Desde começo da reestruturação, Banco do Brasil já fechou 217 agências

 
Jornal GGN – 217 agências bancárias do Banco do Brasil foram fechadas desde o anúncio da reestruturação da instituição, que pretende encerrar as atividades de 402 unidades até março.
 
O plano de reestruturação foi anunciado em novembro do ano passado e também prevê a transformação de 379 agências em postos de atendimento, além da extinção de 31 superintendências regionais. 
 
O objetivo do banco é economizar em torno de R$ 750 milhões, que deverão ser investidos no atendimento digital, já que, segundo o BB, cada vez mais correntistas usam computadores e celulares para realizar suas operações bancárias. Também é planejado a abertura de 255 escritórios e agências de atendimento digital. 

 
De acordo com a Agência Brasil, clientes do Banco do Brasil se mostraram surpresos com o fechamento de uma das 17 agências que encerraram as atividades em Brasília. O banco afirmou que os clientes seriam comunicados previamente, e alguns correntistas reclamam que terão de levar mais tempo no deslocamento para outras agências e dizem que não receberam nenhum aviso. 
 
Carlos de Souza, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), criticou a reestruturação feita às pressas e disse que o fechamento de agências causa transtornos desnecessários para clientes e comerciantes, além de gerar preocupação entre os bancários. 
 
Sindicatos em diversas partes do país receberam queixas de empregados que foram transferidos de agência sem aviso prévio. 
 
“As justificativas para a reestruturação são reducionistas e imediatistas. Muita gente continua indo às agências bancárias, onde a qualidade do atendimento tende a piorar”, afirma o secretário do Contraf. 
 
Para ele, o Brasil ainda não tem acesso à internet de qualidade que justifique a reestruturação em poucos meses. “Poderia ser feito gradualmente, minimizando os impactos e evitando prejuízos aos trabalhadores e aos clientes.”
 
Souza também crê que as medidas adotadas pelo BB irão “apequenar” o banco. “Na verdade, são 781 agências bancárias que estão sendo fechadas. Na maioria dos casos, transformar agências em postos de atendimento é a mesma coisa que fechá-las, pois esses postos não têm autonomia: não operam linhas de crédito e financiamento, têm apenas caixas eletrônicos e, quando muito, um único funcionário”, afirmou.
 
Segundo a instituição, nenhuma cidade onde o BB atua ficará sem agência, contando com ao menos um posto de atendimento. O Ministério Público do Trabalho acompanha a reestruturação a pedido das entidades sindicais.
 
Cláudio Gadelha, da  Coordenadoria Nacional de Combate às Irregularidades Trabalhistas na Administração Pública (Conap) do MPT, a reestruturação afeta toda a sociedade. 
 
“O papel do MPT é atuar para diminuir eventuais impactos negativos na vida dos trabalhadores e não questionar judicialmente a reestruturação. Mesmo assim, não tenho dúvida de que há, sim, um grande prejuízo para a sociedade como um todo. [Os efeitos] para o banco, só o tempo dirá.”
 
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Redação

2 Comentários

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  1. Abrindo espaço pra Itaú e Bradesco

    As agências fechadas vão abrir uma área geográfica de serviços pra investimento de bancos privados, como Itaú e Bradesco. Se bobear esses bancos privados vão se instalar no espaço que era das agências extintas do BB.

    Seria até legal se o pessoal daqui do blog ajudasse a montar essa cobertura, tirando fotos e de onde tinha uma agência do BB ou da Caixa, dessas extintas, e depois mostrasse quem ocupou o espaço…

  2. O Banco do Brasil desde a

    O Banco do Brasil desde a reengenharia de 1995(governo de FHC) que só pensa e age como se fosse um banco privado. E não é!

    Não é em função apenas da composição do capital social, mas também porque opera usufruindo de muitos benefícios que só um banco estatal possui. Muito do funding desse banco é gratuito. Muito dos seus negócios, tanto os principais(empréstimos, financiamentos etc) que por sua vez geram os secundários(seguros, títulos de capitalização etc) derivam dessa matriz compulsória.

    Não estou de posse dos dados, mas certamente o BB foi um dos bancos mais lucrativos do país nesses últimos 20 anos. Com certeza está entre os três primeiros. Seu RPL sempre permitiu a distribuição de gordos lucros para seus acionistas maiores, a começar pela União.

    Nesse período, qualquer vale nessa escalada de ganhos extraordinários fizeram, de pronto, o banco fazer o mais fácil com vista a não perder a alta lucratividade: cortar custos. Mesmo que em detrimento dos serviços prestados em termos quantitativos e qualitativos. Agora se repete a mesmo mesmo modus operandi. 

    A pergunta que resta fazer é: por que não privatiza logo?
     

     

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