Jornal GGN – As perdas apuradas pelo Banco Central (BC) com operações equivalentes à venda de dólares no mercado futuro (os chamados swaps cambiais) chegaram a R$ 16,769 bilhões em janeiro. No ano passado, essas perdas somaram R$ 89,657 bilhões.
Segundo informações da Agência Brasil, a autoridade monetária voltou a vender dólares no mercado futuro para oferecer proteção cambial para as empresas em momentos de forte oscilação da cotação, em maio de 2013, quando os Estados Unidos iniciaram a redução das injeções de dólares na economia mundial. Em agosto daquele ano, o programa tornou-se permanente, com o BC ofertando diariamente contratos de swap. O programa de swaps durou até março de 2015, quando o Banco Central parou de ofertar novos lotes. Desde então, a autoridade monetária passou apenas a rolar os vencimentos.
Nos meses em que o dólar sobe, o BC tem prejuízo com as operações de swap. Quando a cotação cai, o banco tem lucro. Os resultados são transferidos para os juros da dívida pública, aliviando as contas públicas quando os contratos de swap são favoráveis à autoridade monetária e precisando ser cobertos com as emissões de títulos públicos pelo Tesouro Nacional quando acontece o oposto.
No swap cambial, a autoridade monetária aposta que o dólar subirá mais que a taxa DI (taxa de depósito interbancário, ou seja, a cobrada em transações entre bancos). Os investidores apostam o contrário. No fim dos contratos, ocorre uma troca de rendimentos (swap) entre as duas partes. Quando o dólar sobe, o BC tem prejuízo proporcional ao número de contratos em vigor. Quando a cotação cai, os investidores deixam de lucrar. Ao mesmo tempo que a alta do dólar gera perdas com operações de swap, ajuda a diminuir a dívida líquida do setor público, uma vez que as reservas internacionais são em dólar.
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