Banco do Brasil começa reestruturação com integração de diretorias

Volta ao Passado

Nos oito anos de FHC o Banco do Brasil e seus funcionários sofreram ataques, foram 8 (oito) anos sem reajuste salarial, a cada dissídio era oferecido um abono que aliviava as contas no momento, mas não repunha as perdas com a inflação, em 8 anos tivemos uma redução real de 50% em nossos salários, vários planos de demissões voluntárias, que de voluntário só tinham o nome, nestes planos havia um terrorismo vindo da alta administração, remoções forçadas de local de trabalho, alguns colegas se suicidaram diante das pressões. A direção da empresa a exemplo do “Petrobrax” queria mudar o nome do Banco do Brasil para Banco Brasil, tirando o “do” do nome, com a evidente finalidade de desvirtuar a missão do BB e retirar o seu vínculo com o país.

Nos 13 anos de Lula e Dilma, embora não fosse um paraíso, pois parte da cultura imposta pelos neoliberais ficou incorporada na administração do Banco, tivemos momento de relativo maior respeito. Tivemos reposições salariais em todos os dissídios, alguns aumento reais, que embora modestos permitiram aos funcionários auferirem parte do aumento da produtividade.

O Banco incorporou a Nossa Caixa e o BESC, respeitando os funcionários dos bancos adquiridos, ao contrário das privatizações dos períodos anteriores no Banespa, Banerj, Banestado, onde os funcionários destes bancos foram na maioria demitidos sumariamente.

 O Banco do Brasil na verdade, nos governos Lula e Dilma dentro do presidencialismo de coalizão, ficou na mão do PMDB, mas sob o freio da filosofia de esquerda de preservar maior respeito ao funcionário, segurança no emprego e preservação do poder aquisitivo dos salários.

Infelizmente, também no Banco, muitos funcionários mostraram-se alienados quanto ao desenrolar do processo político, muitos envolvidos pela propaganda da grande imprensa torceram pela queda da Dilma, outros omissos, mas a maioria cega quanto aos perigos resultantes da implantação dos velhos valores na administração do Banco, para o futuro do próprio Banco e das suas carreiras.

Agora temos aí, reestruturações, procurando tirar o Banco da área da habitação e voltar à antiga lógica das aquisições, demitir funcionários, vender patrimônio. Em São Paulo e Santa Catarina haverá maiores pressões, pois coexistem agências dos antigos BESC e Nossa Caixa com as antigas agências do BB. É evidente que essa gestão aumentará em muito a taxa de retorno do Banco em relação ao seu Patrimônio líquido, hoje 1/3 dos seus principais concorrentes, Itaú e Bradesco, mas com a redução da sua legítima e justificadora missão em prol da sociedade brasileira.