Golpe tira US$ 2 bi do UBS

De O Estado de S. Paulo

UBS perde US$ 2 bilhões com golpe

Operador foi preso em Londres; ações do banco desabaram no mercado europeu

NEW YORK TIMES
LONDRES

A União de Bancos Suíços, UBS, declarou ontem que um trader desonesto do seu banco de investimentos perdeu US$ 2 bilhões em operações que representam mais um grave golpe para a combalida instituição suíça.

A polícia de Londres prendeu um trader de ações europeu, Kweku Adoboli, relacionado ao caso, segundo uma pessoa que está diretamente a par da situação e não foi autorizada a falar publicamente.

O incidente levou a se questionar a administração do banco e sua política arriscada num momento em que tenta reconstituir suas operações e aumentar sua carteira de clientes, atualmente reduzida.

O caso poderá também fornecer respaldo aos esforços das autoridades reguladores que em alguns países vêm pressionando para que a especulação em bolsa seja separada de atividades como a administração de grandes fortunas e de outros negócios menos arriscados.

A revelação sobre o trader ocorre num momento em que o banco tenta restaurar seu equilíbrio financeiro.

No mês passado, o UBS anunciou o corte de 3.500 postos de trabalho, depois de contabilizar resultados medíocres no segundo trimestre. Num memorando interno, o banco informou que as operações não autorizadas podem levar a um prejuízo no terceiro trimestre, acrescentou que “posições de clientes” não foram envolvidas nessas operações.

Ações em queda. “É um choque, uma surpresa negativa de fato”, disse Panagiotis Spiliopoulos, diretor de pesquisa do banco privado Vontobel, em Zurique. “As pessoas achavam que, depois que o banco conseguiu se renovar após a crise de 2008, estava numa posição de que poderia evitar esse tipo de evento.”

As ações do UBS caíram mais de 8% ontem, enquanto as ações de todo o setor de bancos da Europa estava com as cotações em alta.

O caso das operações desonestas é o maior incidente ocorrido na Europa desde as operações não autorizadas realizadas por Jérôme Kerviel em negócios com futuros ligados a ações no banco francês Société Générale em 2008. Kerviel foi condenado em outubro por violação de confiança e outros crimes, recebendo uma sentença de três anos de prisão. Ele também foi condenado a restituir 4,9 bilhões, soma perdida pelo banco para desfazer os negócios de Kerviel.

Luis Nassif

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