Crescimento e bem estar

O José Eli da Veiga, em sua coluna no Valor, aproveita o escândalo Madoff para questionar, mais uma vez, as formas de medição do PIB e a idéia de que é preciso desenvolvimento para gerar bem estar. Clique aqui.

O tema já gerou boa discussão aqui no Blog.

Luis Nassif

11 Comentários

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  1. Não se pode confundir
    Não se pode confundir política econômica com política partidária. Não se pode acreditar que a contabilidade social configure uma contabilidade empresarial em particular. Não é correto utilizar-se dos profissionais de economia para fazer proselitismo sociológico. A economia é insubstituível para a satisfação de necessidades e desejos de uma sociedade; assim como, a política partidária é um instrumento de defesa dos interesses de grupos sociais e políticos. Enquanto o economista busca “compreender de que forma as sociedades usam seus recursos materiais e humanos, com vistas a produzir e distribuir bens e serviços” (Lúcia Vânia), o político tem como objetivo intermediar interesses e assegurar o Poder. A economia visa administrar ou governar, gastando pouco; enquanto a política é a forma institucional de organizar e governar uma sociedade. É verdade que a política econômica para ser implantada depende de aprovação política, mas não é a política partidária que estabelece os princípios de Ciências Econômicas. Portanto, embaralhar métodos de política econômica com ações político-partidárias não é apropriado para uma avaliação técnica. A contabilidade social é uma técnica que se propõe apresentar sob uma forma quantificado um quadro conjunto da economia de um País, não pode fugir a realidade dos fatos econômicos, quando são legais. A contabilidade nacional é um método questionável, porque a sua dimensão acarreta imprecisão, mas é legal e consistente. Serve ao seu propósito.

  2. Anexo, abaixo, o artigo,
    Anexo, abaixo, o artigo, inspirado pelo tema em discussão, que publiquei na coluna semanal que assino aos domingos, em “A Tribuna”, de Santos – SP.
    CHEGA DE CRESCIMENTO?

    Alcindo Gonçalves

    Procurem qualquer texto ou artigo de política ou economia. Nove entre dez deles vão defender a importância do crescimento e do desenvolvimento econômico. Algum político, em sã consciência, vai falar contra crescer, que, na sua visão, sempre gera empregos e renda? E os economistas, preocupados com a atual crise que assola o mundo, não estão todos de olho na retomada do desenvolvimento?
    Há que se fazer algumas considerações a respeito. A primeira delas diz respeito à diferença entre crescimento e desenvolvimento. Não são sinônimos, não. Crescer é um conceito que remete simplesmente ao “aumento do bolo”, ou, em economês, incremento do PIB e da renda de uma população. Ora, o crescimento não necessariamente implica em correta e adequada distribuição dos recursos e dos ganhos. Ao contrário, a história mostra muitos e muitos casos onde o bolo cresceu e a maioria ficou a ver navios. Os ganhos foram apropriados por poucos privilegiados. Ou seja: ricos ficaram mais ricos e os pobres, como sempre, tornaram-se mais pobres.
    Desenvolvimento vai além. Na realidade, o desenvolvimento implica em outras coisas: ampliação das liberdades (uma idéia brilhantemente apresentada por Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia), melhoria da qualidade de vida, diminuição das desigualdades sociais, culturais e econômicas de grandes massas.
    Em geral, faz-se a associação entre crescimento e desenvolvimento. Mesmo reconhecendo a importância de ir além do mero “aumento do bolo”, que isoladamente pode significar até a piora da condição de vida da maioria, o senso comum reconhece que não é possível promover o verdadeiro desenvolvimento sem crescimento econômico. Ampliar liberdades, melhorar a qualidade de vida, diminuir desigualdades seriam, portanto, impossíveis de ocorrer sem que o PIB crescesse.
    Vivemos, assim, sob o signo da busca desesperada e desenfreada do crescimento. Buscamos novos investimentos; ansiamos por fazer aumentar a produção agrícola e industrial; sonhamos com mais exportações, mais comércio, mais negócios. O ideal é construir cada vez mais casas e apartamentos, fábricas, escritórios.
    Há, entretanto, um preço a pagar nessa espiral doida. É fácil perceber que os recursos naturais são limitados e o meio ambiente não resistirá a essa ofensiva diária. Por outro lado, caminha-se para uma estabilidade do número de habitantes do planeta neste século XXI. Demógrafos apontam que, por volta de 2050, a população mundial vai parar de crescer, fenômeno que já acontece em países desenvolvidos.
    O curioso nessa discussão é que maior desenvolvimento vai gradualmente conduzindo à dispensa do crescimento econômico. É fácil perceber as razões: com o desenvolvimento eliminam-se a pobreza e as más condições de vida. E vem aí a pergunta crucial: continuar crescendo para quê?
    Haveria no ser humano a propensão animal a buscar o crescimento a qualquer preço, seduzido de modo permanente pela acumulação de riquezas, tão característica do sistema capitalista? Romper essa lógica é ir contra a natureza humana? Ou será que é possível imaginar um mundo com pleno emprego, onde os valores são outros, e que a sede de ganhar pode dar espaço a outras opções e sonhos?
    Não é, reconheço, uma questão simples e trivial. Mas é preciso pensar nisso. Ainda neste século estaremos diante dessa encruzilhada: continuar crescendo e pagar um alto preço por isso, ou buscar outro modelo de vida. Abolir o crescimento pode soar como estúpido e politicamente inviável, mas a obsessão por crescer, além dos limites do planeta, acaba por ser perigoso e absurdo.

