Além de extinguir Ministério da Indústria, Bolsonaro quer redução de tarifas de importação sem contrapartidas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O gabinete de transição de Jair Bolsonaro estuda mais uma medida que acende o alerta vermelho da indústria nacional. Além de extinguir o Ministério dedicado ao setor, o time do presidente eleito estuda uma reforma tributária em paralelo coma redução voluntária e unilateral de tarifas de importação sem contrapartidas. A informação é do Estadão deste sábado (10).

Segundo o jornal, a justificativa é que as duas ações ajudariam a melhorar o “ambiente de negócios”. “A redução unilateral das tarifas, porém, encontra forte resistência dentro do setor industrial.”

Há duas formas de fazer o corte em discussão. Uma das propostas é da economista Sandra Rios, do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), que defende a redução para todos os bens importados em até quatro anos.
 
“Os produtos que atualmente são taxados de 20% a 35%, como eletrodomésticos, automóveis e confecções, passariam para 15%. Os com tarifa de 15% a 20%, como alguns bens de capital, para 10%. Tarifas de 5% a 15%, que atinge produtos siderúrgicos, por exemplo, cairiam para 5% e, as abaixo de 5%, como matérias-primas, para zero.” Essa vertente esbarra em resoluções do Mercosul, que vetou reduções unilaterais.
 
A alternativa é de professores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que propõem “iniciar o corte nas tarifas pelos bens de capital e informática”, e produtos siderúrgicos.
 
“As tarifas seriam cortadas gradualmente até chegar a 4% em 2021, em linha com a média mundial. Hoje, vão de 8% a 35% para bens de capital, de 6% a 25% para informática e de 8% a 14% para o setor siderúrgico. O objetivo, nesse caso, seria melhorar a competitividade.”
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

16 Comentários

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  1. Parabéns à FIESP

    A FIESP e os industriais remanescentes brasileiros conseguiram.

    Vão se trabalhar como agentes de desembaraço de produtos importados na alfândega.

     

  2. O Brasil precisa dessa

    O Brasil precisa dessa redução de taxas de importação. Já é tempo demais com o povo brasileiro e pagar alto por artigos de baixa qualidade porque não há concorrência vinda do exterior. Muita indústria brasileira aproveita as altas taxas de importação para ferrar a classe média e média-baixa com produtos que não valem metade do preço que cobram.

    1. O problema passará de “pagar

      O problema passará de “pagar alto por produtos nacionais de baixa qualidade” para “não ter renda para pagar por produtos importados de qualidade duvidosa, por falta de emprego devido ao fechamento das indústrias”. 

  3. Espiral recessiva

    Agora estamos na fase de declarações, onde voltar a atrás, pode reduzir rapidamente os estragos, mas quando as medidas forem efetivadas, por resolução, portaria, decreto e lei, os estragos serão mais duradouros.

    No caso das importações de produtos industrializados, mesmo que se volte atrás após algum período, enquanto o comércio e a indústria(insumos) não desovarem os estoques a produção nacional não vai se recuperar, e o desemprego na indústria vai ser prolongado, o que provocará uma significativa queda na arrecadação de impostos e taxas.

    Com o liberalismo econômico, haverá forte queda da produção nacional, com o aumento generalizado das importações, provocando um deficit nas contas externas, um aumento explosivo do desemprego, queda da renda da famílias e queda na arrecadação de impostos e taxas.

    No primeiro momento as Reservas cambias, conseguirá conter um ajuste no câmbio, mas no momento seguinte haverá uma correção da taxa de câmbio em função do aumento das importações e da fuga do capital estrangeiro, principalmente com o fechamento das fábricas.

    Mesmo com um ajuste rápido da taxa de câmbio,dificilmente se conseguirá aumentar as exportações de produtos industrializados, primeiro em função da elevada participação das importações nos insumos industriais, e depois da elevado nível de competição no mercado internacional.

    Além disso, em função da medidas protecionistas dos EUA, a China tem desviado parte da sua produção para outros mercados, acirrando ainda mais a competição internacional.

    Depois, com o ajuste da taxa de câmbio  haverá uma lenta recuperação da produção nacional com a substituição de parte das importações, mas a queda generalizada na arrecadação de impostos e taxas, o aumento explosivo do desemprego, e a significativa queda na renda das famílias, tornará muito lenta a recuperação econômica.

    Estaremos diante de uma espiral recessiva, onde somente o abandono das teses neoliberais econômicas, poderá restaurar o crescimento econômico.

    Uma terra arrasada do ponto vista econômico.

    Por ironia do destino, com a queda da renda em dólar e os atrasos nos pagamentos, um dos mais afetados serão os membros do ministério público, judiciário, as forças armadas e as forças policiais,

    E irão entender o que significa esse tal de liberalismo econômico, mas será tarde.

    Vai ser difícil para todos, principalmente os mais pobres, mas nada melhor como um dia após o outro,

    E viva as cisternas!!!

    vai aliviar a vida de muita gente pobre, nestes dias difíceis que virão pela frente.

  4. Vão fazer metade do que deveria e quebrar a indústria

    A redução da taxa de importação é algo que deve ser feito unilateralmente para produtos que há grande margem de lucro na venda. Os automóveis e todos os bens que as empresas fazem pesquisa para saber o “quanto que o consumidor está disposto a pagar” pelo produto, para aumentar excessivamente o lucro se encaixam aí.

    Mas, todos os produtos fabricados no Brasil tem custos elevados pela carga tributária, burocracia (uma empresa que já está pronta pra funcionar pode demorar meses pra ter as licenças e autorizações pra funcionar e isto impacta no pagamento de suas dívidas) e demais coisas do “custo do Brasil”. E se não houver desburocratização (IVA, simplificar regras, etc) e diminuição de impostos para ter uma competição justa com produtos importados, vão quebrar!

    *A geração que não pegou o R$1 = US$1 em 1994 e o 1º mandato do Lula pode passar por algo parecido se os produtos importados da mesma marca forem vendidos bem mais baratos, pelo valor próximo do vendido nos EUA, Espanha e Hong Kong.

  5. Apoio qualquer coisa que

    Apoio qualquer coisa que acabe ferrando com aqueles que fizeram toda força para colocar o Bozó no poder.

    Nada melhor do que um dia depois do outro para castigar os idiotas.

  6. A CNI aplaudiu? sinto muito

    A CNI aplaudiu? sinto muito pelos trabalhadores que podem perder seu emprego por causa disso, quanto aos empresários que apoiaram o bolsonaro e que forem a falencia, por mim podem morrer de fome – escolheram, então aguentem

  7. Já não era sem tempo

    Já não era sem tempo reduziros os impostos de importação de nada adianta ter um país protecionista que não tem competência para produzir nada. Um bando de comentários de ódio sem fundamento. Abrir o mercado é a melhor manobra para tirar o país desse buraco.

  8. Imposto de importação alto,só favorece políticos e empresários sangue suga que vive as custas da sociedade.Pra nós consumidores,menos impostos é bom,quanto menos melhor.

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