Barbosa reafirma que BC tem autonomia sobre juros

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O Banco Central (BC) tem autonomia para decidir sobre os juros e até aumentá-los se for necessário, disse hoje (6) o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Ele negou que o Ministério da Fazenda esteja negociando a manutenção da taxa Selic – juros básicos da economia – em um momento de inflação alta e retração da economia.

“O Banco Central tem toda autonomia para administrar política monetária, especificamente a taxa de juros, na maneira adequada para controlar a inflação. Sobre isso eu não tenho nenhum comentário a fazer”, afirmou o ministro ao sair de reunião no Supremo Tribunal Federal (STF).

Nelson Barbosa foi ao Supremo para uma reunião com o presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski. Segundo o ministro da Fazenda, a visita ao STF teve o objetivo de retomar os trabalhos de colaboração entre os poderes Executivo e Judiciário para agilizar os processos de cobrança dos maiores devedores inscritos na dívida ativa da União.

Nos dias 19 e 20, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reúne-se para decidir sobre a taxa Selic. Atualmente em 14,25% ao ano, a taxa está no maior nível desde outubro de 2006. Na última reunião, no início de dezembro, dois diretores do BC votaram pelo reajuste da taxa por entenderem que os juros atuais são insuficientes para segurar a inflação. O presidente do órgão, Alexandre Tombini, e maioutros quatro diretores votaram pela manutenção da taxa.

Em dezembro, foi firmado um acordo entre STF e os ministérios do Planejamento e da Fazenda para acelerar as execuções fiscais. A cobrança da dívida ativa da União, com estoque estimado em R$ 1 trilhão, será um dos instrumentos usados pelo governo para reforçar o caixa neste ano. Apenas para 2016, o governo pretende arrecadar R$ 10 bilhões com as medidas de cobrança.

“No fim do ano passado, o ministro Lewandowski convidou o então ministro [da Fazenda] [Joaquim] Levy e eu para uma reunião para estabelecer uma colaboração na execução da dívida ativa a fim de melhorar a execução fiscal, agilizar desburocratizar para o contribuinte e também possibilitar uma arrecadação maior e mais eficiente da dívida ativa. Esse é um trabalho que foi começado no final ano passado e agora vim aqui para a gente provavelmente retomar essas conversas, dar prosseguimento a essa ação, envolvendo não só o Ministério da Fazenda como também a AGU [Advocacia-Geral da União]”, disse Barbosa.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

7 Comentários

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  1. Trecho de um comentário de 29.12.2015

     (…) O segundo desastre está a caminho, e já tem data, 20 de janeiro de 2016. Dilma não trocou o comando do Bacen/Copom, de modo que restou ao Nelson Barbosa marcar um almoço com o Tombini e tentar convencê-lo a baixar os juros. O deus mercado já aposta – leia-se quer – em Selic a 15,50% para 2016.

    Possível diálogo na mesa de almoço no bandejão do BACEN: 

    Nelson Barbosa – Tomba, precisa dar uma cacetada nos juros, para baixo, já agora no dia 20 de janeiro

    Tombini – Nelsinho, vc sabe muito bem que o Copom é um colegiado, um membro, um voto. Ademais, a galera lá não gosta de ser percebida pelo Mercado como submissa ao Palácio do Planalto, temos independência para decidir. 

     

  2. O importante seria mudar o foco do controle do Banco Central.

    Nos Estados Unidos a taxa de juros é decidida por dois fatores, a estabilidade da moeda, e o mais importante, a manunção da economia real norte-americana, ou seja, emprego, produção etc, logo eles jamais ficam presos a mera estabilidade da moeda.

    Lá ninguém reclama.

  3. Tobini

     A Presidenta Dilma se quizer não ser   “””impinchada”” que acerte as contas do Sr. Tombini imeditamente.

  4. Taí o custo de se colocar um

    Taí o custo de se colocar um “hetero(nova matriz econômica)doxo” no ministério. Vai ficar se justificando até cair de cansaço e Dilma Sarney trocar (ufa, novamente) de ministro…

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