Analista vê títulos da Petrobras mais atraentes do que as ações

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O mercado viu com bons olhos a captação de US$ 11 bilhões em títulos de dívida realizada pela Petrobras no exterior. Apesar do impacto gerado no endividamento da estatal, a aplicação é considerada mais segura do que a aplicação em ações por não sofrer com a instabilidade característica de um pregão.

 “Embora a empresa tenha se comprometido em alguns títulos com valor um pouco acima do mercado, a emissão em geral foi positiva por ser uma atualização de confiança, que estava abalada um pouco tempo atrás”, afirmam os analistas Bruno Piagentini e Marco Aurélio Barbosa, da corretora Coinvalores.

A empresa brasileira realizou um lançamento de títulos com vencimentos de três, cinco anos longo, 10 e 30 anos com taxas fixas e três e cinco anos longo com taxas flutuantes emitidos através da sua subsidiária integral Petrobras Global Finance B.V. e com garantia incondicional e irretratável da Petrobras.  A oferta foi realizada em diferentes tranches e registrada na SEC (U.S. Securities and Exchange Comission). 

A conclusão da operação está prevista para ocorrer em 20 de maio de 2013, e foi conduzida pelos bancos BB Securities, Citigroup Global Markets, HSBC Securities (USA), Itau BBA USA Securities, J.P. Morgan Securities, Merrill Lynch, Pierce, Fenner & Smith Incorporated como coordenadores líderes e contou com a participação do Mitsubishi UFJ Securities (USA) e do Standard Chartered Bank como co-managers. Os recursos captados serão utilizados para financiar os investimentos previstos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 da estatal. A estimativa é que a demanda pelos papéis tenha chegado na casa de US$ 40 bilhões.

Mas qual o motivo da demanda tão grande por títulos da dívida em detrimento do investimento em ações? Para os representantes da Coinvalores, isso é decorrente do grau de investimento (o investiment grade) que a estatal possui junto a diversas agências de classificação de risco. “Existe uma classificação boa no que diz respeito a títulos de sua própria emissão. Ao emitir, ela tem uma classificação muito boa e consegue a confiança do mercado. E até por isso ela vem usando bastante essa via para capitalizar e fazer frente a sua gigantesca agenda de investimentos”.

Por conta disso, a compra de títulos da dívida acaba transmitindo ao investidor uma “segurança” que não se vê em ações, que podem sofrer influências de quaisquer tipos.

E segurança é algo que a estatal precisa garantir para fazer frente ao futuro. A estimativa traçada pelo plano estratégico 2013-2017 envolve um total de US$ 236 bilhões em investimentos previstos. Embora uma parte expressiva desse total tenha origem no fluxo de caixa da estatal, os analistas afirmam que cerca de US$ 61,3 bilhões serão captados no mercado.

 

ATUALIZAÇÃO: às 16h37, a ação PETR4 opera em alta de 0,57% na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), negociada a R$ 19,50. Com o resultado, o papel acumula desvalorização mensal de -2,89%, mas a variação ao longo deste ano avança 3,92%.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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