador, em Tóquio, chegou a ter um valor superior ao de todo o PIB da Califórnia (o estado mais rico e mais populoso dos EUA) e ele dizia que isso era totalmente irreal, é claro, fruto de uma especulação desenfreada e irracional que havia tomado conta da economia japonesa, tal como aconteceu com a economia norte-americana no governo Bush.

    E se os EUA ‘apenas’ mergulharem numa estagnação econômica prolongada, isso acontecerá devido aos pacotes gigantescos de ajuda e estímulo econômico do Estado norte-americano. Sem os mesmos, os EUA mergulhariam numa Depressão propriamente dita.

    E as grandes empresas norte-americanas estão capitalizadas porque lucraram muito tanto com a especulação financeira desenfreada que tomou conta da economia norte-americana e mundial nas últimas décadas, como pelo fato de terem transferido as suas unidades de produção para países como China, México, Índia, etc, onde os custos de produção são menores e as margens de lucro são imensamente maiores daquelas que vigoram nos EUA e nos demais países ricos. E é justamente por isso que tais unidades produtivas não serão levadas de volta para os EUA.

    Simplesmente não há como reduzir os custos de produção e nem elevar a margem de lucro que se obtém nos EUA para os patamares que são alcançados na China, México, Índia, Indonésia, etc.

    Na verdade, a tendência é que o processo de transferência destas unidades produtivas se intensifique, devido à gravíssima crise econômica que se abateu sobre a economia norte-americana, rumo aos países emergentes, que são os que sustentam o crescimento econômico mundial, hoje, e que têm um grande potencial de crescimento do seu mercado consumidor interno, algo que não acontece mais nem com os EUA, nem com a Europa e nem com o Japão.

    Setores da economia norte-americana como o automobilístico e o siderúrgico somente sobreviverão com vultosa ajuda e participação estatal (empréstimos, protecionismo, subsídios, etc). Esses setores deverão se transformar em semi-estatais para poder sobreviver. Do contrário, irão se transferir para países com custos reduzidos, também, tal como já aconteceu com setores como o de calçados, têxteis, brinquedos, etc.

    Durante a estagnação, os norte-americanos terão que reestruturar a sua economia e a sua sociedade. Não dá mais para manter os gigantescos gastos militares (de cerca de US$ 800 bilhões/ano) ao mesmo tempo em que o sistema financeiro quebra, o Estado se endivida rápida e fortemente para salvar o setor privado quebrado (sistema financeiro, indústria automobilística, etc) e milhões de norte-americanos ficam desempregados e seu poder de compra se reduz cada vez mais.

    O que os EUA terão que fazer, a meu ver, é:

    1) promover uma forte regulamentação do sistema financeiro (inviabilizando novas bolhas especulativas e enquadrando o mesmo, como defende o Paulo Nogueira Batista Jr.). O item 4 do seu post dá a entender, inclusive, que talvez seja necessário elevar ainda mais a participação do Estado norte-americano no sistema financeiro, promovendo até algumas substanciais estatizações e com essas sendo de longo prazo, indo muito além de simplesmente ajudar agora para, daqui a alguns anos, privatizar tudo novamente.

    O retorno à mesma situação que existia antes da crise é totalmente inviável, tanto do ponto de vista econômico-financeiro (devido à crise que a desregulamentação do sistema financeiro gerou) como sob o aspecto político-eleitoral, pois o povo norte-americano não aceitará que o sistema financeiro faça o que quiser e, com isso, jogue o país em novas crises econômicas como essa que está acontecendo. Afinal, por mais que acreditem na ‘livre-iniciativa’, eu duvido que o povo norte-americano seja masoquista;

    2) reduzir fortemente os seus gastos militares, acabando com as guerras do Iraque e do Afeganistão, fechando inúmeras bases militares (são mais de 700 espalhadas pelo mundo afora), reduzindo as despesas com mercenários e empresas que se beneficiaram com a privatização das guerras promovidas pelo governo Bush (isso começou já no governo Clinton, mas em escala reduzida, e Bush intensificou o processo).

