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Concordo com o Marcos. Sou engenheira e professora da Engenharia na UFMG.
Precisamos sim de mais engenheiros, mas se a profissão não é atrativa hoje, é porque se tem em mente que é muito investimento pessoal pra pouco retorno.
Meus colegas de turma, formados na Poli como eu, estão todos trabalhando em banco. Por quê? a remuneração é muito maior do que na área industrial. E, nesta, em geral, salários e vantagens em áreas comerciais/marketing são maiores do que nas áreas de engenharia “hard”. O status tb é maior.
O relato da IBM na verdade comprova isso. Engraçado o entrevistado, quer mais engenheiros de qualidade, mas não quer pagar mais por eles.
Isso de preparar os engenheiros na faculdade para que cheguem prontos a empresa é outra bobagem. Desculpem, mas um engenheiro nunca vai sair da faculdade pronto para a empresa, e nem pode. A universidade é o momento de abrir a cabelça, explorar possibilidades, que depois serão ou não aplicadas na empresa (depende totalmente da empresa!). Se fôssemos formar engenheiros pensando somente na realidade atual da indústria automotiva, por exemplo, formaríamos somente engenheiros de aplicação. E essa não é a nossa função, na universidade precisamos pensar muito à frente.
A empresa tem que aprender que cabe a ela “conformar” ou treinar seus profissionais do jeito que ela quer, e não à nós. Nós formamos para o mundo, não para a empresa X ou Y. Um engenheiro da Poli vai pra GM, mas pode ir pra Embraer . é por isso que nenhum engenheiro vai sair pronto da faculdade. Ele só vai ficar pronto depois de alguns anos dentro da empresa (e, pra mim, na verdade, pronto ninguém nunca deveria estar!!).
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