Alimentos podem desacelerar inflação, prevê FGV

Da Folha de S. Paulo

Preço dos alimentos pode ceder, avalia FGV

Os alimentos, atuais vilões da inflação, receberam um sinal de possível arrefecimento dos preços na primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) de setembro, medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas). As matérias-primas agropecuárias, que compõem o item matérias-primas brutas, tiveram uma desaceleração de 1,24% na primeira prévia de agosto para 0,88% este mês.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), um dos três indicadores que integram o IGP-M, vieram com este comportamento diferente para os agropecuários, o que pode indicar uma mudança de expectativas, de acordo com o coordenador de análises econômicas do Ibre (Instituto brasileiro de Economia) da FGV, Salomão Quadros.

“É um sinal de que a saída da deflação dos produtos agropecuários está perdendo o fôlego. É claro que é uma primeira prévia, mas é uma indicação”, disse.

O movimento já pode ser observado na queda dos preços dos produtos industrializados. Quadros frisa que os alimentos processados sofreram elevação de 1,56% este mês, inferior aos 2,83% observados no mês passado.

A maior desaceleração é da carne bovina, que passou de 6,31% para -0,83%. “Se a situação se mantiver na indústria, é possível que possamos observar uma freada na pressão dos alimentos”, explica o economista.

Entretanto, o preço da alimentação continua em alta no varejo. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) apresentou variação de 0,42%, acima da registrada no mesmo período do mês anterior de, 0,07%. Neste contexto, o grupo alimentação passou de -0,25% para 0,60%.

“Essa taxa ainda pode crescer ao longo do mês. Mas, se essa primeira indicação se confirmar, a perspectiva da inflação dos alimentos pode mudar. Estamos tirando uma conclusão de uma forma parcial, mas, mesmo assim, a perspectiva mudou”, pondera Quadros.

Segundo o economista, se a tendência se confirmar, os preços na alimentação no varejo podem ceder no fim de setembro ou no início do próximo mês. “É próprio desse mecanismo ter uma defasagem de um mês `para impactar o varejo'”, conclui.

Luis Nassif

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