    Qualquer coisa, Nassif, sugiro a leitura dos livros ‘As Aflições do Império’ e ‘Blackwater – A Ascensão do Exército Mercenário mais Poderoso do Mundo’, que mostra como isso se desenvolveu. Tais livros contam coisas de que até Deus duvida, mas mostram de que maneira o complexo industrial-militar foi sendo, progressivamente, privatizado pelo governo Bush;

    3) elevar fortemente os investimentos públicos (em infra-estrutura, saúde e educação, principalmente), promovendo um substancial aumento da participação do Estado na economia e na sociedade, criando-se um sistema público universal de Saúde (o sistema privado é caríssimo e, com a crise, ficará cada vez mais inacessível para grande parte da população, que ficará cada vez mais pobre, como já está acontecendo, aliás). Hoje, já temos 47 milhões de norte-americanos que não têm Seguro-Saúde. Com a crise, esse número crescerá ainda mais, é claro, caso nada seja feito.

    Assim, os EUA ficarão com uma ‘cara’ mais parecida com a da Europa Ocidental (como a França, por exemplo) adotando políticas de natureza tipicamente Social-Democrata, reconstruindo o Welfate State rooseveltiano, que os governos Reagan e Bush (pai e filho) desmontaram.

    Creio que teremos uma volta à época da ‘Great Society’, de Lyndon Johnson, que tentou aumentar os investimentos públicos na área social, mas isso foi inviabilizado, na época, pela Guerra do Vietnã. Assim, privilegiaram-se os gastos militares em prejuízo dos investimentos sociais. Agora, terá que se fazer exatamente o contrário;

    4) aumentar a taxação sobre as grandes empresas e os mais ricos a fim de financiar uma parte do aumento dos investimentos públicos. É evidente que o dinheiro para financiar o aumento dos gastos públicos terá que sair de algum lugar e é claro que terá que ser do bolso das grandes empresas e dos mais ricos, já que a classe média e os pobres estão empobrecendo ainda mais. Como a concentração de renda aumentou substancialmente nos EUA nos últimos 40 anos, então o único grupo social que poderá abrir mão de uma parte da sua riqueza a fim de financiar o aumento dos investimentos públicos, são os ricos, é claro;

    5) elevar o poder de compra da classe média empobrecida pela crise e dos mais pobres, através da redução de impostos, aumentos reais para o salário mínimo, maiores investimentos na educação e na qualificação da força de trabalho, no seguro-desemprego, mecanismos através dos quais se transferirá recursos para os setores mais atingidos pela crise.

    Todas estas medidas ajudarão os EUA a suportar os anos de estagnação econômica que virão pela frente, mas creio que não serão suficientes para levar o país a crescer tanto como ocorreu nas últimas décadas. Mas, elas serão fundamentais para que a crise seja superada sem que o país seja sacudido por grandes turbulências econômicas e sociais, impedindo que a crise se agrave ainda mais.

    Simultaneamente, os países emergentes continuarão crescendo, de forma muito mais rápida do que os EUA, a UE ou o Japão, e isso fará com que o mundo adquira uma feição muito diferente daqui a algumas décadas, com os EUA sendo apenas mais uma potência no meio de várias outras (China, Índia, União Européia, Rússia, Brasil).

  9. Essa é divertida: esse seu
    Essa é divertida: esse seu questionamento sobre a economia dos EUA deixa claro que você não leu o artigo da Maria Inês publicado no Valor Econômico de 15/01/2009 em que ela disseca a entrevista de Chico de Oliveira para a Agência Carta Maior.

    A entrevista é um marco para qualquer discussão séria sobre o tema. A incorporação muito rápida de centenas de milhões de seres humanos no sistema ecônomico global derrubou os valores dos salários pagos aos trabalhadores em todo o mundo e colocou em xeque os sistemas de “welfare state” dos países centrais.

    Sobre esse assunto, vale a pena ler a carta de Michael Moore, “Senate to Middle Class: Drop Dead …” ( http://www.michaelmoore.com/words/message/index.php?messageDate=2008-12-12 )

    O problema é que se enfatiza apenas o lado ocidental da equação e se considera – idiotamente – os orientais como uma fonte contínua de mão-de-obra depauperada e incapaz de lutar por condições de trabalho e de vida decentes.

    Isso é uma ilusão, como nos lembra o professor José Luis Fiori ao escrever sobre os temíveis “pontos de fratura” no artigo “O fantasma das rebeliões”, também publicado pelo Valor Econômico.

    A eventual saída da crise dos EUA passa, necessariamente, pela melhoria das condições de vida no chamado “mundo em desenvolvimento”: é ele quem vai gerar a demanda pelos produtos agrícolas, tecnológicos e culturais estadunidenses, bem como reciclar os dólares que estão sendo injetados na economia dos EUA sem provocar o descontrole inflacionário no país.

