Duas visões sobre a crise

Duas boas visões (opostas) de economia expostas nos últimos dias.

No Valor, André Lara Rezende mostra o formulário mercadista para a economia (leia no Blog do Alexande Weber, na Comunidade do Blog) (http://blogln.ning.com/profiles/blogs/artigo-do-valor-crise-2009). No Estadão, Luciano Coutinho analisa as oportunidades de investimento no país via-a-via a falta de remuneração para os fundos no mundo, com a redução dos juros.

A base do raciocínio do André é:

Nas três últimas décadas do século XX, chegou-se a um relativo consenso sobre os elementos constitutivos de uma boa gestão macro. São eles:

– Política monetária ativa, conduzida por um banco central independente, com base em metas de inflação.

– Livre movimento internacional de capitais.

– Câmbio flutuante, com mínima intervenção.

– Política fiscal que estabilize a relação dívida/PIB, num nível não muito superior a 50% do produto interno bruto.

O mundo mudou, o modelo mudou, a ortodoxia vai mudar. Mas André (mesmo com muito mais brilho do que as irrelevâncias do “professor de Deus”, ou o manual de Pastore) mantém o mesmo nível de análise, como se nada pudesse sair do modelo proposto. O raciocínio é redondo mas, como toda análise de mercado, pressupõe que todas as condições anteriores são mantidas. Deixa de avaliar aspectos novos da realidade econômica (disponibilidade de recursos no mundo atrás de investimentos com bom retorno e baixo risco; a realocação de recursos dos fundos de investimento etc).

A segunda é a entrevista do presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) Luciano Coutinho a Ricardo Grinbaum e Leandro Modé, do Estadão (http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090111/not_imp305380,0.php).

Coutinho bate nesses dois pontos, para o qual o Blog vem chamando a atenção desde a eclosão da crise: passado o impacto maior no mercado internacional, redução de juros e busca de investimentos menos voláteis, poderá liberar uma dinheirama para os projetos brasileiros de infra-estrutura e do pré-sal.

“Dizem que a balança comercial vai ter dificuldade, que a exportação vai cair, que não dá para financiar isso, que o País vai torrar reservas, que o câmbio vai para perto de R$ 3 e que tudo isso vai fragilizar o País… Eu digo o seguinte: há, de fato, um desafio de financiamento externo. Mas tenho muita tranquilidade quanto à capacidade de o Brasil obter capitais mais que suficientes para financiar o déficit em conta corrente de 2009 e o déficit que pode ser projetado para 2010. Porque hoje o Brasil se diferencia como uma das poucas economias com uma alta taxa de retorno, com oportunidades amplas para investidores estrangeiros. Temos duas avenidas importantes para a atração de capitais. Uma é o investimento estrangeiro e a outra é a estruturação de fundos de investimentos em infraestrutura e petróleo e gás. É uma determinação do presidente da República atrair capitais e mostrar ao mundo o potencial da economia brasileira”.

Em economia não basta andar na direção certa: é preciso a noção correta de tempo. A grande aposta é se esse investimento virá longo – reduzindo o buraco nas contas externas criado pela política irresponsável do Banco Central – ou não.

De qualquer modo, dois belos textos para uma discussão. Estou saindo de viagem agora mas à tarde retomarei esse tema.

Luis Nassif

21 Comentários

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  1. Eu entendi que o Andre fez
    Eu entendi que o Andre fez justamente uma critica a esse modelo com quatro “pilares” por ele descrito, apesar de não haver alternativa melhor.

    Já o Luciano, como que um investimento em comodities – petróleo e gás – podem ser considerados “investimento menos voláteis”? Infelizmente investimentos em comodities são bem volateis. Mas tambem acho que nao teremos dificuldades em financiar nosso deficit, desde que nao seja grande (ou seja, desde que o gasto corrente nao seja grande)

