O competente Cristiano Romero, colunista do “Valor”, em seu artigo de ontem no jornal critica o uso dos recursos do FGTS em infra-estrutura. Seus argumentos principais:
1. Quem garantirá a rentabilidade das aplicações do FGTS? Hoje em dia os recursos são aplicados à taxa Selic, inclusive para conseguir tapar buracos do FGTS em relação à correção do saldo devedor (TR mais 3%).
2. O FGTS não tem saldos positivo. Ele continua tendo um saldo devedor expressivo, que está sendo combatido com as aplicações de seu fluxo de receitas.
3. Se o FGTS quebrar, o governo terá que bancar o rombo, onerando ainda mais a sociedade.
Vamos aos contra-argumentos:
1.Em princípio, não dá para considerar investimento em infra-estrutura como aplicação lesiva ao investidor. Se fosse assim, certamente não estariam sendo criados diversos fundos preparando-se para entrar na área; nem tantas empresas estariam aguardando regras claras para o PPP (Parceria Público-Privada).
2. Investimentos em infra-estrutura sempre foram considerados como adequados para capitais de longo prazo, justamente pelo baixo risco embutido. É quase como uma aplicação em renda fixa, sem a volatilidade que as taxas experimentam ao longo de períodos mais longos.
3. Praticamente toda a indústria de fundos está se preparando para buscar alternativas, para enfrentar a queda inexorável das taxas de juros da renda fixa. O quadro que vigorou até agora – do amplo predomínio da renda fixa – não necessariamente irá se repetir no futuro.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.