    Eu digo “eventual” porque os EUA, com a força das armas e do dinheiro, têm apoiado regimes que bloqueiam as manifestações populares. Basta ver o exemplo do Egito, descrito por Robert Fisk em “O estado podre do Egito, muito frágil e corrupto para agir” ( http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/fisk-o-estado-podre-do-egito-muito-fragil-e-corrupto-para-agir )

    A recuperação dos EUA, portanto, passa por uma radical mudança da política externa, incluindo o fortalecimento da ONU.

  10. Nassif,

    Se o din din do item
    Nassif,

    Se o din din do item ajuda as familias for parar no caixa dos bancos e o din din da ajuda fiscal ajudar a melhorar o balanco das empresas e consequentemente o balanco dos bancos, entao o setor financeiro podera, que sabe, tirar o tubo e comecar a respirar pro si proprio (um pouco ofegante), nao poderia?

    Quanto a infra-estrutura, o pessoal sempre pensa no trabalho bracal. OK, ele existe. Mas os EUA estao atras no acesso e velocidadea da internet. Emprego pros pessoal que trabalha com redes.
    Precisa melhorar o ensino. Emprego pros professores.
    Precisa melhorar os sistemas de navegacao aerea. Emprego pros computero.
    Precisam melhorar o sistema de seguranca. Emprego pra tecnicos e engenheiros.
    Estao querendo criar linhas de trens de alta velocidade. Empregos de alta renda a caminho.
    Querem investir em energia “verde”. Empregos especializados.
    E e claro, as obras sempre demandam projeto (emprego pros engenheiros)aco e concreto (emprego no chao da fabrica).
    Como se ve, a infra-estrutura pode gerar muitos empregos no setor de servico sim senhor.

  11. Caro Nassif, tenho ouvido
    Caro Nassif, tenho ouvido comentários de pessoas que se dizem bem informadas sobre a economia americana. Algumas dizem que o pior não passou ainda. Falam sobre uma crise provocada por inadimplência oriunda dos cartões de crédito. Dizem que a resposta do povo americano à crise não foi exatamente redução imediata do consumo mas justamente o contrário. Aproveitaram enquanto o dilúvio não chegava para comprar. E o fizeram com cartões de crédito. Agora, impossibilitados de pagar o que foi consumido, devem provocar outra tempestade fianceira.Há algum fundamento nestes boatos?

  12. projecoes sombrias Nassif?
    Se
    projecoes sombrias Nassif?
    Se realmente implodiu, implodiremos juntos?
    os problemas da China se repetirão aqui?

    Não são nem projeções. É o que está acontecendo.

  13. Altamiro, a Inbev comprou a
    Altamiro, a Inbev comprou a Budweiser, sim, por US$ 52 Bilhões em meados do ano passado. Logo, nem a cerveja que os norte-americanos bebem é ‘americana’ mais.

    Portanto, o que sobrou da economia norte-americana nas mãos dos norte-americanos, segundo o genial e-mail que o Wagner P. postou aqui, foram as prostitutas, mesmo.

    Link:

    http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL645479-9356,00.html

  14. 14/01/2009 – 00h01
    Wolf: por
    14/01/2009 – 00h01
    Wolf: por que o plano de Obama ainda é inadequado e incompleto

    Martin Wolf
    Colunista do Financial Times

    Na semana passada, o presidente eleito Barack Obama revelou devidamente seu plano de recuperação e reinvestimento americanos. Seu título foi aptamente escolhido, pois Obama falou, surpreendentemente, como se as políticas do restante do mundo não tivessem efeito sobre o destino dos Estados Unidos. Ele também falou como se um grande estímulo fiscal fosse suficiente para restaurar a prosperidade. Se é nisso que ele acredita, Obama está prestes a ter um choque. As dificuldades que ele confronta são muito mais profundas e mais globais que isso.

    Eu tenho pouca dúvida de que seus assessores estão dizendo isso ao presidente eleito. Os pontos que estão -ou devem estar- apresentando para ele são estes.

    Primeiro, os autores de políticas japoneses que disseram a todos que os Estados Unidos corriam o risco de cair em um período prolongado de fraqueza econômica estavam certos. Para entender por que isso é verdade, é preciso ler o livro brilhante de Richard Koo, do Instituto de Pesquisa Nomura.* Nele, ele explica como a combinação de queda dos preços dos ativos com alto endividamento força o setor privado a parar de tomar empréstimos e a pagar a dívida. O governo então surge inevitavelmente como tomador de empréstimo e gastador de último recurso. Como o governo japonês sabia disso, o país sofreu uma recessão prolongada em vez de um colapso.