    Alcindo Gonçalves é engenheiro, doutor em Ciência Política pela USP, professor do Programa de Mestrado em Direito da UniSantos e coordenador-geral do IPAT – Instituto de Pesquisas A Tribuna

  3. A Alemanha (e seu povo)
    A Alemanha (e seu povo) optaram pelo caminho fiscal.

    Sabem qual o sacrifício lhes custou, querem manter.

    Moinhos de vento para a imprensa.

  4. Em maio 2008 publiquei o
    Em maio 2008 publiquei o artigo “Somos todos culpados”, está no meu blog: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2008/05/somos-todos-culpados.html mas foi publicado também no Observatório da Imprensa e em vários outros sites e blogs. Abordo a questão da necessidade do crescimento e desenvolvimento econômico em função do ainda absurdo aumento populacional. Há uma imperiosa necessidade uma política de Estado, e não uma política de governo. O mundo desenvolvido já questiona a necessidade do desenvolvimento, conforme o artigo do professor José Eli da Veiga, mas os países em desenvolvimento não podem abdicar desse crescimento enquanto o crescimento populacional continuar do jeito que está.

  5. Bastante positivista o
    Bastante positivista o Diógenes. Estou com Bakunin, que dizia no século XIX que um governo da ciência sobre os homens seria o forma mais nefasta de governo. Dizia isso para criticar Comte e Marx.

  6. atual crise internacional
    atual crise internacional oferece excelente oportunidade para se reformular o conceito de desenvolvimento, libertando-o da vinculação obrigatória com o crescimento da economia.

    não que países como o Brasil, em que as necessidades básicas de grande parcela da população estão ainda por atender, não devam crescer economicamente.

    ao contrário! crescer sim! mas como e em que direção?

    problema central do Brasil tem sido ausência de planejamento estratégico que contemple construção da nação e formação do povo.

    momento é convidativo a se formular estratégias para um novo tipo de desenvolvimento.

    um desenvolvimento pautado pelo social e pela qualidade de vida. e não somente pelos índices econômicos como o PIB.

    objetivo central do desenvolvimento deve ser a qualidade de vida!

    então, outra questão se abre:

    o que é qualidade de vida?

    .

  7. Considerando que o PIB
    Considerando que o PIB americano é quase 30% do PIB mundias e que as importações dos EUA de mais de US$ 2 trilhões em 2007 repreesentaram quase 16% dos total das exportações mundiais menos as exportações dos EUA.

    Qualquer queda da atividade econômica nos EUA, principalmente das importações americanas terá forte impacto na economia mundial, e que uma depressão nos EUA arrasta as demais economias do mundo.

    É preciso lembrar que estamos disnte de crise econômica internacional, e quanto menor a depedência do comercio exterior maiores são as chances de evitar um agravamento da crise na economia interna.

    Este é caso do Brasil, que precisa fortalecer ainda mais o mercado interno se quiser evitar a recessão.

    Um dos motivos que levarão os principais governantes do mundo a romper com o liberalismo econômico, foi justamente encontrar uma outra forma de corrigir os exageros do livre mercado que não fosse a depressão econômica social.

    A depressão econômica não levará apenas a contestação dos governantes pela sociedade organizada ou não, mas a contestação do próprio sistema capitalista.

    Antes de se definir as alternativas para sair da depressão, se discutirá se o sistema capitalista é capaz de dar esta resposta. O que significa viver uma nova era das revoluções.

  8. Hoje no Brasil os
    Hoje no Brasil os controladores do capital, principalmente do setor finaceiro, estão razoalvelmnte tranquilos, em razão das opções políticas no Brasil serem de confiança dos controladores do capital.

    O PT e o PSDB não representam risco algum para o capital.

    Mas lembro que mergulhar o Brasil numa recessão para aprofundar a concentração de enda , demandará um tempo muito maior para recuperação em virtude da provável recessão ou depressão da economia mundial.

    Este cenário pode provocar o surgimento de novas lideranças do processo de contetação social natural em tempos de recessão.
    Como a história tem demonstrada estas lideranças podem surgir tanto a esquerda como a direita., mas certamnete surgirão.

    Se for a direita tudo bem para o capital no Brasil, mas o mais provável é que o processo de constetação ocorra via a esquerda, e muto provavelmente muto mais a esquerda do que representou o PT até 2002.

  9. estadao Quarta-Feira, 24 de
    estadao Quarta-Feira, 24 de Dezembro de 2008 | Versão Impressa

    http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081224/not_imp298420,0.php

    Crise reduz arrecadação e governo central tem primeiro déficit de 2008
    Em novembro, despesa supera receita em R$ 4,3 bi; secretário diz que resultado não ameaça meta fiscal para o ano Ribamar Oliveira

    ……a principal razão para o déficit foi a forte queda da arrecadação federal em novembro, em virtude da desaceleração da economia brasileira provocada pela crise internacional. A receita bruta do Tesouro Nacional caiu R$ 10,1 bilhões, de acordo com o relatório da STN. Em outubro, a arrecadação ficou em R$ 53,87 bilhões e, no mês passado, em R$ 43,74 bilhões – uma redução de 18,8%…………………….

    As contas públicas registram déficit quando as despesas primárias (que não consideram o pagamento dos juros da dívida pública) superam as receitas primárias (não consideram operações de crédito ou emissão de títulos).

    Embora tenha registrado déficit, as contas do governo central no período de janeiro a novembro ainda registram um superávit primário maior que a meta fixada para todo o ano. …………….

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