Reconhecimento internacional para a educação brasileira

Coluna Econômica

 Estudo de desempenho de alunos da 4a a 8a série em 49 países mostrou que Letônia, Brasil e Chile foram os três países com maior avanço no período 1995-2009.

Esses dados fazem parte do relatório “Achievement Growth International and U.S. State Trends in Student Performance”, dos professores Eric A. Hanushek, Paul E. Peterson e Ludger Woessmann, das Universidades de Harvard, Stanford e da Universidade de Munique.

Pelo estudo, os EUA ficaram em 25o lugar.

Esse relatório foi lançado pelo Programa Harvard Sobre Educação Política e Governança < http://www.hks.harvard.edu/pepg > (PEPG).

Os resultados são baseados em 28 testes de matemática, leitura e ciência do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) ao longo do período 1995-2009. Depois disso, os autores determinaram uma média e um desvio padrão para cada teste, permitindo fixar as tendências.

No caso dos EUA, foram levantados resultados de 41 estados ao longo de 1992 a 2011.

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Nos Estados Unidos, o desempenho tem melhorado anualmente a uma taxa de 1,6%. Em 14 anos, os ganhos são de 22%, ou equivalente a um ano de aprendizado.
Já em três países – Letonia, Chile e Brasil – a melhora tem se dado a um ritmo de 4% ao ano. Em outros 8 países – Portugal, Hong Kong, Alemanha, Polónia, Liechtenstein, Eslovénia, Colômbia, Lituânia – a um ritmo duas vezes superior ao dos EUA. Nesses 11 países, os ganhos de aprendizagem correspondem a dois anos.

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O estudo constata uma realidade bastante heterogênea nos EUA.

O melhor desempenho foi de Maryland, seguido da Flórida e de Delaware. Entre os que ficaram acima da média, Massachusetts, Louisiana, Carolina do Sul, Nova Jersey, Kentucky, Arkansas e Virgínia.

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Em comparação com os ganhos feitos por alunos de outros países, o progresso “dentro do Estados Unidos é medíocre, não estelar “, observa Peterson, professor de Harvard.

O estudo é crítico em relação à fixação de metas de educação nos EUA. Em muitos estados fixam-se metas “muitas vezes utópicas e não realistas”.

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Até algum tempo atrás eram comuns promessas como “tornar os EUA o primeiro do mundo em matemática e ciências até o ano 2000”. Agora, caiu-se na real. As metas, muitas vezes, são as de, em um prazo de 15 a 20 anos, “trazer os EUA para o nível dos países líderes em melhoria”.

Em muitos estados, há em andamento medidas de reforma da educação. Não se encontrou nenhuma correlação significativa entre aumento dos gastos com educação e ganhos de pontuação no teste.

Em alguns estados, como Maryland, Massachusetts, e New Jersey, o aumento de gastos se refletiu na melhoria de desempenho. Mas o mesmo não ocorreu em Nova York, Wyoming, Virgínia Ocidental.

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O estudo separa países que partiram de bases baixas (como o Brasil) e países já com boa pontuação. E tenta identificar onde se dá o chamado “catch-up” – processo de recuperar o tempo perdido.
Identificou-se o catch-up na Letônia, Chile e Brasil. Mas também ocorreu em países já avançados, como Hong Kong e Alemanha.

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De qualquer forma, é o reconhecimento de que o grandes esforço das últimas décadas está frutificando.

Luis Nassif

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