    Por muito tempo se argumentou que os Estados Unidos não poderiam sofrer como o Japão. Isto está errado. É verdade que os Estados Unidos têm três vantagens em relação ao Japão: a destruição da riqueza no estouro da bolha japonesa foi de três vezes o produto interno bruto, enquanto as perdas americanas certamente serão bem menores; as empresas não-financeiras americanas não parecem exageradamente endividadas; e, apesar dos esforços dos oponentes de marcar ativos a mercado, o reconhecimento das perdas ocorreu bem mas cedo.

    Em outros aspectos, entretanto, os Estados Unidos estão mais vulneráveis do que o Japão, após sua recente farra de dívida. O restante da economia mundial foi grande e dinâmica o suficiente para sustentar as exportações japonesas, mas o mundo todo agora está em recessão; além disso, os Estados Unidos são um país tanto deficitário quanto devedor. A sra. Watanabe confia em seu governo. Quanto ela confiará no Tio Sam? Quanto confiará Hu Jintao?

    Qualquer complacência em relação às perspectivas de recuperação dos Estados Unidos é perigosa. Além disso, o fato dos Estados Unidos terem um déficit estrutural em conta corrente tem peso no segundo ponto que os assessores de Obama devem apresentar. O estímulo fiscal é um paliativo necessário para uma economia sobrecarregada de dívida e afligida por queda nos preços dos ativos. Mas a provável longevidade e escala dos déficits fiscais necessários são bastante assustadoras.

    Na coluna da semana passada (“Escolhas feitas em 2009 moldarão o destino do planeta”, 7 de janeiro) eu argumentei que o setor privado americano sobrecarregado de dívida agora seria forçado a economizar. O excesso de renda sobre os gastos no setor privado poderia ser, digamos, de 6% do PIB por um período prolongado. Se o atual déficit em conta corrente estrutural permanecesse em 4% do PIB, o déficit fiscal geral precisaria ser de 10% do PIB. Além disso, este seria o déficit estrutural -ou pleno emprego.

    O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) prevê que a produção americana será 7% abaixo do potencial nos próximos dois anos, se as políticas não mudarem. Nesse caso, o déficit de fato agora seria muito maior do que o estrutural. É fácil ver, portanto, por que os críticos argumentam que o plano de Obama de um estímulo fiscal adicional de 5% do PIB ao longo de dois anos é pequeno demais, apesar do CBO prever um déficit base de 8,3% do PIB neste ano. Também é fácil entender por que muitos fazem fortes objeções a reduções de impostos, já que é mais provável que o dinheiro das reduções seja poupado quanto maior for o pacote -e, além disso, os impostos claramente precisarão ser aumentados a longo prazo.

    Mas o ponto principal, entretanto, não é que o pacote precise ser maior, apesar de precisar. É que escapar de déficits imensos e prolongados será muito difícil. Enquanto o setor privado buscar reduzir sua dívida e a conta corrente estiver em déficit estrutural, os Estados Unidos terão que incorrer em grandes déficits fiscais caso queiram sustentar o pleno emprego.

    Isso leva ao terceiro ponto que os assessores de Obama devem apresentar. O de que incorrer em imensos déficits fiscais por anos é possível. Mas os Estados Unidos só poderiam escapar impunes disso caso o calote esteja fora de questão.

    No final das guerras napoleônicas, o Reino Unido tinha uma relação entre dívida pública e PIB de 270%. Isso foi reduzido ao longo de um século: o crescimento, o padrão ouro e o compromisso com orçamentos equilibrados fizeram o truque. A questão é, quanta dívida os Estados Unidos (ou o Reino Unido) podem acumular agora. Meu palpite é de que os Estados Unidos podem esperar incorrer em grandes déficits por anos, caso sejam usados para financiar a criação de ativos de alta qualidade. Mas a política não pode perdurar com segurança ao longo de dois mandatos presidenciais.

    Mas, diferente da crença disseminada nos Estados Unidos, um rápido retorno a pequenos déficits fiscais, alto emprego e crescimento rápido não ocorrerá espontaneamente. É necessário promover primeiro mudanças estruturais nas economias dos Estados Unidos e do mundo. Este é o último ponto que os assessores de Obama devem apresentar.

    E quais são essas mudanças?

