A sucessão no Banco Mundial

Por foo

Do rfi.fr

Emergentes podem apresentar candidato para a presidência do Banco Mundial

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, durante o último Fórum Econômico em Davos, em janeiro deste ano.

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, durante o último Fórum Econômico em Davos, em janeiro deste ano.

REUTERS/Christian Hartmann
Taíssa Stivanin

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse nesta quarta-feira que não tem “a menor intenção” de concorrer a um novo mandato e deixará o comando da instituição no dia 30 de junho. Entre os possíveis candidatos à sua sucessão, estão a secretária de estado Hillary Clinton e o ex-conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Summers, mas os países emergentes poderiam indicar um representante para o cargo.

Desde sua fundação, em 1944, o Banco Mundial sempre esteve nas mãos de um dirigente americano. Tradicionalmente, depois da Segunda Guerra Mundial, e com os acordos de Breton Woods, a indicação de europeus e americanos para gerenciar as instituições internacionais tornou-se uma evidência geopolítica. Um desequílibrio que incomoda os países emergentes, que hoje ocupam um espaço indispensável na economia global. Em 2011, depois da saída de Dominique Strauss-Kahn do cargo de diretor-geral do FMI, os integrantes dos BRICs, grupo formado pelo Brasil, Rússia,Índia, China e África do Sul, já haviam escrito uma carta para o Fundo protestando contra a hegemonia europeia na indicação do cargo, mas sem indicar um candidato.

Desta vez, essa possibilidade tem chances de se concretizar, como defendeu o ministro brasileiro, Guido Mantega. Segundo ele, o objetivo é que os países emergentes tenham as mesmas possibilidades de dirigir as instituições internacionais. Mantega diz que vai lutar para que o novo presidente do Banco Mundial não seja americano. Por enquanto, a secretária de Estado americana, HIllary Clinton, já declarou que está fora da disputa.

O jornal francês Les Echos, sem citar o ministro, afirma que o Brasil espera que a designação do successor de Zoellick se baseie em critérios de competência, e não de nacionalidade. Até hoje, nenhum país em desenvolvimento conseguiu apresentar um rival que tivesse chances de ocupar o cargo, segundo Katherine Marshall. Em 2005 e 2007, diz ela, houve muita discussão em torno de outros prováveis candidatos, mas que não resultaram em uma apresentação oficial.

Nancy Birdsall, uma ex-dirigente do Banco Mundial, questiona se os chineses vão propor uma outra candidatura ao lado do Brasil e da Índia. Em 2011, o Brasil acabou votando na ministra da Economia, Christine Lagarde, que inclusive foi ao país buscar apoio. Outro problema, segundo analistas, é que a Casa Branca não teria nenhum interesse, em plena campanha eleitoral, em entregar o cargo que é ocupado pelos americanos desde 1946.

Luis Nassif

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