Jornal GGN – Com o avanço do coronavírus na América Latina, medidas econômicas vêm sendo anunciadas pelos respectivos governos do continente, no que consideram ser a maneira de lidar economicamente com os impactos dessa pandemia.
No balanço do dia, o Brasil chegou a 3.417 casos confirmados e 92 mortes, o Chile com 1.610 casos e 5 mortes, e o Equador com 1.595 casos e 36 mortes anunciadas pelas autoridades locais.
Conversamos na tarde de hoje com o economista chileno Marco Kremerman, mestre em Políticas do Trabalho e Relações Laborais na Universidade de Bologna (Itália), que destacou que a chegada da crise do coronavírus coloca em xeque os modelos econômicos neoliberais estabelecidos na América Latina [acompanhe a íntegra da entrevista aqui].
Acompanhe as informações no balanço de Patricia Faermann:
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Perdoe, mas o professor chileno, na Itália, está limitando a amplitude dos problemas do neoliberalismo. Sabe muito bem que estes problemas da condução da economia, através do receituário neoliberal, dá-se na maioria dos países capitalistas do mundo. Porém os problemas desse modelo econômico já vinha em crise há muito tempo, a última foi em 2008, quando foram gastos recursos da sociedade (impostos arrecadados) como um todo (foi socializada a solução), que não resolveu os problemas do sistema neoliberal, que vinha se arrastando desde então. O coronavírus só veio amplificar a crise do neoliberalismo, que nitidamente vem perdendo apoio, porque não entrega o que promete, concentrando fortemente a renda dos países e distribuindo desemprego e miséria para os trabalhadores, ativos ou aposentados. O coronavírus deixa desmoralizadas duas principais teses do neoliberalismo: o estado mínimo e a maior eficiência da economia privada, enfeixadas no pensamento único, já sem sentido e desmoralizado. E o pior: nenhum país capitalista sairá da crise em que estão metidos há quase três décadas, muito menos agora após a amplificação dos problemas pelo coronavírus, a não ser através do Estado, com a volta das políticas para bem aparelhar os serviços prestados pelo aparelho estatal à população pobre, saúde no momento a prioritária e educação, além claro da segurança, as atividades cultuais, provendo os necessários investimentos nessas áreas. Para cumprir esses objetivos estruturar-se para investir na infraestrutura para permitir uma logística que permita escoar os produtos produzidos. Claro que os empreendedores privados podem e devem participar dessa atividades, mas o país não pode ficar na dependência do lucro das atividades privadas.
A pandemia colocou em xeque o ultraliberalismo como sistema econômico. Terá que ser abolido se a humanidade pretende sobreviver.
Tambem concordo. Acredito apenas dependerá de quanto durará quarentena. Quanto mais tempo durar, mais pressão haverá contra neoliberalismo. A questão, “o mercado resolve os problemas” espero virar passado. Entretanto, remédio da mudança vai ser doido.
O modelo neoliberal não é um modelo econômico,é um modelo político onde o opressor venceu o oprimido.