BC ajuda bancos estrangeiros

Por Ale AR

Comentário na nota “s Reservas do BC”

Será que entendí corretamente? A empresa X está com problemas para rolar seu empréstimo em dólares, por uma série de motivos:

A) Solicitou um empréstimo para comprar máquinas ou insumos importados apostando num aumento da demanda que não se concretizou e

B) a política monetária do BACEN levou a empresa a se endividar em dólares apostando na valorização do Real, a cotação do dólar explodiu, e a dívida agora é muito maior. Quem lucrou com essa mudança do câmbio foi o banco extrangeiro Y, que intermediou esse empréstimo.

A solução do BACEN é a seguinte: oferece uma linha de crédito de USD36B para que empresas como a X possam refinanciar essas dívidas a través do banco nacional Z. Este recebe do BACEN o dinheiro a juro Libor +1,5%, e cobra da empresa Libor+1,5%+N%. A empresa, que está com uma dívida maior que a prevista (em reais) e com um ingresso menor que o previsto, vai repassar o juro Libor + 1,5% ao BACEN e o juro N% ao banco Z para pagar ao banco Y.

Perguntas: Isso é ajudar a empresa X ou aos bancos estrangeiros Y a recuperar seus empréstimos e ainda aos bancos nacionais Z a tirar mais um lucro? A empresa X poderá pagar tudo isso? Caso contrário, quem perde o dinheiro? O banco nacional Z, o estrangeiro Y, a empresa X ou o BACEN (Brasil/Povo)?

Não sería mais lógico o BACEN, através do Banco do Brasil, emprestar diretamente a empresa X a taxa Libor + 1,5% para pagar ao banco Y o empréstimo, que com certeza é mais caro que Libor + 1,5%, reduzindo assim o impacto cambial na dívida? Isso tem a ver com o swap entre o Fed e o BACEN de USD30B, que por sinal foi prorrogado até 30 de Outubro? Esse swap não é pra ajudar aos bancos extrangeiros Y, dando maior liquidez de dólares no Brasil para que possam retirar seu dinheiro sem maiores problemas?

Comentário

Veja bem:

1. Os bancos credores estão sem liquidez, sem dólares,

2. Criaram uma situação jur[idica nova, porque romperam com o acordo tácito de rolagem da dívida das empresas.

3. O BC está permitindo que as empresas quitem totalmente seu financiamento com os bancos estrangeiros.

4. Se não fosse tão comprometido com os interesses da banca, faria um leilão de deságio. Seriam contempladas aquelas operações em que os bancos credores externos concedessem o maior desconto possível na dívida.

5. A maneira como a operação foi montada é escandalosamente favorável aos credores externos, como bem anotou o comentarista Ale.

Luis Nassif

22 Comentários

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  1. Olá,
    Só uma perguntinha deste
    Olá,
    Só uma perguntinha deste leigo:
    – Por quê o banco estrangeiro “lucrou” com a explosão do nosso câmbio se ele emprestou o dinheiro em moeda forte e vai (ou espera) receber em moeda forte segundo cláusulas do mesmo contrato? Onde que a variação cambial favorece o credor (banco estrangeiro) se a grana “X” (moeda forte) veio lá de fora e deve voltar como “X+juros” para lá?
    [ ]´s

  2. O BC está atuando a favor do
    O BC está atuando a favor do país e não contra. Ao financiar as empresas brasileiras em dificuldade com a rolagem de suas dívidas,assume o compromisso com o desenvolvimento,geração de empregos e distribuição de renda.
    Para cada ação sempre haverá aqueles que pensam diferente,e isto é muito bom para o debate e para a democracia. Contudo,as ações precisam ser tomadas e não conseguirão agradar sempre à todos.
    De qualquer forma,o país está caminhando para a manutenção de sua economia em um patamar alto o que,em uma crise,é muito bom.

    Você é de Taubaté?

  3. Creio que apesar de
    Creio que apesar de beneficiar diretamenta os credores estrangeiros da dívida privada externa, a recente medida do BACEN é a melhor alternativa.

    Em um ambiente sem liquidez internacional endurecer a negociação da dívida extena privada e exigir um desoconto para o pagamento dos juros e do principal, fecharia mais ainda a porta do crédito internacional.

    Creio que o melhor caminho é esse, possibilita a etabilidade cambial e mantém a porta aberta do ccrédito internacional.

