Crédito restrito faz inadimplência recuar pelo quarto mês consecutivo

Jornal GGN – O volume de registros de inadimplência no país recuou -4,44% no último mês de dezembro em relação ao mesmo período de 2012, em sua quarta queda consecutiva e atingindo seu menor patamar desde o início da nova série histórica, calculada a partir de janeiro de 2012 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). 

Com variações brandas ao longo nos últimos meses, a inadimplência do consumidor encerrou o ano de 2013 com aumento médio de 2,33%, o que contrasta com o crescimento de 12,18% da inadimplência observado ao longo de 2012. Reflexo de um resultado modesto do Natal e da alta de juros, o número de consultas ao banco de dados do SPC Brasil para vendas a prazo cresceu 2,90% em dezembro. O resultado foi pior do que o registrado em igual período de 2012, quando as vendas haviam crescido 5,37%. 

A desaceleração nas vendas deve-se ao momento menos favorável ao consumo das famílias, já que o custo para o consumidor comprar a prazo aumentou. A escalada dos juros básicos da economia já dura nove meses. De abril para dezembro, a taxa Selic saiu do piso histórico de 7,25% ao ano, para o patamar atual de 10%. Além disso, 2013 foi o quarto ano consecutivo em que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, se manteve acima do centro da meta fixada pelo governo, que é de 4,5%. 

Na comparação com novembro de 2013, as vendas subiram 28,65%. Para o SPC Brasil, o número é considerado fraco para o período, visto que as consultas em dezembro de 2012 subiram 32,28% em relação ao mês imediatamente anterior. A perda de fôlego nas vendas a prazo também se repetiu no resultado consolidado do ano. Nos 12 meses de 2013, o crescimento médio do varejo foi de 4,12% contra 7,16% registrado em 2012. 

A desaceleração do comércio varejista verificado no ano de 2013 também está ligada ao menor crescimento da renda do brasileiro, dizem os especialistas do SPC Brasil. Segundo dados do Banco Central, nos primeiros 10 meses de 2013, a massa salarial cresceu 3% em termos reais em relação ao mesmo período do ano anterior, o que configurou o menor crescimento dos últimos cinco anos. 

Os dados na comparação com novembro também mostram a inadimplência em trajetória declinante, ao apresentarem uma redução de -1,73%. Segundo os economistas, a inadimplência veio em alta até o fim do primeiro trimestre de 2013, mas a tendência foi invertida em abril, quando o Banco Central passou a aumentar sucessivamente a taxa básica de juros da economia (Selic), o que encareceu a tomada de crédito no país, impactando o varejo como um todo. Desde então, o volume de atrasos nos pagamentos das compras a prazo passou a intercalar desacelerações com quedas.

A queda na comparação mensal confirma as expectativas, por ser um comportamento típico deste período do ano. Em dezembro de 2012, também ocorreu a mesma coisa (a inadimplência havia caído -1,17% em relação a novembro). Na avaliação da economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, a injeção de capital extra com o pagamento do 13º salário e o incremento de vagas temporárias ao mercado de trabalho favoreceram o pagamento de dívidas.

Redação

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