  2. Mesmo que as taxas cobradas
    Mesmo que as taxas cobradas nos empréstimos hipotecários fossem reduzidas para zero, com a queda sistemática dos preços das casas, a partir de certo ponto o valor do imóvel passa a ser inferior à dívida. A deflação generaliza esse fenômeno: aumenta o valor das dívidas em relação à riqueza. Não é bem o que um mundo atolado em dívidas precisa…………..
    ……………..Configura-se o que John Maynard Keynes chamou de armadilha da liquidez. A política monetária perde a capacidade de estimular a demanda agregada. Incapaz de estimular a demanda, a política monetária fica também incapaz de reverter um processo de deflação, incapaz de provocar inflação……………..
    …..Dado que a política monetária é o instrumento do qual o Banco Central dispõe, compreende-se a afirmativa de Bernanke, de que a melhor forma de combater uma deflação é não chegar a ela. O fato de se ter chegado até aqui com a deflação definitivamente como uma possibilidade não é reconfortante. A economia americana corre o risco de se encontrar na situação da japonesa, já há mais de quinze anos estagnada………….
    ……………..Não é preciso, mais uma vez, enfatizar os custos e os riscos de uma profunda e prolongada recessão mundial. Por que então não usar todas as fichas, correr todos os riscos, para evitar a deflação? Não foi justamente um apego à ortodoxia monetária e fiscal, incapaz de ser revista para as circunstâncias de 1929, que levou à Grande Depressão dos anos 1930? A grande contribuição de Keynes foi justamente demonstrar que a economia de mercado pode passar por momentos em que tem um “problema de ignição”, que requer o aumento dos gastos públicos para fazê-la pegar no tranco. A hora parece exigir que se esqueçam os pruridos quanto a eventuais desequilíbrios fiscais e fazer todo o possível para escapar de uma nova depressão econômica mundial…………
    ……………….

  3. É muita coisa, mas vamos lá.
    É muita coisa, mas vamos lá. A discussão no BLOG LUIS NASSIF ONLINE ganha em qualqiedade e quantidade.

    Mas sem o “realismo da análise, sem o qual não há como bem agir, não deve ser afastado em nome de um otimismo, neste momento, mais incompetente do que ingênuo. A capacidade de compreender o quadro mundial e nossa especificidade é mais importante do que a tentativa de fazer previsões”.

    Já estamos no quarto mês depois da quebra de uma importante instituição financeira americana quanto um dos pilares do capitalismo, a confiança dos consumidores, foi definitivamente quebrada em larga escala munidal.

    A lentidão do COPOM já fez perder a oportunidade de usar uma Política monetária gradual, qualquer redução dos juros da Selic, a menos que seja superior a no mínimo 2% nominais, só terá efeito a partir do segundo semestre de 2008, quando os efetos da recessão já terão se instalados caso nada seja feito.

    A cada dia que passa de imobilidade por parte do COPOM via dimininuindo a capacidade da política monetária em everte arecessão que ameaça a eco nomia Brasileira.

    Por mais um erro do COPOM, fomos obrigados a correr risco de perder o equilíbrio da contas públicas, conquistado a duras penas. Mas certamente apenas uma política fiscal ativa contra a recessão não será suficiente para impedir a recessão no Brasil.

  4. André Lara Rezende,destacado
    André Lara Rezende,destacado tucano,fez fortuna com informação de “cocheira”,no reinado de FHC,constituiu um Banco,vendeu-o ,e foi residir na velha Albion,britanicamente. Desse assunto,nem um pio do PIG.

  5. Creio que precisamos reduzir
    Creio que precisamos reduzir os juros Selic e defender a moeda com as reservas cambiais, garantindo um patamar mínimo para viabilizar o equilíbrio das contas correntes.

    A cada 3% nominais de redução nos juros da Selic, representa o equivalente a 1,5% do PIB na redução dos gastos da rolagem da dívida pública, que poderia sem utilizados no aumentos dos investimentos públicos sem correr risco no equilíbrio das conmtas públicas.

    A ação precisa ser rápida para os impedir efeitos exagerados e desorganizadores do emprego.

  6. Do Espaço Aberto
    Do Espaço Aberto Quinta-feira, 25/12/2008

    http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM941005-7823-UM+DEBATE+SOBRE+A+CRISE+INTERNACIONAL+E+SEUS+EFEITOS+NO+BRASIL,00.html

    Carlos Alberto Sardenberg conversa com o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros sobre a crise internacional e seus efeitos no Brasil. A crise começou nos EUA, mas ela tem que terminar lá?

  7. os caras fazem fortuna
    os caras fazem fortuna vendendo informações privilegiadas vão embora do país e depois ficam dando pitacos e ainda tem gente que repercute. por isso é que estamos onde estamos.

