Bem feito!

O eterno retorno
ALEXANDRE SCHWARTSMAN, na “Folha” de hoje

FOI COM satisfação que li o editorial da Folha do dia 13 comentando a questão das importações e do PIB, assunto da minha última coluna. O texto reconhece o equívoco de partir de uma identidade contábil para concluir que o aumento das importações teria reduzido o crescimento do PIB em 1,7 ponto percentual, exatamente o ponto central do meu artigo.

Escrito dias depois da entrevista de Affonso Celso Pastore ao “Valor”, e que consegue comprovar que se um importado substitui produção interna, não haverá o menor impacto sobre produção e emprego. Candidatos a Nobel!

Quase comemorei (são poucas as vezes que a racionalidade econômica prevalece), mas a continuação da leitura revelou que falta ainda um tanto para que o jornal compreenda realmente a questão.

Alexandre, que pouco tempo atrás não conseguia enxergar relação entre superávit nas contas externas e inflação, resolve ensinar o jornal que o acolheu.

De fato, o editorial propõe uma métrica peculiar para avaliar se as importações prejudicam (ou não) a atividade econômica: se a indústria local puder fornecer o bem, então a importação será prejudicial; se não, a importação não terá impacto sobre a atividade econômica.

Vamos entender essa lógica. É evidente que toda importação que substitui produção doméstica impacta diretamente atividade econômica e o emprego. A exceção são os casos em que insumos mais baratos aumentam a competitividade de produtos nacionais que os utilizam.

Por essa lógica curiosa, um país só pode importar sem prejuízo à atividade doméstica quando: (a) o bem em questão não é produzido no país; ou (b) o bem é produzido, mas, no momento, não existe capacidade ociosa para fazê-lo.

Em momento algum se admite que bens importados possam simplesmente competir com os domésticos. Em outras palavras, pela lógica do editorial, valorizamos a expansão da produção nacional, independentemente dos preços a que essa expansão ocorra, e o consumidor (ou investidor, no caso de uma máquina) que viva com isso.

Lá em cima ele diz que o editorial da “Folha” está errado por analisar as implicações dos importados sobre a produção interna. Presume-se, então, que ele irá mostrar que importação não afeta produção interna. O que ele faz? Na argumentação, deriva totalmente para preço – que é outro aspecto da discussão. O editorial não está errado. Apenas não privilegiou os aspectos que o “professor de Deus” considerava relevantes.

Com tais idéias dominando o pensamento nacional, não é estranho que o Brasil permaneça como um dos países mais fechados do ponto de vista do comércio internacional.

Imagine, no entanto, que em dado setor surja nova empresa, cujos preços são mais baixos que os das empresas tradicionais. Essa empresa irá provavelmente expulsar as mais antigas, reduzindo a produção destas e, portanto, o emprego. Se essa empresa se localizar no país, chegará às capas das revistas, a despeito da “destruição criativa” que causou no seu setor. Mas, se estiver no exterior, será objeto de editorial contrário, que ressaltará como ponto negativo a mesma “destruição” de emprego e produção saudada no caso anterior. Por que um acidente geográfico deveria levar a conclusões distintas?

Acidente geográfico”? “Destruição criativa”? Destruição criativa é o termo que se emprega para o aparecimento de novas empresas ou setores, na mesma economia, que se impõem sobre os setores tradicionais. Os segundos morrem, os novos se fortalecem. Alexandre passa a usar o termo para a produção que vem do exterior e destrói a produção interna. A única diferençca entre ambos é o “acidente geográfico”. Conseguiu reescrever Schumpeter! É a glória para o pensamento econômico brasileiro.

Os mais ofendidos com o argumento acima irão levantar duas objeções. A primeira é que, no caso da nova empresa ser nacional, a produção e o emprego aqui permanecem, enquanto no segundo caso migram para o exterior. A esse respeito lembro o argumento, já avançado no meu artigo anterior: importação maior permite, tudo o mais constante, que o BC baixe o juro.

Conseguiu que o rabo levantasse o cachorro. Inverteu as relações de causalidade.

O emprego nessa indústria cai, mas a aceleração da demanda doméstica permitida pela importação criará empregos em outras indústrias.

Naquelas que “por acidente geográfico” estão na China

Aliás, não fosse isso, países com déficits comerciais viveriam em recessão crônica.

A segunda diz respeito ao câmbio. Setores que competiam com as importações em condições de superioridade sob determinada taxa cambial não conseguem fazê-lo sob outra taxa mais apreciada. Assim, o problema não seria tanto a importação em si, mas a taxa cambial, “artificialmente apreciada pelo diferencial de juros etc. etc.”.

