Déficit em conta corrente atinge US$ 52,472 bilhões no ano

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O déficit em transações correntes chegou a US$ 9 bilhões no mês de julho, e acumulou um total de US$ 52,472 bilhões no ano, ficando 75% acima dos US$ 28,990 bilhões contabilizados no mesmo período de 2012, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Nos 12 meses até julho, o déficit acumulado pelas transações correntes chegou a US$ 77,7 bilhões, equivalente a 3,39% do PIB (Produto Interno Bruto). Por essa métrica, o déficit em conta corrente acumulado em doze meses aumentou na passagem de junho para julho: de 3,2% para 3,4%.

Os números divulgados ficaram acima do estimado pelos economistas da LCA Consultores (déficit de US$ 8,5 bilhões). Análise dos consultores mostra que boa parte desse desvio ficou concentrada no grupo de serviços não fatores. “Os maiores gastos com aluguel de equipamentos (projeção de -US$ 900 milhões, ante o resultado final de –US$ 1,5 bilhão) explicam o crescimento da rubrica. No caso dos alugueis de equipamentos, estas remessas voltaram a crescer após três meses consecutivos de queda”, dizem. O crescimento de US$ 23,5 bilhões no déficit em conta corrente, quando comparado com o mesmo período de 2012, deve-se principalmente ao crescimento das remessas de dividendos e ao déficit na balança comercial.

As remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$ 3,3 bilhões no mês, recuo de 4,1% na comparação com julho de 2012. As remessas líquidas de lucros e dividendos atingiram US$ 1,2 bilhão no mês, ante US$ 1,7 bilhão no mesmo período de 2012. No ano, até julho, as remessas brutas de lucros e dividendos totalizaram US$ 16,4 bilhões, elevação de 4,2% em relação aos sete primeiros meses de 2012.

As despesas líquidas de juros alcançaram US$2,1 bilhões no mês, comparados a remessas de US$ 1,8 bilhão em julho de 2012. As saídas líquidas de renda de investimento direto somaram US$1,1 bilhão, ante US$ 1,7 bilhão registrado no mês equivalente do ano passado. As remessas líquidas de renda de investimentos em carteira totalizaram US$ 1,5 bilhão, elevação de 14,3%, enquanto as de renda de outros investimentos atingiram US$719 milhões, alta de 44,2%, no mesmo período comparativo.

Segundo a consultoria, o aumento das remessas de dividendos e lucros pode ser atribuído à melhora da atividade econômica no primeiro semestre, que proporcionou um crescimento da rentabilidade das empresas. Entretanto, nos últimos três meses, essa remessas têm perdido força. “De fato, a média mensal até abril era de US$ 2,4 bilhões e desde que a taxa cambial começou a subir, em maio, a média destas remessas recuou para US$ 1,9 bilhão”, diz a LCA.

Quanto à balança comercial, as importações de petróleo registradas neste ano (ainda que realizadas em 2012) distorcem os números em quase US$ 5,6 bilhões. Além disto, a parada para manutenção de algumas plataformas da Petrobras também prejudicou as exportações da empresa, principalmente no primeiro trimestre. A estimativa da LCA é de que a balança comercial deve fechar o ano com um superávit na casa de US$ 7 bilhões, com a recuperação das exportações de óleo da Petrobrás neste semestre.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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