  8. Creio que a resposta da
    Creio que a resposta da economia brasileira a política de juros da Selic não se dá de forma uniformizada, há impactos imediatos, como há impactos que demandam mais tempo para se materializar.

    Quanto mais gradual for o ajuste mais tempo irá levar a reação da economia.
    A atual momento da economia requer medida de maior impacto possível para tentar recuperar a confiança do consumidores.

    Para que o corte de juros da Selic tenha impacto imediato ele precisaria ser o o maior possível, acima de 2% nominais e com víes de baixo, o que permitiria ao Banco Central reduzir os juros da selic se for necessário antes mesmo das reuniões ordinárias que ocorrem a cada 45 dias.

    É preciso considerar que a quebra de uma importante instituição americana em setembro de 2008 provocou um monumental choque na economia no Brasil e no Mundo.

    Tudo leva a crer que será somente medidas drásticas poderão reverter a situação no curto prazo, caso levaremos anos ou talvez décadas para se recuperar.

    Como sabemos não se levanta uma um setor industrial em dias, meses, nem mesmo anos. E estamos diante da possibilidade de quebra de setores inteiros da economia brasileira e mundial, se continuamos a utilizar de mediadas graduais, como por exemplo redução do juros da Selic em 0,5% a cada 45 dias, mais do uma recessão, estaremos vivendo um forte risco de uma depressão econômica no Brasil.

  9. Creio que já podemos afirmar
    Creio que já podemos afirmar que um bando de hospícios comanda a Política Monetária no Brasil.

    E precisamos evitar que se instale o circuito do diabo na economia brasileria, utilizando uma política fiscal de aumentos de investimento público e uma Política Fiscal de forte redução dos juros da Selic.

    Em função fo forte aumento dos juros da Selic realizado pelo COPOM ao longo de 2008, e a lentidão com que o COPOM está reagindo a crise que se instalou depois da quebra de uma importante instiuição financeira americana em setembro de 2008, os cortes de juros da Selic terão que ser muito maiores, e rápido.
    `
    Será preciso eliminar os aumentos de juros da Selic praticados pelo COPOM em 2008, 2,5% nominais e mais alguma coisa ao longo de 2009.

  10. Creio que no ajuste
    Creio que no ajuste econômico iniciado nos anos 80 para viabilizar o aumento das exportações e poder financiar a balança de pagamentos com o superávit comercial, em função do disparada dos juros internacionais e da disparada nos preços do petróleo, destruíram setores inteiros na economia Brasileira.

    A indústria Naval, o setor de contrução de trens e ferrovias, indústria bélica,
    O setor automobilístico só não desapareceu em função de todas as grandes empresas serem multinacionais, mas mesmo assim algumas sairam do Brasil, e a construção civil e vários outros setores diminuiram sua participação na economia, o setor de construções de aviões quase foi também, e o setor de aviação nacional nem precisa falar……………

    Caso ocorra uma forte queda queda da atividade econômica no Brasil que leve a uma forte recessão ou até mesmo a depressão, creio que a indústria automobilística no Brasil não resistirá, na medida que não poderá contar com o apoio da matrizes, muitas por estarem quebrando antes mesmo das empresas instaladas no Brasil, outras por pragmatismo.

    Além dos aspectos econômicos haverá também alterações profundas nas relações polítcas, principalmente nos movimentos sociais, em função de não haver alternativas políticas as atuais lideranças, o que torna o processo de consequências imprevisíveis.

    Lembro que o PT e a CUT surgiram em função de que nos anos 80 não havia alternativas polítcas de liderança em oposição ao regime militar, eram lideranças que não existiam antes da crise dos anos 80 e surgiram durante a crise dos anos 80.

  11. Nassif, os quatro elementos
    Nassif, os quatro elementos constitutivos da boa gestão macro econômica citados por Lara Rezende não agem de per si como, digamos, variáveis independentes. Ao contrário, funcionam como funções da taxa de juros, esta, sim, elemento arbitrário e independente.

    Todo jogo econômico derivou do estabelecimento dessa taxa e não venha aqui alguém dizer que os juros eram fruto de análises econométricas, que os estabeleciam em função da meta inflacionária prevista. As avaliações que pude conhecer sobre o estabelecimento das taxas de juros, feitas por especialistas em economia não ligados a bancos, concluíam que as taxas estabelecidas eram estapafúrdias, dado o tamanho delas.