O editorial da “Folha” bate expressamente nesse ponto. O “professor de Deus” aponta os “erros” do editorial da “Folha” e só agora começa a entrar no ponto de discussão do editorial.

Quanto a isso, sugiro dois pontos para reflexão. Primeiro: quem é o iluminado que determina a taxa de câmbio “correta” para avaliarmos a real competitividade de cada setor industrial? Há vários candidatos a gênio, mas, francamente, quase todos associados a setores que têm muito a ganhar ou a perder com a definição dessa grandeza, e o leitor há de me perdoar por não colocar muita fé nos “estudos” de defasagem cambial que volta e meia aparecem por estas plagas.

É inacreditável! Tem-se setores sendo fechados, empresas sendo sufocados, o índice de importados aumentando em toda a cadeia produtiva, e não se pode mexer no câmbio porque Schwartsman criou uma nova categoria teórica: a taxa de câmbio “correta”. Enquanto não se descobrir de quanto é, não se pode mexer no câmbio. E ainda propõe isso como “ponto de reflexão”.

Segundo: o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA caiu à metade nos últimos 18 meses, e, a despeito disso, a taxa de câmbio seguiu se apreciando.

Ele não sabe que, enquanto houver espaço para arbitragem, ela continuará ocorrendo. Se o sujeito mede 1,50, e a água que o encobre cair de 3 metros para 2 metros, reduziu o nível da água, mas ele continua encoberto por ela. Some-se a isso o excepcional aumento da liquidez, e a garantia de apreciação cambial, e se terá o mapa do inferno.

Ao mesmo tempo, as exportações seguiram crescendo a taxas robustas, enquanto os saldos comerciais e em conta corrente se mantiveram em torno de US$ 45 bilhões e US$ 13 bilhões, respectivamente.

Só pode ser gozação. Até o mercado fala em doença holandesa, na preponderância dos primários, e o Schwartsman vem ainda com o velho e batido golpe de mostrar apenas os grandes agregados.

À luz disso, pergunto: o que há de artificial na apreciação do câmbio?

Assim, uma vez abandonada a contabilidade nacional como métrica do assunto, sugiro aos interessados o retorno à teoria do comércio internacional para aferir seus efeitos sobre a economia. A alternativa é o eterno retorno ao protecionismo de sempre.

Dentro dos princípios da retórica rasteira: ou abre-se tudo e se arrebenta com o parque produtivo nacional, ou se volta ao “protecionismo de sempre”. Mas que é engraçado é: a “Folha” coloca um colaborador que destrói a qualidade da página 2 do caderno “Dinheiro”, e ainda se permite dar aulas para o próprio jornal. Quer minha opinião sincera? Bem feito!

ALEXANDRE SCHWARTSMAN , 44, economista-chefe para América Latina do Banco Real, é doutor pela Universidade da Califórnia (Berkeley) e ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central.

Luis Nassif

63 Comentários

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  1. Oi Nassif, a visualização do
    Oi Nassif, a visualização do teu Blog no meu computador ficou muito estranha. As letras estão enormes, a partir da identificação do Alexandre Schwartzman no final do artigo. Ou ele te botou uma urucubaca ou o Html tem algo errado. No mais, a linha dos artigos da folha continuam com a mesma orientação neo-liberal radical de sempre. Eles devem ter a) uma divída gigantesca em dólar ou b) aplicações gigantescas no mercado de capitais ou c) eles têm seu projeto próprio de país, que não tem nada a ver com as urnas, e torcem para a volta o mais veloz possível dos tucanos ou d) todos os itens acima.
    Um grande abraço. Carlos

  2. Nassif,parabens pelo puxão de
    Nassif,parabens pelo puxão de orelhas dado no prof.de Deus,que trabalha e escreve na Folha.Que eu me lembro,o último jornalista que desafiou os rumos do reacionarismo da família Frias,foi convidado a mudar seus pensamentos,ou procurar outro local de trabalho,e graças a Deus,outros veículos de comunicação o empregaram,e hoje temos a liberdade de expressão plenamente exercida aonde este nosso consultor trabalha,como aquí no IG.

  3. Prezado Luís,

    Reitero meus
    Prezado Luís,

    Reitero meus comentários anteriores. Acho muito importante seus comentários que na verdade melhoram o nível da discussão.
    É claro que juros, câmbio e outras variáveis econômicas influem na taxa de desenvolvimento nacional. Mas, cada variável dessas precisa ser analisada em profundidade para entendermos sua essência, sua gênese. Mas antes de estudarmos as variáveis, gostaria que você iniciasse a discussão sobre como as Leis da Economia funcionam, em que condições elas potencializam a geração de riqueza e qual a importância das variáveis que mais influenciam os resultados.
    Eu mesmo estou alinhavando alguns pensamentos para submetê-los a você no intuíto de aprofundarmos nosso entendimento sobre o funcionamento da economia. Muito obrigado pela atenção e continue nessa missão de bem informar.

