Alimentos, transportes e saúde afetam IPCA-15

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15) encerrou o mês de agosto em alta de 0,16%, acima dos 0,07% contabilizados no mês de julho e igualmente acima da mediana do mercado (0,15%), segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com isso, o índice acumulado no ano foi para 3,69%, acima da taxa de 3,32% relativa a igual período de 2012. Considerando os últimos 12 meses, o índice foi para 6,15%, situando-se abaixo dos 6,40% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2012, a taxa havia ficado em 0,39%.

O crescimento da taxa do IPCA 15 de agosto é explicada, em grande parte, pela menor queda dos grupos Alimentação e Bebidas (de -0,18% em julho para -0,09% em agosto) e Transporte (de -0,55% para -0,30%), aliada à alta de Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,20% para 0,45%) e Educação (de 0,11% para 0,68%).

Análise elaborada pela LCA Consultores mostra que a menor deflação no período de pesquisa está ligada às altas de Farinhas, féculas e massas, Hortaliças e verduras, Carnes, Pescados, Leites e derivados, Panificados e Bebidas e infusões, bem como às quedas menos intensas de Frutas, Aves e ovos e Óleos e gorduras.

“Este resultado (-0,09%) está muito abaixo do registrado nesta mesma parcial de agosto em 2012 – já que em meados do ano passado este grupo foi pressionado por um choque de oferta (seca nos Estados Unidos) –, bem como da média para meses de agosto entre 2003 e 2011”, dizem os economistas, ressaltando que o diferencial visto entre as taxas do grupo Alimentação e Bebidas entre agosto de 2012 e de 2013 é um dos principais fatores para que o IPCA-15 tenha registrado relevante desaceleração no acumulado dos últimos 12 meses de julho para agosto do ano corrente.

A categoria Artigos de residência também acelerou (de -0,06% para +0,62%), em boa medida pelas altas de TV, som e informática, Eletrodomésticos e equipamentos e Mobiliário. Neste caso, os economistas afirmam que o resultado pode estar relacionado à desvalorização cambial, e o movimento pode ser intensificado no fechamento da taxa de agosto.

O grupo Transportes reduziu sua deflação de -0,55% na parcial de julho para -0,30%, em grande medida devido a aceleração em combustíveis – o etanol caiu muito menos em agosto (-0,22%) do que em julho (-3,71%) e a gasolina mostrou pequena alta de +0,03% (ante -0,69% em julho). Por outro lado, as recentes revogações dos aumentos das tarifas de ônibus urbano, trem e metrô ainda tiveram efeito redutor importante no grupo, justificando sua permanência em deflação.

Já o grupo Educação mostrou alta sazonal, ligada a reajustes de virada de semestre em cursos regulares e cursos diversos (como, por exemplo, os de idiomas), passando de +0,11% em julho para +0,69% em agosto. Por fim, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais subiu de 0,20% para 0,45%, impulsionado por Serviços médicos e dentários e Plano de saúde.

O conjunto de preços de Serviços registrou alta de 0,61% no IPCA-15 de agosto, taxa similar a registrada por este conjunto de preços no IPCA-15 no IPCA de agosto de 2012 (+0,61%) e algo abaixo do IPCA-15 de julho de 2013 (+0,69%).

Por conta dos resultados divulgados, a consultoria revisou seus dados para o fechamento do mês, de 0,25% para 0,28%. Entre os fatores de impacto, destaca-se a manutenção do ritmo de alta do grupo Alimentação e Bebidas, pressionado por panificados, derivados de trigo e carnes, sem contar que a repetição do alívio gerado em julho por parte de tomate, aves e ovos e frutas dificilmente será vista em agosto.

Além disto, os efeitos das revogações das tarifas de transporte público praticamente sairão de cena no resultado fechando de agosto. Contudo, as LCA acredita que o grupo ainda mostrará deflação (-0,07%), por conta das pequenas quedas que projetadas para etanol e gasolina.

Outro ponto citado pela consultoria é a alta sazonal, motivada pelos reajustes de virada de semestre (contabilizados em agosto pela metodologia do IBGE), no grupo Educação: a LCA espera que a alta registrada no IPCA-15 se repita no índice fechado. A aceleração mostrada pelo grupo Vestuário entre o IPCA-15 de julho (-0,17%) e este IPCA-15 de agosto (-0,12%) também deverá se intensificar no fechamento do mês, pois as promoções de fim de estação ficarão para trás.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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