    Primeiro, deve haver um programa crível para o que os americanos chamam de “desalavancagem”. Os Estados Unidos não podem arcar com anos de redução dolorosa de dívida no setor privado -um processo que ainda mal começou. A alternativa é uma redução forçado dos valores dos ativos podres no setor financeiro e uma maior recapitalização fiscal ou swaps de dívida por ações. Isso também significa uma falência em massa dos lares insolventes e reduções forçadas nos valores das hipotecas.

    Tudo isso também levaria a grandes aumentos na dívida pública. Mas esses aumentos seriam provavelmente muito menores do que os gerados por uma década de imensos déficits fiscais. A meta é ter um sistema financeiro mais enxuto e melhor capitalizado e um balancete mais saudável do setor privado não-financeiro, o mais cedo possível. O programa de alívio de ativos com problemas deveria ser usado para isso. Ele precisará ser maior.

    Segundo e mais importante, o déficit estrutural em conta corrente precisa diminuir. O setor privado americano não está mais em posição de incorrer em imensos déficits financeiros para compensar os déficits externos que drenam a demanda. O setor público pode fazê-lo apenas por alguns poucos anos. A longo prazo, a economia mundial deve ser reequilibrada de forma sustentável e saudável. Este é um enorme desafio para a diplomacia econômica internacional. Também é um elemento essencial para uma política doméstica sólida.

    Obama deve ser plenamente persuadido sobre estes últimos pontos. Para que os déficits fiscais possam cair acentuadamente a médio prazo, como precisam, o novo presidente precisa de programas eficazes para desalavancagem do setor privado e para uma reforma e ajuste globais. O destino dos Estados Unidos não deve ser determinado em isolamento. O que isso significa será o tema da coluna da próxima semana.

    * The Holy Grail of Macroeconomics: Lessons from Japan’s Great Recession (Wiley, 2008)

    Tradução: George El Khouri Andolfato

  15. Eu já resolvi.
    Eu já resolvi.

    Mediante ao fim do capitalismo,irei pra Cuba.

    Nunca gostei do capitalismio mesmo.

    Eu gosto mesmo é de ficar em fila pra conseguir um pedaço de pão.De ser médico e ganhar um quarto num casebre pra residir.

    E se a coisa apertar,coloco minhas fillhas como prostitutas( isso é permitido)

    Não entendo como as pessoas morrem querendo fugir de lá?

    É tão legal…viver lá.

    Tem até computador( depois de 20 anos e pra poucos priviligeados e VIGIADOS)

    E tbm é um país aonde a liberdade impera.É mentira que quem fala mal do governo vai pro paredõn.Só fica uns trocentos anos na cadeia.

    Mas o que gosto mesmo é da modernidade.Aqueles OLDDSMOBILE 1950 e as casas anos 30, dão um colorido especial pra os relicários.

    Cuba…o país dos sonhos…..

    Abaixo os EUA.

    Viva Cuba!!( a terra dos fósseis,excelente pra geólogos)

  16. Nassif, aqui vão mais algumas
    Nassif, aqui vão mais algumas notícias mostrando a debilidade cada vez maior da economia norte-americana:

    1) Produção industrial cai 2% em dezembro nos EUA

    Percentual ficou acima da previsão dos economistas, de 1,2%.
    Retração atingiu quase todos os setores, de tecnologia a automóveis.

    A produção industrial dos Estados Unidos caiu 2% em dezembro, de acordo com o Federal Reserve (Fed, banco central americano), percentual acima da previsão dos economistas, de queda de 1,2%.

    http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL958828-9356,00-PRODUCAO+INDUSTRIAL+CAI+EM+DEZEMBRO+NOS+EUA.html

    2) Tesouro dos EUA concede US$ 20 bilhões ao Bank of America

    Banco precisa equilibrar contas após compra do Merrill Lynch.
    Citigroup também já recebeu recursos do Tesouro.

    O Bank of America receberá US$ 20 bilhões do governo dos Estados Unidos para ajustar sua contabilidade depois da compra do Merril Lynch, anunciou nesta sexta-feira (16) o Departamento do Tesouro.

    O Tesouro concederá ainda garantias de até US$ 118 bilhões ao BofA, informa um comunicado oficial.

    “O Tesouro investirá US$ 20 bilhões no Bank of America, em troca de ações preferenciais com um dividendo de 8% nesta instituição”, acrescenta o texto.

    O BofA já recebe US$ 25 bilhões, mas necessitava de uma nova injeção de capital para “digerir” as perdas relacionadas à recente aquisição da Merrill Lynch.