    Geraldo G. Brasil

  4. Nassif, acompanho desde o
    Nassif, acompanho desde o início as críticas a este “doutor’, e me parece que ele está piorando cada vez mais, está quase caindo no ridículo. Será que os pares dele, no trabalho, o levam a sério, ou o que ele escreve..? Ou será que ele tem um nível para o trabalho, e outro para a coluna da FSP..? Porque não é possível que alguém que escreva este monte de asneiras possa ter o cargo que ele tem. Só se for pagamento de promessa. Porque tudo o que ele escreve significa dizer: Deixem tudo como está!!

  5. Eis aí a verdadeira doença
    Eis aí a verdadeira doença holandesa: economista-chefe do ABN AMRO… Nassif, se você continuar deste jeito, acabam te proibindo de comentar os artigos dos outros…

  6. Engraçado esse papo de
    Engraçado esse papo de protecionismo… Tudo mundo de uma forma ou de outra intervém no câmbio, mas quando é o Brasil é a volta do protecionismo ou que somos uma economia fechada. É engraçado q é sempre o Brasil que leva o pau dos seus colegas da OMC competindo com o câmbio artificial da China ou aturando as barreiras aos seus produtos pelos mercados desenvolvidos. Eu queria saber em qual país vive o Schwartsman??? Ah, já sei ele trabalha para uma multinacional que ganha muito dinheiro com os juros altos e as constantes e inócuas intervenções do BC no dólar…. Seria a mesma coisa se a Raposa tivesse que escrever um texto sobre a segurança do galinheiro.
    Nassif, vamos escolher um outro semideus para criticarmos, pois as idéias desse individuo beiram ao rídiculo e sempre advogam em causa próprio (ou melhor do ABN-amro bank)…..

    Um gde abraço.

  7. Continuo aguardando soluções
    Continuo aguardando soluções “aplicáveis” para resolver a questão do câmbio.

    Até agora, até em Imposto de exportação falaram – um absurdo, diga-se de passagem – mas a única alternativa viável, que é modernizar as relações de trabalho e reduzir o “Custo Brasil”, foi criticada, ou considerada irrelevante.

    Agurado as sugestões que não sejam tiradas da cartola, nem levem o País a retroceder.

  8. Caro Sr. Nassif,

    É mesmo
    Caro Sr. Nassif,

    É mesmo impressionante a desfaçatez com que o Sr. Schwartzman se utiliza de cacos de economês e do auxílio de modelinhos de validade restrita para subsidiar sua visão sobre questões cruciais por que passa a economia brasileira, e que poderiam ser resumidas em: estagnação com desindustrialização, taxa de juros mais elevada do mundo e inflação abaixo do centro da meta.

    Chamo atenção para um aspecto, que me parece o mais importante. O Sr. Schwartzman alega que morte de empresas pela concorrência de produtores externos geraria nenhum problema. Trata-se de uma nova versão da curva de indiferença propagada pelo ex-Bacen Gustavo Franco, que tratava produção de bens industriais e de bananas pelo mesmo padrão. Nas palavras do Sr. Schwartzman: “O emprego nessa indústria cai, mas a aceleração da demanda doméstica permitida pela importação criará empregos em outras indústrias.”.

    Este ponto é emblemático da prestidigitação acadêmica de quinta categoria que caracteriza seus (dele) artigos, pois:

    1. Não há aceleração de demanda doméstica alguma associada à substituição de produção nacional por importados, exceto no caso em que o Sr. Nassif mencionou. O que deve se esperar é a contração posterior da demanda, pois a renda antes gerada pela empresa e multiplicada pelos gastos de seus fornecedores e trabalhadores desparece.

    2. Os fatores produtivos deslocados não são “capital geléia”, que assume outra forma em outro setor. Operários industriais demitidos não podem, mesmo que queiram, engrossar a folha de pagamento das empresas financeiras que lidam com intermediação de fluxos de capital externo, infelizmente.

    3. Embora não exista de fato uma taxa de câmbio ideal, correta para todos os setores, só idiotas derivam desse fato o seu contrário: qualquer taxa de câmbio “natural” seria correta. Quem no mundo duvida que a China tem câmbio desvalorizado? Ou que o Brasil tem câmbio valorizado?

    Não se trata de defesa do protecionismo, como insinua desonestamente o Sr. Schwartzman, assim como a luta pela redução da SELIC não é nostalgia da hiper-inflação. É que estar aberto à competição estrangeira com câmbio competitivo e crescimento interno de 9% é diferente de abrir com câmbio valorizado e PIB crescendo a 3%.

