ABED: Cinco perguntas para o economista Eduardo Fagnani

Atualmente é Professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (CESIT). É autor do livro: “Previdência: o debate desonesto”.

da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia

Cinco perguntas para o economista Eduardo Fagnani

O professor Eduardo Fagnani é economista pela Universidade de São Paulo, mestre em ciência política e doutor em economia pela Unicamp. Desde 1985, ensina e pesquisa o tema da proteção social no Brasil. Atualmente é Professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (CESIT). É autor do livro: “Previdência: o debate desonesto”. É coordenador da rede Plataforma Política Social – Agenda para o Brasil do Século XXI.

1 O peso da desigualdade na pandemia

O professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley e ex-secretário do Trabalho da administração Clinton, Robert Reich, há alguns dias, disse: “Estamos todos enfrentando a mesma tempestade, mas não estamos todos no mesmo barco. A desigualdade sistemática nos Estados Unidos produziu duas pandemias muito diferentes: em uma delas, bilionários estão abrigados em seus iates no Caribe, e famílias ricas estão em quarentena com segurança em mansões multimilionárias. Nos outros barcos, sentam-se pessoas arriscando suas vidas por seus empregos e pessoas sem renda que passam fome, um número desproporcional das quais são pessoas negras e pardas e todas elas merecem tratamento melhor. Este é um conto de duas pandemias. Não há nada de ‘igual’ nele.” Gostaria que falasse sobre a peso da desigualdade na pandemia no Brasil, que é bastante mais desigual dos que os Estados Unidos.

2 O retrocesso civilizatório

No seu livro, “Previdência: o debate desonesto”, você diz que: “Não há vontade de debater porque não há argumentos, só falácias que podem ser facilmente desmascaradas. Não se quer reforma alguma, porque o propósito velado é dar sequência ao processo de implantação do projeto ultraliberal no Brasil, o que requer, dentre outros fatores, a destruição do modelo de sociedade pactuado em 1988”. Você poderia aprofundar um pouco mais sobre essa “não-discussão” que ocorreu e ocorre nos temas econômicos no Brasil e sobre o “retrocesso no incipiente processo civilizatório brasileiro”?

3 Renda Básica da Cidadania

Com a pandemia da Covid-19, alguns dos mais árduos defensores do individualismo, defensores do “cada um por si”, que todos devemos ser “empreendedores de nós mesmos”, resolveram defender uma renda básica universal, que atinja todos os cidadãos. Gostaria de ouvir sua opinião sobre a renda básica e sobre essa mudança do discurso de certas estrelas da grande mídia.

4 A constituição de 1988

Muitos economistas dizem que a Constituição de 1988 não cabe no orçamento. Você poderia nos contar a razão de se colocarem contrários a um processo que alivia um pouco a desigualdade de riqueza e renda no Brasil? Qual é a sua posição sobre essa ideia de não termos recursos para ajudar quem precisa?

5 A desigualdade tributária

Há um vídeo, no perfil da rede Plataforma Política Social no Facebook, da qual você é o coordenador, que tem como título “Como aumentar a arrecadação do estado taxando apenas 0,1% da população?” Você poderia explicar a desigualdade da tributação brasileira? Poderia citar algumas das propostas de mudança na cobrança de impostos que você tem defendido?

Redação

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