    Os recursos serão fornecidos por meio de um programa criado recentemente para auxiliar o Citigroup. O Tesouro forneceu US$ 25 bilhões em capital ao Citi em novembro e outros US$ 20 bilhões na véspera do Ano Novo.

    http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL958293-9356,00-TESOURO+DOS+EUA+CONCEDE+US+BILHOES+AO+BANK+OF+AMERICA.html

  17. “1) promover uma forte
    “1) promover uma forte regulamentação do sistema financeiro (inviabilizando novas bolhas especulativas e enquadrando o mesmo, como defende o Paulo Nogueira Batista Jr.)”: era isso que eu devia ter abordado… nao eh possivel fazer isso, Marcos, primeiro porque politicos estao cercados de lobistas dizendo pra eles que o mundo eh cor de rosa, e segundo porque o sistema financeiro mundial, a esse momento exato, eh especializado em exportacao de bolhas especulativas para o bem de poucos. Forte “regulamentacao” eh uma contradicao a tudo que o sistema financeiro faz hoje. Como alguem ironizou muito bem outro dia mas nao lembro aonde, eh mais ou menos como decretar que ja que a Ford nao esta dando certo como fabricante de carros ela deveria fazer liquidificadores. Eh ignorar que a Ford sempre deu certo. Quem faliu foram os governos. Nao que tecnologicamente ela seja de cosmico valor, ja que carros, como tecnologia de aproveitamento de energia, sao tecnologia parada no tempo ha uns 60 anos, mas esse nao eh o assunto. A Ford sempre deu certo. E o sistema financeiro sempre esteve aas bordas de dar errado a nivel mundial, era so questao de tempo.

  18. O dinheiro da cerveja dos EUA
    O dinheiro da cerveja dos EUA agora vai para a Bélgica e o Brasil! Só sobraram as protistutas locais pros americanos e olha que deve ter imigrantes aos montes por la…

  19. SOBRARAM AS PROSTITUTAS,
    SOBRARAM AS PROSTITUTAS, ops!!
    AS PROSTITUTAS QUE ESTÃO DERRUBANDO POLITICOS TAMBÉM NÃO SÃO AMERICAS… LEMBRAM DA BRASILEIRA NO CASO NY E DA MEXICA A POUCO… É AMIGOS, NEM AS PROSTITUTAS SÃO MAIS DE LÁ…

  20. Creio que o aumento do
    Creio que o aumento do investimento público em infraestrutura também gera serviços em grandes quantidades, mesmo considerando que muito produtos serão importados, pois irão gerar serviços financeiros, comercial e de transporte.

    Creio que a economia é globalizada o mundo cresce se a economia americana cresce, o aumento da demanda americana por importações é fundamental para o crescimento mundial, tudo interligado.

    Creio que US$ 700 bilhões em obras tem esse poder, o duro vai ser encontrar tanta obra, mas se conseguir gastar esse quantia de forma eficiente, não só dá para de cair, como começa a crescer rapidamente.

  21. É mesmo. Se for cerveja, a
    É mesmo. Se for cerveja, a grana pode ir – como remessa de lucros – para belgas e brasileiros.
    Se for gasto com prostitutas, pode acabar com a família delas na América Latina em geral.

  22. Creio que por ser o dólar o
    Creio que por ser o dólar o padrão monetário internacional e a economia americana se basear no setor de serviços, o fundamental é fazer girar economia, gerando demanda por serviços, não importa da onde venha os produtos, ou melhor o importante para o mundo é melhor que boa parte seja importada.

    O problema é que obra tem data para começar e acabar, talvez o problema seja for quando as obras acabarem. mas isso não é a questão, tomara que seja a questão do futuro.

  23. Ainda sobre o genial
    Ainda sobre o genial comentário do analista de Investimentos, o americano Marc Faber:

    Realmente a situação dos americanos é cada vez pior. Depois da compra da Budweiser pela AmBev (meio belga, meio brasileira), restaram apenas as prostitutas.
    Porém, se elas repassarem parte da verba para seus filhos, muita dessa grana irá para Brasília.

  24. Nassif, aqueles plugins que
    Nassif, aqueles plugins que vocês retiraram para eivtar problemas no Internet Explorer 7 voltaram à ativa, basta clicar em “Comentarários” que o IE arrasta a barriga até dar aquela mensagem sugerindo interromper a execução de script.