  9. Nassif, corre na internet que
    Nassif, corre na internet que artigos como este rendem um emprego garantido no sistema financeiro, estou tentando montar uma tese demonstrando que não é o juro e sim as exportações que depreciam o dólar (o duro está em achar um único país na atualidade que sofra da tal “doença holandesa” , pois uma situação que ocorreu a 47 anos atrás com um mundo completamente diferente acho que não cola.)

    p.s . pensei melhor ,cola sim ,estou com o emprego garantido.

  10. Porque essa sumidade, durante
    Porque essa sumidade, durante algum tempo, votava nas reuniões do Copom. Seus artigos são a prova viva do tipo de raciocínio que fundamentava decisões que mexem com todo o país.

  11. Nassif:
    Vamos relembrar
    Nassif:
    Vamos relembrar fatos/fotos de um passado não muito longíquo.
    Delfim Neto era sempre o entrevistado a soltar as
    “solucionáticas” nos grandes meios de comunicação.
    Depois vieram outros , que quando estavam no poder não conseguiram encontrar soluções que atendiam os interesses do país, mas viraram consultores, banqueiros e hoje apresentam soluções na grande mídia.Estas soluções interessam a quem? Como deveremos dividir nossa riqueza?
    Lembram-se da quebra da Manchete, Transbrasil ?e os órgãos de imprensa diziam que no capitalismo “quem não tem competência , não se estabelece”?
    Pouco depois´estes mesmos órgãos de imprensa estavam a pressionar o governo atrás de dinheiro público para financiá-los, em nome de pseudo conteúdo nacional em sua programação. Está em jogo o destino da riqueza que produzimos. Antigamente os bancos ganhavam no “Over” e juros , hoje temos “tarifas “absurdas e juros.
    Mudam-se os porta-vozes, diretores, entram os herdeiros, saem presidentes, ministros, entram novos “ideólogos”, mas o butim é um só. Obrigado Nassif, pelos seus
    esclarecimentos ao povo brasileiro.
    Ps: Delfim Neto sumiu da televisão, afinal ele está do outro lado.

  12. Oi Nassif
    Desde do tempo que
    Oi Nassif
    Desde do tempo que eramos América Portuguesa, e vigorava o exclusivo colonial, não há tamanho desestímulo para a produção industrial no Brasil. Câmbio e juros, são variáveis da mesma equação. O pior é que majoram os dois, tornando o resultado mais danoso. Baixar agora o juros, apesar de descontentar os rentistas, seria no mínimo de bom tom. Quanto ao cambio, enquanto o mercado interno representar perigo ( a tal história da inflação de demanda, lembra o bicho papão ou o homem-do-saco com que as avós assustavam as criancinhas), e o modelo exportador de commodities permanecer não há saida. Bem que poderiamos destinar parte destes saldos para financiar as soluções para carências agudas nacionais ( educação, logística, energia), mas enquanto investimento em infra-estrutura for confundido com dívida não há luz no fim do túnel.
    ( )s Paulo

  13. a velha simplificação…mas
    a velha simplificação…mas tb esses dias a Folha exagerou. um repórter disse que sem as importações o PIB teria crescido 1,5% a mais…Da mesma que não dá pra esperar o câmbio se ajustar naturalmente como ele propõe simplesmente aumentando as importações sob o risco de sacrificar setores inteiros, também não se pode admitir estupidez semelhante de se fechar o país às importações como a Folha dava a entender. Todos sabemos onde está ( e com quem está ) a chave do cofre, ops, a solução.

  14. O Eduardo veio atrás de um
    O Eduardo veio atrás de um blog gu-gu-da-dá e encontrou um de bla-bla-bla. Quanto às suas dúvidas, tem bastante material no blog. Teria muito prazer em selecionar e fazer uma entrega ‘a la carte, mas infelizmente não tenho tempo. Nâo que você não mereça.

  15. Algumas observações:

    1) é
    Algumas observações:

    1) é balela a história de que a queda de juros dos últimos 18 meses tornou a moeda brasileira menos atraente. Gosto de usar a seguinte variável: taxa de juros doméstica de 1 ano menos a taxa de juros americana de 1 ano meno o premio de risco brasil, tudo isso divido pela volatilidade (a incerteza acerca do valor futuro do câmbio) negociada para 1 ano. Esta variável está hoje no mesmíssimo patamar que estava em Nov de 2005… em bom português, BC está correndo atrás do rabo. Não só o prêmio de risco encolheu de lá pra cá, mas o mais importante, a volatilidade da moeda despencou. O real é tão atraente quanto o era em novembro de 2005. Se não mais, porque agora o BC tem 100 bi de reservas para dar saída em caso de pânico.