    Então, em meu modesto entendimento sobre o assunto, os elementos constitutivos macroeconômicos nunca foram livres ou independentes, assim se comportando:

    a) O Banco Central nunca foi independente, porquanto controlado pela ganância dos bancos, refletida na taxa de juros.

    b) O fluxo de capitais nunca foi livre, porquanto induzido e atraído por altas taxas de juros, distantes de um ponto de equilíbrio.

    c) O câmbio nunca flutou livremente, pois esteve influenciado por um fluxo cambial ingressante, fruto da atração, já referida, das taxas de juros. Agora, com o fluxo retirante, a taxa cambial é estabelecida pela venda de reservas, isto é, com frequentes intervençôes, sem possuir também a pretendida livre flutuação.

    d) A política fiscal é o elemento de maior independência. Ouso afirmar que, no Brasil, os juros foram estabelecidos de acordo com a capacidade de o Estado pagá-los. Já dependeu, por exemplo, da habilidade de o médico Palloci convencer o presidente de aumentar ou manter o superávit fiscal e as, assim, poder o banco central estabelecer as taxas. Ainda assim, juros e superávit primário são interdependentes porque um cria o outro.

    Mudando para o tema do déficit em transações correntes, pergunto com faríamos para financiá-lo, se não houvesse o pré-sal? Causa-me repugnância ver o oportunismo de financista querendo envolver um déficit conjuntural, fruto de política errônea, reversível, em negociações sobre exploração de tesouros estruturantes da economia nacional.

    Ninguém tem dúvida sobre a capacidade de o Brasil obter meios para explorar o pré-sal. Ficará mais fácil com a Petrobrás melhor administrada e com saldo em transações correntes. Depender de capitais estrangeiros para cobrir rombos e explorar pré-sal -grande parte da exploração é feita em dólares- é vender barato as riquezas da nação.

  12. A Couromoda 2009 De 12 até 15
    A Couromoda 2009 De 12 até 15 de janeiro de 2009. pode ser um indicativo de como o setor poderá subsituir parte dos importados vamos aguardar.

  13. Da entrevista
    Da entrevista –

    ******************
    Esse dinheiro vem de onde?

    Não posso antecipar.

    Vem de fundo soberano?

    Não posso antecipar. É uma decisão do ministro da Fazenda. Parte virá de esforços do BNDES, do aumento da captação externa, uma participação do Banco Mundial e outras agências. O resto, não posso informar. Em breve, vocês saberão.
    *****************
    As nações do planeta vão entrar todas numa guerra de desvalorização competitiva da moeda, isto é certo como dois e dois e quatro.

    O tesouro americano jé está vendendo título direto para o FED, a hyperinflação está na porta. O Brasil não tem escolha, vai ter de fazer o mesmo, a diferença está onde este dinheiro vai entrar. O Brasil precisa produduzir coisa boa e vendavel a preço competitivo para ganhar mercado, tanto externo como interno.

    Numa hora economicamente difícil como esta, forte recessão no globo, sou muito mais medidas de emergência com maturação rápida do que projetos mirabolantes de infra estrutura o aventurescos .

    Primeiro atravessa a crise, depois estrutura o pais, os dois ao mesmo tempo vai dar problema.

    O BNDS não tem pendor para crises, tem de tirar o dinheiro de lá.

  14. Do Estadão online
    Do Estadão online segunda-feira, 12 de janeiro de 2009, 04:49 | Online

    http://www.estadao.com.br/noticias/economia,rio-tinto-adia-plano-milionario-em-mina-de-ferro-do-brasil,305846,0.htm

    Rio Tinto adia plano milionário em mina de ferro do Brasil
    Mineradora tinha previsto investir US$ 2,118 bilhões na mina de Corumbá; crise atrapalha plano

    …………….A crise econômica é a razão dada pela Rio Tinto, que tinha anunciado a ampliação da mina no Brasil em julho de 2008. “É uma resposta à severa queda do mercado, que teve um claro impacto na demanda de minério de ferro”, disse o porta-voz da Rio Tinto, Gervase Greene, à agência australiana de notícias AAP……………
    ………..As intenções do Rio Tinto, quando anunciou a ampliação da mina, eram se beneficiar da crescente demanda de minério de ferro na América do Sul e no Oriente Médio, assim como aumentar suas exportações para a Europa, segundo a empresa.

