Bolsa cai 0,18%, em dia de poucos negócios

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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No câmbio, cotação do dólar fechou em queda de 0,92%, a R$ 3,578 na venda
 
Jornal GGN – As operações da bolsa de valores começaram a semana em leve queda, em um dia sem uma trajetória definida nas negociações e baixo volume de negócios devido ao feriado do Memorial Day nos Estados Unidos. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou o dia em baixa de 0,18%, aos 48.964 pontos e com um volume negociado de R$ 2,127 bilhões. Com isso, a Bolsa tem perda acumulada de 9,17% no mês, e valorização de 12,95% no ano. 
 
Segundo analistas consultados pela agência de notícias Reuters, a manutenção de ruídos políticos e apreensão com a aprovação de medidas fiscais geraram alguma cautela entre os agentes, assim como a expectativa pela entrada da revisão do índice global MSCI e suas subdivisões, incluindo a do Brasil.
 
Na agenda econômica, internamente, o resultado primário do governo no mês de abril surpreendeu o mercado positivamente, vindo o número em R$ 9,8 bilhões em termos nominais, ante estimativas em R$ 2,7 bi. Já em termos primários, o total foi R$ 18,26 bilhões. No acumulado do ano, no entanto, o resultado do primeiro quadrimestre continua negativo: um déficit primário de R$ 8,450 bilhões. “O número, embora reflita certa sazonalidade para meses de abril, foi considerado positivo, e denota, segundo nossa visão, uma possibilidade maior, ainda carente de confirmação, de um viés de reequilíbrio fiscal do governo”, diz o BB Investimentos, em relatório.
 
Já o IGP-M (Índice Geral de Preços ao atacado) subiu a +0,82% em maio, versus 0,33% em abril, vindo acima das expectativas dos agentes, em +0,74%. “O avanço da inflação, ratificado pelo IGP-M de maio, após a alta acima da expectativa do IPCA-15 na semana retrasada, aparentemente, tem levado os agentes a revisarem seus modelos econométricos, visto que a taxa de câmbio à vista não recuou como se esperava, corroborando para a elevação, no relatório Focus de hoje, ainda que modesta, do IPCA para o final de 2016”, explicam os agentes do BB Investimentos. “Também, como efeito recorrente, suscitaram-se dúvidas em relação aos cortes da taxa básica de juros ao longo deste ano, que miram seus efeitos em direção à inflação futura para o centro da meta (4,5%) no próximo ano, que agora passaram a oscilar entre 125 pts-base e 150 pts-base – ou seja, uma taxa Selic no final de 2016 em 12,75% a.a. ou 13,00% a.a”, ressaltam os analistas.  Na agenda internacional, muito por conta dos feriados, nenhum indicador de peso. Para a semana, as atenções estarão voltadas para a divulgação do Payroll (criação de vagas na economia) nos Estados Unidos, na sexta-feira.
 
Nos mercados estrangeiros, predominou o bom humor. Na Europa, devido ao fuso horário, hoje foi o dia da repercussão no mercado acionário, à fala da presidente do Fed, Janet Yellen, na tarde da última sexta-feira. Contrariando o tom de seu discurso, interpretado no sentido de uma maior possibilidade de aperto monetário na economia norteamericana, as bolsas europeias elevaram-se majoritariamente. Na Ásia, destaque para a bolsa do Japão, que fechou em alta nesta segunda-feira – no maior nível em um mês – refletindo uma cotação do dólar valorizado perante o iene e expectativas que o governo japonês poderá adiar um aumento do imposto no setor de vendas planejadas.
 
No câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em queda de 0,92%, a R$ 3,578 na venda. No mês, a moeda americana acumula alta de 4,01%, mas, no ano, tem desvalorização de 9,37%.
 
Em dia de baixo volume de negociações devido ao feriado nos Estados Unidos, a cotação da moeda operou em queda na maior parte da manhã e passou a cair com mais força à tarde, por conta da divulgação das contas do governo em abril. De acordo com os números divulgados pelo Tesouro Nacional, as receitas federais superaram as despesas em R$ 9,75 bilhões em abril, superavit 11,4% inferior ao do mesmo período do ano passado. O resultado foi considerado acima do esperado pelos analistas, segundo informações da agência de notícias Reuters.
 
Além disso, os agentes evitavam investir em ativos de maior risco por acreditarem que o governo do presidente interino Michel Temer enfrente dificuldades para aprovar no Congresso Nacional medidas de cortes de gastos. Tal temor ganhou força após a publicação de uma série de notícias de que figuras importantes do PMDB e do próprio governo Temer se oporiam às investigações da operação Lava Jato. Na semana passada, isso resultou na exoneração do então ministro do Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Em meio a isso, o Banco Central não anunciou qualquer intervenção cambial para esta sessão, mantendo-se ausente pela sétima sessão consecutiva.
 
Para terça-feira, os agentes aguardam a publicação dos números de desemprego e o resultado primário do setor público no Brasil; índice de confiança do consumidor e de atividade da manufatura nos Estados Unidos; vendas a varejo nos Estados Unidos; taxa de desemprego na zona do euro; PMI (índice dos gerentes de compras) de manufatura no Japão; e o PMI de manufatura e não-manufatura na China, entre outros indicadores,
 
 
(com Reuters)
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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