    2) Algém precisa dizero pro menino que abertura de economia pode ser bom quando sua estrutura econômica é dinâmica e ágil. Se você está a pleno emprego, talvez fassa sentido trocar a utilização da mao-de-obra para outra atividade mais produtiva, dados os niveis de precos relativos correntes. Ate onde posso olhar passeando pela rua, nossa economia nao esta a pleno emprego e muito menos tem a agilidade necessaria para realizar esta rotatividade de mao de obra. Importacao destroi empregos, e ponto final.

    4) Um efeito temporario, que vimos este ano, e a queda de precos decorrente de importacao turbinar um tanto as vendas no varejo, e por conseguinte o emprego no comercio. Mas ate onde sei, comercio nao e setor criativo da economia (no sentido de impulsionar outros setores)…

    5) Se ele esta defendendo a livre flutuacao cambial, ele nao pode estar conivente com as atuais taxas de juros. Com cambio livre, voce com certeza estaria praticando deflacao no brasil com estes niveis de juros.

    Ruben

  16. Acho incrível como abrimos
    Acho incrível como abrimos boa parte do nosso mercado, a partir de Collor, sem negociar contrapartidas. Agora mendigamos abertura para nosso algodão sem ter o que oferecer em troca… Cometemos erros primários. 10min ouvindo o pragmatismo do Rubens Ricúpero bastam, para que uma pessoa esclarecida, abandone esta fé estúpida neste neoliberalismo que nos condena ao subdesenvolvimento.
    A defesa intransigente deste câmbio sobrevalorizado é uma luta sem sentido contra a realidade. Lutar contra a realidade é o caminho mais curto para o fracasso.

  17. Alexandre, que pouco tempo
    Alexandre, que pouco tempo atrás não conseguia enxergar relação entre superávit nas contas externas e inflação, “resolve ensinar o jornal que o acolheu.”
    Olá Nassif,
    concordo com tuas críticas.Tenho um amigo que possuía uma fábrica de reciclagem de alumínio aqui em teresina-Pi e não falei mais com ele sobre o asunto mas vejo que ele parou com essa atividade.Lembro que ele falava do dolár bem no começo da queda e dizia vai voltar a subir e melhora.Nada.Mas não vou concordar com vc colcocar essa parte
    que destaquei entre aspas.Qual o problema de um colunista do jornal criticar o mesmo?não vejo nehuma relação ou problema.Vejo que seus argumentos são excelentes e mais do que argumentos fico com o exemplo da argentina que passou pelo que passou e tá aí nos passando,mas repito. Não coloca argumentos como essse pois vc não é disso.

  18. nviado por: Eduardo
    Estas
    nviado por: Eduardo
    Estas comparações do Brasil com a China são completamente inapropriadas. A China é comandada por uma ditadura (Partido Comunista), o Brasil é uma vibrante democracia com múltiplos grupos de interesse lutando por espaço político e econômico. Em uma ditadura como a Chinesa é possível que o Estado adote políticas de cima para baixo, como controle de capitais e outras, que mantém a moeda deles desvalorizada. Em uma democracia no estágio da brasileira isto seria simplesmente inviável politicamente! Na China funciona pois os grupos prejudicados pela política de cambio desvalorizada não tem espaço político para se

    e a argentina é governada pelo partido comunista tb é?

  19. Dia 1o de fevereiro estava
    Dia 1o de fevereiro estava vendo os emails de manha, e tinha recebido um de um “sales” do ABN repassando os comentários de um operador… eles estavam bem chateados por terem acertado o copom e perdido dinheiro na brincadeira… palavras de lamentação, culpa-se mercado pela irracionalidade, bla-bla-bla… eis que vejo a seguinte sentença, escrita dia 1o de fevereiro antes de abrir o mercado:
    *** And that is the point as I think we are the spectators of a new
    “speculative reversal attack” against the BRL. *** Pensei comigo mesmo: bem, o operador do ABN tá tão machucado que surtou de vez! Abre o mercado, e o real aprecia-se igual um foguete. Não pude deixar de concluir: o careca soltou a piada na mesa, e teve gente que levou a serio… Tô dizendo Nassif: é um piadista! rsrsrsrsrsrsrs

    R.