    O investimento tinha o propósito de aumentar seis vezes a capacidade de produção da jazida a partir de 2010 e passar de produzir dois milhões de toneladas anuais para 12,8 milhões……………..

  15. Do estadão de 12 de Janeiro
    Do estadão de 12 de Janeiro de 2009

    http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090112/not_imp305753,0.php

    Indústria de calçados aposta no crescimento das vendas
    Desvalorização do real reabre oportunidades de exportações, após 5 anos
    Ana Paula Lacerda

    Após amargar cinco anos de luta contra o câmbio e vendas instáveis no exterior, o setor calçadista brasileiro vê em 2009 uma oportunidade de crescer no mercado externo com a desvalorização do real. ………..

    ……….Um dos fatores para o otimismo foram as boas vendas de Natal. Segundo a Associação Comercial de São Paulo, 49% dos consumidores compraram roupas e calçados no Natal e as lojas estão com pouco estoque.

    Por conta da crise, a Dumond, fabricante de calçados femininos, reduziu de 12% para 8% a meta de expansão de vendas no País em dezembro. Mas foi surpreendida com crescimento de quase 16% na receita do Natal em relação à mesma data de 2007.
    De acordo com a direção da indústria, “faltou sapato no Natal”. Se houvesse mais produto, o crescimento poderia chegar a 18%.
    O que afetou o crescimento, acredita-se, foi a desconfiança dos lojistas, temerosos com o encalhe.

    O mercado de calçados no Brasil movimenta R$ 30 bilhões anuais e a exportação está na casa de US$ 1,8 bilhão ao ano, segundo dados da Associação Brasileira de Fabricantes de Calçados (Abicalçados).

    “A demanda para os Estados Unidos e a Europa preocupam, porém nos últimos anos fizemos muitos investimentos em design para termos produtos de maior valor agregado. Com câmbio mais favorável, ofereceremos produto melhor com preço melhor”, explica o diretor da associação industrial de Novo Hamburgo (RS), Marco Aurélio Kirsch. A região tem uma das maiores concentrações de fabricantes do País e amargou queda de vendas e empregos. No País, o emprego no setor caiu cerca de 8% em 2008……………
    ……….O diretor do grupo de calçados infantis Kidy, Sérgio Gracia, espera expandir as exportações de 8% da produção para 15%, até 2010. “E até o segundo semestre, devemos voltar a operar com 100% da capacidade produtiva.” Desde o meio do ano passado, a empresa trabalhava com 80% da capacidade………………….

  16. Duas reportagens do Estadão
    Duas reportagens do Estadão reforçam parte das teses do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, a de que o setor de agronegócio e de exportação deve diminuir os investimentos em função da queda dos preços e do volume da vendas.

    A outra reportagem reforça a tese de que defendido o crescimento da demanda alguns setores poderão suibstituir parte das importações e ainda aumentar a participação no comercio exterior.

    Mas precisamos aguardar.

  17. DA FGV
    DA FGV
    http://www.fgv.br/noticias_internet/ARQ/13263.PDF

    Índice Geral de Preços IGP-M Primeiro Decêndio – Janeiro de 2009

    IIGP–M REGISTRA TAXA DE VARIAÇÃO DEE –0,,31% NO PRIMEIRO DECÊNDIO DE JANEIIRO
    O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou -0,31%, no primeiro ecêndio do mês de janeiro. Para o mesmo período de apuração no mês nterior, a variação foi de 0,14%. O primeiro decêndio do IGP-M de janeiro ompreendeu o intervalo entre os dias 21 e 31 do mês de dezembro.

    O Índice de Preços por Atacado (IPA) variou -0,56%,….O índice referente Bens Finais registrou avanço em sua taxa de variação, de -0,16% para -0,02%. Contribuiu para este movimento o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -3,15% para 4,54%. No estágio dos Bens Intermediários, a taxa de variação passou de -0,64% para -0,61%.