    Creio que a ação do BACEN poderia ser melhor sucedida, caso o swap cambial realido junto ao FED de US$ 30 bilhões, que foi renovado por mais seis meses, fosse renovado por dois 2 anos e o valor ampliado para US$ 70 ou US$ 100 bilhões.

  4. Caro Luis

    Bom dia

    Se
    Caro Luis

    Bom dia

    Se entendi direito o exposto, foi cometido um delito financeiro ?

    Não tem como o MPF, investigar esta situação ???

  5. Creio que a colocação de US$
    Creio que a colocação de US$ 36 bilhões de dólares irá reduzir significativamente os uros cobrados no refinanciamentos da dívida pública privada do Brasil, principalmente que um do motivos pela queda da oferta de crédito internacional é justamente a aversão ao risco por parte das instituições finaceiras internacionais, que estão preferindo o títulos americanos.

    Caso se confirme a queda do juros cobrados adas empresas brasileiras, podermos dizer até que a recente medida prejudica os interesses dos bancos estrangeiros.

  6. Prezado Nassif.
    Anos
    Prezado Nassif.
    Anos anteriores a esta crise, quando as empresas ganharam rios de dinheiro,
    a grana foi parar no bolso dos acionistas e bancos que intermediaram as vendas, agora com esse caos econômico que ocorreu lá fora, eles estão
    querendo repassar o prejuízo para o governo.
    No Brasil é sempre assim: todo lucro é privatizado;prejuízo é socializado!

  7. É uma operação
    É uma operação salva-banqueiro, a empresa nacional devedora é a ultima das preocupações do BC. Nos manuais classicos de politica monetaria a função das reservas internacionais de um País, que se constroem através de anos de sacrificio de toda a Sociedade e cuja manutenção tem um custo altissimo, tem como finalidade máxima a garantia das importações essenciais para que o pais não pare em uma crise. O Brasil em decadas passadas já parou por falta de divisas para importar.
    Para isso é que um Pais tem reservas, não é para pagar fivida privada.
    O Brasil depende vitalmente de certas importações : trigo, petroleo (a auto suficiencia é muito relativa), gás, cobre, insumos para eletronica e informática, produtos quimicos para fabricação de medicamentos, bens de capital. As reservas existem para garantir esse fluxo vital. RESERVAS NÃO SÃO PARA PAGAR DIVIDAS PRIVADAS, no conceito ortodoxo de politica monetaria. Os bancos credores quando emprestam a um Pais e a empresas dentro desse Pais cobram taxas de risco, exatamente porque empréstimos tem riscos. No Brasil nenhum tomador paga juro igual ao Tesouro americano, paga esse juro mais risco pais mais risco empresa, mais comissões, etc Então, se a empresa X não pode pagar o total do emprestimo, que se virem as partes, que se componham, o banco rola um pedaço, não tem outro jeito, é assim que se faz. Porque a Sociedade tem que refinanciar essa operação, usando reservas que são a ultima barreira da solvencia do Pais e se destinam afins de interesse publico e não para resolver problemas particulares de banqueiros e devedores??

  8. Creio que utilização das
    Creio que utilização das reservas cambiais para refinanciar a dívida externa privada, deve ser vista da mesma forma que os pagamentos antecipados ao FMI, ou aos resgastes antecipados da dívida pública externa.

    São ações que melhoram a confiabilidade do Brasil mo mercado internacional, o que permite uma redução dos juros cobrados e uma estabilidade cambial.

    O erro do BACEN não está em utilizar as reservas cambiais para refinanciar a dívida externa privada. E sim em não aproveitar os ganhos com a estabilidade cambial e melhoria da liquidez externa para o Brasil e derrubar mais acentuadamente os juros da Selic.

    Caso a utilização das reservas cambiais para refinanciar a dívida privada externa permita uma redução de 2% nos juros da Selic, isto representaria uma economia de mais R$ 20 bilhões ao ano em juros da rolagem da dívida pública.