  20. Prezado Nassif, boa noite. A
    Prezado Nassif, boa noite. A sociedade brasileira possui inúmeros desafios, sejam eles relacionados à educação, saúde, saneamento básico, habitação, infra-estrutura e outros mais. Entretanto, um dos grandes desafios é equilibrar a balança em relação ao grupo poderoso cujos interesses são defendidos por gente como o Alexandre Schwartsman. Esta batalha, assim chamada, já ocorreu anteriormente quando os desenvolvimentistas conseguiraqm fazer prevalecer suas posições (ainda que em função de seus interesses econômicos) sobre representantes do atraso econômico do século XIX ( a obra de Celso Furtado é rica em exemplos deste tipo, ou seja, o embate entre aqueles que defendiam a vocação agrícola exportadora – Eugênio Gudin, por exemplo – e aqueles que defendiam a industrialização – Roberto Simonsen, por exemplo). Por um período as políticas desenvolvimentistas lograram tornar nossa economia industrializada, mas desvios de rota serviram de argumento para que aqueles que defendiam políticas de regressão econômica tomassem impulso e dominassem o discurso hegemônico. Lembra-se dos neobobos do FHC e da desqualificação de quem não concordava com o caminho trilhado por nossa economia durante os seus 8 anos? Lembra-se do Pallocci e seu discurso “gelado” na defesa dos hiperjuros? É fundamental que posições contrárias àquelas predominantes no bunker do BC sejam pesadamente bombardeadas para que este país tenha uma oportunidade de mostrar seu valor. Esta turma do BC e Cia, Schwartsman inclusive, durante seus doutorados e pós-doutorados nos EUA, provavelmente não leu o que está público no site do FED:
    “…conducting the nation’s monetary policy by influencing the monetary and credit conditions in the economy in pursuit of maximum employment, stable prices, and moderate long-term interest rates…”
    É isso mesmo, pleno emprego…
    Enquanto isso somos obrigados a ouvir que o BC brasileiro é o guardião da estabilidade monetária. Como diz meu querido pai, o Brasil cresce igual a rabo-de-cavalo… para baixo!!! Mas é culpa, também, destes medíocres cabeças-de-planilha.
    Um grande abraço e força na batalha travada contra este discurso medíocre tipo Schwartsman.
    E.T.: e sou correntista do ABN Amro, é mole?!?!

  21. BH,21/02/07 23:37

    Caro
    BH,21/02/07 23:37

    Caro Nassif,

    Como bom mineiro e bom Belorizontino que sou, que tal o caminho do meio termo ?

    Os conceitos são criados apenas para darmos referências,não para sermos escravos deles !

    Por isto que a filosofia da linguagem é de extrema importância!

    Liberalismo total ou protecionismo total ? Dualismos e dicotomias radicais indicam falta de bom senso ,realismo e praticidade.

    Concordas ? Por que ?

    Atenciosamente,

    José Carlos Lobo Barbosa,
    graduado em Filosofia pela UFMG,investidor e gestor de Negócios.

  22. parece-me que voltamos a
    parece-me que voltamos a ideia de que o brasil está condenado a ser um exportador de commodities, cambio valorizado e o maior juros do planeta…. eu espero que a china cresça muito, nunca mais para de crescer, que o seu crescimento seja eterno, pois se a economia chinesa parar por algum motivo, eu nao quero nem pensar….

  23. Lenine dizia , onde? Quando?
    Lenine dizia , onde? Quando? Não me lembro mais, cito de memória : Se os teoremas contrariassem interêsses econômicos, certamente não faltariam “cientistas” para refutá-los !

  24. Que nada, CLáudio. Eu me
    Que nada, CLáudio. Eu me limito a pegar os princípios básicos de economia, e analisar se as ditas teorias os respeitam. O Britto Cruz, físico, já me dizia o mesmo da física. A física tem dois ou três princípios básicos. Quando aparece algum “gênio” com teorias nas quais os princípios não se aplicam, ou é um gênio de verdade ou um enganador. Segundo ele, só o Einstein se enquadrou no primeiro grupo. A propósito: porque não apresenta seus argumentos e discute as correlações econômicas e políticas? Pode vir: não dói.

  25. Sem comentários, ou não? Só
    Sem comentários, ou não? Só um, pequenino.

    ======

    MODELO CHINA
    (Luís Nassif – Coluna Econômica – 21/02/2007)

    A União Européia preparou um estudo analisando o modelo China de desenvolvimento. Concluiu que a China cria barreiras enormes para a entrada de produtos estrangeiros, e facilidades enormes para a entrada de fábricas estrangeiras.

    A “malandragem” chinesa consistiu em aderir à OMC (Organização Mundial do Comércio), mas descumprir suas obrigações. O resultado é que este ano deverá crescer 9%.

    ============

    E está neste ritmo há quantos anos?

    Este pobre país está carente de cérebros como o do Doutor Alexandre…

  26. Douglas, as planilhas são
    Douglas, as planilhas são democráticas pelo visto: o besteirol sai em qualquer língua. O inacreditável é a Merryl Linch permtir que seu nome seja utilizado nessa baboseira.