    O índice referente a Matérias-Primas Brutas registrou variação de -1,08%. No mês anterior, a taxa foi de 1,31%. Os itens que mais contribuíram para a trajetória de desaceleração deste grupo foram: tomate (62,06% para -10,50%), bovinos (-0,89% para -6,43%) e suínos (2,14% para -11,52%). Em sentido ascendente, destacam-se: leite in natura (-2,24% para 5,28%), milho (em grão) (-3,69% para 1,59%) e arroz (em casca) (-6,09% para 2,66%).

    O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou no primeiro decêndio de janeiro taxa de variação de 0,24%. No mesmo período do mês anterior a taxa foi de 0,36%…..
    ….Também registraram decréscimos em suas taxas de variação os grupos: Vestuário (0,93% para 0,52%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,58% para 0,45%)….
    …..O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou taxa de 0,13%. No primeiro decêndio de dezembro, a taxa foi de 0,27%. O índice relativo a Materiais e Serviços registrou variação de 0,23%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,37%…….

  18. Do Estadão domingo, 11 de
    Do Estadão domingo, 11 de janeiro de 2009, 19:43

    http://www.estadao.com.br/economia/not_eco305687,0.htm

    País perde 600 mil empregos em dezembro,dizem fontes
    FABIO GRANER – Agencia Estado

    BRASÍLIA – O Ministério do Trabalho espera que, por causa da crise financeira, o mês de dezembro de 2008 tenha sido o pior para o mercado formal de trabalho dos últimos anos……………Fontes com acesso ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, chegaram a estimar que os corte teriam chegado a 600 mil vagas em dezembro, apenas levando em conta os dados do Cadastro Geral de Empregados e Demitidos (Caged)

    Mas embora esse número também tenha sido veiculado na imprensa, a assessoria do ministro negou que ele tenha mencionado essa projeção……..

    …………..Em dezembro de 2007, o Cadastro Geral de Empregados e Demitidos (Caged), que compila os dados sobre o mercado formal de trabalho, registrou o fechamento de 319,4 mil vagas, desempenho muito semelhante ao de igual mês de 2006. No governo Luiz Inácio Lula da Silva, o pior dezembro até agora foi o de 2004, com fechamento de 352,1 mil vagas.

  19. Caso se confirme as 300 mil
    Caso se confirme as 300 mil demissos ma mais do que o esperado para dezembro de 2008, já poderemos afirmar que o circuito do diabo já se instalou na economia brasileira e a sua magnitude dependerá da capacidade do governo do Presidente Lula e principalmente do COPOM em responder a atual crise econômica.

    O COPOM precisa agir rápido para impedir um desemprego em massa no Brasil, até mesmo a antecipação da reunião ordinária do COPOM já não mais parece tão maluca assim diante dos assustadores dados que vão se revelando a cada dia.

    Maluquisse será cortar apenas 0,5% na próxima reunião, mas pelo jeito os membros do COPOm são todos malucos, ou pelo menos já demonstraram isso ao manter os juros da Selic em 13,75% mesmo depois da quebra de uma importante instiuição americana, e ter mantido até agora, quase três meses depois da quebra de uma importante instituição americna.

    O Nosso problema, é que os membros do COPOM estão todos malucos.

  20. “…com a queda sistemática
    “…com a queda sistemática dos preços das casas, a partir de certo ponto o valor do imóvel passa a ser inferior à dívida. A deflação generaliza esse fenômeno: aumenta o valor das dívidas em relação à riqueza…”
    Caro Roberto,
    Passando para a economia real: a dívida contraída junto a uma instituição financeira para a aquisição de um bem (automóvel ou imóvel) sempre será maior que o valor do bem em si. Esta é a fonte de vida da instituição: ganhar emprestando. O problema no Brasil, a meu ver, é que há intermediários demais no processo de concessão, uma cadeia longa demais em que todos ganham um bocadinho. Sobra para o consumidor, que paga no final o preço (alto) por todos estes elos que também ganham. Conclusão: o Governo – que liberou créditos para a instituição emprestar – não vê a oferta de liquidez impactando a economia; a instituição bancária – que corre todo o risco – não se anima a emprestar pela margem pequena; e o particular evita cada vez mais fazer um financiamento, pelo custo elevado da facilitação. É a tal da liquidez represada. Faça as contas: um Mille zero, que custa em torno de R$ 22 mil, fica em 72 parcelas de R$ 550,00 ao mês, ou seja, custará R$ 39.600 mil. Quase o dobro do valor.

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