  9. Luis Nassif,
    Nos comentários
    Luis Nassif,
    Nos comentários para o texto do Alon Feuerwerker (http://www.blogdoalon.com.br/) “Um assunto recorrente” o blogueiro Paulo Araújo colocou uma propaganda, segundo ele, do governo brasileiro e que saiu no Foreign Affairs. Diz a propaganda:
    “Os bancos brasileiros são sólidos e lucrativos graças à estabilidade criada pelo antecessor de Lula, Fernando Henrique Cardoso. De maio de 1993 a abril de 1994, FHC (como ele é conhecido) foi ministro da Fazenda do Brasil e introduziu o Plano Real para acabar com a hiperinflação. Embalado pelo sucesso de seu plano, ele foi eleito presidente em 1994 e reeleito quatro anos mais tarde. Cardoso foi sucedido em 2003 por Lula, que também foi reeleito; o mandato atual de Lula vai terminar em 2011”.
    A propaganda além de tornar toda a briga PT e PSDB fajuta ao criar quase um pedestal para FHC, não se prende muito aos fatos, pois esquece o papel de Itamar Franco. O sentido geral da propaganda é que me é mais triste. Ela me parece uma forma de tornar atrativo o Brasil para o capital externo. Eu sempre achei que o governo apresentava um discurso lá fora em favor do investimento externo apenas para aparecer bem na foto. Tenho verdadeiro descaso pelo capital externo. Creio que não fiz comentários para o texto do ano passado em que você faz uma crítica ao capital externo exatamente porque isso já era letra morta para mim desde 1985.
    Ontem encaminhei um comentário para o artigo de Pedro no seu blog, intitulado “A oligopolização, sob Thatcher” de 03/02/2009 às 10:00 e que pode ser encontrado no endereço:
    (http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/02/03/a-oligopolizacao-sob-thatcher/#comments)
    No comentário transcrevi uma resenha do livro “Tax Reform in Developing Countries” publicada no Economic Journal, vol. 100 (Março de 1990). Todo interesse na transcrição estava na passagem em que o autor da resenha se mostrava depreciativo ao capital externo. Vou transcrever novamente a passagem a seguir e novamente sem tradução, pois, como também já dissera, o sentido é fácil de ser entendido, o que talvez se perdesse em uma má tradução.
    “Tax reform is an important issue for many LDCs partly because resort to inflation financing and external debts appears a far less attractive and viable proposition than once believed and also because of a growing awareness that ill-designed and badly conceived fiscal systems can impose severe costs in terms of resource misallocation, inequities and impediments to economic growth and development”.
    Essa passagem ganha mais importância se atentarmos para a data da resenha – março de 1990 – o que indica que o livro é de 1989 e, portanto, com trabalho de pesquisa de 1988 para trás.
    Eu, crítico do capital externo na década de 70, tornara-me ferrenho opositor a ele ao descobrir que o Brasil crescia a taxas elevadas em 1985 (7,8%), remetendo U$12 bilhões ao exterior e com inflação de 220%. O futuro me parecia radiante, se não fosse o Plano Cruzado. A minha ojeriza ao Plano Cruzado e a todos que dele participaram não é só pelo mal que o plano causou ao Brasil, mas por ter destruído uma possibilidade ideológica de valor inestimável: a possibilidade de um país como o Brasil se desenvolver sem dependência ao capital externo.
    Não pensei que o governo brasileiro tivesse voltado ao passado e acreditasse assim tão profundamente na tese dos economistas do golpe de 64, representado por, por exemplo, Delfim Netto, (E era esse o perfil de Delfim no final década de 60 e início da de 70 e a partir de 1980 quando assumiu o controle da economia no governo Figueiredo) que diziam que “não há desenvolvimento sem capital externo” e acrescentavam, “dívida não se paga, rola”. Para você, a tese de que dívida não se paga rola não é do Delfim, mas do pupilo de Mário Henrique Simonsen, Paulo Lyra. Como atualmente, Delfim Netto possui bom trânsito no governo e a dívida está sendo paga, é de se concordar com você e pensar que a tese de Delfim se resumia à primeira parte da proposição e que, portanto, ele conseguiu incorporá-la às diretrizes do governo Lula.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 07/02/2009

  10. “A maneira como a operação
    “A maneira como a operação foi montada é escandalosamente favorável aos credores externos”

    O que foi que o bc brasileiro jamais fez que nao era? Me mostre. Ate la, pra mim, o bc eh agente externo.

  11. NASSIF

    Puseram um lobo para
    NASSIF

    Puseram um lobo para olhar toda a carneirada.

    Diógenes, encontrou alguém por aí ?

    Ei, Diógenes!?

    Puxa ou ficou surdo ou morre de tanto procurar.

  12. “A propaganda além de tornar
    “A propaganda além de tornar toda a briga PT e PSDB fajuta ao criar quase um pedestal para FHC, não se prende muito aos fatos, pois esquece o papel de Itamar Franco”:

    Itamar Franco eh vitima da lista negra neocon.

    A media brasileira so tem permissao de falar mal dele. Ja eh visivel ha anos. Pode ir contar pra ver: praticamente so ha mencoes negativas a ele na media nos ultimos 10 anos ou mais.