  27. Jayme, estou terminando uma
    Jayme, estou terminando uma biografia onde resvalo pelo Plano de Metas. Onde encontro sua dissertação? Quando ao seu colega, só grandes adjetivos para defini-lo: incrível! inacreditável! impossível!

  28. Cesar, você conhece a “mulher
    Cesar, você conhece a “mulher do piolho”. Costumo chamar minha caçula assim, quando insiste muito. Recomendo a leitura do depoimento do Casemiro Ribeiro no CPDOC. Tem boas análises sobre retenção cambial.

  29. A pergunta feita ao Nassif se
    A pergunta feita ao Nassif se ele fez ou não curso de introdução à economia é muito boa. Aquele filme “Meninos do Brasil” profetizou um novo tipo de economista, aquele que desconsidera a história, o humano, o conhecimento acumulado em décadas de pesquisa e análise, os interesses divergentes, o objetivo coletivo, mas em compensação tem a resposta para tudo, dizem todos a mesma coisa, da mesma forma e ao mesmo tempo, e ainda acreditam que o dizem é cientificamente exato e inquestionável. Cadê a Maria da Conceição Tavares, seria um excelente antídoto.

  30. É “pega ou larga”, Arthur?
    É “pega ou larga”, Arthur? Não existe a hipótese do curandeiro ter colocado premissas erradas no raciocínio? O problema não é o estilo: é o conteúdo.

  31. Nassif, impossível foi ótimo,
    Nassif, impossível foi ótimo, kkkkk. Qualquer hora conto um dialogo amistoso que ele teve com um outro colega que era austriaco, use sua imaginação para adivinhar o conteúdo. Quanto a minha dissertação ela esta na FEA, na biblioteca, deve estar mofada e empoeirada. Mas é o seguinte, ela é da pré revolução da informática, foi manuscrita e datilografada por uma secretária da FIPE que era uma figuraça, portanto tá cheia de erros de portugues e datilografia. Fora isso acho que dá uma pequena contribuição sobre o tema, além de ter me valido duas bolsas da Fapesp. Meu nome voce já sabe, o título é ” Analise de uma etapa fundamental do desenvolvimento econômico brasileiro: o plano de metas visto sob a ótica schmpeteriana”. Se puder te ajudar, mas já lhe aviso o que eu sofri para conseguir bibliografia foi uma coisa de louco. Tudo era complicado, não havia nada digital, internet então, nem se cogitava. Boa sorte com o livro.

  32. Caro Luis Nassif,

    Ao ler o
    Caro Luis Nassif,

    Ao ler o artigo “Bem Feito”, e ler os comentários, cheguei a uma perigosa conclusão, se seguirmos a linha do Sr. Alexandre, na formação do economista tenta-se não enviesar seus rumos, mas após formado, vamos seguir a tendencia de quem pagar mais. Lembro-me que nas aulas de Economia Internacional, o professor Eduardo Mekitarian dizia, uma taxa de câmbio apreciada ou depreciada pode acabar com o país vizinho que se tenha negócios, em conjunto com uma taxa de juros acomodada ao plano.
    Mas que o problema que vejo no artigo é o estilo “Globo” de comentar, joga-se o que acha para ver se deu retorno.
    Abraços

  33. Luis Nassif

    Conversei com um
    Luis Nassif

    Conversei com um amigo que trabalha em um fábrica de rolamentos, onde a sua principal concorrente fica na Argentina.

    Eles estão com muita dificuldade em concorrer com nosso ermanos portenhos, por causa do nosso câmbio supervalorizado.

    Alguns itens tem que vender no vermelho para manter os contratos e a fábrica funcionando.

    O texto do Alexandre trata do tema de uma forma muito simplista.

  34. Prezado Arthur,
    Se o que ele
    Prezado Arthur,
    Se o que ele deu foi uma aula eu não sei, mas que foi muito básica, ah isso foi! Espero que as aulas que ele dá na PUC-RJ sejam melhores que esta, se bem que eu duvido que se ensine coisa boa na economia de lá.

