Bolsa sobe 1,47%, em dia de dados dos Estados Unidos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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No câmbio, cotação do dólar fechou em queda de 1,74%, a R$ 3,525

Jornal GGN – A bolsa brasileira fechou em alta pelo terceiro pregão consecutivo, com destaque para a publicação de dados abaixo do esperado sobre o emprego nos Estados Unidos, o que afetou as perspectivas em torno do ajuste dos juros no país.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou em alta de 1,47%, aos 50.619 pontos e com um volume negociado de R$ 5,557 bilhões.  Na semana, o índice acumula alta de 3,20%, o ganho no mês chega a 4,43%, enquanto a valorização no ano chega a 16,77%.

Em um dia fraco de indicadores no Brasil, as atenções dos investidores foram voltadas para o exterior. “O indicador mais relevante da semana, o payroll – criação de vagas na economia dos Estados Unidos, trouxe dados que surpreenderam negativamente e considerados preocupantes sobre o mercado de trabalho norte-americano”, dizem os analistas do BB Investimentos, em relatório.

A criação de postos de trabalho em maio veio em 38 mil vagas, significativamente menor do que o estimado pelo mercado, em 160 mil. Além disso, os números de vagas em março e abril foram revisados, e mostraram a criação de 59 mil empregos a menos do que o antes divulgado: segundo os cálculos atualizados, os Estados Unidos criaram 123 mil vagas em abril e 186 mil em março. Com isso, a média da geração de empregos nos últimos três meses foi de 116 mil, uma forte desaceleração em relação à média de 219 mil ao longo dos últimos 12 meses até maio. A taxa de desemprego, no entanto, baixou de 5% para 4,7%, indicando claramente que a economia estadunidense prosseguiu em pleno emprego.

“Por um lado, os dados do mercado de trabalho dos EUA terminaram por reduzir as apostas quanto a um iminente corte nas taxas de juros pelo Fed, com alguns agentes entendendo agora que este deverá ser postergado para setembro próximo”, pontuam os analistas. “Todavia, por outro lado, trouxeram incertezas aos agentes quanto à real situação da maior economia do planeta – que acabou prevalecendo e deflagrando a valorização de inúmeras moedas internacionais perante o dólar norte-americano hoje”.

Corroborando com este viés, os índices acionários de Nova York caíram, assim como boa parte das demais bolsas mundo afora. Da mesma sorte, ao longo do dia, os mercados bursáteis de Frankfurt e de Paris também cederam impactadas majoritariamente por mau desempenho de ações de bancos e montadoras, respectivamente.

No câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em queda de 1,74%, a R$ 3,525 na venda – registrando sua maior queda percentual diária desde 19 de abril, além do menor valor de fechamento em duas semanas. Com isso, o dólar encerra a semana com desvalorização de 2,38%. No ano, a queda acumulada é de 10,72%.

A cotação da moeda norte-americana foi diretamente afetada pelos números da criação de emprego nos Estados Unidos, que vieram abaixo do esperado por analistas. No Brasil, investidores continuam preocupados com o cenário político. Na véspera, o presidente interino, Michel Temer (PMDB), disse que não descarta a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), mas garantiu que qualquer aumento de impostos, se houver, será temporário.

Para segunda-feira, os agentes aguardam os dados do relatório Focus, o resultado semanal da balança comercial e os números de produção de veículos da Anfavea. No exterior, destaque para o PMI (índice dos gerentes de compras, na sigla em inglês) do varejo na França e na Alemanha, além dos dados de confiança do consumidor na zona do euro.

 

(com Reuters)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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