    E mesmo assim ninguem se enganou: FHC eh o pahria.

  13. Oh Nassif,que resposta ao
    Oh Nassif,que resposta ao Vladimir,hein ! pois fique sabendo que o nosso comentarista Roberto São Paulo,que tambem defende em seus comentários à ação do B.C,nem é de Taubaté ! Assim como todas as pessoas lúcidas e confiantes nas ações tomadas nete momento pela equipe economica.

    O Roberto, não. Mas você foi vizinho do Vladimir em Taubaté.

  14. O erro foi o BACEN não ter
    O erro foi o BACEN não ter derrubado os juros da Selic quando havia uma enorme liquidez nos mercados internacionais.

    Quando ocorre uma entrada muito grande de dólares via empréstimos internacionais é necessário o Governo reter parte destes dólares nas reservas cambiais, justamente para evitar uma volatilidade no câmbio qunado um movimento de saída para pagamento dos financiamentos.

    Mas para isso o BACEN precisava ter derrubado o diferencial de juros para diminuir o custo de carregamento das reservas.

    Parte do movimento dos comprados mo mercado futuro de dólar no Brasil de deu na expectativa de que o BACEN deixaria as empresas com dívida externa a mercê do mercado.

    Com essa ação o Governo do Presidente Lula desarticula boa parte do movimento dos comprados no mercado de dólar fututro.

  15. E a declaração pública de
    E a declaração pública de Lula de que autorizara ao BNDES emprestar à multinacuinal GDF SUEZ ENERGY os recursos para a construção da hidrelétrica do Jirau, no Rio Madeira.

    Então, liberou geral? Qualquer multinacional participa de licitações para obras públicas no Brasil, diz que não consegue financiamento e o governo se empenha para oferecê-lo?

    Lá na frente, o negócio rende e começam as remessas de lucro, sem que tenha havido entrada de um centil sequer de moeda forte. Só saem divisas, não entram.

    O governo deveria exigir a retirada do sócio estrangeiro que não traz contrapartida. Da mesma forma, no caso dos empréstimos do Banco Central, deveria ser exigido uma rolagem ao menos parcial dos débitos.

    Cada vez aumenta mais minha incredulidade sobre a capacidade de o governo lidar inteligentemente com essa crise.

  16. Joggga esta nota nos bancos,
    Joggga esta nota nos bancos, sustenta o mercado e o povo entra com uma acao popular para aplicar a mesma medida(quantia) na criacao de investimento direto que crie trabalhos. Assim nao da reserva que aguente, esta nota nao eh do mercado ou dos investidores que nao criem trabalhos.

  17. É muita grana nas mãos de um
    É muita grana nas mãos de um pequeno grupo, no caso o BC.
    Sempre tive dúvidas enormes sobre o gerenciamento de políticas financeiras no Brasil. Só no governo FHC, evaporaram-se 40 bilhões de dólares da noite para o dia, fruto de políticas irresponsáveis do BC/FHC via câmbio.
    So se fala do controle da máquina pública (onde concordo plenamente) mas sempre deixam de fora as políticas financeiras do BC.
    Porque não um contrôle maior em cima do BC, evitando favorecimentos a grupos privados. Porque não o TCU fiscalizar qual a verdadeira razão do país ter a maior taxa de juros do mundo.
    Quem sabe no futuro, não mais irá surgir mega banqueiros da noite para o dia, a exemplo de Daniel Dantas e outros mais…
    No Brasil a impressão que se tem é que os bancos controlam o BC, e não o contrário.
    Tirem as mãos do “nosso” dinheiro, vamos vigiar melhor quem cuida do “nosso dinheiro”.

  18. Creio que o uso das reservas
    Creio que o uso das reservas para permitir que totalidade do vencimentos da dívida externa seja renovada, retirou uma pressão enorme sobre o câmbio, prmitindo um processo de estabilização cambial e uma queda mais acentuda dos juros da Selic.

    Tudo indica que apesar da queda das exportações, elas devem sustentar a importações podendo haver até algum super[avit na Balança Comecial em 2009, e os investimentos estrangeiro direto deve financiar a maior parte do déficit em conta corrente.

    Ainda esta a pressão dos investimentos estrangeiro em renda fixa da ordem de US$ 40 bilhões, mas tudo indica que o Governo do Presidente irá aproveitar a fuga dos estrangeiros para vender parte das reservas cambias no mercado à vista. O que eliminaria a pressão do passivo externo sobre o câmbio.

