As promessas de abertura comercial na Ásia

Sáb, 13 Nov, 12h43

Maribel Izcue.

Yokohama (Japão), 13 nov (EFE).- Os líderes do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) iniciaram neste sábado em Yokohama (Japão) a cúpula anual com promessas de abertura comercial e o desafio de superar as tensões diplomáticas entre alguns de seus membros.

Um dia depois do encerramento da cúpula do G20 em Seul, metade dos líderes se deslocou a Yokohama para se reunir com o restante dos membros da Apec, que integra 21 economias da Bacia do Pacífico.

No início da cúpula, o primeiro-ministro do Japão e anfitrião, Naoto Kan, insistiu que a região, que representa mais de 50% do Produto Interno Bruto do planeta, “tem a grande responsabilidade de liderar o crescimento mundial”.

Por isso, no centro dos debates da cúpula está o ambicioso propósito com o qual a Apec foi fundada, em 1989, o de criar um acordo de livre-comércio que multiplique o potencial de crescimento da região.

Em um encontro empresarial prévio à cúpula, Naoto Kan assegurou que seu país decidiu “se abrir” de novo, em referência à histórica primeira abertura do Japão no século XIX após 200 anos de isolamento.

Assim, ressaltou o interesse de Tóquio no chamado Acordo Estratégico Transpacífico de Associação Econômica (TTPA, na sigla em inglês), assinado em 2005 por Brunei, Nova Zelândia, Chile e Cingapura, e que é contemplado como possível embrião de um futuro tratado de livre-comércio da Apec.

Também querem entrar nesse acordo países como Estados Unidos e Peru. Ou seja, com o Japão, o tratado incluiria duas das três principais economias do mundo.

O interesse dos EUA na Ásia-Pacífico foi evidenciado pelo presidente americano, Barack Obama, ao afirmar na mesma reunião empresarial que Washington considera a região um mercado vital para aumentar suas exportações.

O presidente da China, Hu Jintao, indicou, por sua parte, que os mercados emergentes seguirão oferecendo “enormes oportunidades” para o mundo, mas ressaltou que a região ainda precisa melhorar suas infraestruturas e capacidade de inovação.

Embora a Apec concorde que o comércio é fundamental para o crescimento, as negociações para um acordo tarifário em toda a região supõem uma prova a união do fórum, integrado por países muito díspares que vão desde EUA e China, até Brunei e Papua Nova Guiné, além dos latino-americanos Chile, México e Peru.

Aos diferentes interesses se unem tensões diplomáticas entre alguns dos membros, como as do Japão com China e Rússia, que recentemente aumentaram por disputas territoriais.

O anfitrião da cúpula, Naoto Kan, aproveitou a reunião para tentar diminuir a tensão com os países, com encontros separados com o presidente Hu Jintao e o russo, Dmitri Medvedev.

A reunião desde sábado foi a primeira entre Naoto Kan e Hu Jintao depois que, em setembro, a disputa territorial pelas ilhas Diaoyu-Senkaku se agravou devido a detenção na região de um pesqueiro chinês, o que levou Pequim a suspender seus contatos de alto nível com Tóquio.

Kan também aproveitou a cúpula para acercar ponteiros com Medvedev, após as duras críticas que Tóquio fez a Moscou por sua recente visita aos disputados Territórios do Norte (nome em japonês das ilhas Curilas), anexados pela Rússia após a Segunda Guerra Mundial e cuja soberania o Japão reivindica.

Depois de se reunir a portas fechadas, os líderes da Apec participaram de uma apresentação de “Kabuki”, o teatro tradicional japonês, antes de fechar a jornada com um jantar oficial.

Está previsto que, após as sessões de trabalho, seja assinada neste domingo uma declaração conjunta para melhorar a “qualidade” do crescimento da região através de medidas, como a criação de emprego e reformas estruturais.

O fórum Apec é formado por Austrália, Brunei, Canadá, Coreia do Sul, Chile, China, EUA, Filipinas, Hong Kong (China), Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Cingapura, Tailândia, Taiwan, Peru, Rússia e Vietnã. EFE

http://br.noticias.yahoo.com/s/13112010/40/mundo-apec-comeca-promessas-abertura-comercial.html&printer=1 

Luis Nassif

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