    Sobre este post: com todas as crenças indo por água abaixo, talvez senha possível mudar muita coisa e salvar o planeta para as gerações futuras.

    Tempos muito interessantes, embora turbulentíssimos vem por aí.

  25. Não sei pq o anarquista fala
    Não sei pq o anarquista fala mal de cuba ele ironizou tudo, esqueceu de falar da medicina, e da educação que são exemplos. ahh o esporte tb. e Nessas casas que ele citou tem piano de cauda.Os valores sãooutros, tomara que continue.Eu amo a ilha de Fidel!!

  26. Construír pontes para lugar
    Construír pontes para lugar nenhum não gera riqueza para um país. Os investimentos em infraestrutura e o aumento do gasto público são receitas fadadas ao fracaso. Ou por acaso os governos americanos não são campeões em gasto público, financiando guerras e viagens ao espaço sideral?

    Os incentivos fiscais visam agravar ainda mais o déficit público, já na casa de 1 TRILHÃO (alguém já imaginou ouvir esses números uns anos atrás?)

    O total da dívida americana pública e privada supera em mais de 340% o PIB. A desalavancagem deverá levar essa relação perto dos 110%. Isso é profundamente recessivo.

    A riqueza americana sofreu um golpe duplo, com a queda dos preços dos imóveis e das ações. O combustível do motor do consumo americano acabou.

    O combustível do motor do crescimento emergente é o consumo americano. A teoría do descolamento mostrou ser uma tremenda furada. Não são as necessidades humanas o motor do crescimento, senão a África sería o continente que mais cresce, e sim o poder de compra. A AL, os BRICs, os tigres asiáticos, todos cresceram graças ao poder de compra da OECD, que secou.

    O resgate de bancos e empresas deficitárias só premia os setores da economía de PIOR desempenho. Evita-se assim a seleção natural dos mais fortes própria do capitalismo.

    Maior intervenção estatal na economía, maiores regulamentações, NÃO são motor do crescimento. É a iniciativa privada a que está sempre mais capacitada para detectar oportunidades de novos negócios.

    A tentativa do Fed de evitar a realidade com mais dinheiro falso só piorará as coisas. É impossível que uma crise causada pelo crédito barato seja resolvida com crédito barato.

    O que os EUA deveriam fazer para recuperar a sua economía e evitar o colapso da economia mundial é acabar com a raíz do problema: o FED. O Fed quer evitar a deflação (inevitável, como já observamos em 2008) para ajudar aos bancos, não a economia. Nunca podemos esquecer que o Fed é uma instituição PRIVADA, criada pelos bancos para controlar a emissão da moeda e ser o prestamista de última instância. Hoje virou o principal acionista dos EUA, e fabrica até carros.
    Se as pessoas não tem poupança, a deflação dos preços é benéfica para o consumidor.

    Viver além dos próprios recursos é insano para qualquer pessoa física, assim como para qualquer nação. O estoque de poupança e o investimento em produção industrial é necessário para criar riqueza. Não se cria riqueza falando ao telefone ou levando papéis de cá pra lá. A riqueza se cria transformando matérias primas. O setor industrial americano precisa de uma reconversão. Isso destruirá fontes de trabalho mundo afora.

    Somente o tempo e o preço determinarão o fim da depressão americana.

  27. Primeiro foi a iniciativa
    Primeiro foi a iniciativa privada com suas fraudes, com seuserros de avaliação e exageros que criou esta enorme crise econômica internacional.

    Segundo, apesar de a depressão econômica corrigir os exageros, os erros e as fraudes da iniciativa privada, não custa nada testar outra tentativas para evitar a dor e pervesidade provocadas por uma depressão econõmica.

    Agora é preciso ter claro que o estado assim como o mercado também comete fraudes, que passsam a se chamar corrupção, também comete exageros e também comete erros.

    A intervenção do Estado na atual crise econômica tem por função apenas tentar evitar as dores da depressão econômica, e nada garante que iremos conseguir, mas isto se dá em razão de que a livre iniciativa só tem a depressão como opção para corrigir as fraudes, erros e exageros que ela mesmo criou.

    De qualquer forma nada está garantido, se á política econômica de intervenção do estado na economia falhar, restará a dor da depressão econômica, que se vier de fato nem o capitalismo estará garantido.

  28. Creio que hoje, o que pode
    Creio que hoje, o que pode levar a depressão econômica é a continuidade de falta de confiança por parte dos consumidores.

