Economia brasileira terá queda de 2,9%, prevê CNI

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) piorou sua projeção para a queda da economia em 2015: a estimativa de retração do Produto Interno Bruto (PIB) previsão divulgada em julho, para 2,9%, considerado o pior resultado desde 1990, período do Plano Collor. O ambiente de instabilidade projetado pela entidade é compltado com uma taxa de inflação anual próxima a 10% e grande volatilidade nos mercados de câmbio e de juros.

A indústria é o segmento mais afetado pela recessão, com queda prevista de 6,1%. A expansão de 7,1% da indústria extrativa, menos contaminada pela crise doméstica, contribuirá para atenuar a forte queda. Outros segmentos industriais, contudo, irão registrar quedas que se aproximam de dois dígitos: transformação (-9,5%) e construção (-8,2%).  O setor serviços, normalmente menos influenciado pelo ciclo econômico, mostrou-se bastante sensível às incertezas e dificuldades do momento: segundo a CNI, o PIB do setor irá registrar queda de 2%, fato incomum no Brasil.

A entidade explica que a principal razão para se projetar continuidade da contração econômica no terceiro e quarto trimestres do ano é a deterioração do mercado de trabalho, que deve intensificar seus efeitos negativos sobre a demanda nos meses à frente, especialmente de serviços, por conta dos efeitos defasados que as demissões ainda irão gerar no consumo e pela expectativa de manutenção dos cortes de trabalhadores. No caso da indústria, esse movimento de continuidade das demissões (para os próximos seis meses) tem sido apurado pela CNI ao longo dos últimos meses.

“Por trás das atuais demissões, revelam-se alguns condicionantes que vão além do enfraquecimento do consumo. As empresas também têm demitido porque o horizonte é incerto e sem perspectiva de melhora no curto prazo. Enquanto esse cenário prevalecer, faltará confi ança entre os empresários, que seguirão planejando menor ritmo de operação, postergando do investimento e mantendo as demissões, o que retardará qualquer movimento de recuperação da economia”, explica a CNI.

“A deterioração da situação econômica dos agentes (com o alto endividamento das famílias, taxa de juros e de desemprego elevadas e a queda da renda real com o impacto da infl ação) e a forte perda de confiança determinou o encolhimento da demanda interna. Esperamos queda de 2,3% do consumo das famílias e uma inédita retração de 13,4% do investimento”, diz a entidade. “Com isso, a absorção interna – o componente doméstico do PIB – irá se contrair em 4,4%. Cabe ressaltar que a queda no PIB está sendo amenizada pela contribuição positiva do setor externo, devido, principalmente, à forte queda nas importações, por sua vez consequência da própria retração da absorção doméstica e do ajuste cambial”.

De acordo com a entidade, “o ajuste fiscal de longo prazo precisa ocorrer primordialmente pela redução do gasto público, sem recorrer a novas formas de tributação. A sociedade e o setor produtivo não suportam aumentos adicionais na carga tributária, que retira recursos do setor privado e eleva custos de produção, com prejuízo para a competitividade e o crescimento”.

A CNI afirma ainda que as cortes de gastos promovidos – realizados e anunciados até agora – são insuficientes para reverter a situação. “É necessário ir além e rever os critérios das despesas obrigatórias. É preciso implantar mecanismos efetivos de contenção do gasto público, com a eliminação de formas automáticas e mandatórias de aumento de despesas, como mecanismos de vinculação de despesas, de indexação automática de benefícios ao salário mínimo e de percentuais mínimos de gasto independente dos resultados e de avaliação dos programas”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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    GM de São

    Nenhum comentário?

    GM de São Caetano acabou com o 2º turno e colocou os funcionários em Lay-off por 5 meses.

    Quanto tempo o Brasil vai aguentar?

    Quanto tempo a Dilma vai insistir em se manter presidente.

    Vai se tocar quando começarem a ter saques a supermercados?

     

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