Boatos de rebaixamento do Brasil leva bolsa de valores a fechar em queda de 0,83%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A bolsa brasileira reverteu o avanço apurado no começo das negociações e encerrou o dia em queda e com poucas mudanças, uma vez que as incertezas em torno da política fiscal brasileira afetaram o desempenho das negociações, assim como a divulgação de alguns resultados abaixo das expectativas. O Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou a quarta-feira (6) em queda de 0,83%, aos 53.384 pontos e com um volume negociado de R$ 7,529 bilhões. A perda acumulada no mês chegou a 1,61%, enquanto a desvalorização anual ficou em 12,62%.

Basicamente, o dia foi marcado pela aversão ao risco dos investidores, principalmente por conta da especulação em torno da perda do grau de investimento do Brasil. A hipótese ganhou força depois que o jornal britânico Financial Times publicou uma reportagem, na qual o Brasil poderia ser o primeiro Bric a perder o grau de investimento. “O cenário de piora das contas públicas no Brasil tem preocupado os investidores, além dos comentários de mercado de que estão esperando que o país tenha perda do grau de investimento, entre outros fatores”, explica Marcelo Torto, analista da Ativa Corretora.

“Essa piora traz um cenário de maior possibilidade de rebaixamento da nota de crédito, o que poderia afetar os investimentos no país. A gente também tem um cenário de elevação da Selic, que também pode afetar a inflação”, acrescenta. A queda da bolsa doméstica só não foi maior devido ao desempenho da Petrobras, que fechou em alta em meio às expectativas por mais notícias envolvendo um reajuste de preços dos combustíveis.

Controle fiscal

No mercado cambial, o dia foi caracterizado pela forte volatilidade das negociações, uma vez que os investidores seguiram repercutindo os últimos dados fiscais divulgados no Brasil e a indefinição quanto à retirada dos estímulos nos EUA (Estados Unidos). A cotação do dólar negociado no balcão encerrou o dia em baixa de 0,35%, a R$ 2,2820. Outros dados que também afetaram o comportamento do câmbio foram os números do fluxo cambial, que registrou uma retirada de US$ 6,2 bilhões do país ao longo de outubro – resultado de US$ 5,137 bilhões negativos do fluxo financeiro e deficitário em US$ 1,063 bilhão ao saldo comercial. Ao mesmo tempo, o relatório trimestral regional elaborado pelo Banco Central mostra que as projeções para 12 meses apontam crescimento em um horizonte relevante, mas com tendência de queda.

Segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que o governo possui total controle fiscal das contas públicas, e que a meta de superávit primário, aproximadamente 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto), continuará a ser perseguida.

Na agenda macroeconômica da quinta-feira (7), os agentes vão avaliar a divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e utilização da capacidade instalada da indústria pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), além dos balanços da Braskem, BM&FBovespa e Arteris, que serão publicados após o fechamento da bolsa. No exterior, o foco estará concentrado na divulgação dos novos pedidos de seguro-desemprego e do PIB dos Estados Unidos, junto com a produção industrial da Alemanha, a taxa do Banco da Inglaterra, a taxa de refinanciamento do BCE (Banco Central Europeu), o índice de preços no atacado na Alemanha, a balança comercial da China e o índice antecedente do Japão.

“Os dados dos Estados Unidos podem mostrar melhor a política de curto prazo com relação aos estímulos econômicos”, diz Torto. “Caso os dados venham fracos ou abaixo do esperado, eles tendem a postergar a redução. Caso contrário, os esforços podem começar a ser antecipados, e tendem a piorar um pouco as bolsas. Por aqui é só o IPCA, e acho que a bolsa deve subir mais que os mercados internacionais. Mas como grande parte do investimento aqui é de capital estrangeiro, os dados dos Estados Unidos também tendem a movimentar aqui”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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