Bolsa de São Paulo cai abaixo dos 50 mil pontos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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As negociações da manhã na BM&FBovespa configuram uma terça-feira de tensão para quem trabalha com investimentos em ações. Às 11h39, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) registrava queda de 2,77%, chegando aos 49.960 pontos. A mínima no dia atingiu 49.708 pontos, a menor pontuação do ano. Foram acionadas várias ordens de stop loss (mecanismo automático que suspende a negociação de papéis em baixa muito acentuada). tanto em ações individuais como no índice.

Todos os papéis da bolsa estavam em queda no final da manhã, com destaque para OGX (OGXP3), uma vez que foi registrada na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) uma operação de venda realizada pelo controlador da empresa, Eike Batista, no total de 70,47 milhões de ações, o equivalente a R$ 121,82 milhões. A operação fez com que Batista reduzisse sua participação na petroleira de 61,09% para 58,92%. Às 11h37, o papel caía 6,98%, negociado a R$ 1,20, fazendo com que a perda acumulada no mês chegue a 13,04%, e a queda anual a 72,60%.

A movimentação de baixa na bolsa brasileira está sendo puxada pelos investidores estrangeiros, de olho no vencimento de índice futuro programado para amanhã. O mercado internacional também ajuda a piorar o cenário, como explica Alfredo Sequeira, superintendente da Fator Corretor. “Diante dos sinais positivos da economia, o Banco Central do Japão deu sinais de que vai reduzir seus incentivos”, explicou ele. “Além disso, está acontecendo uma discussão na Alemanha sobre a legalidade do instrumento utilizado pelo Banco Central Europeu (BCE) para ajudar os países periféricos. Tal instrumento deve ser aprovado, mas existe um nervosismo”.

Diante de uma redução de estímulos por parte do Japão, e a iminência de que algo semelhante vai acontecer nos Estados Unidos, em tese essa redução fará com que grandes volumes de capital saiam dos mercados emergentes e migrem de volta para os países centrais. “Também se deve ter em mente que, em algum momento, vai acontecer a alta dos juros nos Estados Unidos. E aí o dinheiro sai daqui e vai para os EUA”, diz Sequeira.

Mas o próprio cenário brasileiro não deve ser esquecido. Na visão do superintendente da Fator Corretora, a situação no país não é confortável devido a queda do superávit, a piora das contas públicas e a disparada do dólar. “Quem tem ação não está comprando mais, não entra dinheiro novo no mercado, e existe um movimento forte de estrangeiros saindo do Brasil”.

 

 

 

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. perguntar não ofende

     Eike é bom de mercado e expectativas, será que com esta ordem de venda, que fez cairem todas as cotações das empresas X, e com elas o indice bovespa, ele não estaria se posicionando para realizar lucros amanhã (12/06), na liquidação dos contratos de indices futuros do IBOVESPA ; ele ganha varias vezes: no aluguel das ações, na arbitragem dos futuros e na recompra de suas próprias ações.

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