Bolsa encerra julho com sua primeira alta mensal do ano

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Mesmo com as sinalizações favoráveis emitidas pelo mercado norte-americano, a bolsa de valores brasileira manteve o ritmo de realização de lucros dos últimos dias. Apesar disso, o índice oficial do mercado encerrou o mês de julho com seu primeiro ganho do ano. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou as operações de quarta-feira (31) em queda de 0,67%, aos 48.234 pontos, e com um volume negociado de R$ 7,026 bilhões. No mês, acumulou alta de 1,64%, a primeira registrada no ano, enquanto a desvalorização acumulada em 2013 chega a 20,86%.

As atenções do dia estavam voltadas para a agenda de eventos dos Estados Unidos. O PIB (Produto Interno Bruto) do país subiu 1,7% durante o segundo trimestre do ano, ao mesmo tempo em que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) manteve a taxa básica de juros estável na faixa de zero a 0,25%, assim como o programa de compra de bônus mensais.

“Como sempre, o mercado brasileiro anda muito próximo ao mercado dos Estados Unidos, e o fluxo é o que tem influenciado as negociações”, explica Luis Morato, operador-sênior da TOV Corretora. “O pronunciamento do Fed foi favorável aos emergentes e a manter o ritmo dos estímulos. Então, a priori, o mercado nem deveria ter agido dessa forma”. Contudo, o analista afirma que existem algumas preocupações envolvendo a China, com destaque para a divulgação do índice de gerentes de compras e a preocupação com a auditoria de dados da dívida do país. “Como a bolsa brasileira é muito focada em commodities, as empresas do setor acabaram caindo”.

Morato também afirma que os agentes se mostram cautelosos com o andamento da política monetária no Brasil. “Apesar da sinalização favorável dos dados de inflação, existe a percepção de que a política fiscal brasileira está muito solta e de que a trajetória de alta dos juros deve se manter por mais algum tempo. Mas, no geral, foi mesmo uma realização de lucros, de falta de novas notícias e de fluxo de capital, pois o investidor estrangeiro está muito retraído”.

No câmbio, informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, indicam que a cotação do dólar no balcão encerrou o dia em queda de 0,13%, a R$ 2,2780. As primeiras negociações foram marcadas pelo estresse gerado antes da decisão do Fed, aliado ao fechamento da Ptax de fim de mês (a taxa vai influenciar a liquidação dos contratos derivativos cambiais de agosto) e os números positivos divulgados para a economia dos Estados Unidos ao longo do dia.

Para conter o ritmo de alta, o Banco Central chegou a realizar três leilões de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro), mas a moeda só parou de subir após a manifestação do Federal Reserve quanto à política monetária. No primeiro leilão, anunciado às 9h50, com vencimento em 2 de janeiro de 2014, foram negociados todos os 30 mil contratos ofertados, no total de US$ 1,490 bilhão. No segundo da manhã, com vencimento em 3 de fevereiro de 2014, foram negociados 15,3 mil contratos do total de 30 mil ofertados. O valor total chegou a US$ 757,5 milhões. Já na terceira operação, nenhuma proposta das instituições financeiras foi aceita. O BC havia colocado em negociação 15 mil contratos, com vencimento em 3 de fevereiro de 2014.

Segundo o Broadcast, as preocupações com o dólar devem continuar, uma vez que a tendência para a moeda norte-americana é de alta e o Banco Central não tem espaço, considerando o quadro corrente da inflação, para deixar o dólar subir mais.

Os agentes vão começar o mês de agosto acompanhando a pesquisa industrial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) da Fundação Getúlio Vargas e o fechamento da balança comercial de julho. No exterior, o foco ficará concentrado nos pedidos de seguro-desemprego e gastos com construção nos Estados Unidos.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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