Em posse de presidente conservador no Chile, Temer tentou discutir parcerias comerciais

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Arquivo
 
Jornal GGN – Com a posse do mais novo presidente de direita da América Latina, Sebastián Piñera, que assumiu o comando do Chile neste domingo (11), dois mandatários insistiram em comparecer na cerimônia oficial, realizada em Valparaíso: o argentino Maurício Macri, já considerado amigo próximo do chileno e que se sentou ao lado do novo presidente, e Michel Temer.
 
Durante o encontro, realizado com cumprimentos de desvelada exaltação, Temer aproveitou para se introduziu nos diálogos de linha conservadora, que também é a sua, para adiantar algo não previsto na posse de Piñera: falar em nome do Mercosul para tentar avançar em um acordo “definitivo” com a União Europeia.
 
O Chile não participa diretamente, mas é um dos países associados ao bloco que integra Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil. E na agenda no país latino, o mandatário brasileiro quis avançar sobre outro tema que é de seu interesse e também de Macri: a abertura comercial do país à Europa.
 
“Nós aproveitamos para fazer uma reunião, eu e o presidente Macri, sobre a questão da aliança Mercosul e União Europeia, que vai bastante avançada”, disse Michel Temer, admitindo que ainda havia pontos a serem resolvidos.
 
“Mas os chanceleres da União Europeia e do Mercosul vão se reunir muito proximamente. Eu acho que, depois de 19 anos, foi isso que eu e o Macri concordamos, nós talvez fechemos em definitivo o acordo Mercosul e União Europeia”, disse o mandatário, confiante de sua postura em nome do bloco, ainda que sem uma palavra oficial do Mercosul, com os demais países, nesse sentido.
 

Temer e Piñera durante a posse – Foto: Divulgação
 
As relações comerciais centraram as miras de Temer na visita ao país, ainda, porque o Brasil é o número 1 de acordo comercial do Chile na América do Sul, e o Chile é o segundo na lista de parceiro comercial do Brasil, atingindo a cifra de US$ 8,5 bilhões de fluxo comercial entre os dois em 2017.
 
Por isso, o mandatário também tentou sinalizar uma parceria do Mercosul com a Aliança do Pacífico, que é formado pelo Chile, Colômbia, México e Peru. O chileno Piñera, contudo, não estava tão disponível em sua agenda de posse, e por isso o mandatário brasileiro conseguiu se aproximar, apenas, com o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski:
 
“Conversei até com o presidente do Peru, muito rapidamente, mas com vistas a logo fazermos uma aliança do Mercosul com a Aliança do Pacífico”, disse Temer.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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