Os dados da crise do mercado automobilístico, por Luis Nassif

Até março foram exportados 260.568 veículos, 10,25% a mais do que o acumulado até setembro de 2020, mas 22,09% abaixo do acumulado até março de 2020. E houve 41,6% de queda em relação ao acumulado até março de 2019, reflexo da perda de dinamismo das exportações de veículos, com a crise do principal comprador, a Argentina.

Uma análise dos dados da ANFAVEA (Associação Nacional de Fabricantes de Autoveículos) permite  para entender os meandros da crise brasileira.

Conforme se confere na Tabela 1, o licenciamento total (no acumulado de 12 meses) foi de 1.565.802 veículos, 29,35% a menos do que o acumulado até março de 2000. Mas 7,44% a menos em relação aos 12 meses acumulados até setembro passado.

O licenciamento revela apenas os veículos – produzidos internamente ou importados – utilizados internamente. 

Já a produção total equivale às vendas internas mais exportações.

Até março foram exportados 260.568 veículos, 10,25% a mais do que o acumulado até setembro de 2020, mas 22,09% abaixo do acumulado até março de 2020. E houve 41,6% de queda em relação ao acumulado até março de 2019, reflexo da perda de dinamismo das exportações de veículos, com a crise do principal comprador, a Argentina.

Na Tabela 2, percebe-se melhor as vendas totais de veículos. Na tabela de baixo colocamos o acumulado até março de 2021 com Base 100 para facilitar a comparação. Repare, então, que houve uma queda de 41,54 pontos no licenciamento total de automóveis; de 40,34% no licenciamento de nacionais e de 57,76 no licenciamento de importados. A produção total caiu 49,22 pontos, enquanto as exportações caíram 28,36.

A Tabela 3 mostra, de forma dinâmica, o comportamento da produção. Ela mede a curva de produção de 12 meses, em relação a 3, 6 e 12 meses atrás. Repare que a curva verde, de médio prazo, mostra uma melhoria da produção, em relação ao acumulado de 12 meses atrás. Mas sem ultrapassar a linha de 0%. Ou seja, em nenhum momento mostrou crescimento em relação ao acumulado de 6 meses anteriores. E a a curva de curto prazo, a vermelha, de 3 meses, mostra uma queda na ponta, demonstrando a perda de dinamismo da recuperação.

Esse mesmo movimento se observa no gráfico das exportações (Tabela 4). A curva de médio prazo (a azul) mostrava alguma recuperação. A curva de médio prazo (a azul), pela primeira vez ultrapassou a linha de equilíbrio, mostrando crescimento em relação ao período anterior. 

Mas a curva de curto prazo (a abóbora) mostra perda do dinamismo, voltando ao nível de 0% de crescimento.

A partir da Tabela 5 vêm os gráficos de produção de caminhões. Confira que no acumulado de 12 meses foram produzidos 95.620 veículos, 6,4% de aumento em relação ao acumulado até setembro de 2020 e 0 4,39% a menos que o acumulado até março de 2020.

Já o desempenho das exportações foi favorável, com 26,95% de crescimento em relação ao acumulado até setembro de 2020 e 14,27% em relação a março de 2020.

Confira na Tabela 7 que há uma recuperação na produção de caminhões, com as curvas de 3 e 6 meses mostrando crescimento em relação ao período anterior.

Tabela 1

Tabela 2

Tabela 3

Tabela 4

Tabela 5

Tabela 6

Tabela 7

Luis Nassif

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