    Com a forte queda da atividade econômica no Brasil, da demanda externa e com uma estabilização cambial o COPOM poderá acentuar a queda dos juros da Selic, que pode ficar abaixo do 9% nominais ainda em 2009.

  19. TAXA SELIC! SERÁ QUE É TÃO
    TAXA SELIC! SERÁ QUE É TÃO IMPORTANTE ASSIM?

    Bem, é um referencial, ela baliza as operações interbancárias e acaba tendo uma influência em todos os juros da economia. Estava até o dia 21 em 13,75% ao ano e baixou para 12,75% ao ano. E afinal o que isto significa, o dinheiro vai ficar barato, afinal isto dá pouco mais de 1% ao mês. Será que eu consigo dinheiro emprestado a 1% ao mês? Claro que não. A taxa Selic já esteve em mais 25%, no entanto os juros para o consumidor não eram muito diferente do que são hoje, juros de cheque especial e cartão de crédito sempre estiveram próximo de 10% ao mês e pouco vai mudar.

    Acho muito psicológico tudo isto, a diferença em tese com esta queda de 1 ponto percentual vai alterar a nível de empréstimos bancários que quem pagava um juro de 7,49% ao mês passará a pagar 7,4l% ou seja, 135,80% ao ano, mais de dez vezes a taxa selic.

    Não é bem assim, mas, se a taxa selic caísse para algo em torno de 2% ao ano o consumidor continuaria pagando juros de mais de 6% ao mês, na verdade é muita mídia.

    Perguntemos ao Lula, por que os bancos oficiais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal não fazem empréstimos a 1,5% ao mês? Simples, porque não dá? Nenhuma instituição financeira, privada ou pública não irá nunca trabalhar sem um bom spread e no nosso caso brasileiro um excelente spread, bancos no Brasil só conseguem falir por gestão fraudulenta e por total incompetência.

    Na minha modesta opinião, em vez de ficar discutindo alguns pontos percentuais na taxa selic, que podemos ver pouco vai alterar na economia real. Os nossos governantes deveriam discutir formas de alterar o spread, deveriam dar o exemplo, baixando as taxas dos bancos oficiais, acirrarem o mercado com uma verdadeira concorrência.

  20. Caro Paulo Alvin, um dos
    Caro Paulo Alvin, um dos motivos para não haver concorrência é a SELIC ter sido mantida alta por muito tempo.

    O Brasil, ao manter uma taxa de juros quase dez vezes a média internacional causa graves distorções na economia local:

    1) Dá oportunidade aos bancos de ganharem muito com operações de tesouraria, de risco ZERO e com elevada rentabilidade (veja os juros nos outros países). Ao ganhar dinheiro fácil na tesouraria os bancos não concorrem entre si para disputar clientes. Só emprestam se puderem cobrar taxas elevadíssimas

    2) Selic alta significa que o BC quer que se faça racionamento de crédito para conter a demanda interna (estabilidade pro BC é crescer pouco e sempre, sempre pouco). Mas como no Brasil, a entrada e saída do capital estrangeiro é muito fácilitada, cria-se outra distorção: grandes empresas vão ao mercado externo buscar financiamento, no período de grande liquidez, conseguiam crédito a juros decentes, mas corriam risco cambial.

    Cometia-se um grande erro: utilizar financiamento externo para financiar gastos em reais. Isso é o cumulo o cúmulo da burrice (quem entende um pouquinho de macroeconomia sabe disso)

    3) A entrada excessiva de dólares por causa da SELIC alta favorecia a valorização do Real e por conseguinte a perda de competitividade da nossa indústria.

    Os US$200 bi de reserva que o Brasil juntou custou muito caro, uma vez que o Tesouro (por conta da política monetária do sr Meirelles e prontamente defendida pelo Lula) paga juros elevadíssimos e aplica em títulos da dívida dos EUA. Essas reservas custam mais do R$40 bilhões por ano. Mais que o dobro dos recursos pleiteados pela saúde para fazer uma revolução no SUS.

    As reservas que deveriam ser usadas de forma estratégica para financiar importações essenciais e assim manter o país crescendo acelerado está sendo usado pelo BC como um seguro para aqueles que ganharam muito nos tempos de bonança e querem sair ilesos agora.

    Como sempre foi dito aqui neste blog, as reservas acumuladas com tanto custo ao povo brasileiro se tornaram de fato um seguro para os especuladores.

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