  35. Nassif provoca tanto o
    Nassif provoca tanto o sujeito que não resisti: fui ler o afamado “J’Acuse” de novo.

    Lembro-me perfeitamente. Em julho de 2002 a bolsa americana despenca ainda mais, os detentores de dívida corporativa se apavoram. Começam a vender desesperadamente. Os bancos se assustam, e mandam cortar os limites de crédito de tudo o que era minimamente arriscado. Em agosto a bolsa recupera-se um pouco, mas dura pouco tempo. Busca um novo patamar mínimo em início de outubro. Pânico geral. Os bancos globais são intransigentes: todas as linhas de crédito estão canceladas. Os bancos brasileiros começam a receber telefonemas dizendo que até as linhas de comércio externo estão canceladas. Tumulto: liga-se para esse e para aquele, implorando por pelo menos um mínimo de linha de comércio. A própria existência de comércio exterior no Brasil estava em risco. Todos os brasileiros ricos mandando rios de dinheiro para fora, apavorados. Eis que o Alex escreve seu artigo na Folha. O argumento, uma grande piada: o Brasil tinha reservas o suficiente para pagar os juros e amortizações da dívida pública externa por vários meses, logo, não tinha razão para se preocupar, que não ia dar calote por imposição do mercado. Calote, só se o Lulão quisesse. O Brasil não tinha mais linhas de crédito de comércio exterior, e o sujeito tentava tranquilizar o investidor afirmando que se fosse o caso, ia-se consumir todas as reservas para pagar os credores. Não tem jeito: é um piadista! Por sorte (e foi sorte mesmo), outubro foi o fundo do poço…

    Ruben

    PS1: o episódio 2002 ficou para a história conhecido como crise de confiança do governo Lula. Ninguém entretanto diz que o que precipitou tudo não foram as eleições não. Não tivessem eleições, teria estressado de qualquer forma, possivelmente menos, mas que teria, teria.

    PS2: que foi a negociação com o FMI em 2002? o FMI era a parte mais interessada em salvar o Brasil. Se Brasil falhasse, FMI deixava de existir. Um bom negociador teria conseguido que o FMI nos pagasse um troco para emprestar o dinheiro.

    PS3: lulao nem se deu ao trabalho de escrever (ok, de mandar o Palloci escrever) a carta ao povo brasileiro: veio pronta do Armínio e do Mallan. O Brasil quer saber: o que se negociou para obter a assinatura do Lula? Que Lula exigiu em contrapartida?

  36. Nassif,

    você gasta tempo
    Nassif,

    você gasta tempo demais com o Alex. Pode ser bom entretenimento, mas por quê não ir direto à fonte da insanidade: o Bevilouco acaba de publicar seu artigo — em inglês! ele não acha que deve satisfações à sociedade brasileira? — explicando o BC. É um escândalo: o leitor arguto rapidamente perceberá o que esteve por detrás destes últimos 3 anos. O Bevi sentiu-se pessoalmente ofendido pelo “mercado” (como se o focus representasse algo além de um bando de gente rodando os mesmos modelos, só uns com mais cuidados que os outros) por imaginar que ELE, o GRANDE BEVI, aceitaria taxas de inflação tão descoladas (para cima, é claro!!!) da meta. Por trás de todo o discurso de credibilidade da autoridade monetária — e pelo amor de Deus, que autoridade monetária conduz a política olhando só para as expectativas de curto prazo? — está a insegurança pessoal deste sujeito. A nação tem que pagar caro pelos seus complexos psicológicos? Surtei: se o tivesse visto na rua hoje, acho que ele teria apanhado!!!!

    Ruben

  37. Ao: Ruben
    Muito interessante
    Ao: Ruben
    Muito interessante sua explanação.Pois já havia há muito percebido os gráficos de 2002/2003 do DAX alemão, do CAC-40 francês, do FTSE inglês, do DJIA e NASDAQ americanos e do IBOV brasileiro. Todas essas bolsas de valores tiveram queda de julho a outubro de 2002. Portanto, a contaminação foi para todas as economias, num período que estava havendo eleições no Brasil…Os espertos daqui lançaram o mote e pegou(até hoje se fala do efeito da ameaça Lula em 2002). E o desastrado do PT engoliu e engole, sem um pio.
    Tem cada Mentira com letra “M” maiúscula sendo dita por aí…

  38. O Alexandre tenta justificar
    O Alexandre tenta justificar o injustificável.
    A realidade é que os juros altos está distorcendo o mercado de câmbio e o Alexandre não avisa isto em seu artigo.

  39. Trabalho em uma empresa
    Trabalho em uma empresa textil de SC. Infelizmente os produtos chineses estão falindo nossas empresas, destruindo nossos empregos. Demissões, demissões, demissões. Os produtos chineses são na maioria de má qualidade, mas com preço muito inferior aos nossos. Custo Brasil. Nós BRASILEIROS deveriamos parar, pensar e agir. Digo valorizar nossos produtos, mesmo que um pouco mais caro. Com isso estamos protegendo nossas industrias e nossos empregos. Se continuarmos assim, a china vai crescendo, crescendo, e nós, vamos achando tudo muito bonito. Desculpe meu desabafo, mas estou vendo milhares de funcionários sendo demitidos e o governo nada. Até quando seguiremos este caminho.

    Um abraço.

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