Banco Central revisa projeção de alta do PIB para 1,6%

Da Folha

BC revê para 1,6% alta do PIB neste ano

Projeção se aproxima da de analistas; banco vê melhora no cenário global e pouco espaço para redução de juros

Pela primeira vez, BC projeta PIB para 12 meses; estimativa é alta de 3,3% de julho de 2012 a junho de 2013

MARIANA SCHREIBER
DE BRASÍLIA

O Banco Central reduziu ontem sua projeção para o crescimento do país em 2012 de 2,5% para 1,6%, em razão do fraco desempenho da economia no primeiro semestre e do ritmo gradual de retomada que se observa agora.

A nova projeção, incluída no relatório trimestral do inflação do BC, ficou muito próxima da divulgada pelo banco Credit Suisse em junho (1,5%). Na ocasião, o ministro Guido Mantega (Fazenda) classificou o número do banco suíço como “piada”.

Como é de praxe, o Ministério da Fazenda mantém uma previsão mais otimista, embora também tenha reduzido sua projeção para a expansão do PIB em 2012 de 3% para 2% há poucas semanas.

No mesmo dia em que reduziu o número para 2012, o BC soltou uma previsão mais otimista para o futuro. Pela primeira vez, o BC passou a projetar também a variação do PIB nos 12 meses seguintes em relação ao último resultado divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A expectativa da autoridade monetária é que a economia brasileira acumule crescimento de 3,3% de julho de 2012 a junho de 2013.

A queda na projeção do BC para o PIB de 2012 foi puxada principalmente pela piora das expectativas para a indústria, os investimentos e as exportações.

A previsão do PIB industrial foi revisada de crescimento de 1,9% para leve retração de 0,1%. Já o comportamento estimado para os investimentos passou de alta de 1% para queda de 2,2%.

A economia brasileira começou 2012 com um desempenho muito fraco e, apesar das várias medidas de estímulo adotadas pelo governo, a recuperação no segundo semestre tem sido gradual.

Economistas dizem que o cenário externo ruim e gargalos da economia brasileira, como os custos elevados de produção, estão retardando os efeitos de medidas como a redução da taxa Selic.

O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, disse que o cenário externo melhorou, mas não está completamente resolvido.

Quanto aos próximos passos da política monetária, o diretor disse que os sucessivos cortes já realizados na Selic reduzem o espaço para novos cortes nos juros.

“Certamente o espaço para continuidade desse movimento [de queda dos juros] vai se estreitando”, afirmou.

Luis Nassif

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