    O aumento dos gasto públicos pode recuperar confiança dos consumidores, enquanto ainda existe renda e as meios de produção, evitando os exageros do passado.

    Uma vez evitado a depressão, teremos que repensar o atual modelo econômico mundial em função de que os EUA irá precisar resolver seu problema de aumento considerável do déficit público.

    Cada país deverá aumentar a distribuição de renda para que crescimento interno de cada país ajude os EUA a corrigir o déficit público gradualmente. E certamente os EUA terá que diminuir seu orçamento militar e aumentar impostos.

    Mas isso é para depois, caso se consiga evitar a depressão.

  29. Creio que a tentativa de
    Creio que a tentativa de recuperar a demanda nos EUA via aumentos dos gastos públicos, é justamente para tentar salvar a iniciativa privada, afinal é ela que participará das licitações que serão promovida com o aumento do gasto público.
    Até agora não se cogita criar nenhuma empresa pública para aumentar os gastos públicos, mesmo a estatização do sistema bancário visa salvar empresas da falência para depois de recuperadas, devolver a iniciativa privada.

    Caso não consiga recuperar a confiança dos consumidores americanos, boa parte da iniciativa privada irá desaprecer por falta de demanda.

    Agora que a confiança dos consumidores foi destruída pelos exageros, erros e fraudes cometidas pelo livre mercado, se tentará o aumento do gasto público como motor do desenvolvimento.

    As intervenções, regulações e fiscalizações, não tem a finalidade de substituir a inicitiva privada como motor do desenvolvimento, mas apenas evitar que o livre mercado leve a iniciativa privada a cometer os exageros, erros e fraudes que criam a atual crise econômica mundial.

    Os aumentos dos gastos públicos pelo governo americano, são antes de mais nada uma tentativa para salvar a iniciativa privada, ou pelo menos evitar que uma boa parte da inciativa privada desapareça em função de uma depressão econômica. diria que numa depressão econômica tudo pode desaparecer até mesmo o estado e o capitalismo.

  30. – Não será o investimento
    – Não será o investimento necessário, por outro lado vai de encontro de uma infraestrutura deficitária hoje sem uma grande manutenção e construção nova. O emprego nesta área é fortemente sindicalizado e bem renumerado, diria que um especialista ou treinado nesta área estaria ganhando entre 15 a 30 dólares por hora e diferente do Brasil. São classe media alta aqui ou como um engenheiro especialista no Brasil. O setor de serviço emprega é o que importa, a diferença é menor. O impacto é trazer a confiança e diminuir a divida do americano, continuar a consumir e movimentar ou investir na ponta, ou seja, no homem comum e não em bancos ou financeiras. Que foi num primeiro momento e que se não quebrou o sistema econômico também não houve impacto efetivo no homem comum que continua perdendo seu emprego e a bolha continua absorvendo a socialização do capitalismo (em Wall Street ou mercado).
    – A perda patrimonial esta localizada principalmente na minoria, família latina e negra do mal credito ou de juros altos cobrado. A pressão maior será na perda dos empregos e no endividamento maior nos cartões de credito. A confiança é que Obama carrega nas costa e da esperança que terá ali na casa branca escutando e trabalhando para acabar com a crise. Poupar também é bom (capitaliza). As projeções que o tempo será de 4 anos e o estrago é o que concernir na perda industrial e social.
    – Estamos falando em infraestrutura, é um leque muito grande e o importante será estabilizar ou ate diminuir o desemprego. Normalmente a estrutura de um pais consome e emprega uma cadeia produtiva de material nacional, veja por exemplo o aço. Estão discutindo ate a construção de trem de alta velocidade que não existe na America (trem bala). É o maior investimento no homem e o seu trabalho, sem trabalho o homem não tem dignidade. (acidental em Gonzaguinha). O problema é confiança e endividar-se. Normalmente os Democratas são mais nacionalistas.

  31. Nassif,

    – Tenho 3 propostas
    Nassif,

    – Tenho 3 propostas essenciais para recuperação da economia mundial:

    1- Os govêrnos, tanto americano como os europeus, devem provomer uma política de valorização dos títulos hipotecários, separando os títulos bons dos ruins, e efetuar compras dos mesmos, estabelecer um preço mínimo, até o mercado começar a confiar nos mesmos,
    2- Renegociar com todos os compradores de imóveis inadimplentes, com juros menores e prazo de carência( por ex: 5 anos);
    3- Restabelecer o crédito ao consumidor final, com juros baixos.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador